QUALQUER CIDADÃO DEFICIENTE TEM UM POTENCIAL
QUE PODE SER DESENVOLVIDO
Maria Donzília Almeida
Um dia, numa das suas visitas de rotina, às enfermarias dum hospital psiquiátrico, o médico reparou num doente que transportava um carrinho de mão, com as rodas para cima. Pasmado coma cena,, indagou ao doente, a razão daquela atitude: — É que, se eu o voltar para cima, enchem-mo de pedras! Respondeu de imediato. Apesar de haver várias leituras, deixo a cada um, a interpretação.
O dia internacional das pessoas com deficiência é uma data comemorativa internacional, promovida pelas Nações Unidas desde 1998. Tem por objetivo, promover uma maior compreensão da problemática da deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspeto da vida política, social, económica e cultural. A cada ano, o tema deste dia é baseado no objetivo do exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade. Foi estabelecido pelo Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência, adotado pela Assembleia Geral da ONU em 1982.
Foi há pouco mais de duas décadas que o governo começou a dar os primeiros passos para a integração do cidadão deficiente, na escola pública oficial. Antes disso, havia uma atitude de constrangimento, quando as famílias eram confrontadas com este drama. As crianças eram fechadas em casa e era-lhes interdita a possibilidade de desenvolver as capacidades que têm. Está hoje provado que qualquer cidadão deficiente tem um potencial que pode ser desenvolvido, em contacto com os pares, ditos normais. Hoje, qualquer pai, leva o seu filho à escola, dando-lhe assim a possibilidade de conviver e de adquirir competências sociais, úteis no convívio em sociedade. Tenho tido, ao longo da minha vida docente, casos múltiplos de deficiência e por estranho que pareça, apresentam uma fisionomia mais feliz, que muitos outros.