sexta-feira, 1 de setembro de 2023

António Lobo Antunes nasceu neste dia

1 de Setembro de 1942

A Vaidade e a Inveja Desaparecem com a Idade

Com o passar do tempo, há dois sentimentos que desaparecem: a vaidade e a inveja. A inveja é um sentimento horrível. Ninguém sofre tanto como um invejoso. E a vaidade faz-me pensar no milionário Howard Hughes. Quando ele morreu, os jornalistas perguntaram ao advogado: «Quanto é que ele deixou?» O advogado respondeu: «Deixou tudo.» Ninguém é mais pobre do que os mortos.

António Lobo Antunes, 
in "Diário de Notícias (2004)"

Nota: A minha singela homenagem a um grande escritor. 

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Bernardo Santareno - Nos mares do fim do mundo

Bernardo Santareno 



 Nota: Clicar no texto para ler melhor.

Nas minhas horas de ócio, que também as tenho, dei comigo a procurar registos feitos ao longo do tempo e dei com este texto de um livro de Bernardo Santareno - Nos mares do fim do mundo. Vale a pena lê-lo. 

Farol da Barra - Inaugurado há 130 anos


Farol em construção






O nosso farol celebra hoje 130 da sua inauguração, data que nunca poderá ser por nós esquecida. Esta idade, redonda como se diz, merecia ser celebrada, mas não sei se alguém se lembrou. De qualquer modo, aqui fica o meu registo, com datas que fazem parte integrante da sua história.

1808 — Abril, 3 … Abertura da Barra de Aveiro;

1812 — Documentação diversa atesta a falta de um farol;

1856 — Janeiro, 28 … O Ministro das Obras Públicas, Fontes Pereira de Melo, ordenou a escolha do local para a construção de um farol, entre o Douro e o Mondego;

1862 — Julho, 4 … José Estêvão, na Câmara dos Deputados, solicitou ao Governo a construção de um farol na nossa costa;

1863 — Setembro, 15 … A Câmara Municipal de Aveiro apresentou a El-Rei D. Luís I uma exposição, impetrando a edificação de um farol ao sul da Barra;

1863 — Setembro, 26 … Portaria governamental ordenando que se fizesse o projeto e o orçamento;

1884 — Abril, 5 … Conclusão do projeto;

1885 — Março … Início dos trabalhos da construção;

1893 — Agosto, 31… Inauguração oficial do farol;

O Conselheiro Bernardino Machado, Ministro das Obras Públicas, ido de Aveiro, onde chegara na véspera, procedeu à inauguração do Farol da Barra: «subindo à lanterna, aí se lavrou o auto de inauguração, acendendo-se nessa ocasião pela primeira vez o mesmo farol». (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro). In Calendário Histórico de Aveiro.

1893 — Outubro, 15 … Aceso definitivamente o aparelho iluminante que funcionava a petróleo;

1936 — Montagem de grupos eletrogéneos;

1951 — Rede de distribuição de energia elétrica;

1958 — Ascensor;

1987 — O Farol da Barra de Aveiro foi escolhido para figurar numa exposição filatélica; Sobre ele foi publicado um artigo no n.º 4 do mesmo ano do Boletim da Associação Internacional de Sinalização Marítima, que o ostenta na capa.


Fernando Martins

Férias em Serrazes


Quando abri um pc fora de uso, encontrei uma foto que logo me trouxe à memória férias de outros tempos, desta vez em Serrazes, aldeia perto de São Pedro do Sul. O campismo estava na moda e nós íamos atrás de outros. Tenda comprada no Porto com todos os apetrechos fundamentais, e assim iniciámos férias ambulantes de tenda às costas, durante bons anos.
Serrazes foi-nos sugerida por um casal amigo e tanto gostámos do ambiente que perdi a conta às férias que por ali vivemos em pleno contacto com a natureza pura e dura.
Quando acampávamos, normalmente em aldeias, a minha preocupação centrava-se em descobrir o que haveria de histórico por ali à volta para iniciar as  minhas buscas, com compra de literatura adequada.
Em Serrazes soube da Pedra da Escrita, desconhecida de muita gente dos arredores. Foi um camponês que lá me levou, atravessando o matagal que me deixou marcas no corpo, que as silvas não perdoam. E a foto exibe a nossa alegria em férias, de tempos que não voltam.

Uma manhã na Praia da Barra...

Há 10 anos 



Os meus amigos e leitores já devem ter percebido que não sou um gafanhão que aprecie pisar as areias das praias. Mete-me impressão, pronto! Porquê? Não sei. Mas gosto de passear pelos acessos empedrados, de respirar o ar iodado, de sentir o sol forte no corpo, de ver as pessoas que correm, saltam e mergulham. Na Praia da Barra montaram um biblioteca, no afã de dar prazer aos leitores. Não vi por ali ninguém a ler a sério. O pessoal queda-se mais numas revistas ligeiras, daquelas que não dão muito que pensar. Também, quem é que se dá ao luxo de pensar muito numa praia? Mas não reprovo, antes aprovo, a possibilidade dada às pessoas que gozam com boas leituras.

Nota: Texto e fotos publicados há 10 anos. Não alterei nada. Votos de saúde para todos os veraneantes.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Beco dos Carpinteiros na Gafanha da Nazaré

Em muitas localidades da região aveirense a toponímia homenageia profissões que marcaram as respetivas localidades, como acontece na Gafanha da Nazaré com este “Beco dos Carpinteiros”. Nesta cidade ilhavense, os carpinteiros tiveram grande relevância não só na construção civil e na produção de mobiliário, como também na construção naval, desde a construção das embarcações tradicionais da ria a navios de alto mar. C.F.

NOTA: O Correio do Vouga tem uma rubrica interessante para divulgar curiosidades sobre a toponímia de diversas localidades. A Gafanha da Nazaré tem sido contemplada. Desta vez, o jornalista Cardoso Ferreira apresenta o Beco dos Carpinteiros.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Parar é morrer

Estou convicto de que parar é morrer, sobretudo quando se entra na idade avançada, que é o meu caso. Habituei-me a essa ideia quando há anos, em conversas com idosos, ouvi deles que o trabalho, físico ou outro, alimenta ideias e estimula o sentido da criatividade e do amor à vida. Por vezes duvidava, mas hoje estou plenamente convencido de que é verdade. O trabalho, realmente, obriga-nos a pensar e a refletir sobre o que podemos fazer de útil para a comunidade em que estamos integrados, nem que seja para dar sugestões e apresentar propostas de ação de que todos possam beneficiar. Nessa linha, tenho apostado e tenho de continuar a apostar, olhando para o futuro. Ficar encostado a um canto sem responsabilidades familiares ou sociais gera apatias e indiferenças pela vida e pelo mundo.
Em tempo de férias sinto que toda a gente anda agitada com os projetos de  passeios e destinos. Nós ficámos por casa, tendo por companhia um animal sempre atento. Uma gata, a nossa Nina. Sempre  silenciosa, mas fixando-nos nos olhos como que a dizer: Olha que eu estou aqui, não te sintas sozinho. A  nossa Nina merece mesmo esta referência por uma questão de justiça. De vez em quando passa pelas brasas, é certo, mas logo, mal acorda,  nos procura com o seu olhar penetrante, mas tranquilo.

F. M. 

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