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Alfredo no descerramento da placa indicativa do museu |
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Alfredo com Daniel Bastos e esposa |
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Mesa da presidência |
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Aspeto do convívio |
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Museu Alfredo Ferreira da Silva |
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Outro aspeto do Museu |
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Presépio na sede do GEGN |
Depois de mais de 35 anos na liderança do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), Alfredo Ferreira da Silva, fundador da instituição, deixa as responsabilidades inerentes ao cargo, passando o testemunho a José Manuel da Cunha Pereira e restantes membros da nova direção. Por isso mesmo, e por tudo quanto tem dado à nossa terra, no âmbito do folclore e da etnografia da nossa região, e não só, foi-lhe prestada uma justa homenagem na tradicional festa de aniversário do GEGN, num ambiente natalício, no passado sábado, 8 de dezembro, na sua sede, na Casa da Música.
Para além de uma salva de prata, como recordação que tornará presente no seu dia a dia, o muito que fez pela instituição, oficializada em 1 de setembro de 1983, o GEGN inaugurou na sede, em sala própria, o Museu Alfredo Ferreira da Silva, que ostenta o espólio representativo da participação do Etnográfico em 310 festivais nacionais e 18 no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Israel, Canadá, Polónia, Alemanha, Brasil e Sicília, entre outros países.
No jantar convívio, participado por uma centena de pessoas, membros do grupo e seus familiares, autoridades civis (Câmara e Junta de Freguesia), convidados e amigos da associação, o homenageado lembrou que o Etnográfico nasceu no seio da Catequese Paroquial, referindo que, a partir daí, “começou a caminhar pelas ruas da Gafanha da Nazaré”, alargando os seus horizontes por todo o país e pelo estrangeiro.
Alfredo Ferreira da Silva evocou os novos desafios que ao longo do tempo o grupo enfrentou, no sentido de trazer até aos tempos de hoje tradições que corriam o risco de cair no saco do esquecimento, em especial o Cantar das Janeiras, o Cantar das Almas e o Cantar ao Menino, mas ainda as festas em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, com a sua já famosa procissão pela ria, que atrai gentes de todos os cantos do país. E agradeceu ao nosso prior, Padre César, o apoio que nunca regateou ao GEGN nos momentos da realização de alguns eventos.
Marcos Ré, em representação da CMI, sublinhou, que a terra muito deve a “este homem por tudo o que fez”, frisando que “ainda nos vai ensinar”, porque a sua presença “nos anima a todos”, sendo certo que “será sempre um elemento fundamental do GEGN”, com o seu “espírito de quem trabalha por gosto”. O exemplo deste homem “é o que de melhor podemos receber e dar aos outros”, acrescentado que “o futuro desta terra também está nas nossas tradições”. “Só teremos futuro se tivermos passado e presente por alicerces”, disse.
Daniel Bastou, da Federação do Folclore Português, salientou a amizade que nutre pelo GEGN, “há muitos anos”, enquanto valorizou a importância de encontros como este. Disse que na FFP há bastantes grupos, “mas há muitos que são mais… e outros assim-assim… “, acrescentando que o GEGN “apostou naquilo que é mais genuíno; o que o diferencia de outros”.
Garantiu que “ir para o palco todos os grupos o fazem”, mas o mais valioso é o que se promove de diferente, como faz o Etnográfico, nomeadamente, o Cantar das Almas e ao Menino, bem como a procissão pela Ria, na festa em Honra da Senhora dos Navegantes. “Isto é que deve ser enaltecido para memória futura”, disse.
Fernando Martins
Notas: O GEGN teve a gentileza de me oferecer uma jarra com dedicatória, pela atenção com que sempre o apoiei, gesto que agradeço. F. M.