sábado, 31 de agosto de 2024

O Homem: questão para si mesmo

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias



 
SOMOS LIVRES? 


Esta é a pergunta decisiva. De facto, se não somos livres, o que se chama dignidade humana pode ser uma convenção, mas não tem fundamento real.
Mas quem nunca foi assaltado pela pergunta: a minha vida teria podido ser diferente? Para sabê-lo cientificamente, seria preciso o que não é de modo nenhum possível: repetir a vida exactamente nas mesmas circunstâncias. Só assim se verificaria se as “escolhas” se repetiam nos mesmos termos ou não.
Não há dúvida de que a liberdade humana é condicionada. Mas ela existe ou é uma ilusão? Não pretendem agora neurocientistas dizer que, mediante dados da tomografia de emissão de positrões e da ressonância magnética nuclear funcional, se mostra que afinal as nossas decisões são dirigidas por processos neuronais inconscientes?
De qualquer modo, já em 2004, destacados neurocientistas também tornaram público um Manifesto sobre o presente e o futuro da investigação do cérebro - cito Hans Küng, no seu Der Anfang aller Dinge (O princípio de todas as coisas) -, revelando-se prudentes no que toca às “grandes perguntas”: “Como surgem a consciência e a vivência do eu? Como se entrelaçam a acção racional e a acção emocional? Que valor se deve conceder à ideia de ‘livre arbítrio’? Colocar já hoje as grandes perguntas das neurociências é legítimo, mas pensar que terão resposta nos próximos dez anos é muito pouco realista.” É preciso continuar as investigações, no sentido de perceber o nexo entre a mente e o cérebro. “Mas nenhum progresso terminará num triunfo do reducionismo neuronal. Mesmo que alguma vez chegássemos a explicar a totalidade dos processos neuronais subjacentes à simpatia que o ser humano pode sentir pelos seus congéneres, ao seu enamoramento e à sua responsabilidade moral, a autonomia da ‘perspectiva interna’ permaneceria intacta. Pois também uma fuga de Bach não perde nada do seu fascínio, quando se compreende com exactidão como está construída.”

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

José Saramago -- "Venham enfim"

 

Venham enfim as altas alegrias,
As ardentes auroras, as noites calmas,
Venha a paz desejada, as harmonias,
E o resgate do fruto, e a flor das almas.
Que venham, meu amor, porque estes dias
São de morte cansada,
De raiva e agonias
E nada.


José Saramago
In "Provavelmente Alegria"


domingo, 25 de agosto de 2024

Padre César Fernandes – A homenagem merecida



Ontem, na missa vespertina da Festa em honra de nossa Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, a Igreja Matriz estava cheia. Presidiu o nosso Prior, Padre César Fernandes.
Muito espaço estava ocupado pelos andores que marcaram presença na procissão de domingo. Foi também batizada uma criança que estava acompanhada dos pais, padrinhos e familiares. Tudo decorreu com a normalidade esperada. E depois da bênção final da Eucaristia o nosso prior foi surpreendido. Uma catequista leu um texto que denota a simpatia que a comunidade nutre pelo Padre César.
A catequista sublinhou que temos, “há 15 anos, a bênção de ser o Padre César o nosso pároco”, diariamente mostrando “uma capacidade de trabalho e entrega totais”.
Referiu que se trata de “um homem de trato extremamente assertivo e prático, de linguagem simples e direta, atingindo facilmente toda a gente com a sua bondade, sabedoria e experiência”.
Recordou que 24 de Agosto é o dia do seu aniversário, acrescentando que, “merece a nossa máxima estima, gratidão e, acima de tudo, a nossa oração”.
Suplicou a Deus “que o abençoe e ilumine sempre”, para que continue ao serviço do Reino, “com redobrado espírito de missão”.
Foi oferecida ao nosso Prior uma lembrança, traduzida num ramo de flores, que uma menina lhe entregou.

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