sábado, 10 de janeiro de 2009

Janeiras na Gafanha da Nazaré

O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré cantando as Janeiras, na noite de hoje. Aqui fica uma singela prenda para os gafanhões espalhados pelo mundo, em vésperas do Cortejo dos Reis, de tantas tradições entre nós.

Janeiras na Gafanha da Nazaré

Grupo Etnográfico canta Janeiras
Cumprindo a tradição, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré veio esta noite cantar as Janeiras a minha casa. Sabe quanto aprecio o respeito pelas tradições, e, por isso mesmo, brinda-me todos os anos com cânticos que vêm dos nossos pais ou avós. Ainda bem. E o mais curioso é que, no grupo, há jovens que asseguram a continuidade das tradições entre nós.

O Foral Manuelino de Ílhavo


A Carta de Foral, ou Foral, é um documento concedido unilateralmente pelo Rei ou por um senhorio durante a Idade Média. Era atribuído para concessão de aforamento ou foro jurídico próprio, a título perpétuo e hereditário, aos habitantes de uma povoação que se queria libertar do poder senhorial, não tendo os cidadãos qualquer intervenção na elaboração e aprovação do mesmo. Os Forais Antigos concedidos pelos primeiros monarcas, após a Reconquista Cristã, constituíam uma medida para promover o povoamento e defender os territórios conquistados aos muçulmanos. Eram diplomas que consagravam direitos, privilégios e obrigações, específicos aos habitantes de uma dada comunidade, sob o ponto de vista económico, social e político que, com o passar do tempo, acabou por originar fragmentação, ou seja, cada município regia-se pelas suas leis particulares, desajustadas já da sua época, sobrepondo-se o foro e privilégio dos senhorios ao direito público, o que gerava muitas injustiças e constituía uma fonte de conflitos, principalmente a partir do séc. XV. A este suceder de contrariedades, adveio a reforma manuelina dos forais contra os abusos praticados pelos alcaides e governadores dos castelos, no que respeita à aplicação da justiça, cobrança indevida de impostos, opressões às populações e falsificação ou interpretação errada dos forais medievais, mormente nas questões relacionadas com a cobrança de direitos reais, em que a coroa acabava por sair prejudicada. Assim, num contexto de modernização do país e centralização do Estado, D. Manuel advoga a aplicação de leis gerais e uniformizadoras para todo o País, consignadas nas Ordenações Manuelinas, substituindo os Forais Antigos obsoletos na linguagem (escritos em latim) e introduzindo preceitos regulamentares na vida económica com a aplicação do sistema tributário, um dos seus principais objectivos desta reforma. Os Forais Novos pretendem ajustar os conceitos normativos à realidade político-social do séc. XV, em que a sociedade portuguesa conhece profundas transformações estruturais com a ascensão da burguesia e o comércio da Expansão Ultramarina, já muito aquém do contexto político-social da Idade Média. Assim, por alvará de 20 de Julho de 1504, D. Manuel mandou que, de cada foral, fossem realizados três exemplares: um para a câmara do concelho, outro, sendo caso, para o senhorio ou donatário do mesmo e, finalmente, um terceiro, em registo de chancelaria, para o próprio arquivo real. É neste contexto que surge o Foral de Ílhavo, concedendo autonomia legislativa, fiscal e económica ao concelho, marco de uma nova idade na vida municipal. Manuscrito lavrado por mãos de exímio calígrafo, em fólios de pergaminho e encadernado com planos de tábua, coberto de couro lavrado com ferragens evocativas da simbólica áulica de D. Manuel, Ílhavo é presenteado com a entrega deste documento, assinada pelo punho do próprio soberano, no dia 8 de Março de 1514. No entanto, só dois anos mais tarde, a 2 de Setembro de 1516, seria entregue ao juiz e vereadores do concelho. Preservando no seu arquivo camarário este precioso original da carta de foral assinada pela mão do próprio Rei D. Manuel, a Câmara Municipal de Ílhavo decidiu, em tom de desfecho das comemorações dos 110 anos da Restauração do Município, lançar no dia 13 deste mês uma publicação com a respectiva transcrição e reprodução em fac-símile, num acto de partilha deste precioso documento com toda a comunidade.
Fonte: "Viver em...", da CMI

MARX ESCREVE A MARX

De passagem pelo aeroporto de Colónia, lá estava. Lançado nos finais de Outubro, é best-seller há semanas. Estou a referir-me ao livro Das Kapital ("O Capital"), de Marx - desta vez, porém, não Karl Marx, mas Reinhard Marx, arcebispo de Munique. Ele foi professor de Ética Social Cristã e, antes de chegar a Munique, passou seis anos como bispo auxiliar de Trier, a cidade na qual Marx, o Karl, passou a meninice e a juventude e conheceu a sua futura mulher, Jenny. Reinhard Marx abre com uma carta ao seu homónimo, esperando que, após a morte, tenha verificado que se enganou quanto à não existência de Deus e, assim, possa ser mais benevolente para com um homem da Igreja. O diálogo pode ser frutífero, pois consta que, pouco antes de morrer, terá dito: "Só sei que não sou 'marxista'." Karl Marx enganou-se, quando pensou que o seu programa se podia resumir na "abolição da propriedade privada". Também não se realizou, no conflito entre o trabalho e o capital - concretamente na Alemanha e outros países industrializados -, o seu vaticínio de uma revolução radical. Contra as suas previsões, a revolução acabou por ter lugar onde não devia: a Rússia. Mediante contratos sociais de trabalho, sindicatos activos, toda uma regulação sócio-jurídica e a participação dos trabalhadores, criou-se uma sociedade na qual estes passaram de vítimas do sistema de mercado a participantes dos seus sucessos. "Pareceu possível o bem-estar para todos", a ponto de o próprio J. Habermas ter escrito: "O designado portador de uma futura revolução socialista, o proletariado, dissolveu-se enquanto proletariado." Mas isto foi uma ilha com sol de pouca dura. Com a globalização, as novas possibilidades de troca de informações, bens e serviços a nível global tornaram o antigo conflito indiscutivelmente favorável ao capital, tanto mais quanto, como disse Manuel Castells, na actual sociedade em rede, está em vigor a fórmula: "O capital é essencialmente global, o trabalho é em geral local." Aumentam assim as possibilidades dos investidores e especuladores. O lema é: "Demolição do Estado social e desregulação." O abismo entre ricos e pobres é cada vez mais fundo no mundo e nos países. Mais de 2, 5 mil milhões de pessoas têm de viver com menos de dois dólares por dia, mas há mil milhões em pobreza extrema, pois têm de sobreviver (?) com menos de um dólar. Mais de metade da riqueza mundial está nas mãos de dois por cento da Humanidade. Parece que Marx tinha razão quanto à sua tese da acumulação e concentração progressivas do capital. De facto, de ano para ano sobe o número dos super-ricos. E a crise financeira internacional veio mostrar a força com que "já hoje o capital anónimo determina o nosso destino". Os bancos e os fundos com as suas especulações deitaram a perder milhares de milhões. Mas, agora, depois de tanto se ter propagandeado a necessidade de o Estado se não intrometer no mercado, "tem de ser o contribuinte a responder pelas perdas especulativas". "Os lucros são privatizados e as perdas, socializadas." Será a História a dar razão a Marx? O capitalismo vai afundar-se por si próprio? Responde o bispo Marx: "Dr. Marx, espero que não. E por várias razões." Ele sabe que não foi o seu homónimo, mas os seus discípulos bolchevistas a pôr em marcha o comunismo soviético. Mas o que é facto é que o programa da socialização dos meios de produção levou à estatização, desembocando numa ditadura política, por vezes totalitária. É necessário distinguir entre um capitalismo sem limites e uma economia social de mercado. Um "capitalismo primitivo" é injusto, contra a pessoa, e, por isso, não aceitável. Mas um capitalismo enquadrado politicamente, no sentido de uma economia social de mercado, foi "o único caminho correcto, e este caminho continua hoje sem alternativa razoável". Há uma pergunta que preside ao livro: as pessoas são para o capital ou o capital deve estar ao serviço das pessoas? A resposta é: "Um capitalismo sem humanitariedade, solidariedade e justiça não tem moral nem futuro." Anselmo Borges

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aos católicos do Ocidente

No discurso de Ano Novo que o Papa fez ontem ao Corpo Diplomático, há várias preocupações. Sublinho a que se refere directamente aos católicos no Ocidente. Primeiro, recorda o Papa que uma sociedade que discrimine os cristãos está doente, sofre de pobreza moral. Pode até ser rica de bem-estar material, mas é uma sociedade moralmente pobre porque não reconhece o valor da fé na construção de uma sociedade mais livre e justa. Mas o Papa vai mais longe ao desejar que o mundo ocidental não cultive preconceitos nem hostilidades contra os cristãos, simplesmente porque, nalgumas questões, a sua voz é incómoda. Aos cristãos vítimas do laicismo, Bento XVI pede que não percam a coragem e que, apesar das tribulações, testemunhem que a salvação de Cristo é para todos e que, por isso, não se pode confinar à esfera privada. Belo conselho também para nós, portugueses! Aura Miguel
Fonte: Página 1 da Renascença

Na Rádio Terra Nova

SOLTAR A CORRENTE
SOLTAR A CORRENTE é o novo programa da Pastoral Juvenil da Diocese de Aveiro na Rádio Terra Nova. Quinzenalmente, às sextas-feiras, entre as 21 e as 22 horas, em 105 FM. Entrevistas, ligações em directo com os grupos de jovens da diocese, sugestões para os teus fins-de-semana e a música dos teus ritmos. E, claro, o tal minuto e meio de reflexão. Porque a semana terminou, vem daí SOLTAR A CORRENTE. Podes acompanhar o programa online em http://www.terranova.pt/
O programa tem apresentação de João Matos, com repórteres que vão percorrer a diocese, Sónia Neves, Priscilla Cirino e Álvaro Ramos. A condução técnica é de Márcio Conceição e a produção de Catarina Pereira

Leituras

Não escondo que o meu grande prazer, diário, está na leitura. Quando acordo, até parece que os meus olhos começam logo à procura de letras, palavras, frases, jornais, revistas, livros. Sempre foi assim, desde que me conheço. E quando abuso, é certo e sabido que desabrocham as dores de cabeça. Prometo a mim mesmo que no dia seguinte serei mais contido e até prometo rejeitar leituras. Mas não consigo. Agora ando a contas com os livros da colheita do meu aniversário, do Natal e do Ano Novo. Há muito que ler. E reler. Quando acabo uma leitura, ocorre-me de imediato falar do livro em termos encomiásticos, para que outros, lendo-o, possam usufruir do prazer que eu senti. Mas é impossível. Não teria tempo para isso. Alguns há que não merecem qualquer referência, de tão banais que são. Hoje, qualquer bicho careta publica livros. Acordou com uma notícia escaldante debitada na rádio e zás. Aparece logo um livro. No fundo, não passa de um oportunista para enganar papalvos. E por vezes também vamos na onda, comprando molhos de folhas escritas sem nexo nem arte. Porém, há livros que merecem mesmo ser lidos e comentados no meu blogue. Estão aqui à espera de vez. E de tempo, valha a verdade, para alinhavar meia dúzia de frases, sem preocupações de análise crítica, que não é esse o meu mister. Um dia destes vou começar a aliviar a mesa de trabalho. Livro lido e comentado, se o merecer, vai para a estante, onde há sempre um cantinho para o acolher. Com carinho. Porque há livros que são, realmente, grandes amigos.
FM

Calor humano

Edifício onde funcionou a minha escola
Quando eu era menino o frio vinha e ia sem ninguém dizer nada. Sentia-se no corpo e na alma e sofria-se em silêncio. As escolas não tinham aquecimento nenhum, e o vento, húmido e gelado, entrava por todos os cantos. Os mais pobres, sem calçado e sem roupa que agasalhasse, tiritavam o tempo todo. Recordo-me dos truques de que o meu professor, Manuel Joaquim Ribau, de saudosa memória, se servia para enfrentarmos o frio. Antes de abrir a porta da escola, mandava-nos correr, na que é hoje a Av. José Estêvão. E a corrida aquecia. Mas dentro da sala de aula o frio atacava de novo, com força. Então, quando as mãos enregeladas não conseguiam pegar no ponteiro com que se escrevia na lousa, todos de pé, a um sinal do mestre, de braços estendidos, abraçávamo-nos a nós próprios, com genica, para que as nossas mãos nos batessem no corpo. E assim passava o tempo. Uma ou outra vez fizemos uma fogueira no caminho de terra batida, onde nos aquecíamos. E quando havia temporal, com vento, chuva e frio de rachar, a escola era triste. Mesmo muito triste. Hoje, com tantas comodidades, merecidas e justas, outros problemas haverá que também, por vezes, a tornam triste. Mas não há, julgo eu, tanto frio como antigamente, onde só o calor humano pontificava. FM

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

AMIGOS E AMIZADES

Há tempos especialmente propícios para apreciar melhor o que na vida teve, tem e terá sempre, um valor de excelência para nós, os mortais. Esses tempos não se encomendam. Vão acontecendo sem que a vida os possa engolir. Um coração sensível e atento dá por eles e deles sabe tirar as lições de ser e de saber que lhe são proporcionadas. Disse alguém que “um belo ancião é a mais formosa de todas as ruínas”. Formosa, rica e sábia, porque sempre capaz de discernir e apreciar, com rectidão, o que a vida lhe foi e vai proporcionando, por força da sabedoria adquirida no tempo, da experiência de ultrapassagem das portas estreitas da vida e da finitude dos túneis, por longos e lúgubres que sejam. E, também, pela vivência libertadora das mais complicadas contingências humanas, que acompanham todos os resistentes da vida no seu dia a dia, e persistem, encorajados e com sentido, para ir um pouco mais além. Os amigos, que sempre o foram e o são de facto, e as amizades advenientes por força das mais variadas circunstâncias, constituem privilegiados elementos de interesse dessa leitura da vida, que o tempo e os tempos vão permitindo fazer. Diz a sabedoria da Escritura que “um amigo é um tesouro”. A vida mostra que os tesouros são raros e de leitura nem sempre unívoca. Alguns amigos volatilizam-se quando os julgávamos de sempre e para sempre. Outros foram deixando que o coração se endurecesse aos apelos de ajuda e aos desabafos de compreensão. Ainda outros desaparecem rápidos como os tempos em que nasceram. Restam sempre poucos que, presentes e ausentes, mantêm o mesmo tom de voz, o mesmo calor das palavras, a mesma abertura de alma, a mesma disponibilidade para estar ou para vencer, num instante, distância de quilómetros. Mantêm a mesma alegria incontida, a mesma capacidade de alegria e de dor, vividas em comum, a mesma certeza do ontem e do hoje. São estas atitudes de vida que traduzem a verdade de que “um amigo é um tesouro” e de que os verdadeiros amigos não são como o vento que dá sinal de si, mas passa à frente e depressa. Das amizades e encontros que surgem ao longo da vida, tanto nascem amigos verdadeiros, coisa rara, como expressões de respeito que só enraizaram por tempos de relação necessária e que logo passam, como atitudes que escondiam interesses e não foram além da satisfação destes. Há, ainda, amizades de honra, propaladas por um tempo, que depois se transformaram em indiferença ou desconhecimento.. A vida de hoje, com padrões de relação mais frequentes mas mais superficiais, vazada em interesses imediatos a que repugna toda a gratuidade, não é propícia nem ao respeito pelas raízes mais antigas, mesmo as humanas, nem à conservação duradoira daqueles que o tempo parece ter tornado mais ou menos inúteis, senão mesmo desvalorizados, assim se diz, por incapazes de ler e falar o presente fluido, que a muitos seduz. Nesta depreciação entraram também instituições respeitáveis, por vezes mais propícias a ser museu de velharias inúteis, peças de ontem em prateleiras douradas, que salva guarda cuidadosa e carinhosa de gente a respeitar pela riqueza humana que nela perdura. As festas cíclicas não são mera tradição. Constituem ocasião de reforço das amizades verdadeiras. Os amigos, porque então, de alguma maneira, se manifestam sempre, ficam ainda mais amigos. Os que o não são, vão caindo e saindo, deixando recordações, nem sempre as melhores. Amizades por interesse ou respeito que não chegam ao coração. O verdadeiro tesouro conserva-se como presentes de amor, que é isso que de facto é. Um amigo verdadeiro dá segurança e alegria de viver. Tesouro raro. Mas o pouco é muito, quando verdadeiro, e o muito é nada, quando lhe falta o rosto e calor de verdade. Em cada ano não faltam ocasiões para agradecer os amigos e para pesar o valor das amizades de circunstâncias e, também, das utilitárias e compostas para a ocasião.
António Marcelino

Situação absurda

Um estudo recente revela que o número de habitações praticamente duplicou em Portugal nos últimos 30 anos. Sendo o nosso país um dos mais pobres da Europa, no entanto é o segundo com maior número de casas por habitante. Um enorme desperdício de recursos num país que não é rico. Este absurdo não é novidade. Como também se sabe haver mais de meio milhão de casas desocupadas em Portugal, ao mesmo tempo que inúmeras pessoas não possuem habitação digna desse nome. Ou, ainda, que muitas famílias estão com a corda na garganta por causa do empréstimo que fizeram para comprar casa. Este é o resultado desastroso de décadas em que faltou coragem política aos governos para reanimarem a sério o mercado de aluguer. O que implicaria uma revisão realista das rendas antigas. E uma justiça rápida e eficaz, não permitindo que um inquilino permaneça numa casa anos e anos sem pagar renda. Mas ninguém espere uma correcção a curto prazo desta situação absurda, apesar de o crédito estar agora mais caro e difícil. 2009 é ano de eleições.
Ponto de Vista de Francisco Sarsfield Cabral na Renascença

CORREIO DO VOUGA COM NOVA CARA

Jornal feito para os leitores e com os leitores
Chegou-me hoje às mãos um Correio do Vouga com nova cara. Diz a direcção, em nota de esclarecimento, que este semanário da Diocese de Aveiro “muda para ser mais agradável de ler, ter mais informação, ter outra informação”. Assumindo que “parar é morrer”, o Correio do Vouga apresenta-se com outra cara, na “imagem e no conteúdo”, sendo feito “com o mesmo empenho profissional e paixão”. Sendo suspeito em qualquer juízo de valor (não posso esquecer que fui seu director durante 12 anos), não quero enjeitar a obrigação de apoiar as mudanças verificadas, mudanças que são sempre sinais de aposta no futuro, neste mundo de competição desenfreada. Alguma comunicação social não se coíbe de pôr de lado a ética profissional, apenas para vender mais notícias, em especial de sinal negativo, as tais que atraem mais publicidade. O Correio do Vouga, que alinha pela positiva, com boa informação e com a formação adequada, oferece agora, em mais páginas, outras razões para ser mais lido. Além das secções e colaboradores habituais, há novas rubricas, mais notícias um pouco de todos os âmbitos. E até nem sequer foi esquecido o passado, que poderá ser, para muitos leitores, mais um motivo de interesse. O mesmo se diga da “Espiritualidade”, do “Ver, Ouvir, Sair” e do “Almanaque”. E porque é feito para os leitores e com os leitores, esperam-se sugestões. Os meus parabéns para a direcção do Correio do Vouga e para quantos semana a semana o fazem. FM

VIA DE CINTURA PORTUÁRIA DE AVEIRO

Ana Paula Vitorino preside hoje
ao auto de consignação da 3.ª fase
Hoje, 8 de Janeiro, vai proceder-se à assinatura do auto de consignação da terceira fase da Via de Cintura Portuária de Aveiro, obra com custo previsto de 6,9 milhões de euros e um prazo de execução de oito meses. A cerimónia, a decorrer na sede da Administração Portuária, será presidida pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que já em Julho havia estado em Aveiro para o lançamento do concurso desta importante obra. O projecto original da Via de Cintura Portuária de Aveiro foi concretizado, em duas fases anteriores, no âmbito da construção do Terminal Norte. O objectivo pretendido era o de permitir que o núcleo da futura área portuária comercial e industrial que veio a ser desenvolvido a partir de 2001, gravitando à volta do referido Terminal, ficasse dotado de um eficiente acesso rodoviário. Actualmente ainda falta completá-la com a 3ª fase que fechará a actual Via, ligando-a desde a zona da Chave até ao IP5, no chamado nó da “Friopesca”. O projecto da Via de Cintura Portuária de Aveiro – 3ª Fase, tem como objectivos fundamentais e prioritários: Assegurar uma adequada ligação entre o Nó do IP5, junto à ponte do Rio Boco e a actual Via de Cintura Portuária; Melhorar a acessibilidade da zona portuária, constituída essencialmente por unidades industriais de transformação de pescado; Permitir uma fácil circulação dos veículos pesados de transporte de matérias-primas e mercadorias, sem congestionar o restante tráfego; Contribuir para a dinamização socioeconómica da zona portuária; e gerar atractivos para a fixação de novas potenciais indústrias.
Fonte: Newsletter do Porto de Aveiro

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobriedade e solidariedade

Não seria possível acolher
os sem-abrigo nos lares?
Face à crise económico-financeira, anunciada no mundo ocidental, o Papa já fez o seu apelo para que vivêssemos com sobriedade e em espírito de solidariedade. Os políticos e demais responsáveis pela sociedade também não se cansam de nos alertar para a necessidade de cuidarmos do futuro, ensaiando e levando à prática comportamentos de contenção nas despesas. Por outro lado, importa implementar nas instituições de solidariedade social e de caridade uma redobrada atenção, no sentido de ajudarmos os que mais precisam. Ontem, por causa do frio, até tendas foram montadas para proteger os sem-abrigo, reforçando-se a distribuição de roupas, outros agasalhos e alimentos quentes. Era o mínimo que se poderia fazer. Mas continuo a pensar nesta triste realidade, que nos leva a aceitar, como indiscutível inevitabilidade, a existência dos sem-abrigo. Eu sei, por conversas que já mantive com alguns que prestam apoio aos que vivem na rua, que o problema é muito complexo. Por exemplo, há pessoas que se recusam, pura e simplesmente, a ingressar num qualquer lar. São pessoas marcadas por contingências diversas e complicadas, que as levam a optar por essa forma estranha de viver. Mas não seria oportuno que técnicos credenciados estudassem a fundo a questão, tendo em conta que cada caso é um caso, para que os sem-abrigo fossem acolhidos nos lares? FM

CORTEJO DOS REIS

Tradição continua a ser respeitada 
na Gafanha da Nazaré

Os Reis Magos (Foto de arquivo)

Como todos os anos, vai realizar-se o Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré, no domingo depois da Epifania, 11 de Janeiro. Trata-se de uma tradição bastante enraizada nesta paróquia, com o povo a viver, de certa forma, a alegria da visita ao Menino-Deus, seguindo a Estrela de Belém que há mais de dois mil guiou os Reis Magos. 
Previamente, o povo organiza-se para participar condignamente. As comissões dos lugares distribuem tarefas, ornamentam os carros, ensaiam cânticos apropriados e outras modinhas e formam grupos para recolha de donativos. No meio de tudo isto, há os espontâneos, que procuram vestir-se de maneira original: à moda antiga, uns, e de qualquer forma, outros. 
Durante o cortejo, que começa manhã cedo no lugar de Remelha, com a aparição do anjo a anunciar aos pastores o nascimento do nosso Salvador, não falta quem cante e quem apresente autos natalícios, repetidos há muitas décadas. São ensaiados, no tempo certo, pelos mesmos actores, que sabem de cor o que têm a dizer, quando é chegada a hora de entrar em cena. 
As ruas da Gafanha da Nazaré tornam-se mais animadas ao som dos cânticos, muitos deles exclusivos deste povo. A fechar o cortejo, lá vão os Reis Magos, montados nos seus cavalos, seguindo a estrela que os guia até ao presépio. E no final, na igreja matriz, todos vão beijar, como muita devoção, o Menino Jesus. Depois, a festa continua com o leilão dos presentes, nunca faltando os que fazem “render o peixe”. O rendimento reverterá para as obras da residência paroquial da Gafanha da Nazaré. 

Fernando Martins

Seria melhor saber o futuro?

Não é por acaso que o mundo inteiro dá saltos de espanto, festa e medo nos primeiros momentos de cada ano. Nem todos dizem, cantam ou dançam o mesmo. Há um oculto ritual, um desejo de espantar o mal, o medo, a guerra, a dor, a morte. Quase todos arrancam para a festa com a experiência de duros e fantásticos dias vividos num passado, próximo ou longínquo, pintado de tempo. O advir é um atalho de mil caminhos que pode desembocar em mil alegrias ou prantos. Tudo isso se encaixa no tempo que nos é dado viver. Com todas as hipóteses e nenhuma certeza definitiva. Trata-se do futuro. E o futuro, como dizem os crentes e não poucos ateus, a Deus pertence. Nada se passa apenas no singular. Todos vivem, convivem, estão ligados a uma família ou a um grupo de amigos. E nessa esfera de relações há íntimos frágeis, idosos, crianças, filhos, irmãos, pais. Afectos e rancores, desejos e repulsas. Mesmo os solitários que vivem a milhas de todos, têm um repente de irmão, pai ou amigo, no momento de aflorarem a porta do futuro que ninguém adivinha como se abrirá e quem por ela poderá passar. Assim vivemos, envoltos neste mistério que astrólogos e cartomantes procuram explorar e vender nas franjas da magia ou adivinhação. Olham para os astros, olham para o tempo, fixam-se na palma da mão e dizem o possível, tão convictos do futuro como o apostador do euromilhões que esgota o mais rigoroso cálculo de probabilidade sem nunca lá chegar. Ou lá chega contra todas as lógicas. Nas mãos de Deus está o futuro. Mas também nas nossas.Com a nossa cumplicidade se levantam as muralhas de guerra e paz, os frutos da justiça e da opressão, abraços de festa ou as armas de morte. Temos os cordelinhos de muitos acontecimentos. Falta-nos a chave da historia. Que, como o futuro, a Deus pertence. Para nós, previsões seguras só no fim do jogo. E ainda bem. António Rego

Peregrinação à Terra Santa

Peregrinação! Espaço interior, Reflexão, Elevação, Grande harmonia! Ressurreição Iniciada Na nossa alma, Angustiada Carente, cansada, A lutar, para alcançar O almejado sonho! Afastemos mágoas! Temos as águas que purificam E que correm no Jordão! Reavivam o coração Reforçam o débil ser Alimentam o nosso crer! Serenidade, santidade? Alcançámos, sonhámos? Não importa a quantidade! Trouxemos, em convicção, A Terra Santa, no coração! M.ª Donzília de Jesus de Almeida 05.07.07

Bateira berbigoeira

Bateira berbigoeira (Foto do blogue Marintimidades)

Tenho para mim que nas Gafanhas, como, aliás, na beira-ria, não falta quem aprecie as embarcações tradicionais, muitas delas a marcarem presença nos museus, por terem caído em desuso. Outras ficarão a apodrecer em qualquer canto, sem honra nem glória, pelo desinteresse de quem poderia cuidar destas riquezas do nosso património histórico e cultural. Fico sempre agradado, no entanto, quando vejo que alguém se ocupa destes assuntos que a todos nós dizem respeito. Hoje, por exemplo, ao visitar o Marintimidades (ver aqui ao lado), tive o prazer de ler uma história muito bonita sobre a bateira berbigoeira, protagonizada por dois apaixonados pelo mundo do mar, da ria e dos barcos. Leiam-na, por favor.

FM

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

Um Estímulo para Viver 
o Amor Fraterno


Certamente para nos estimular a vivência do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que acontece a 18 de Janeiro de 2009, o Papa Bento XVI acaba de publicar uma Mensagem bastante oportuna, que importa ler e reler, numa perspectiva de mudança, em ordem ao acolhimento e ao apoio fraternos dos migrantes e refugiados. Aqui fica para reflexão.
"Queridos irmãos e irmãs, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado a 18 de Janeiro de 2009, seja para todos um estímulo a viver em plenitude o amor fraterno sem quaisquer distinções e sem discriminações, na convicção de que o nosso próximo é quem quer que tenha necessidade de nós e a quem nós possamos ajudar (cf. Deus caritas est, 15).
O ensinamento e o exemplo de São Paulo, humilde-grande Apóstolo e migrante, evangelizador de povos e culturas, nos leve a compreender que o exercício da caridade constitui o ápice e a síntese de toda a vida cristã. 
O mandamento do amor - sabemo-lo bem - alimenta-se quando os discípulos de Cristo participam unidos na mesa da Eucaristia que é, por excelência, o Sacramento da fraternidade e do amor. E como Jesus no Cenáculo, ao dom da Eucaristia uniu o novo mandamento do amor fraterno, assim os seus "amigos", seguindo os passos de Cristo que se fez "servo" da humanidade, e sustentados pela sua Graça, não podem deixar de se dedicar ao serviço recíproco, responsabilizando-se uns pelos outros segundo quanto o mesmo o próprio São Paulo recomenda: "Carregai os fardos uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gl 6, 2). Somente deste modo cresce o amor entre os fiéis e por todos (cf. 1 Ts 3, 12)."

Fórum::UniverSal lança livro

"3 anos – 30 ideias: 
debate aberto sobre a actualidade"

Com a chancela da Universidade de Aveiro, Fundação João Jacinto de Magalhães e Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC), foi publicado o livro “3 anos – 30 ideias: debate aberto sobre a actualidade”, nascido no âmbito das Conversas Abertas do Fórum::UniverSal. Nele se reflectem temas abordados na primeira quarta-feira de cada mês, com organização do CUFC e da Fundação João Jacinto de Magalhães, numa perspectiva de nos sensibilizar para as nossas responsabilidades, na linha dos direitos humanos. 
O livro acabou por ser lançado em 10 de Dezembro de 2008, aquando das comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, em Paris, naquele mesmo dia. A riqueza e a variedade dos assuntos tratados só por si são um desafio a cada um de nós para uma leitura cuidada. E se soubermos que pelo CUFC passaram convidados de alto gabarito cultural, académico e humano, mais fortemente seremos impelidos a procurar o livro para o ler, não como quem lê um romance ou um livro de contos, mas como quem se debruça, com serenidade, sobre os temas apresentados em resumo ou em esquemas alargados, ao jeito de quem nos convida a reflectir sobre eles. 
Por esta casa de encontro de ideias e de projectos, passaram pessoas tão diversas como Guilherme d’Oliveira Martins, José Ferreira Mendes, Fernando Nobre, Júlio Pedrosa, Manuel Augusto Oliveira, Rui Marques, Laurinda Alves, Adriano Moreira, Margarida Santos, Fernando Vieira, José Carlos Vasconcelos, Ximenes Belo, João de Deus Ramos, Paulo Borges, Victor Sérgio Ferreira, João Gaspar, Élio Maia, Luís de Matos, Martinho Pereira, João Fernandes, Luís Antero Reto, Eduardo Marçal Grilo, Francisco Sarsfield Cabral, José Alfredo Martins, Nuno Rogeiro, Amaro Neves, Barbosa de Melo, Isabel Alçada, Polybio Serra e Silva e José Matoso. 
Saberes diversos, culturas diferentes e até divergentes, de tudo houve nestas Conversas Abertas, espelhando o livro sinais do que se passou no CUFC, nestes últimos três anos, em serões normalmente bastante participados. No prefácio, que o Bispo Emérito de Aveiro, D. António Marcelino, intitulou de “um diálogo libertador”, síntese perfeita do que realmente aconteceu, foi sublinhado que “O verdadeiro diálogo não tem vencedores. Tem colaboradores honestos na investigação e beneficiários comuns dos resultados obtidos. O diálogo é sempre orientado a uma procura respeitosa e aberta da verdade que interessa a todos, que é um bem de todos e para todos e cada um”.
Por sua vez, Alexandre Cruz, a alma grande deste projecto, manifesta o desejo, na Nota Introdutória, de “que este Sal, partilhado em fórum plural, complemente a autocrítica de justo sabor como sentido de ética mundial, por forma ao reencontro apurado das actualidades em direitos e responsabilidades humanas”. E mais adiante sublinha que o Fórum::UniverSal, se traduz numa “experiência essencialmente errante de tertúlia em diálogo cultural e de saberes disciplinares que vence o unilateralismo fechado das dicotomias”, tendo sido, por isso, “um contributo aberto à reflexão”. Ler esta obra será, pois, uma boa oportunidade para cada um olhar o mundo à sua volta, nos mais diversos sentidos que nos são indicados pela rosa-dos-ventos. 
 
Fernando Martins

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré

Farol em construção
A propósito da entrevista que o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, me concedeu, para publicação no TIMONEIRO e que aqui transcrevi, tenho recebido algumas sugestões interessantes, muito variadas e todas respeitosas. Gosto de comportamentos dignos de gafanhões, que nos prezamos de ser. Na impossibilidade de me referir a todas, de uma só vez, tenciono pegar nelas para, de tempos a tempos, voltar ao assunto. Penso que poderão ser, deste modo, mais rendíveis. Diz o Hélder Ramos, docente numa escola de Ovar, que seria importante que a Junta estabelecesse “protocolos com as escolas para pôr os alunos a estudar a identidade da Gafanha da Nazaré, garantindo futura publicação”, porque, acrescenta, “precisamos dos mais jovens para aprofundar a memória da nossa gente, sob pena de a estarmos a perder irremediavelmente”. O meu amigo Hélder tem razão. É preciso, de facto, envolver os nossos jovens nesta tarefa ingente e urgente de descobrir, estudar, preservar e divulgar a nossa identidade. Sei que algo tem sido feito, mas reconheço que tudo quanto se fizer será sempre pouco. Das muitas iniciativas já levadas a cabo pelas nossas escolas, neste âmbito, julgo que falta uma divulgação adequada. Sei que existem, porque frequentemente tenho sido solicitado para prestar um ou outro esclarecimento e até já fui falar, há anos, a algumas escolas, sobre o nosso passado. Mas é evidente que urge fazer mais. Talvez as nossas escolas, de vários graus, estejam um pouco fechadas à sociedade, ou, melhor dizendo, nem sempre terão sabido envolver os gafanhões nos seus projectos educativos. Assunto a rever, em meu entender. Se então pegarmos no Centenário da freguesia, que chega em 2010, para a partir dele desenvolvermos iniciativas na linha proposta pelo Hélder, estaremos decerto a contribuir para preservação e divulgação da nossa identidade. Eu, como é óbvio, farei o que estiver ao meu alcance. Fernando Martins

Primeiro dia depois das festas

SEMPRE INTERESSADO PELA VIDA
Depois das festas todas, do Natal ao Ano Novo, hoje recomeça o trabalho. Parece estranho, um aposentado, como eu, dizer que recomeça o trabalho, com a normalidade da vida. Mas é verdade. Não a vida de horários para cumprir, mas a vida sem tanto sofá, com doces variados à mistura. Gosto de sentir que o meu espírito tem anseios para alcançar e projectos para realizar. Gosto de saber, por experiência do dia-a-dia, que, afinal, não sou um conformado com a vida, o que me impele a procurar a acção, do corpo e da mente. Para me sentir pessoa com planos de futuro. A vida, como é normal, não se resume ao tempo que dedico ao meu blogue, espaço onde retrato o que penso, a partir da leitura que faço dos acontecimentos da sociedade. Outras solicitações me desafiam. De alguém que me leu recebi um pedido de ajuda para um trabalho académico. De outro veio um voto de sucesso para o Pela Positiva. Um comentário sobre um escrito meu é um incentivo para continuar. Um leitor que gostou de saber que o TIMONEIRO reapareceu e que vai contar com a minha colaboração também é estímulo para não me quedar por aqui à espera, simplesmente, que o tempo passe. Que passa, sei eu que é inevitável, mas que me encontre sempre interessado pela vida, é o meu grande desejo. FM

domingo, 4 de janeiro de 2009

ROSTOS - Júlio Cirino

Uma vida dedicada ao Atletismo com muita paixão 




Quando contactei o Júlio Cirino, estava ele a chegar de uma viagem à Guiné-Bissau, onde se deslocou na qualidade de formador de treinadores de Atletismo. Antes, andou por Espanha, Hungria e Croácia, entre outros países. Em breve irá a Cabo Verde e Angola. 
Membro da IAAF – Federação Internacional de Atletismo Amador, dá o seu contributo do muito que sabe, ensinando alunos universitários e treinadores de Atletismo, sobretudo na área dos Lançamentos, de que se tornou especialista, no país e no estrangeiro. 
Júlio Cirino esteve ligado à FPA – Federação Portuguesa de Atletismo, entre 1997 e 2007, como treinador nacional de Lançamentos. Presentemente, é colaborador da mesma federação, para os sectores do Peso e Disco, abrangendo jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos. 
Em conversa com o Júlio, percebe-se facilmente a sua paixão por este desporto, paixão que começou ainda jovem, como atleta de meio-fundo, sobretudo nos 1500 metros obstáculos. Chegou a ser detentor do recorde nacional dos 1000 metros, no âmbito escolar, com a marca de 2’ 41’’, mais tarde batido pelo Fernando Mamede, com 2’ 39’’. 

SINAL +

1.Em cada início de um novo ano renascem as esperanças de um mundo melhor. No coração do homem, esta ânsia renova-se, desde que o ser humano tomou conta do mundo. Ainda é assim nos tempos que correm. Será assim nos tempos vindouros. Para além das contingências das épocas, o futuro está, seguramente e em grande parte, nas mãos dos homens. Só eles, sem ambições desmedidas, poderão ser agentes activos do seu futuro, que tem de passar pela construção de uma sociedade mais solidária. Nestes primeiros passos de 2009, marcados por crises económicas e guerras que parecem sem fim à vista, ouso acreditar que o velho ditado, “Depois da tempestade vem a bonança”, acabará por triunfar, para bem da humanidade. Sempre, naturalmente, com o contributo de todos, em especial de gente que aposte no bem, no belo, mas ainda na paz, na justiça, na verdade e na fraternidade. Para todos estes vai o meu Sinal + deste primeiro domingo de 2009. 2. O meu Sinal + vai também para o Presidente da República e para a sua Mensagem de Ano Novo. Bem ordenada e lida sem gaguejar, com frontalidade e sentido de Estado. Disse verdades e apelou à verdade para enfrentar a crise. Teme, como todos tememos, o desemprego, a pobreza e a exclusão social. Condenou a pregação de ilusões e a insistência em políticas desastradas. Disse que se gasta mais no país do que aquilo que se produz. Mas não deixou, também, de nos alertar para a necessidade de cultivarmos a esperança, olhando para o essencial, a que urge dar prioridade. “Este é o tempo de resistir às dificuldades, aos obstáculos, às ameaças com que cada um pode ser confrontado”, afirmou Cavaco Silva. FM NOTA: Em cada domingo do ano, esta minha nova rubrica vai sublinhar os acontecimentos ou as pessoas que mais se distinguiram, pela positiva, na minha óptica.

Tecendo a vida umas coisitas – 112

DATAS DE BACALHAU- 2
NO PRINCÍPIO...
Caríssima/o: Como bem se compreenderá não está no meu entendimento a pretensão de grandes explicações ou profundos esclarecimentos; apenas e só me limitarei a apontamentos ligeiros que nos poderão ajudar a fazer uma leitura da pesca do bacalhau através da nossa vida e ...história. Tentativa de outro calibre ultrapassa a minha pesca à linha... Assim sendo, iniciemos a pescaria. Como se verá a nossa relação com o bacalhau é anterior ao início da nossa nacionalidade... Século IX- “Em todos os portos Bretões e Normandos, havia um considerável comércio de bacalhau fresco, frescal e salgado; como se sabe também que a sua exportação em barricas para os países mediterrânicos e portos do Levante remonta a essa época”. Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores do Mar, Valdemar Aveiro, Papiro Editora, Porto, Novembro 2006, p. 20 [De futuro será referenciado: HDGTM, 20] Século XII- “D. Henrique o Navegador, estava sem dúvida ao corrente do conhecimento geral da navegação nessas paragens [Labrador e Terra Nova], pois em sua vida continuaram a desenvolver-se as relações entre as coroas portuguesa e dinamarquesa, atestadas pelo casamento de uma sua prima com o rei Erik da Dinamarca. No século XII já uma filha de D. Sancho I casara com Valdemar II, rei da Dinamarca.” História da Pesca do Bacalhau: por uma antropologia do “fiel amigo”, Mário Moutinho, Editorial Estampa, Lisboa, 1985, pp. 17/18 [HPB, 17/18] Século XIII- “Berengária, filha de D. Sancho I, casou na Páscoa de 1214, com Waldem da Dinamarca. Leonor, filha de D. Afonso II, sobrinha da anterior, casou [em 1229] com outro príncipe dinamarquês.” “A partir do século XIII, muito provavelmente devido a alterações climatéricas – desvios de correntes, etc. - o bacalhau começou lenta e progressivamente a desparecer, rarear, primeiro no Mar Cantábrico, depois na Biscaia e a seguir na Mancha, acabando a pesca por cair nestas zonas para níveis desencorajantes”. [HDGTM, 22] 1353 - “Na condição de portugueses, já como nação e reino independente, o primeiro acordo de pesca que se conhece entre nós remonta ao século XIV, mais concretamente ao ano de 1353, firmado entre D. Afonso III de Portugal e Eduardo III de Inglaterra, autorizando, por um período de 50 anos, as caravelas pesqueiras portuguesas [de Lisboa e do Porto] a pescar nas costas de Inglaterra e a demandar portos, assim como os da Bretanha, sem qualquer risco ou impedimento, conquanto pagassem os respectivos direitos ao senhor do país. A assinatura dum tratado deste género só se compreende se a actividade piscatória tivesse já adquirido alguma magnitude em anos anteriores.” [HDGTM, 22; HPB, 15 e Oc45, 67 (Oceanos, n.º 45, Janeiro/Março 2001, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses)] A vós o dizer se vale a pena prosseguir nesta rota... Manuel
NOTA: Foto da capa da revista OCEANOS

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