Etimologicamente e segundo certas opiniões, a palavra Gafanha deriva de Gafos (leprosos). Voltando ainda à Gafanha, o seu povoamento começou no ano de 1667. Embora não se saiba de cultivadores antes de 1667, as suas terras já produziam pão, o que nos indica ter havido povoamento antes desta data. Que esse povoamento foi feito por povos vindo de Vagos. Povos de outras freguesias só mais tarde e lentamente contribuíram para o seu povoamento de este areal extenso. Informação retirada do livro «Gafanha da Nazaré, da autoria do professor Fernando Martins». Em tempos idos, quando Aveiro tinha uma muralha, do alto da mesma atiravam pão aos pobres.
Joana, era o representante do rei D. Afonso V na referida ilha, tinha o cognome “O Africano” e governou de 1438-1477. De referir que o Convento de Jesus da Ordem Dominicana feminina, onde viveu Santa Joana Princesa, foi fundado em 1458, onde hoje se pode visitar no museu a Igreja de Jesus, decorada em talha dourada. Então, como para Aveiro vinha o dobro do açúcar do que para os outros locais do país, no convento era mais fácil fazer bolos, pois as freiras criavam galinhas poedeiras. Logo tiveram a ideia de envolver o pão das claras dos ovos e adicionar um pouco de açúcar. Daí haver hoje a tradição de atirar cavacas do alto da capela do São Gonçalinho. E já agora, a fabricar os Ovos moles de Aveiro. As casas mais antigas são do Séc. XIX e uma delas está no bairro da Beira-Mar onde eu e a minha Mulher lá nascemos e vivemos.
João Pires Simões
Artigo escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico.
Aveiro, 7 Dezembro de 2024.
NB- Este pormenor do açúcar está documentado na Torre do Tombo em Lisboa. O farol de Aveiro é o maior de Portugal, mas a Gafanha, tem uma pequena réplica em metal oxidado que é muito interessante (!).