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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Georgino Rocha - Elogio a quem agradece

DOMINGO XXVIII


"Educar para o agradecimento merecido e viver em atitude de gratidão justa 
fazem parte da nossa comum humanidade, da cidadania cívica, 
do conviver respeitoso em sociedade"

A liturgia deste domingo tem um fio condutor que une as leituras e dá sentido à vida humana em todas as situações. Também nas de maior fragilidade como as que estão apanhadas pela lepra ou outras doenças. Hoje, surge Naamã, o general sírio, que vai em busca de cura junto de Eliseu, o profeta de Deus, e Jesus que é invocado como Senhor, por dez leprosos, numa aldeia por onde passava a caminho de Jerusalém. De igual modo, Paulo que está na prisão como um malfeitor por causa do Evangelho, ele que tinha vivido dominado pela lepra do ódio aos que se convertiam a Jesus e seguiam a sua mensagem. Em todos, a lepra é curada e a saúde recuperada. Apenas dois reconhecem o benefício recebido como dom de Deus e Lhe agradecem.
Vamos seguir a narrativa de Lucas, meditar algumas passagens, tentando saborear a sua riqueza e oportunidade para nós em Igreja e na sociedade. Fazê-lo a partir do elogia dado por Jesus ao leproso que vem agradecer-lhe. Lc 17, 11-19.
O elogio surge da boca de Jesus, numa povoação onde passava a caminho de Jerusalém. Com ele, iam os discípulos desejosos de colher os seus ensinamentos. Sai-lhe ao encontro um grupo de dez leprosos que, em voz alta, imploram a sua compaixão. Jesus põe-nos à prova, encaminhando-os, de acordo com a Lei judaica, para os sacerdotes. E não diz, nem faz mais nada. No percurso, acontece a maravilha da cura. O grupo continua a viagem; mas um, não, e regressa junto de Jesus, para lhe expressar a gratidão pelo benefício alcançado. E este era estrangeiro, samaritano, de outra etnia cultural e religiosa, excluído das bênçãos prometidas aos Judeus.
Ao ver o sucedido, Jesus toma a palavra, censura o grupo pela falta de reconhecimento e pela ingratidão, fazendo, ao mesmo tempo, o elogio de quem, espontaneamente, vem à sua presença, dando glória a Deus, em voz alta, e assumindo atitudes de profunda humildade e agradecimento. Depois diz a este homem: “Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”.
Os discípulos não participam no diálogo, apenas testemunham o facto tão contrastante com o preceituado na Lei. E, certamente, como ocorre em outras ocasiões, ficam perplexos e pedem explicações. E não era para menos! Com eles, também nós precisamos de compreender o que está contido na cura dos 10 leprosos e colher a mensagem que Jesus quer transmitir.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Educar o Desejo, Servir com Alegria

Georgino Rocha

A caminhada para Jerusalém está prestes a chegar à cidade. Tem sido uma “caixa de surpresas” que Jesus provoca ou aproveita para mostrar aos acompanhantes, sobretudo aos discípulos, a novidade do Reino de Deus, de que é portador e iniciador. No domingo, vimos o homem desejoso de viver de tal modo na terra que possa garantir a plenitude da vida eterna. E o apelo que Jesus lhe faz a cortar todas as amarras que o retinham no mero cumprimento de mandamentos e a apreciar o tesouro da liberdade. Quer dizer, Jesus quer curar-lhe o desejo, essa energia que nos impulsiona nos sonhos e nas realizações.

Hoje, Marcos (Mc 10, 35-45), em episódio familiar mostra-nos outra face deste desejo de ser alguém, de ocupar um posto notável na futura organização do reino anunciado, de ser conselheiro privilegiado ou mandatado especial, de ver recompensado o abandono de tantos bens apreciados. “Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-lhe: «Mestre, queremos que nos faças o que Te vamos pedir». E Jesus escuta a sua ousadia confiante: Faz-nos sentar à Tua direita e à Tua esquerda. A intensidade do desejo é manifesta. E a medida para ser satisfeito, igualmente. A mãe vem apoiar a pretensão. Os outros indignam-se pois também se julgam com direitos. Pedro já se havia feito porta-voz desta situação e da fatura que estava em aberto. (Mc 10, 28).