quinta-feira, 14 de abril de 2005

O grande milagre de João Paulo II

Foto da ECCLESIA ...
A Igreja Católica estabeleceu há muito que, para haver beato, tem de ser comprovado, cientificamente, um milagre físico. Por exemplo, a cura de uma doença sem explicação ou intervenção médica. Para a canonização, precisa, pelo menos, de mais um milagre. Que eu saiba, talvez por serem de difícil comprovação, não contam, grandemente, os milagres espirituais, como a conversão de pessoas ou a influência do "candidato" a santo na mudança radical de vida de homens e mulheres e até de comunidades. Ou ainda, as alterações profundas na sociedade universal. Vem isto a propósito do que está a acontecer com o já saudoso Papa João Paulo II, com tanta gente a pedir, o mais depressa possível, que lhe seja dada a honra dos altares. Alega-se, e bem, que João Paulo II conseguiu, durante a sua vida e até na sua partida para o Pai, o milagre de congregar multidões de todos os quadrantes da Terra, levando ao mais importante milagre de todos, que é o milagre da conversão e da mudança de vida, na linha do seguimento de Jesus Cristo. Se o que aconteceu na fase terminal da vida de João Paulo II e no seu funeral não foi o mais extraordinário milagre dos tempos modernos, e quiçá de todos os tempos, para além, obviamente, da presença física de Jesus no mundo e da sua mensagem de salvação, então já não sei o que é, verdadeiramente, um milagre. Um funeral que conseguiu juntar centenas de Chefes de Estado e de Governo, alguns inimigos figadais, uma multidão incontável, de crentes e não crentes, representantes de todas as religiões do mundo, e um sem-número de órgãos de comunicação social, que projectaram a cerimónia pelo globo, tem de ser um milagre, como nunca se viu. Um funeral que levou toda a gente a debruçar-se sobre a vida e o exemplo de fé de João Paulo II, recordando os milagres que ele fez na sociedade cristã e humana, é, sem margem para dúvida, a maior prova da santidade do Papa que nos deixou fisicamente, mas que continuará connosco. Por isso, é de crer que a Igreja Católica declare santo aquele que o povo já santificou. Fernando Martins

1 comentário:

  1. De facto o processo de santidade deve ser provado mas também democrático, o que leva à conclusão que é já um facto que a vida de João Paulo II é um exemplo de santidade para todos.

    ResponderEliminar