sábado, 23 de julho de 2022

Francisco no Canadá em "peregrinação de penitência"

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias


Não se pode duvidar de que o cristianismo foi e é fermento de bondade, de alegria, de fraternidade, de tomada de consciênicia da dignidade infinita de ser ser humano, de esperança e sentido, Sentido último.

1 - Não tenho dúvidas em afirmar que Jesus trouxe ao mundo por palavras e obras a melhor notícia que a Humanidade ouviu e viu. Por isso se chama Evangelho, que vem do grego (notícia boa e felicitante): Deus é bom, Pai/Mãe de todos. Jesus morreu para dar testemunho disso: da Verdade e do Amor.
Esta mensagem deu frutos através dos séculos. Cito Antonio Piñero, agnóstico, grande especialista em cristianismo primitivo. Depois de declarar que Jesus afirmou a igualdade de todos enquanto filhos de Deus, escreve que, a partir deste fermento, "se esperava que mais tarde chegasse a igualdade social. Se compararmos o cristianismo com todas as outras religiões do mundo, vemos que essa igualdade substancial de todos é o que tornou possível que com o tempo se chegasse ao Renascimento, à Revolução Francesa, ao Iluminismo e aos direitos humanos. Isto quer dizer: o Evangelho guarda, em potência, a semente dessa igualdade, que não podia ser realidade na sociedade do século I.

Fome de conhecer o mundo

                            Com a Lita no Algarve

Quando leio, vejo ou oiço descrições de viagens pelo mundo, bem contadas, sou invadido pela tristeza e pela certeza da minha dificuldade em confirmar, in loco, as belezas retratadas. Há pessoas com sorte na vida. Nesse aspeto, embora tenha passado por alguns países da Europa, nunca pude fixar-me em qualquer deles, uns simples dias, para visitar as memórias das grandes cidades. E em Portugal, que conheço um pouco, ainda estou longe de poder apreciar muitos dos seus  recantos com que frequentemente sonho.
Não sei porquê, mas a história e a vida dos grandes burgos, como a pacatez das pequenas povoações, sempre me atraíram. Gosto de me confrontar com hábitos diversos, de apreciar marcas do passado, de ver e ler os feitos dos íncolas, de contemplar as paisagens que nos oferecem cores, formas e cheiros variegados. Gosto de experimentar ares frescos e calores que aquecem realmente, gosto de contemplar gentes no seu casario tradicional, de calcorrear ruas sinuosas e rios cantantes, gosto de ouvir o linguajar do povo e de apreciar serranias e planuras, gosto de me quedar, de olhares nos horizontes, numa qualquer esplanada, mesmo com barulho em redor. Mas como sou vivo, graças a Deus, pode ser que um dia destes possa deambular por aí, nem que seja por aqui à volta, para saciar um pouco esta fome de conhecer o nosso mundo.

Fernando Martins

Nota: Texto reescrito 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

PARDILHÓ: Algumas memórias

Igreja Matriz de Pardilhó
 

Busto de Jaime Ferreira da Silva

Casa das Ferreira da Silva

Em tempo de férias para muitos trabalhadores e estudantes, vou lembrando algumas que vivi com a família, um pouco por todo o lado. Diversas vezes assentávamos arraiais em Pardilhó, terra das origens da Lita.
A Igreja Matriz, sempre bem arranjada, limpa e asseada, era frequentada com a assiduidade normal de família assumidamente católica. No largo de Pardilhó, dedicado ao sábio e prémio Nobel da Medicina, Egas Moniz, que por ali viveu na juventude com seu tio abade da paróquia, há o busto de Jaime Ferreira da Silva, médico que foi, entre outros cargos, Governador Civil de Aveiro. Defronte da igreja assinala-se a existência da casa das Ferreiras da Silva, irmãs de um Bispo e de um Monsenhor conhecidos pelos mesmos apelidos. Era passagem obrigatória para umas compras e uns dedos de conversa.

Rezai assim: Pai nosso. Somos irmãos. Temos Pai

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVII do Tempo Comum

Livra-nos da tentação do comodismo egoísta, da injusta repartição dos bens, da comercialização da vida humana, do desequilíbrio crescente no planeta que cuidamos em vosso nome e gerimos em nome das gerações vindouras

A resposta de Jesus abre novas dimensões ao pedido que o seu discípulo lhe faz para ensinar o grupo a rezar. São dimensões familiares que manifestam o ser de Deus, na sua relação connosco, que o fazem presente nas entranhas filiais de cada humano, que o definem e tornam reconhecido como a fonte de vida comum que gera “um nós” inconfundível e original. Constituem, por isso, a verdade que nos identifica e consolida na existência e a realidade performativa que nos impele a viver, cada vez mais, de acordo com a matriz do nosso ser humano. Lc 11, 1-13.
O Evangelho senta-nos no banco da “escola de oração” de Jesus. Ensina que a oração do crente deve ser um diálogo confiante de uma criança com o seu “papá”. Com Jesus, o crente é convidado a descobrir em Deus “o Pai” e a dialogar frequentemente com Ele acerca desse mundo novo que o Pai/Deus quer oferecer aos homens. Padres Dehonianos.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Serra da Boa Viagem - Pôr do Sol


Por casa, os meus pensamentos não descansam. E os sonhos também. Ontem, tive bem presentes, por companhia, lembranças da Figueira da Foz e da Serra da Boa Viagem.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Dia do Amigo

 

O Dia do Amigo (ou da Amizade?) celebra-se hoje, 29 de Julho, e a sua origem remonta a 1969, data da chegada do homem à Lua, que demonstra a importância da união dos homens para alcançar objetivos. Realmente, todos sabemos que a união faz a força.
Todos temos decerto muitos amigos, mas há uns especiais, aqueles que nos acompanham nas horas boas e menos boas. E ao longo da minha vida tive sempre amigos de coração.
De muitos já perdi o rasto, alguns emigraram e outros tantos já faleceram. Alguns da juventude afastaram-se por razões de casamento ou mudança de residência, mas há sempre uma palavra quando eventualmente nos encontramos. Contudo, vão surgindo muitos amigos nos caminhos da vida.
Para todos, vai um abraço de muita amizade.

Fernando

terça-feira, 19 de julho de 2022

Crianças austríacas na Gafanha da Nazaré

Há anos andei a recolher informações sobre crianças austríacas acolhidas em Portugal depois da guerra 1939-1945. Não descobri muitas... Haverá por cá quem se lembre de algumas?


Fani e France, com a avó, foram duas crianças austríacas que viveram na Gafanha da Nazaré, em casa das "Caçoilas", junto aos semáforos, perto da igreja matriz. Depois, quando foi possível, regressaram à sua pátria e de lá enviaram esta foto, com uma dedicatória no verso. Foi o Leopoldo, leitor assíduo do meu blogue, que ma emprestou, com a informação de que as crianças foram tratadas por sua mãe, Maria, e tia, Aurélia. Penso que ainda será possível encontrar, em qualquer canto das gavetas, fotos de crianças que foram acolhidas por Portugal, depois da segunda grande guerra. Se as tiverem, gostaria de as publicar.

Nota: Publicado em Julho de 2009  num dos meus blogues.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

A vida já é curta


"A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo"

Victor Hugo, 
(1802-1885), 
Escritor


As mulheres deste Domingo

Crónica de bento Domingues no PÚBLICO

Marta representa o estatuto subordinado da mulher que não tinha acesso ao conhecimento da Palavra de Deus. Era essa a situação com que Jesus estava sempre confrontado e que não aceita.

1. Quem frequenta a Missa dominical, sabe que, normalmente, se confronta com três textos bíblicos e um Salmo. Quando são lidos com alma e competência, são um regalo. Se, além disso, a música e o canto são de boa qualidade estética, a liturgia é um prazer. Aí começa a transfiguração das comunidades e das pessoas.
Neste Domingo, a passagem do Antigo Testamento é uma bela e misteriosa narrativa do livro Génesis sobre uma visita inesperada de Deus a Abraão junto do célebre carvalho de Mambré [1].

Um poema de Tolentino para começar a semana

 A Fala do rosto

És Tu quem nos espera
nas esquinas da cidade
e ergue lampiões de aviso
mal o dia se veste
de sombra

Teu é o nome que dizemos
se o vento nos fere de temor
e o nosso olhar oscila
pela solidão
dos abismos

Por Ti é que lançamos as sementes
e esperamos o fruto das searas
que se estendem
nas colinas

Por Ti a nossa face se descobre
em alegria
e os nossos olhos parecem feitos
de risos

É verdade que recolhes nossos dias
quando é outono
mas a Tua palavra
é o fio de prata
que guia as folhas
por entre o vento

José Tolentino Mendonça

In A Noite Abre Meus Olhos 
(Poesia reunida)


Nota: O Cardeal Tolentino deu uma entrevista ao PÚBLICO no dia 17

domingo, 17 de julho de 2022

Os fogos florestais mais uma vez



Cumprida a devoção dominical de participar na Eucaristia, devoção e hábito que me veio da meninice, manifesto aqui o desejo de ficar por casa na tranquilidade dos meus recantos preferidos: escritório e sala-biblioteca. Ora a ler e escrever, ora a conversar com a Lita, ora a olhar de soslaio a TV para saber como vai o mundo.
Apesar de otimista, não deixo de reconhecer que o mundo, com tantos motivos de beleza e atitudes de bem, é dominado pelas catástrofes que ferem a sensibilidade de toda a gente. A guerra continua sem fim à vista e os fogos deixam sequelas sem conta em imensos portugueses. Alguns ficaram sem casa e sem haveres. ─ Fiquei com a roupa que tenho vestida, mas graças a Deus estou viva, disse uma senhora.
Tenho lido que os fogos são inevitáveis no Verão de temperaturas muito altas, mas também li que urge estudar as melhores soluções para minimizar estas cíclicas catástrofes. Será que o Estado não tem coragem de seguir os conselhos dos técnicos para de uma vez por todas nos livrarmos dos incêndios florestais? 

F. M. 

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