sábado, 3 de março de 2007

Portugal no mundo

ALDEIA DE MIL INDIANOS QUE FALAM PORTUGUÊS
Todos sabemos que se fala Português pelos quatro cantos do mundo. Vestígios, palpáveis, das nossas andanças e aventuras, nas descobertas e nas conquistas, mas também na emigração. Quando falo com marítimos, pescadores ou outros, oiço frequentemente estórias de encontros e desencontros com portugueses e seus descendentes, mas ainda de comunidades que perduram, ao longo de séculos, com raízes lusas. E é muito enternecedor, sobretudo para mim, que devo ter alguma costela romântica ou coisa parecida, verificar que a marca dos nossos antepassados se mantém acesa um pouco (ou muito?) por toda a parte.
Hoje li no "PÚBLICO", mais concretamente no segundo caderno, agora chamado P2, uma reportagem feita pela jornalista Alexandra Lucas Coelho numa aldeia dos mil indianos que falam Português. Korlai, assim se chama a aldeia, tem, de facto, raízes lusitanas. Diz a jornalista que é um caso único em toda a Índia. A aldeia, que ela visitou, é formada por descendentes de nove portugueses, que guardam, há séculos, uma língua academicamente reconhecida como português de Korlai. Trata-se de uma comunidade católica que se orgulha da língua que muitos falam, passando de pais para filhos. Na aldeia, os apelidos dizem tudo: Pena, Rosário, Viegas, Sousa, Martins, Rocha e Rodrigues, entre outros.
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Leia mais em P2
Fernando Martins

Imagens de Aveiro

GOSTOS E SABORES


Aveiro vai estar representada no Programa Gostos e Sabores, na RTPN, do Chefe Hélio Loureiro.
O Programa Gostos e Sabores é emitido aos Sábados, em versão original, às 18.30 horas. É repetido no domingo, às 14.30; na segunda, às 11.30 e na quinta, às 20.30 horas.
Também é emitido na RTPinternacional, RTPAçores, RTPMadeira e nos comboios Alfa (CP).As receitas são publicadas semanalmente na Revista Visão, onde o Chefe Hélio Loureiro divulga o Programa Gostos e Sabores, com a apresentação das receitas confeccionadas, convidados e locais/regiões das gravações e apoios.
Os programas relativos a Aveiro são os seguintes:
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Caldeirada de enguias à moda de Aveiro – Convidado, Élio Maia – emissão, 3 de Março (hoje).
Bacalhau com natas – Convidada, Filipa Pato – emissão, 10 de Março
Mexilhões à moda de Aveiro – Convidado, Gonçalo Madail – emissão, 17 de Março
Raia com molho de pitau – Convidada, Jacinta – emissão, 24 de Março
Feijoada de samos de bacalhau – Convidado, Carlos Candal – emissão, 31 de Março

Fonte: “Site” da CMA

Imagens da Figueira da Foz


EM DIA DE CHUVA

O mar da Figueira da Foz, em dia de chuva e frio, não deixa de nos atrair. Há, em todos os momentos e de todos os quadrantes, imagens de encanto, ou com o seu encanto, que nos obrigam a olhar... a olhar, na tentativa de chegar ao infinito...
Uns raios de sol furam as nuvens, negras, que indiciam chuva iminente, e reflectem-se no mar imenso, sempre atraente, sempre convidativo, sempre deslumbrante.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Avanço do mar na região de Aveiro

Praia da Barra: A povoação está mesmo ali

"População não tem plena
consciência do risco que está a correr"

Entre em Julho e Setembro de 2006, Luísa Pinho entrevistou 418 pessoas para a sua tese de doutoramento na Universidade de Aveiro (UA) sobre a «Importância da percepção social das dinâmicas litorais na gestão das áreas costeiras». O estudo teve por base um levantamento sobre as áreas de risco efectuado pelo Instituto da Água (INAG) e incidiu sobre as praias de Esmoriz, Cortegaça, Furadouro, Torreira, Barra, Costa Nova e Vagueira. Nestes aglomerados, identificou cerca de quatro mil fogos em zonas de perigo. Em entrevista conjunta ao Diário de Aveiro e à Aveiro FM, a investigadora conclui, no entanto, que a população «não tem plena consciência do risco que está a correr»
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Leia a entrevista no DA

Luís de Matos no CUFC



"A vida por trás do pano"


O ilusionista Luís de Matos vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), no dia 6 de Março, terça-feira, às 21 horas, para falar de “A vida por trás do pano”.
O conhecido mágico de Coimbra participa no Fórum::UniverSal do CUFC, um espaço mensal de partilha e debate, revelando não especialmente os truques de magia, mas o homem que está por detrás do artista internacionalmente aclamado.

Porto de Aveiro

Porto de Aveiro: Foto de Dinis Alves



MAIS UMA VISTA GERAL
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O Porto de Aveiro, uma das molas reais da vida económica da região, é, também, um espectáculo para a vista. Esta fotografia mostra o Porto de Aveiro, na sua zona comercial, vendo-se a entrada da barra, com bacias de àgua a emoldurarem tudo e todos.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Imagens da Gafanha da Nazaré




A Meia Laranja é lugar predilecto
de quem gosta de ver o mar
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Conclusão do Molhe Sul, actual Molhe Central, também conhecido por Meia Laranja. Década de 30, do século passado.
Quem a viu e quem a vê. Sinais obviamente de progresso. O Farol, agora, está muito mais protegido, graças às obras que naquela zona foram levadas a cabo. Ainda bem. Se elas não fossem feitas em tempo útil, estaríamos agora como alguns das regiões do litoral. Mas é preciso cuidado, para proteger quem está mais a Sul. Na Vagueira, por exemplo, o perigo ronda.

Citação

"O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado"
Albert Einstein
Fonte: Citador

Provérbio

"Quem muito dorme pouco aprende"

Pena de morte

Dia Internacional
pela Abolição da Pena de Morte Celebra-se hoje o Dia Internacional pela Abolição da Pena de Morte. Portugal, que foi pioneiro no mundo na abolição da Pena de Morte, merecendo elogios, por isso, do grande escritor Victor Hugo, orgulha-se dessa decisão. E nós, portugueses, temos obrigação de continuar a lutar para que esse crime seja erradicado da face da Terra. Sei que é difícil, mas nem por isso devemos desistir de pugnar para que ninguém seja condenado à pena capital, tão cruel e tão desumana. Penso assim porque acredito que o criminoso, por maior que ele seja, com vida, terá sempre uma oportunidade para se arrepender, podendo até vir a ser útil à humanidade. Com a Pena de Morte, acabam todas as hipóteses de reabilitação e de integração na sociedade. É certo que grandes países, como os EUA, mantêm a Pena de Morte, mas isso não invalida a nossa intervenção contra esta pena. Não é verdade que os condenados à morte podem até estar inocentes? Não há tantos presos e condenados injustamente? A história não nos tem mostrado tantas vezes que os tribunais também se enganam? Além disso, como crente, penso que a vida, como dom de Deus, é pertença do Criador e só Ele pode pôr-lhe fim. F.M.

A nossa gente


Associação de Municípios da Ria

“De um lado o mar bate e levanta constantemente a duna, impedindo a água de escoar; do outro, é o homem que junta a terra movediça e a regulariza… A Ria é como o Nilo, é quase uma divindade. (”Raul Brandão in “Os Pescadores”)

Industria, agricultura e pesca, urbanismo, turismo e um sem número de outras actividades estão totalmente dependentes do bom funcionamento deste ecossistema: a
Ria de Aveiro.
A criação do Gabinete da Ria de Aveiro e a definição concreta dos seus objectivos que permitiu realçar a especificidade das questões da qualidade do ambiente e do processo de desenvolvimento económico e social da região envolvente à Ria de Aveiro, a internalização dos princípios do desenvolvimento sustentável e a consideração de que a Ria constitui uma unidade geográfica bem definida, constituíram as sinergias necessárias que ditaram em 13 de Outubro de 1989 a formação da Associação de Municípios da Ria.
Perspectivar o futuro com vista à definição de uma filosofia de intervenção eficaz e equilibrada, condicionar as actividades a desenvolver à sua exploração racional e à manutenção ou melhoria da qualidade ambiental, valorizando economicamente os recursos endógenos de toda esta região, têm sido os pressupostos que ao longo de todos estes anos têm norteado os princípios e a estratégia de intervenção da AMRia.
Por tudo o que tem feito, pelos desafios que se avizinham e pelo futuro que se quer trilhar sem comprometer as necessidades das gerações futuras entendemos, fazendo jus aos princípios que nos norteiam na promoção da “+ECO 2007”, damos por esta, relevo a todo o trabalho efectuado ao longo destes 18 anos pela Associação de Municípios da Ria, prestando-lhe a nossa singela homenagem e agradecendo tudo aquilo que tem feito pela nossa Ria e por toda esta vasta região onde, por direito e por condição natural, se integra o nosso Município de Ílhavo.
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Associação de Municípios da Ria: Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga, Vagos.
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In "Viver em", da CMI

Zé Penicheiro - 50 anos de pintura

Exposições em diversas cidades

Zé Penicheiro 
Este ano, o multifacetado artista plástico Zé Penicheiro comemora 50 anos de pintura, evento que incluirá a realização de exposições em diversas cidades entre as quais, Coimbra, Leiria e Aveiro, e a publicação de um livro / catálogo retrospectivo da sua obra de pintura.
Aveiro, como cidade de adopção do artista, será palco do encerramento desse ciclo de exposições, o que decorrerá em Outubro ou Novembro, e contará com o apoio da autarquia aveirense. Com essa exposição, deverá ocorrer o lançamento público do referido livro, obra para a qual está garantido patrocinador.
Com mais de duzentas páginas, o livro deverá incluir textos de opinião crítica sobre a obra de Zé Penicheiro, alguns dos quais publicados na imprensa regional, nomeadamente no “Correio do Vouga”, desde meados da década de 1950 até à actualidade. No entanto, o tema central será a reprodução de pinturas do artista, de modo a dar uma visão geral de meio século de criação artística na área da pintura.
Ao longo de cinquenta anos, o artista concebeu centenas de quadros, muitos dos quais são marcos de uma época, obras que se encontram em colecções diversas. Como muitos desses quadros estão em mãos de particulares, Zé Penicheiro solicita aos coleccionadores e detentores de obras suas que o informem (através dos telefones 234 382 554 ou 919 690 069) sobre as obras que possuem, e sobre a possibilidade de mesmas serem fotografadas, de modo a enriquecerem o livro / catálogo retrospectivo.
Zé Penicheiro nasceu na Aldeia de Candosa (Coimbra), em 1921. Iniciou a sua carreira artística como caricaturista em diversos jornais, no ano de 1948. Começou a pintar em 1955 e expôs pela primeira vez no Porto, em 1957. Em Aveiro, abriu uma galeria de arte (1971) e foi um dos fundadores do Aveiro-Arte. Desde 1977 dedica-se exclusivamente à pintura. Tem realizado exposições um pouco por todo o país, e também no estrangeiro. Recebeu vários prémios artísticos e foi alvo de homenagens por parte de diversas entidades e instituições.

 
Texto de Cardoso Ferreira, 

no Correio do Vouga

Um artigo de D. António Marcelino


MISTICISMO,
UMA MODA OU UM GRITO
DE SOBREVIVÊNCIA?


O tempo é de contrastes. Por uma lado, violência, barulho, atordoamento e o navegar no vazio ou no superficial que diverte e não exige nem pede nada. Por outro lado, grupos de jovens e de adultos, de todos os lugares e continentes, deslocam-se e encontram-se, ciclicamente, em lugares convidativos para rezar, para experimentar a eloquência do silêncio e olhar, serenamente, para dentro, já que por fora não há qualquer novidade que prenda ou interesse.
Num clima de modernidade empobrecida em que tudo se apresenta como passageiro e descartável, não falta gente a denunciar o vazio reinante e a procurar o essencial, o permanente, o que dá segurança e sentido.
Não interessa dizer qual o grupo mais numeroso. No compulsar do coração e no caminho de procura exigente da verdade e do bem, o número não é a melhor medida da realidade, nem o melhor critério para aquilatar do seu valor. Nas democracias o número é decisivo, mas, também, por isso, se sente a fraqueza de um sistema que, apesar de tudo, ainda é, no reconhecimento dos direitos e na possibilidade de participação, o menos mau. Mas, no restante da vida, o número pode marcar apenas o mundo dos interesses para aqueles que com ele sossegam, se contentam e beneficiam.
O misticismo, como forma de interiorização e de procura profunda da vida que circula nas raízes do nosso ser, tem a expressão da total gratuidade quanto ao tempo, às relações mútuas e aos trabalhos realizados.
Achei curioso, e não me escandalizei nem estranhei, ao ler palavras do realizador do filme “ O grande silêncio”. Contava ele que ao pedir autorização para filmar dentro do grande Convento da Cartuxa de Grenoble, o abade lhe disse que teria de esperar quinze anos para que tal lhe fosse permitido… Fora do clima da vida dos monges, esta resposta parece ridícula e pouco respeitadora. Assim não o entendeu o cineasta e a sua paciente e compreensível espera fez que o tempo lhe fosse encurtado…
Estou cada vez mais convicto de que o misticismo, ou seja, o regresso ao espiritual e ao sagrado nos tempos que correm não é uma moda, mas, antes, um grito profundo que muitos já não conseguem calar e para o qual procuram resposta que os situe numa vida consequente, com progressivo sentido e novos horizontes.
O deserto também é fértil, como o silêncio é eloquente. Depende da atitude de quem, livremente, se mete pelo deserto, ou de quem se entrega, voluntariamente, ao silêncio.
Em tempos idos, eram os padres e os religiosos que faziam dias de retiro espiritual em silêncio, deixando os trabalhos do dia a dia, para depois regressarem com mais coragem a enfrentar as exigências que os mesmos não dispensam. Hoje, são jovens e adultos, homens e mulheres, casais e idosos, doentes e sãos, intelectuais e rurais os que cortam com a vida normal por uns dias, para mergulharem da oração e na reflexão. Nenhuma alienação. Essa poderá acontecer na assistência ao jogo desportivo, não na procura livre de um espaço de respiração e alimento do espírito.
A nostalgia de Deus, bem como a necessidade de confronto de uma vida desgastante com um ideal que a supera, são mais frequentes do que se pode imaginar. Quem acordou para que, a tempo, o possa verificar e agir em consequência, já exorcizou, por si, os tão frequentes esgotamentos de que muitos se queixam. O esgotamento é a nova epidemia de quem restringe a vida a quadros fechados e restritivos e não deixou de olhar horizontes mais largos. Assim, tudo fica reduzido aos limites de uma vida empobrecida por dentro.
Ninguém procura o enriquecimento espiritual porque é moda. Muitos o procuram para poderem, de novo, ser os condutores lúcidos de si próprios.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Sorri sempre

Sorri!
Sorri sempre
Ainda que o teu sorriso
Seja triste…
Porque mais triste
Que o teu sorriso triste
É a tristeza
De não saber sorrir!...


Num placard de uma clínica

Ao sabor da maré

Ainda a questão do aborto DEMOCRACIA INFANTIL
Os Partidos políticos dividem muito os portugueses. É lógico. Diferentes maneiras de ver e viver a coisa pública, variadas concepções do mundo, diversas posições face à justiça social. Apesar de tudo isto, que é indiscutível, penso que há situações político-sociais que merecem ou deviam merecer algum consenso. Mas não foi o que aconteceu, perante os resultados do referendo sobre o aborto. Os Partidos da esquerda parlamentar marginalizaram ou ignoraram os do centro e direita, apesar das sugestões do Presidente da República, no sentido de haver o entendimento possível, para se evitarem divisões entre os portugueses, na hora da preparação das leis adequadas. E até marginalizaram os deputados do centro-direita, que apoiaram o "SIM". Os portugueses que somos são assim, numa demonstração clara de infantilidade democrática, onde o diálogo é quase impossível, quando devia ser sempre possível. Isto não quer dizer que tenha de haver consenso em todas as circunstâncias. Não sou utópico. Mas acredito que é a conversar que os homens e mulheres do nosso tempo se têm de entender. Só ganham se souberem e quiserem dialogar sobre o que a todos diz respeito, como é o caso do aborto.
É óbvio que é legítimo fazer coligações ou estabeler acordos com quem nos apetece, por ser esse um direito individual ou de grupos. Mas não me parece certo fazê-lo tão ostensivamente como nesta situação foi feito. Claro que o “SIM” ganhou e que a legislação que se segue tem de respeitar essa opção dos portugueses, a grande maioria dos quais nada terá a ver com a doutrina da Igreja Católica a esse respeito. Mas será que os do “SIM” terão mesmo que ignorar todos os outros? Penso que não. Mas também penso que muitos das actuais gerações no poder não têm espírito de diálogo, de partilha de opiniões, de capacidade de lutar por consensos. Vieram de tempos em que o diálogo era muito complicado ou inexistente e estão marcados por esse clima. Vejam a maneira como falam ou discursam no Parlamento. Parece que estão permanentemente zangados com tudo e com todos. Fernando Martins

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Túmulo de Jesus?

Alegada «descoberta» da sepultura de Cristo retoma polémicas sobre Madalena e a ressurreição

“O TÚMULO DE JESUS”

Depois da grande "revelação" sobre a vida de Jesus, trazida por Dan Brown no seu "Código da Vinci", é agora a vez dos realizadores James Cameron e Simcha Jacobovici apresentarem um documentário com novas "revelações": Jesus não ressuscitou, mas está sepultado em Jerusalém, com a família, incluindo o filho que teve com Maria Madalena.
A produção aproveita a onda mediática produzida pelo sucesso de Dan Brown - embora as novas teorias entrem em contradição com várias das suas teses. O documentário produzido pelo realizador de Titanic, James Cameron e realizado pelo judeu canadiano Simcha Jacobovici, estreia esta semana no Discovery Channel.
"O Túmulo Perdido de Jesus" parte da análises de dez ossários encontrados em 1980, no Bairro de Talpiot, em Jerusalém, e que presentemente estão entregues à Autoridade de Antiguidades de Israel e guardados num armazém em Bet Shemesh.
Os arqueólogos que estudaram as peças chegaram à conclusão, em 2003, de que o sarcófago data do século I d.C. No entanto, conteúdo, caligrafia e revestimento da inscrição tornam a sua autenticidade duvidosa. Além disso, salientam que os nomes nas inscrições eram muito comuns na altura.
"A afirmação de que o túmulo (de Jesus) foi encontrado não está apoiada em nenhuma prova e é somente uma manobra publicitária”, afirma o professor Amos Kloner, da Universidade Bar-Ilan e arqueólogo oficial do Distrito de Jerusalém, que fiscalizou as escavações do mesmo local em 1980.
"É muito pouco provável que Jesus e seus parentes tivessem um túmulo familiar ", explicou Kloner. "Eles eram uma família da Galileia sem vínculos em Jerusalém. O túmulo de Talpiot pertenceu a uma família de classe média do primeiro século de nossa era", defende.
"É uma óptima história para um filme, mas é impossível. É um disparate»", disse ao jornal Jerusalem Post.
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Leia mais na ECCLESIA

Um artigo de Alexandre Cruz


Alma (d)e património
que se perdem


1. Das reflexões decisivas que estarão em futuro próximo no mapa nacional, será, precisamente, a discussão sobre o que fazemos com as terras, aldeias, freguesias, tradições e patrimónios do interior de Portugal. Com a concentração nas grandes cidades de tendência litoralizante, e a impressionante desertificação do interior do país (numa desatenção continuada de políticas insensíveis a esta realidade específica), com o fechar múltiplos serviços, será caso para dizer que não há interior que resista.
Abandonámos essas nossas terras carregadas de alma, de história, de identidade plural que constituiu a nossa própria nacionalidade; foram muitos os grandes portugueses (agora em voga, daqui a uns meses esquecidos) que nos enchem de orgulho e que ergueram, fruto de vida dinâmica em horizonte rasgado, símbolos de uma comunidade vida, com alma e sentido, espelhados em castelos, muralhas, catedrais, jardrins, espaços públicos, escolas e hospitais, tudo acompanhado com uma beleza natural única da floresta que possuímos neste lindo país de sol.
2. Quem percorre, com atenção, alguns caminhos do interior verifica que o panorama é desolador. Há longas semanas fizemos essa viagem por algumas terras mais interiores, e a sensação do abandono impressiona. E é tanto mais assustador quando sabemos que ao abandono “natural” das populações (pela busca legítima de melhoria de vida), pela falta de política de projecto/visão e pelos números económicos que comandam a vida, corresponderá o fechar e refechar de tudo o que não compensa. Estranho, quase não queremos povoar na totalidade o país que outrora foi conquistado às custas de tantas vidas… (Quando o nosso Parlamento reflecte a sério nisto mesmo?)
Os serviços que se fecham, especialmente nos lados do interior e os critérios que presidem a esse “fechar” acabam por matar, por completo, o resto da esperança nas populações que lá residem. Que lá nasce (os poucos que nascem pois as novas famílias já lá não querem habitar – ou não lhes é permitido construir casa devido aos PDM’s - na terra em que correram e saltaram, tudo dificulta esse resto de saudade em se viver a vida onde se nasceu), os que nascem, nesta correria de modas citadinas, até correm o perigo de receber o estigma de ser da “aldeia”…, esquecendo-se, entre tantas vantagens, que a qualidade do ar lá é incomparavelmente melhor que na corrida da cidade.
3. Não teria merecido o interior de Portugal uma aposta estratégica diferenciadora – a realidade é diferente – das vivências litorais? Não terá havido oportunidade para uma concertação geral de energias na promoção do país como um todo – não só o puxar da brasa para a própria sardinha - numa dinâmica mobilizadora do interior? Não…? Como a capital política – Lisboa – vê Portugal como um todo? (Ou o país será só Lisboa?!). O que está feito, está feito! E pelo andar da carruagem nada há mesmo a fazer! Não conseguimos apostar na visão estratégica das causas, então acolhamos – já dizemos a médio prazo - as consequências da nossa demissão.
Que sentirão as populações e os governos quando, daqui a 15 anos, as freguesias e concelhos do Portugal interior forem “comprados” pelos turistas nórdicos ou inteiramente habitados por comunidades imigrantes entre nós?! Nada de especial, preparemo-nos para esta realidade, pois é por ela que continuamos a optar.
4. O perceber-se que cada serviço público que fecha arrasta outro e traz consigo a fuga total das populações (de meia idade, pois as populações mais idosas já não podem sequer fugir) para as grandes cidades de tendência litoral, comoverá profundamente (e eternamente) todos os que deram a vida para Portugal ter a fronteira lá em cima, junto a Vilar Formoso. Esses, onde quer que estejam, vêem o país interior padecer, não vislumbrando qualquer centelha visível, explícita, de preocupação política e estratégica decisivas. Cada vez faz mais sentido perguntar-se: ainda queremos o interior do país ou entregamo-lo? Ou menos que a visão turística transfigure em turismo o país que “não queremos” (não venham os outros inventar, criar, para depois nos explorarem na nossa própria terra…como as laranjas do Alqueva daqui a breves anos.).
E ainda, talvez mesmo o mais importante: nesse futuro, daqui a 15 anos, os nomes das ruas mudarão, serão outras as gentes a habitar o interior, a alma e o património português perder-se-á para sempre no tempo... Terra não habitada é terra esquecida. É admirável o esforço de tantos projectos e apostas, concretizados mesmo em Roteiros do Património; mas não chega. Será essencial repovoar o interior do país e definir itinerários claros para lá chegar. Quando não, quanta “alma” de história, memórias e património de Portugal, receberá uma implusão cultural (e depois queixamo-nos de sermos um povo com falta de auto-estima, dos mais tristes da Europa). Abramos as portas e dêmos alegria e vida(s) ao interior do País! Ou queremos este país sombrio e estranho, nada formoso?

Europeus felizes

COM EMPREGOS EXIGENTES E STRESSANTES
Os europeus consideram-se em geral relativamente felizes. Em Portugal, a percentagem dos que afirmam isso mesmo é de 86% - idêntica à média da União Europeia (UE). Está satisfeito com o seu nível de vida? Com a casa que tem? Estas foram algumas das perguntas feitas. Respostas: 75% dos portugueses e 83% dos cidadãos da UE dos 25 (a sondagem foi feita antes do alargamento a 27) estão satisfeitos com o seu nível de vida; 89% e 92%, respectivamente, estão contentes com as suas condições de habitabilidade. Já o trabalho é, para uma "significativa minoria" de trabalhadores da UE, uma fonte de mal-estar: dois quintos dizem que têm um emprego demasiado exigente e stressante. Em Portugal, são ainda mais: 55%. O país é o quinto com pior avaliação neste capítulo.
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Fonte: PÚBLICO

Um artigo de António Rego




A IGREJA E O PODER

Triunfo e desencanto ocupam algumas das análises ao momento que vivemos. Triunfo de analistas que não escondem o júbilo pelo facto de, com o referendo ao aborto, a Igreja ter sido derrotada, e ao mesmo tempo essa derrota significar o fim do ciclo de domínio na sociedade portuguesa. É um grito de vitória por, finalmente, a sociedade se ter libertado do osbcurantismo e do domínio clerical.
Alguns sectores políticos e religiosos não escondem o desencanto. E pedem à Igreja que recupere o lugar que ocupou na vida social portuguesa. Como que a exigir uma restauração da fé como império, do altar como trono, da hierarquia como poder, da sociedade como redil. Nenhuma destas perspectivas enquadra a Igreja na sua missão essencial e no lugar que deve ocupar na cidade dos homens.
A primeira afirmação da Igreja tem de caracterizar-se pelo serviço a todas as grandes causas do homem, sendo que a primeira é o anúncio da salvação em Jesus Cristo. Da afirmação da fé e das suas incidências, decorrerão todos os planos de presença da Igreja no mundo e do seu lugar na história. Este projecto, como se sabe, não é unívoco e procura em cada tempo interrogar-se sobre os sinais e as respostas mais eficazes e inteligíveis do Evangelho.
Hoje, perante o mundo real, a Igreja posiciona-se com maior liberdade porque independente dos poderes políticos e económicos. Com humildade, por reconhecer que existem outras opções religiosas e outras linhas de procura para os grandes problemas do homem e da história. Mas trabalha no seu terreno específico, proclama com maior vigor os caminhos do Evangelho, dialoga com todos os homens de boa vontade na procura das melhores respostas para as questões mais inquietantes que o mundo de hoje coloca. E lança perguntas sobre temáticas que parecem esclarecidas e arrumadas.
Não vale a pena alimentar a amargura de poderes perdidos em tronos duvidosos e em paradas que pertencem ao universo profano. Nem esboçar o mais pequeno gesto de saudade pelos velhos impérios. O lugar primeiro e privilegiado da Igreja é o da liberdade. E que deixe o resto para César. Não lhe faz falta.

Futuro da Europa


Valores e perspectivas na construção do Velho Continente juntam, em Roma, políticos
e representantes católicos



Episcopados da UE
discutem futuro da Europa



A Comissão dos Episcopados Católicos da UE (COMECE) está empenhada em fazer da celebração dos 50 anos dos Tratados de Roma, fundadores da Comunidade Europeia, um momento de reflexão sobre o futuro da Europa.
Roma será, precisamente, a sede do Congresso Internacional convocado pela COMECE, no próximo mês de Março, para discutir os "valores e perspectivas sobre a construção europeia", reunindo cerca de 400 participantes.
A intenção é "identificar valores-chave" para os cristãos, confirmando aqueles que definiram o processo de unificação europeia desde o seu início. Durante o Congresso será adoptada a "Mensagem de Roma", que será enviada aos Chefes de Estado e de Governo da UE.
23 delegações episcopais estarão presentes, ao lado dos maiores movimentos e comunidades católicas da Europa. Um grande número de políticos europeus de referência também irão marcar presença: Romano Prodi, Mary McAleese, Wolfgang Schäuble, Hans-Gert Pöttering, Peter Sutherland, Marcelino Oreja e Mario Monti.
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Fonte: Ecclesia

Provérbio

"Quem semeia ventos colhe tempestades"

O mar para afugentar o stresse





Uma forma de afugentar o stresse pode ser esta: Sentada, olhando o infinito, com a praia quase deserta a seus pés. No fim da caminhada, o mar é sempre um desafio e uma preciosa ajuda para quem aprecia a natureza. Alguma agitação das águas, em pleno Inverno, oferece ao passante um espectáculo raro de espumas que tentam saltar das águas salinas. Tudo para ver. Tudo para meditar.

Templos célebres


ITÁLIA: IGREJA DE SÃO MARCOS
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Fachada principal da Catedral dos Doges, igreja de São Marcos, com as suas reminiscências bizantinas, onde sobressaem os arcos decorados, em cima. Para uma visita de quem tiver possibilidades de lá ir.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Cáritas luta contra desigualdades

A Cáritas Portuguesa foi desafiada a trabalhar em favor da educação para a cidadania, criando condições para um desenvolvimento sustentável. Este desafio foi lançado no Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, este fim de semana, por Manuela Silva da Comissão Nacional Justiça e Paz que reflectiu sobre o tema da Semana Nacional da Cáritas e proposto também pela União Europeia.
“Pela Dignidade, Igual Oportunidade” serviu de mote para desenvolver orientações e sugestões para uma prática caritativa quer a nível nacional quer concretamente nas dioceses.
“O grande desafio vai no sentido de perceber as causas da pobreza e as causas que geram as desigualdades”, apontou à Agência ECCLESIA, Isabel Monteiro, Presidente interina da Cáritas Portuguesa. Outro desafio lançado vai no sentido da reflexão. “Perceber os estigmas e preconceitos da sociedade que não deixam avançar efectivamente para uma igualdade de oportunidades para todos”, sublinha. A igualdade de oportunidades “é um meio para a criação de um desenvolvimento sustentável e de uma cidadania activa e consciente” e para os cristãos o desafio é ainda maior, “pois pede-nos uma coerência com os valores que professamos”, manifesta a Presidente interina..
A educação, a saúde são direitos fundamentais consagrados na Constituição, mas trata-se de focar o problema “na educação”. “Esta deve ter no horizonte a cidadania, começando nas crianças e nas famílias”. São desafios lançados para tornar a Cáritas “mobilizadora de desenvolvimento, para criar uma consciência cristã esclarecida, efectivamente interventiva na sociedade portuguesa e com maior incidência nas comunidades cristãs”, manifesta Isabel Monteiro.
Compete agora às Cáritas diocesanas ter estes desafios em consideração e lançar pistas para concretizar estes objectivos, “algumas estão já atentas a estas questões, mas queremos estar em constante transformação e conversão”.
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Ler mais em Ecclesia

Homenagem a António Alçada Baptista

“António Alçada Baptista: Tempo afectuoso
- Homenagem ao escritor amigo de todos nós"

Foi com agradável surpresa que há dias encontrei nas livrarias um livro de homenagem ao escritor António Alçada Baptista – “ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA: Tempo afectuoso - Homenagem ao escritor amigo de todos nós". Trata-se de uma obra da responsabilidade da Editorial Presença e do Centro Nacional de Cultura, com coordenação de textos de Maria Helena Mira Mateus e Guilherme d'Oliveira Martins.
A homenagem é justíssima, ou não fosse Alçada Baptista um homem e escritor de afectos, que ensinou muita gente a pensar e a conhecer a vida de um País amordaçado pela ditadura. Os seus livros, muitos dos quais li à medida que foram aparecendo no mercado, sempre me impressionaram e encantaram, ou não fosse ele um escritor memorialista, com capacidade para nos conduzir, com realismo, através dos seus e nossos contemporâneos, marcados por comportamentos ora resignados e comodistas, ora corajosos na denúncia das injustiças. Com uma simplicidade que seduz, com uma naturalidade que encanta. Estórias e mais estórias da história dos homens e mulheres do seu tempo e do seu e nosso País, que ele retratou com arte e sensibilidade.
“ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA: Tempo afectuoso - Homenagem ao escritor amigo de todos nós" é um livro de testemunhos de amigos, muitos dos quais foram seus cúmplices em horas de sonhos e de lançamento de projectos, na qualidade de católico progressista, muitos deles condenados a esbarrar com impossibilidades de toda a ordem. Eduardo Lourenço, Mário de Carvalho, Teolinda Gersão, Dinis Machado, António Ramos Rosa, Mário Soares, Pedro Roseta e Edgar Morin, Ana Vicente, Guilherme d’Oliveira Martins, Lídia Jorge, João Bénard da Costa e Maria Alzira Seixo foram alguns dos muitos que escreveram para esta edição, com amizade e gratidão, pelo que dele receberam.
Alçada Baptista, 80 anos de vida bem vivida e rica de contactos humanos, que os seus 13 livros e diversos outros escritos revelam, bem merecia esta homenagem enquanto está entre nós. Mas quem quiser conhecê-lo e admirá-lo pode ler os seus livros. “Peregrinação Interior” (dois volumes), “Tia Suzana, Meu Amor”, “Os Nós e os Laços”, “Catarina ou o Sabor da Maçã”, “O Riso de Deus”, “A Pesca à Linha” e “O Tecido do Outono”, entre outros, aí ficam para saborearmos, com prazer.

Fernando Martins

“Música na Escola”

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré


FILARMÓNICA DAS BEIRAS NO CENTRO CULTURAL
DA GAFANHA DA NAZARÉ

Nos próximos dias 27 e 28, da parte da manhã, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, os alunos das Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico vão ter “Música na Escola”, por iniciativa da Câmara Municipal de Ílhavo. Actuará a Orquestra Filarmónica das Beiras, que apresentará o programa “10 Vocalizos para Leonor e Arcos”.
Por esta forma, as crianças das nossas escolas começam a habituar-se a ouvir e a aprender a ouvir música de qualidade. Os familiares e amigos também poderão participar.

Um artigo de João Gonçalves, no CV



A casa velha

Era uma vez uma cidade que não tinha casas velhas; a cidade era bonita e airosa e, por isso, não admitia nada que destoasse da concepção que para ela os artistas tinham programado. Dum lado e doutro de ruas e avenidas, só se erguiam casas bem arquitectadas, a sugerir que outros edifícios fora de linha não tinham ali cabimento.Um dia, pela calada da lei, entrou na cidade um grupo de forasteiros que estranhou a arrumação da cidade e não encontrou sítio de paragem; tudo era, de facto, estranho!Na coragem de quem se sente no direito de viver ou, ao menos, de sobreviver, puxam pela coragem de tentar activar os sistemas de alarme das casas novas e belas. De dentro, só ouvem vozes estranhas que indicam outros alarmes, que ficam noutras casas e noutras ruas; talvez lá encontrem pessoas...
Foi assim que os forasteiros, de porta em porta, sempre encontraram o que pretendiam: uma casa velha, que tinha escapado aos artistas que faziam e refaziam a cidade; foi o maior achado da sua vida de peregrinos, sem eira nem beira, onde poderão assentar arraiais e, finalmente, dormir e poder sonhar. Dali poderão entrar e sair sempre que queiram, podem regressar à hora que quiserem, podem até alimentar algumas ilusões, lado a lado com outros seus semelhantes, também já desesperados de tantas respostas inconsequentes; estão felizes na casa velha, que quase já é sua.
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Leia mais em CV

Uma quadra de António Aleixo

Qu’ria que o mundo soubesse que a dor que tortura a vida é quase sempre sentida por quem menos a merece.

Porto de Aveiro

Porto de Aveiro: Vias de acesso. Foto de Dinis Alves
VIAS FUNDAMENTAIS
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Porto sem vias de acesso compatíveis não tem futuro. Daí a preocupação de dotar o Porto de Aveiro, nas suas vertentes de Pesca Costeira, Pesca Longínqua, Comercial, Industrial e de Turismo, das melhores vias. Para já, há as rodovias. As ferrovias virão a seguir. Para breve, pensa-se.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Um soneto de Camões


AQUELA TRISTE E LEDA MADRUGADA


Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade,
Quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada
Saía, dando à terra claridade,
Viu apartar-se de uma outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,
Que de uns e de outros olhos derivadas,
Juntando-se, formaram largo rio.

Ela ouviu as palavras magoadas
Que puderam tornar o fogo frio
E dar descanso às almas condenadas.

Citação

"As crises são necessárias e os confrontos também, porque só assim é possível ponderar e fazer escolhas"
Laurinda Alves,
na XIS

Provérbio

"A ingratidão é filha da soberba"

Arte para todos


Costa Nova com arte para toda a gente
:
Diz-se, por aqui, que aos domingos há muita gente a dar a voltinha dos tristes. Não sei de onde veio esta expressão tão sem sentido. A ela está ligada a ideia de alguém que mete a família no carro e vai passear pelos recantos mais atraentes. Neste caso, para os de Aveiro e arredores, a saída leva-os até às nossas praias. Passeiam, olham a ria, lancham em qualquer café ou pastelaria, e voltam para casa. Hoje sugiro que apreciem a arte que está à disposição de todos, na ampla esplanada ao longo da Ria, na Costa Nova do Prado.

Um artigo de Anselmo Borges, no DN


Depois do referendo, o quê?


Durante a campanha para o referendo sobre o aborto - não é correcto dizer interrupção voluntária da gravidez, pois é de cessação que se trata -, foram citadas por adeptos do "sim", inclusive nos grandes debates televisivos, afirmações minhas sobre o tema, que não renego, mas que não exprimem todo o meu pensamento. Permito-me retomar algumas reflexões sobre questão tão delicada e complexa.

1. À pergunta do referendo, o povo português respondeu: "sim", 59%; "não", 41%; 56% abstiveram-se.
Espera-se agora uma lei da despenalização que seja equilibrada e com o maior consenso possível, tanto mais quanto se trata de uma questão que deveria ser tratada suprapartidariamente e na indicação de que o Estado favorece a vida e não a morte.

2. Houve uma elevada percentagem favorável ao "não", sendo generalização apressada arrumá-lo, sem mais, no mundo rural e pré- -moderno. Por outro lado, embora as razões da abstenção não sejam quantificáveis, não é legítimo excluir que entre elas se encontrou o facto de a pergunta dar azo à perplexidade do cidadão por causa da colisão entre o plano jurídico-penal e o moral: cidadãos que não querem ver a mulher penalizada receavam, não sem razão, que o "sim", para lá da despenalização, abrisse as portas à liberalização.
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Leia mais em DN

Tecendo a vida umas coisitas - 12


POVOAMENTO DA GAFANHA

Caríssimo:

Continuemos no reino da magia e da imaginação, mas incluamos uma forte dose de estudo e de investigação. Que resultará?
Ainda na companhia do padre João Vieira Resende e lendo a sua Monografia, 2.a edição, na página 47, verificamos que tira as seguintes conclusões:

“1.º que o povoamento da Gafanha começou seguramente cerca do ano de 1677, época relativamente muito recente, mas mais remota do que muita gente julgava;
2.º que, embora se não saiba de cultivadores existentes na Gafanha antes de 1677,prova-se no entanto que as suas terras já produziram pão, o que nos indica ter havido cultivadores anteriormente e, portanto, que o seu povoamento provável teria começado antes de 1677;
3.º que esse povoamento foi feito, pode dizer-se, quase exclusivamente pelos povos vindos da freguesia de Vagos e, mais, que eles ainda continuaram a povoar até uma época muito próxima;
4.º que os povos de outras freguesias só muito tarde e muito frouxamente contribuíram para o povoamento;
5.º que a infiltração destes povos na Gafanha, a princípio morosa e depois quase tumultuária, se explica e justifica documentalmente por necessidades de expansão e de cultura;
6.º que só frouxamente se pode dar foros de verdadeira à tradiçaõ de que seriam quatro criminosos os fundadores da Gafanha.”

Pois bem, em 1995, o nosso conterrâneo dr. Manuel C. Fidalgo, no livro «Açores – Ensaios de Sociologia», a páginas 479-480, dá-nos a sua opinião nestes termos:

“...[O]s róis de tripulantes dos barcos de bacalhau, matriculados no Porto de Aveiro, na primeira metade do século XVI, já apontam nomes de pescadores naturais dos lugares que hoje constituem esta freguesia e vila [a cidade da Gafanha da Nazaré]. É que já em 1506 saíam barcos de Aveiro para os bancos da Terra Nova. E, igualmente, penso que alguns dos marnotos e moços que trabalhavam as salinas, já em 1514, eram naturais e residentes na península da Gafanha. [...]
Com o decorrer dos séculos e com a passagem da barra para o Sul das Gafanhas as salinas do interior foram desaparecendo, substituídas por outras mais próximas da costa. Sabe-se, assim, que no início do século XVI já existiam as da Cale da Vila e Marinha Velha, trabalhadas por «marnoteiros» e moços que se presume habitarem próximo e não virem, diariamente, de Aveiro ou Ílhavo. Além do mais tinham guarnição próxima, no Forte então existente, local de controlo e defesa da Barra assim como posto alfandegário.
É de notar, também, que a primitiva imagem de Nossa Senhora da Nazaré é do século XVI, o que demonstra a existência possível de local de culto, tendo por orago esta invocação à Virgem.
Pescadores de bacalhau, marnotos e moços, servos dos vínculos e pessoal do forte da Barra foram, de certo, os primeiros habitantes a fixar-se no Norte desta Península a partir, pelo menos, do século XVI. A Gafanha da Nazaré, mais propriamente os seus lugares, não teve os seus primeiros habitantes só no século XVII como tem sido escrito. Para mim o início do povoamento é anterior de um ou mais séculos pela necessidade do controlo do porto.”

Assunto e matéria para conversa amena aí está; prometo, se Deus quiser, voltar ao assunto.


Manuel

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