sábado, 17 de março de 2018

EGAS SALGUEIRO HOMENAGEADO EM AVEIRO



«Fez ontem 124 anos que nasceu Egas da Silva Salgueiro, que durante a sua vida deixou marcas em Aveiro e Ílhavo na sua actividade empresarial e cívica, e ontem foram inaugurados dois sinais que prolongam a memória da sua passagem, dando nome a uma rua, nas imediações da Av. Artur Ravara, e um busto, junto a esta placa, no relvado da Baixa de Santo António. Será possível conhecer mais sobre a sua vida numa biografia que Manuel Ferreira Rodrigues está a preparar. Para já, desde ontem estão na cidade aquelas duas marcas. O busto é da autoria de Helder Bandarra, posicionado para o lado do Museu e da Sé. Para o lado contrário, a alguns metros, fica o actual hospital junto ao antigo da Misericórdia, na qual Egas Salgueiro foi provedor. Para além da vida empresarial - fundou a Empresa de Pesca de Aveiro (EPA), na Gafanha da Nazaré presidiu à Companhia Aveirense de Moagens (onde atualmente se encontra instalada a Fábrica - Centro Ciência Viva), foi diretor do Banco Regional de Aveiro - a sua actividade cívica foi intensa.»

Li no Diário de Aveiro 

Texto e foto do Diário de Aveiro

NOTA: Congratulo-me com a homenagem prestada, em Aveiro,  ao industrial Egas Salgueiro, a quem a região muito deve pelo seu dinamismo e visão em várias frentes. 
Permitam-me que sublinhe o seu contributo para o desenvolvimento da Gafanha da Nazaré, em especial, onde instalou a célebre EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), que empregou centenas de gafanhões, tanto nos barcos de pesca como na seca do bacalhau e nas oficinas, destinadas, fundamentalmente, à  reparação dos seus navios e instalações.  Também por isso, entendo que lhe é devida uma homenagem, para além da rua que já ostenta, há muito, o seu nome.

OLIVEIRA DE SETE VIDAS



Passei ontem pelo parque de estacionamento nas traseiras da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré. Ia sem pressas que as forças não dão para mais. Talvez por isso,  numa curta paragem, olhei para uma oliveira que tranquilamente renasceu de uma raiz que, segundo me garantiram, tinha uns 300 anos de vida. 
Sabe-se que as oliveiras, decerto como outras árvores, duram muitos anos, mais do que centenárias. Um dia ouvi que havia oliveiras dos tempos de Cristo, cuja existência talvez se deva a múltiplas transplantações ao longo dos tempos. 
Falando da nossa, que ali brotou por oferta da raiz ao preidente da junta Manuel Serra, penso que deve ser cuidada e tratada com algumas podas, para crescer com qualidade de vida, ficando para a posteridade.

sexta-feira, 16 de março de 2018

HIDROAVIÕES CHEGARAM HÁ 100 ANOS

Hidroavião na ria
«O Exército agendou para o período compreendido entre 24 de março e 15 de abril uma série de eventos para assinalar a passagem dos 100 anos da chegada à freguesia [atual S. Jacinto] da aviação naval, inicialmente a cargo de franceses.
O ponto alto das comemorações será a cerimónia militar do Regimento de Infantaria n.º 10, a 4 de abril. Destaque ainda para uma conferência / exposição do centenário, a 12 de abril. A sétima edição da ‘Corrida das Areias, a 15 de abril, também integra o programa (ver abaixo).
O complexo de S. Jacinto é a única unidade militar com história nos três ramos das Forças Armada em Portugal.»

Li aqui

CONTRA FRANCISCO, CONTRA O CONCÍLIO

Anselmo Borges no DN


O Papa Francisco tem opositores e inimigos? Sim, isso é claro. E é bom que se perceba que opor-se a Francisco é opor-se ao Concílio Vaticano II. A linha de separação passa pelo Concílio. Afinal, depois da primavera conciliar, veio um longo inverno, de que muitos, nomeadamente Karl Rahner, talvez o maior teólogo católico do século XX, se queixaram. Com Francisco, regressou a primavera. Que se passa então? Dou dois exemplos.

1. Um dos núcleos da discórdia, a ponto de Francisco ser atacado por ser débil em teologia e até herético, é a sua reflexão sobre a possibilidade de, no quadro do devido discernimento, católicos recasados serem admitidos à comunhão. Mas, afinal, o próprio Bento XVI, quando era apenas professor Joseph Ratzinger, escreveu, em 1972, um texto nessa direcção. Sim, o casamento é indissolúvel, mas, cito, quando "um primeiro casamento se rompeu há já algum tempo" e de modo irreparável, e quando "um segundo enlace se vem manifestando como uma realidade moral e está presidido pela fé, especialmente no que se refere à educação dos filhos (de tal maneira que a destruição deste segundo casamento acabaria por destroçar uma realidade moral e provocaria danos morais irreparáveis), neste caso - mediante uma via extrajudicial -, contando com o parecer do pároco e dos membros da comunidade, dever-se-ia consentir a aproximação da comunhão aos que assim vivem".

CHEGA A HORA: JESUS MORRE PARA NOS DAR A VIDA NOVA

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha

Como o grão de trigo


O coração humano alberga e alimenta desejos genuínos, especialmente a alegria da festa e o encontro com Jesus, ainda que vagamente figurado. Desejos que afloram mais visivelmente em certas oportunidades como a celebração da Páscoa e a proximidade de pessoas disponíveis e acolhedoras. Desejos que abrem “janelas” por onde pode entrar uma nova luz de esperança e de sentido. Desejos que aspiram a um outro nível de realização, mediante a passagem vital, tão bem expressa, da semente que germina no seio da terra, cresce e dá fruto. Esta é a realidade que se configura na atitude dos gregos que sobem a Jerusalém para a festa e querem ver Jesus, recorrendo a Filipe e André como mediadores. (Jo 12, 20-33).

O Papa Francisco que, nesta semana completou cinco anos como bispo de Roma e pastor da Igreja universal, fez aos cristãos as seguintes perguntas: “Como é o meu desejo? (…) Busco o Senhor? Ou tenho medo, sou medíocre? (…) Qual é a medida do meu desejo? A migalha ou todo o banquete?” Imagens fortes que ficam a interpelar-nos e nos convidam a não sermos cristãos estacionados, acomodados demasiado, a arriscar, a avançar. 

O pedido dos peregrinos gregos chega a Jesus que dá uma resposta “estranha”. E não assume qualquer outra atitude directa. Faz um anúncio do futuro que se aproxima. Recorre à metáfora do grão de trigo que, para ser fecundo não pode continuar no celeiro, mas tem de ser lançado à terra e germinar. Assim, acontece com Ele. “Chegou a hora, diz-lhes, em que o Filho do homem vai ser glorificado”. E há-de acontecer com os discípulos, seus servos; connosco, seus amigos. De contrário, ocorre a esterilidade de uma vida vocacionada a ser fecunda, o definhamento de energias ressequidas. E triunfa o egoísmo, a acomodação, a mesquinhez e a estreiteza de horizontes, a indiferença insolidária com o presente e o futuro.

quinta-feira, 15 de março de 2018

A BELINHA PARTIU PARA O PAI


O funeral será amanhã 
na igreja matriz
às 11 horas 

Belinha e Maria da Luz na festa dos 50 anos da Obra da Providência
Belinha - 1955

Ontem à noite, soube da partida da Belinha para o seio de Deus. Estava há muito acamada e o seu falecimento, embora esperado, deixa um vazio em muita gente que a conheceu, que privou de perto com ela, que dela recebeu apoio em horas difíceis, e, naturalmente, na sua família e nos amigos mais próximos. A Belinha foi sempre uma pessoa extraordinariamente atenta aos mais pobres, aos mais frágeis e mais desprotegidos, mas também aos marginalizados e esquecidos, aos doentes e carentes de afeto. 
Belinha era o diminutivo que a tornou mais conhecida na Gafanha da Nazaré e arredores, de seu nome Rosa Bela Vieira, registada como Rosa Vechina Vieira. Nasceu em 2 de março de 1928 e desde cedo mostrou uma sensibilidade especial para apoiar os mais sofredores a vários níveis. Ligada a Maria da Luz Rocha, por afinidades estimuladas pela ação vicentina junto dos mais pobres, avançaram ambas para a criação de serviços de ajuda a raparigas e mulheres mal-amadas e rejeitadas pelas suas famílias de raiz, namorados ou maridos, pelo simples facto de terem ficado grávidas. E algumas, por motivos compreensíveis, acabaram por cair na prostituição. A Obra da Providência nasceu precisamente por isso. 
A Belinha, contudo, continuou durante toda a sua vida ativa com ações benemerentes em favor de quem precisasse. Deu injeções a doentes acamados, gratuitamente,  andando de porta em porta, de bicicleta, promoveu o internamento de alguns em hospitais, alimentou em sua casa quem não tinha que comer nem onde comer, vestiu pobres e conseguiu emprego para muitos. 
Nas suas andanças de casa em casa dos doentes foi registando múltiplas dificuldades que as famílias enfrentavam, partindo daí para a resolução de diversos problemas, sabendo as portas onde devia bater, nomeadamente nos departamentos estatais e junto de amigos. 
A Belinha e Maria da Luz, amigas muito próximas, tinham por hábito reunir-se à porta da igreja matriz, depois da missa da manhã, todos os dias, para fazem o ponto da situação, em ordem a levar a ajuda a quem precisasse, repartindo o trabalho entre si. Entendiam-se perfeitamente, talvez por terem maneiras de ser complementares. Belinha e Maria da Luz representavam, na prática, o coração e a razão de mãos dadas na paixão de levar à vida a mensagem evangélica de que se alimentavam diariamente pela comunhão e pela oração na eucaristia. 
Pelo bem que fez bem feito e pelas marcas de caridade que nos legou, sei que a Belinha já está no regaço maternal de Deus. 
Apresento condolências a toda a família.

Fernando Martins

quarta-feira, 14 de março de 2018

Diáconos permanentes gratos ao Pe. Georgino Rocha

P.e Georgino com D. António num encontro de diáconos permanentes
P.e Georgino Rocha

Coube-me a honra de dirigir  algumas palavras de gratidão ao P.e Georgino Rocha, que nos acompanhou, durante quase 30 anos, como delegado do nosso bispo para o diaconado permanente. Faço-o numa perspetiva da fé que nos anima e da amizade que nos une, na certeza de que muito dele recebemos ao longo deste tempo, tanto ao nível eclesial como humano. Não apenas nós, aqui presentes, mas também os que não puderem estar connosco e, ainda, os que já partiram para o regaço maternal de Deus, que hoje queremos evocar, considerando-os vivos em nós e connosco. 

O P.e Georgino pautou a sua ação, na nossa ótica, por uma amizade franca e espírito aberto, tendo como matriz a Boa Nova de Jesus e a leitura dos sinais dos tempos, fundamentais nos nossos quotidianos, assentes no serviço aos homens e mulheres das gerações atuais, crentes ou não crentes. Realmente, todos os povos necessitam de testemunhos concretos, que exprimam o rosto misericordioso que Cristo legou à Igreja. 
Na hora do acolhimento, onde quer que estivéssemos, o P.e Georgino foi o amigo solidário, o responsável compreensivo, o mestre de cultura multifacetada, o presbítero disponível e o conselheiro com a arte de saber escutar, sem nunca descurar o fim pedagógico da sua postura na vida. Nas conversas, formais ou informais, que mantinha connosco, a ponderação e a objetividade sobressaíam nas suas intervenções, como pistas abertas a novos desafios. 
Vezes sem conta o vi silencioso durante as nossas reuniões, deixando-nos falar abertamente. Cada um dizia o que entendia ser o melhor, mas sem consenso à vista. Tomando a palavra, o P.e Georgino, serenamente, com uma capacidade de síntese notável, ditava as palavras certas, os conceitos fundamentais e os conselhos oportunos. Eram, no fundo, lições para o dia a dia de cada um de nós e para a nossa sociedade, em constantes e rápidas mutações, tão frequentemente ao arrepio dos nossos princípios e valores cristãos. 
Do ritual da ordenação diaconal, permitam-me que recorde, hoje e aqui, o que então nos marcou, reforçando a nossa vocação, direcionada para uma disponibilidade de serviço em nome da Igreja no mundo secularizado, onde presbíteros e bispos nem sempre podem agir. E destaco uma expressão muito simples e muito clara, que, julgo, jamais olvidaremos:

RIA DE AVEIRO VAI SER DESASSOREADA

Ministro do Ambiente anuncia empreitada 
de 23,5ME para desassorear 
Ria de Aveiro 



«O ministro do Ambiente anunciou  que a empreitada para o desassoreamento da Ria de Aveiro, que representa um investimento de 23,5 milhões de euros, vai ser lançada na segunda quinzena de maio.  "Na segunda quinzena de maio será lançada a empreitada de desassoreamento da Ria de Aveiro, investimento de 23,5 milhões de euros, tão desejada há tanto tempo", disse. 
João Pedro Matos Fernandes falava no Museu Marítimo de Ílhavo, na sessão de apresentação dos Investimentos do Ministério do Ambiente, financiados pelo PO SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), na área da proteção do litoral.»

Li no Diário de Notícias

NOTA: Só temos que nos congratular com esta notícia, já que a nossa ria necessita de ser limpa com regularidade, pois a sua qualidade paisagística, económica e turística, bem como a sua  posição de espelho da região, isso mesmo exigem.  

MORREU O FÍSICO STEPHEN HAWKING

«Todos os dias pode ser o meu último, 
eu desejo tirar o máximo de cada minuto»



«Apesar de sofrer de esclerose lateral amiotrófica desde os 21 anos, Hawking surpreendeu os médicos ao viver mais de 50 anos com esta doença fatal, caracterizada pela degeneração dos neurónios motores, as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos.
Em 1985, uma grave pneumonia deixou-o a respirar por um tubo, forçando-o, desde então, a comunicar através de um sintetizador de voz eletrónico.
"Eu vivi cinco décadas mais do que os médicos haviam predito. Eu tentei fazer bom uso do meu tempo", disse no documentário "Hawking", de 2013. "Porque todos os dias pode ser o meu último, eu desejo tirar o máximo de cada minuto", acrescentou.»

Ler mais no DN 

NOTA: Hawking foi um cientista de renome que não fugiu às questões, mesmo quando eram controversas. Fisicamente limitadíssimo, a sua inteligência superou imensas dificuldades para legar à humanidade teorias, conceitos e saberes sobre o universo insondável para o comum dos mortais.

terça-feira, 13 de março de 2018

FRANCISCO – PAPA HÁ CINCO ANOS

Papa Francisco dirige as primeiras palavras ao mundo

Ando desde manhã a pensar no Papa Francisco, que celebra (celebramos) hoje cinco anos de pontificado. Muito se tem escrito e dito, de viva voz, sobre a efeméride que tanto diz a crentes e mesmo a não crentes, tal a força do carisma de quem ocupa a cadeira de Pedro, usando um estilo singular. Quem vier depois dele, poderá ser também figura preponderante no contexto universal, mas jamais conseguirá, a meu ver, marcar o mundo com gestos tão fortes, tão envolventes, tão sinceros, tão determinados e tão importantes, como o tem feito o Papa Francisco, desde a primeira hora em que se apresentou, na janela do Vaticano, como o que veio do outro lado do mundo para ser bispo de Roma. 
Durante a minha vida, estive atento aos Papas da minha geração, desde Pio XII até Francisco, passando por João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI. Uns marcaram-me mais do que outros, como é natural, mas Francisco está, indubitavelmente, no meu coração de crente como um Papa especial, diferente e  original
No Papa Francisco, vejo a verdade da fé que se reflete em nós por meio de gestos simples, a ousadia com que enfrenta os nossos quotidianos, a liberdade de quem está comprometido com respostas para os dramas da humanidade, a capacidade de dialogar e de promover o diálogo entre povos, nações e religiões, a proposta de cuidar da casa comum e de assumir a alegria do Evangelho. Mas ainda a coragem com que denuncia as injustiças sociais, a pobreza, a fome, o desemprego, os desalojados, os imigrantes, as guerras e a intolerância. 
Que Deus o ajude a levar por diante a missão de humanizar o mundo e a própria Igreja Católica, onde não faltam os que sofrem de alzheimer espiritual e os carreiristas,  capazes de tudo para lhe dificultarem a visão profética de que os nossos tempos precisam.

AS MENTIRAS NOS CURRÍCULOS




As mentiras dos currículos continuam com lugar cativo nos órgãos de comunicação social e noutras áreas. Mesmo nas relações pessoais diárias, é frequente o tratamento de doutor, engenheiro e outros títulos académicos, como se as pessoas em causa não pudessem sobreviver com o seu nome, muito simplesmente. É uma pena que o ser humano não consiga prescindir de alusões aos seus conhecimentos científicos e graus académicos, impondo-se, naturalmente, pela sua personalidade e disponibilidade para servir a comunidade e os que o envolvem no dia a dia. 
Vezes sem conta já me vi na necessidade de esclarecer que eu, Fernando Martins, valho unicamente pelo que sou, dispensando, em absoluto, títulos que não possuo. Sou o que sou e nada mais do que isso. 
É claro que nas minhas relações tenho encontrado de tudo: pessoas analfabetas, apesar dos graus académicos que ostentam na lapela; e pessoas humildes, mas sábias, que leem e estudam, tornando-se úteis à sociedade em várias frentes. 
A simplicidade tem, realmente, de se sobrepor às vaidades. O mundo é dos humildes de corações fraternos.

IGNORAR OS OUTROS NÃO É CULPA DA TECNOLOGIA


Um texto de João Pedro Pereira 


«O cenário será familiar a muitos leitores: num almoço ou jantar, o interlocutor parece apenas semi-atento à conversa. Consulta o telemóvel com frequência e até pega no aparelho, o olhar afundado no ecrã e o dedo a deslizar por uma qualquer aplicação, enquanto garante que está a ouvir o que estamos a dizer. Alguns respondem a mensagens (cuja urgência nunca sabemos se é real), outros – com maior ou menor pudor – chegam a abrir o Facebook ou o Instagram. Muitas pessoas já tiveram conversas (em alguns casos, monólogos) com este tipo de interlocutor irritante. Muitos já terão também cedido à tentação irreprimível de pegar no telemóvel enquanto alguém à frente está a falar.» 

NOTA: A pertinência é por demais evidente. Eu próprio fico intrigado e incomodado quando estou com alguém que se dá à má educação de estar a falar comigo ao mesmo tempo que responde a mensagens via Facebook. E quando interrompo a conversa para os deixar comunicar, não é raro ouvir: continue a falar que eu estou a ouvir…

FILARMÓNICA GAFANHENSE - CONCERTO PRIMAVERA


A melhor maneira de homenagear a nossa Filarmónica Gafanhense passa por participar nas suas festas, em especial nos concertos, aplaudindo as suas atuações e os seus dirigentes, maestros e executantes. O Concerto Primavera, anunciado com bastante tempo de antecedência, vai ser uma excelente oportunidade de provar quanto gostamos da Filarmónica Gafanhense.

segunda-feira, 12 de março de 2018

FOTO COM HISTÓRIA: LOTA DE AVEIRO

Lota, Porto de Pesca, Aveiro - 1959

Os arquivos históricos, de entidades oficiais ou particulares e mesmo de cidadãos, têm o mérito, quando partilhados, de nos ajudarem a descobrir o viver de outras eras. Tenho para mim que não faltará quem seja  capaz de identificar algumas destas pessoas. 

Nota: Foto publicada pela Comunidade Portuária

FEIRA DE MARÇO EM AVEIRO


Como habitualmente, vai realizar-se em Aveiro a multissecular Feira de Março, com programa variado e ao gosto de jovens e menos jovens. Tenciono passar por lá ao jeito de quem cumpre uma promessa que pago desde a juventude. Depois, a voltinha da praxe, olho atento em alguma novidade e a rotina do sabor de uma fartura. Desejo que outros, talvez muitos milhares de aveirenses e forasteiros, saibam usufruir da nossa Feira de Março.

domingo, 11 de março de 2018

FIGUEIRA DA FOZ: PROJETOR NO CAE



O que passa à história não tem necessariamente que ir para o lixo. No CAE (Centro de Artes e Espetáculos), Figueira da Foz, a velha máquina de projetar está em exposição no primeiro piso, num recanto, bem perto dos anfiteatros. Quem passa (sobretudo os jovens), poderá ficar a saber como se projetavam os filmes, em tempos não muito longínquos. Presentemente, julgo eu, tudo estará mais simplificado com as novas tecnologias.

SALVAR OU CONDENAR?

Frei Bento Domingues no PÚBLICO

Frei Bento Domingues

1. Nunca fui pároco, mas sempre aceitei com prazer celebrar o baptismo de crianças e, cada vez mais, de adolescentes e adultos. Estava eu, há muitos anos, a começar uma celebração e, como sugeria o ritual, convidei os pais e os padrinhos a fazerem o sinal da cruz na fronte da criança. Ouvi alguém sussurrar: A Igreja começa cedo a crucificar os seus fiéis.
Foi uma preciosa ajuda para nunca mais esquecer que os trabalhos da “descrucifixão” devem começar logo no primeiro momento da iniciação cristã. Urge transformar um símbolo do horror num programa de vida dedicado a tornar este mundo devastado em terra de alegria. Os textos do Novo Testamento, resultado de um processo de memória e escrita das primeiras quatro gerações cristãs, existem, no dizer de S. João, para que, conhecendo e seguindo Jesus Cristo, a nossa alegria seja completa [1]. É arriscado, nos limites duma crónica, procurar desfazer alguns equívocos sobre a transformação da simbólica da cruz, pois há o perigo de criar outros piores. É um risco que aceitei, neste espaço do PÚBLICO, há 28 anos.

2. Foi, em Nazaré, que Jesus apresentou as linhas fundamentais do programa da sua missão. Pela sua abrupta e enigmática ousadia teológica, recusando celebrar a ira de Deus, provocou a primeira ameaça de morte que, na altura, não o assustou nem o levou a alterar o seu caminho [2].
S. Paulo, que não terá conhecido o Nazareno na sua condição terrestre, teimou em fazer de Jesus crucificado o tema incontornável da sua pregação sem fronteiras. Ele próprio reconhece que a sua proposta era puro escândalo para os judeus e uma loucura para os gentios. Nunca desistiu de mostrar que Jesus crucificado é a subversão do messianismo judaico e da sabedoria mundana de todos os tempos. É estranho, mas aquele salto louco no escuro estava, para ele, cheio de misteriosa luz [3].
Nos Actos dos Apóstolos, S. Pedro, acusado e preso, atreve-se a dizer perante o Sinédrio: é Jesus Nazareno que vós crucificastes e que Deus ressuscitou de entre os mortos, o único nome, debaixo do céu, pelo qual devemos ser salvos.

"O PEQUENO CAMINHO DAS GRANDES PERGUNTAS"

 
Em dia menos bom, voltei-me para a leitura, a minha grande válvula de escape. Dou preferência a textos curtos que me retirem dos quotidianos, enquanto me emprestam tranquilidade. Tolentino Mendonça anda na minha agenda em alturas destas e o livro escolhido — O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas — veio mesmo na hora certa. O tema que se seguia, indicado pelo marcador, tem por título “A ferida dos que nos ferem” e acertou no alvo, que sou eu. Transcrevo algumas frases que me acordaram para a realidade dos meus dias e que servem para abrir o apetite a eventuais leitores do padre e poeta Tolentino Mendonça, o padre que orientou o retiro espiritual do Papa e de alguns dos seus colaboradores na Cúria Romana, nesta Quaresma.

“A cada altura agarramo-nos à dor como se ela fosse um heroísmo e pomo-nos a expor feridas como quem exibe condecorações.”

“Descobrimos que há um prazer em listar achaques e traições; e, se a minha chaga puder ser maior do que a tua, tanto melhor, isso reforça o meu estatuto.”

“A verdade é que, se não tomamos atenção, a desgraça íntima torna-se um escanzelado pódio onde nos blindamos.”

“É fácil reproduzir um esquema dialético em que somos a vítima e o outro é o agressor e esquecer que também ele é atravessado pelo sofrimento.”

“Um necessário caminho é reconhecer que naqueles que nos ferem (ou feriram) há também bloqueios, mazelas e opacos novelos. Se não nos amaram, não foi necessariamente por um ato deliberado, mas por uma história porventura ainda mais sufocada do que a nossa.”

“Não se trata de desculpabilização, mas de reconhecer que naquele que não me fez justiça ou não me devolveu a cordialidade que investi existe alguém provado pelo limite. E que a ferida agora acesa não se destinava a mim especificamente: era um magma de violência à deriva, à beira de estalar.”


NOTA: Estas transcrições soltas do texto servem, fundamentalmente, como sugestão de reflexão e de leitura do livro de Tolentino Mendonça.

Título: O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas
Autor: José Tolentino Mendonça
1.ª edição: setembro de 2017
Editora: Quetzal

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