sábado, 16 de abril de 2005

IV Aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade

"Trocas à moda antiga"
na Escola Secundária Hoje, até às 16 horas, está a decorrer, na Escola Secundária, uma acção denominada "Trocas à moda antiga", integrada no IV aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade. Trata-se de uma iniciativa daquela escola, envolvendo professores, alunos, empregados e pais. Na feira, porque se trata mesmo de uma feira, com os participantes vestidos à moda dos nossos avós, vendia-se de tudo um pouco, ao som permanente dos pregões de quem quer impor o seu produto. A animação era geral, o que explica o interesse de uma educação/aprendizagem, baseada numa participação dinâmica e interdisciplinar. Por ali vi de tudo um pouco, em especial produtos agrícolas com fartura, ou não fosse a Gafanha da Nazaré uma terra com solo bastante fértil, embora hoje persista uma agricultura que eu chamaria de entretenimento. Batatas, ovos, criação, hortaliças, fruta, peixe de diversas qualidades, fresco e salgado, com predominância de bacalhau e seus derivados, tudo era oferecido a preços razoáveis. Mas também vi artesanato, nomeadamente cestaria, brinquedos e doces, estes integrados num programa especial, chamado "A Matemática também é doce". Num recanto preparava-se o arroz doce, para servir de complemento à caldeirada de enguias e outros comeres, como sarrabulho, rojões e tudo o mais que faça recordar os tempos dos nossos avós. Para animar a festa, que a feira é sempre uma festa, exibir-se-ão o Coral da Escola e um Rancho Folclórico. Até às 16 horas passe por lá. É sempre bom participar e aprender. Fernando Martins
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Receita vendida na Feira Arroz doce 1 kg de arroz 0,5 kg de açúcar 2 L de água 1 L de leite 100 g de manteiga 12 gemas Casca de meio limão Canela e sal q. b. Preparação: 1º Arroz + água + sal, num tacho ao lume até cozer 2º Leite + açúcar + manteiga + casca de limão, mexendo sempre até engrossar 3º Passar gemas num passador e misturar aos poucos no tacho que se retirou do lume 4º Levar de novo ao lume por 2 minutos 5º Enfeitar com canela (Receita da D. Cristina)

Seca já afecta 32 mil portugueses

:: A seca já afecta abastecimento de água a 32 mil portugueses, garante o Diário de Notícias na edição de hoje, o que já é uma situação preocupante. ::
O número de portugueses com dificuldades no abastecimento de água disparou para 32 mil, segundo o relatório da Comissão da Seca 2005 ontem apresentado. No fim de Março, eram 4300 aqueles que já tinham sido afectados por cortes. Em quinze dias, são oito vezes mais. A situação de seca voltou a agravar-se, empurrando 80 por cento do território nacional para o nível severo e extremo.O último ponto da situação feito pelo Instituto Nacional da Água (Inag), a 31 de Março, revelava que as chuvas naquele mês tinham permitido um desagravamento da situação. Mas, em duas semanas, voltou a alastrar a área afectada. Os 24 por cento do território em seca extrema aumentaram para 56 por cento e os 28 por cento em seca severa passaram para 24 por cento, deixando de fora apenas 20 por cento do País.
(Para ler o artigo, clique Diário de Notícias)

DESPORTO NA GAFANHA

Gafanhoas da década de 40 do século passado
Os primeiros passos Há mais de cem anos, era a Gafanha da Nazaré um deserto com algumas casitas semeadas a esmo e a desafiarem ventos que fustigavam tudo e todos. Águas salgadas lambiam terras e gentes e queimavam sementeiras da borda-d'água que teimavam em furar areias ainda virgens. No meio deste cenário pouco acolhedor, um homem rude mas obstinado sonha com terra de progresso. Era o gafanhão. Não satisfeito com o que a terra solta avaramente lhe oferecia, sonha levar por diante a sua transformação a todo o custo, regando com bátegas de suor areias estéreis. E à força de um trabalho insano, foi plantando hortas e depois jardins, quantas vezes roubando espaço à ria e ao mar, ao mesmo tempo que fazia crescer, um tanto sem nexo, pobres casebres que lhe serviam de habitação. O gafanhão, porém, não estava satisfeito e aspirava a mais. O trabalho e o suor de gentes e animais não bastavam para a transformação de areias até então improdutivas. Era preciso mais. Vê o moliço cair-lhe aos pés atirado pelas vagas remansosas das águas sedutoras da ria. Imagina-o apodrecido a fertilizar campos durante séculos abandonados. E da imaginação à realidade pouco distou. A princípio lá foi rapando o moliço que lhe era oferecido de mão beijada. Depois, sem pressas, foi a aventura do moliceiro e da bateira. E as areias, qual milagre tantas vezes sonhado, cedo começaram a dar frutos que se vissem. Contudo, o gafanhão não era homem de têmpera frágil e logo perdeu o medo do mar. Ei-lo a seguir noutra faina não menos importante. A boroa e as batatas tantas vezes insípidas precisavam de conduto que lhes compensasse o esforço de gerações. E vai ao bacalhau, e pesca na ria, e labuta nas salinas, e aprende artes e ofícios. O gafanhão do século XX é já outro. Aprende a ler e voa mais alto em cursos de toda a ordem. Emigra e descobre o comércio. Bate-se na indústria de igual para igual com outros. Aceita outras gentes de mil e tal freguesias do País, com quem se mistura. Não descura a cultura, as artes preenchem momentos de lazer e não esquece a matriz cristã que desde o berço o embalou com certezas de eternidade. E também pratica desporto, cuja história ainda está por fazer. Fernando Martins (Continua)

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Posted by Hello Figueira da Foz: Marina

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Eleição do Papa

:::::: Guia para perceber o Conclave (Pessoas, lugares e palavras da eleição do Papa)
A eleição de um Papa obedece a rituais muito simples e precisos, cheios de uma solenidade muito própria pelo gesto e pelo peso das decisões tomadas pelo Conclave. O próximo inicia-se a 18 de Abril, com os Cardeais a tomarem Deus e os Evangelhos como sua testemunha num juramento de “segredo absoluto” sobre todos os procedimentos que ali irão ter lugar.Apenas dois dos Cardeais Eleitores foram criados por Paulo VI e participaram em anteriores Conclaves: o Cardeal alemão Joseph Ratziner e o Cardeal norte-americano William W. Baum. A inexperiência não servirá como entrave ao processo, previsto até ao mínimo pormenor na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, assinada por João Paulo II em 1996.Os eleitoresEntram em Conclave para eleger o Papa apenas os Cardeais que não tenham já cumprido 80 anos de idade. De qualquer modo, o número máximo de Cardeais eleitores é de 120, fixado por Paulo VI e confirmado por João Paulo II.Actualmente há 117 Cardeais eleitores e apenas dois não participarão no Conclave – o Cardeal filipino Sin e o mexicano Suárez Rivera -, por motivo de doença. A legislação da Igreja promove, de facto, a participação de todos: o Conclave só se pode iniciar pelo menos 15 dias depois da morte do Papa.No Conclave estarão representados os 5 Continentes: Europa – 58 Cardeais eleitores; América Latina – 20; América do Norte – 14; África – 11; Ásia – 10; Oceânia – 2. O país com mais Cardeais eleitores é a Itália (20), seguido dos EUA (11); Alemanha e Espanha (6 cada); França (5); Brasil (4).Se um Cardeal tivesse recusado entrar no Conclave, não poderia ser posteriormente admitido no decorrer nos trabalhos. O mesmo não acontece se um Cardeal adoecer durante o processo da eleição do novo Papa.
(Para ler o texto na íntegra, clique aqui)

Um poema de António Gedeão

PEDRA FILOSOFAL Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento. Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar. Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.

Um artigo de Mário Bettencourt Resendes

.. O poder real daqueles que "andam por aí"
Durante o último congresso do PSD, o dr. Pedro Santana Lopes consagrou uma nova expressão no léxico político doméstico o grupo daqueles que "andam por aí".A importância desse grupo no rumo da vida política teve altos e baixos ao longo dos anos, mas a sua entrada no "dicionário" permite consciencializar a sua existência e elaborar alguma análise histórica. Basicamente, trata-se de homens políticos retirados, em licença sabática ou em travessia do deserto, depois de períodos, mais ou menos prolongados, em que desempenharam funções de relevo em partidos políticos ou em órgãos de soberania.Entre todos os que "andam por aí", Mário Soares, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa estão na primeira linha de poder real, passado, presente ou futuro, nomeadamente em relação ao desempenho dos seus sucessores.
(Para ler na íntegra, clique DN)

A FEIRA DE MARÇO cumpre um ritual

As farturas são um ex-libris da Feira 


Farturas da Família Armando têm o seu segredo

Como não podia deixar de ser, fui mais uma vez à Feira de Março, que se realiza há mais de meio milénio em Aveiro. Fui para cumprir a tradição, apoiada num hábito com mais de meio século. A Feira continua a atrair-me, como atrai muitos outros, apesar de seguir quase sempre o mesmo figurino. Barracas de quinquilharias, zona de divertimentos para os miúdos, onde alguns menos jovens também gostam de entrar, quanto mais não seja em jeito de quem vai acompanhar os netos, artesanato e pronto-a-vestir, louças e brinquedos, de tudo um pouco se oferece a quem chega. 
Mais modernamente, mas já com bastantes anos, não faltam as mostras industriais, algumas inovações tecnológicas, espaços de instituições e gastronomia um pouco por todo o lado, porque a Feira de Março quer satisfazer apetites e matar a sede a quem a tem. Aos fins-de-semana há música para quem aprecia e para atrair ainda mais gente, que vem de toda a região aveirense, nem que seja apenas uma vez durante o certame. 
Ora acontece que eu vou sempre à Feira de Março, porque assumo isso como um ritual, desce a meninice, quando lá ia de propósito, para comer uma fartura e para comprar uns livros de bolso da Civilização, numa barraca que tinha um vendedor que pouco falava. Às vezes perguntava-lhe uma opinião, mas o homem encolhia os ombros e deixava-me sozinho a decidir. Dê as voltas que der, tenho de cumprir outro ritual, mesmo que as dietas da minha idade mo proíbam. Não passo sem comer duas ou três farturas, sempre da mesma marca. 
Há décadas que entro no espaço das Farturas da Família Armando, que são, para mim e para muitos, as melhores. O seu sabor doce é inconfundível e não resisto. Sei que as Farturas da Família Armando estão na Feira de Março de Aveiro há cerca de 60 anos. Para quem lá vai há tanto tempo, sabe disso muito bem. O que não sabe é o segredo que envolve a feitura das farturas, que são um ex-libris da Feira. 
Bem olhei, vi como as fritam em azeite bem quente, como as polvilham com açúcar e com canela (será só isso?), mas o segredo está, de certeza (penso eu, claro!), na massa, como diz o italiano. E porque são tão saborosas, no próximo ano lá estarei outra vez, se Deus quiser. 

Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

.... Depois dos louvores, a serenidade necessária
Enterrado o morto, não falta, logo a seguir, enquanto houver quem ouça, alguém que aponte defeitos, faça críticas, mostre contradições, avance profecias. Muitas vezes trata-se de desabafar ressentimentos ou marcar rumo novo para coisas que não foram tão consideradas como se desejava. Um papa, quando morre, não foge a este clima e, por isso, não é de estranhar que tal aconteça em relação a João Paulo II.Ninguém esteve na praça pública das sete partidas do mundo, como este homem. Os tempos facilitaram a publicidade à sua pessoa, não apenas pelo favor das novas tecnologias, dos transportes à comunicação social, mas, sobretudo, pelo que ele disse, escreveu, lutou e mostrou ao vivo, num mundo ansioso de luz, de verdade, de segurança, de paz, de respeito pelos direitos das pessoas, de amor verdadeiro, de reconhecimento, de uma presença que anime e de bem que toque o coração. Não foi a curiosidade que moveu as multidões que foram ao seu encontro, nem o turismo que levou a Roma milhões de cidadãos do mundo. Há fenómenos sociais que se explicam mais por moções interiores irresistíveis, expressões não caladas de gratidão ou de esperança, dinamismos misteriosos que dão estímulo à decisão de viver, mesmo que outras forças soprem em sentido adverso.
(Para ler o artigo na íntegra, clique CV)

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Boca da Barra de Aveiro

quinta-feira, 14 de abril de 2005

O grande milagre de João Paulo II

Foto da ECCLESIA ...
A Igreja Católica estabeleceu há muito que, para haver beato, tem de ser comprovado, cientificamente, um milagre físico. Por exemplo, a cura de uma doença sem explicação ou intervenção médica. Para a canonização, precisa, pelo menos, de mais um milagre. Que eu saiba, talvez por serem de difícil comprovação, não contam, grandemente, os milagres espirituais, como a conversão de pessoas ou a influência do "candidato" a santo na mudança radical de vida de homens e mulheres e até de comunidades. Ou ainda, as alterações profundas na sociedade universal. Vem isto a propósito do que está a acontecer com o já saudoso Papa João Paulo II, com tanta gente a pedir, o mais depressa possível, que lhe seja dada a honra dos altares. Alega-se, e bem, que João Paulo II conseguiu, durante a sua vida e até na sua partida para o Pai, o milagre de congregar multidões de todos os quadrantes da Terra, levando ao mais importante milagre de todos, que é o milagre da conversão e da mudança de vida, na linha do seguimento de Jesus Cristo. Se o que aconteceu na fase terminal da vida de João Paulo II e no seu funeral não foi o mais extraordinário milagre dos tempos modernos, e quiçá de todos os tempos, para além, obviamente, da presença física de Jesus no mundo e da sua mensagem de salvação, então já não sei o que é, verdadeiramente, um milagre. Um funeral que conseguiu juntar centenas de Chefes de Estado e de Governo, alguns inimigos figadais, uma multidão incontável, de crentes e não crentes, representantes de todas as religiões do mundo, e um sem-número de órgãos de comunicação social, que projectaram a cerimónia pelo globo, tem de ser um milagre, como nunca se viu. Um funeral que levou toda a gente a debruçar-se sobre a vida e o exemplo de fé de João Paulo II, recordando os milagres que ele fez na sociedade cristã e humana, é, sem margem para dúvida, a maior prova da santidade do Papa que nos deixou fisicamente, mas que continuará connosco. Por isso, é de crer que a Igreja Católica declare santo aquele que o povo já santificou. Fernando Martins

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