segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A medida do olhar de Deus não é a nossa



O NOSSO JUÍZO FINAL
António Rego

O facto é que para a nossa experiência de corpo, tempo e afecto, a morte tem sempre o tom de corte, fim, decomposição, repulsa, medo

A festa de Halloween não é popular entre nós nem importa torná-la apenas por motivos de contestação. Vem dos Celtas, foi levada pelos colonos para a América e celebra-se numa mistura de mistério, fantasma, bruxaria e jogo infantil, exactamente na véspera de todos os santos. O seu próprio nome tem a ver com os santos. Foram as crianças que a tornaram mais popular não apenas pelos medos e fantasias de que se revestem nestes dias, mas porque é uma forma de se relacionarem com os adultos, espécie de pão por Deus, em estilo mais americano. Por cá vai-se fazendo festa de salão com os medos e surpresas de trajos exóticos. Ou porque a imaginação já não é muita para quebrar as rotinas.

Terramoto de 1755


1 de Novembro: Terramoto de 1755 destruiu Lisboa

Sobre esta efeméride estará tudo dito e redito. Permitam-me, contudo, que a recorde, para sublinhar a visão e a capacidade necessárias para construir uma nova cidade, alicerçada nas mortes e destruições. Nós, os portugueses, soubemos pôr mãos à obra com sentido de futuro. Pensemos nisto no Dia de Todos os Santos, quando milhares de lisboetas pereceram no terramoto seguido do maremoto. Há, precisamente, 255 anos.

HOJE É DIA DE TODOS OS SANTOS

 
 

Hoje é dia de todos os santos: dos que têm auréola
e dos que não foram canonizados.
Dia de todos os santos: daqueles que viveram, serenos
e brandos, sem darem nas vistas e que no fim
dos tempos hão-de seguir o Cordeiro.
Hoje é dia de todos os Santos: santos barbeiros e
santos cozinheiros, jogadores de football e porque
não? comerciantes, mercadores, caldeireiros e arrumadores
(porque não arrumadoras? se até
é mais frequente que sejam elas a encaminhar o espectador?)
Ao longo dos séculos, no silêncio da noite e à
claridade do dia foram tuas testemunhas;
disseram sim/sim e não/não; gastaram palavras, poucas, em rodeios, divagações.
Foram teus imitadores e na transparência dos seus gestos a
Tua imagem se divisava. Empreendedores e bravos
ou tímidos e mansos, traziam-te no coração,
Olharam o mundo com amor e os
homens como irmãos.
Do chão que pisavam
rebentava a esperança de um futuro de justiça e de salvação
e o seu presente era já quase só amor.
Cortejo inumerável de homens e mulheres que Te
seguiram e contigo conviveram, de modo admirável:
com os que tinham fome partilharam o seu pão
olharam compadecidos as dores do
mundo e sofreram perseguição por causa da Justiça
Foram limpos de coração e por isso
dos seus olhos jorrou pureza e dos seus lábios
brotaram palavras de consolação.
Amaram-Te e amaram o mundo.
Cantaram os teus louvores e a beleza da Criação.
E choraram as dores dos que desesperam.
Tiveram gestos de indignação e palavras proféticas
que rasgavam horizontes límpidos.
Estes são os que seguem o Cordeiro
porque te conheceram e reconheceram e de ti receberam
o dom de anunciar ao mundo a justiça e a salvação.


Maria de Lourdes Belchior

In SNPC

domingo, 31 de outubro de 2010

I GALA DA FUNDAÇÃO PRIOR SARDO


Depois dos parabéns à FPS, o bolo

Troféu para João Pires

TROFÉUS PARA OS MELHORES DO ANO

Na sexta-feira, 29, à noite, no Centro Cultural de Ílhavo, realizou-se a I Gala da Fundação Prior Sardo (FPS), com momentos especiais de alegria. Para além da música, a Gala distinguiu pessoas e instituições do concelho de Ílhavo que, pelas suas capacidades e intervenções, merecem ser apontadas como exemplos a seguir.
Os troféus, pela primeira vez atribuídos pela FPS, foram para João dos Santos Pires (Empresário), Domingos Lopes (Educação e Formação), Atendimento Social Integrado da Câmara Municipal de Ílhavo (Inovação) e Ana Maria Lopes (Mar e Ria).
João dos Santos Pires veio de tenra idade para a Gafanha da Nazaré e aqui se radicou, tendo crescido em idade e em capacidade de trabalho. Passou pelos Estaleiros Mónica e João Maria Vilarinho, para além de outras empresas e instituições. Criou a sua própria empresa, tendo-se caracterizado pela sua honestidade e generosidade, com ajudas dirigidas a instituições desportivas e de bem-fazer.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


(Clicar para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 208

PELO QUINTAL ALÉM – 45



AS REQUELINAS

 
A
meus Amigos
a quem Deus levou este ano


Caríssima/o:

a. Não podia deixar de vos apresentar uma das flores que por esta altura embelezam o alegrete.
Verdade seja que antes, florescem os raquéis que são mais altaneiros e as suas flores conservam-se muito tempo.
Quando os raquéis vão murchando, terminando a sua floração, surgem as suas hastes frágeis encimadas pelas flores rosas.

e. É provável que agora apareçam pelos jardins da Gafanha, mas não me recordo de as ver...aliás ainda hoje o nome me intriga e até nos livros é difícil de encontrar...

i. Como flor que se preza, cumpre à perfeição: os arranjos ficam encantadores.
E já se vê que nesta altura dos Fiéis, as jarras e as floreiras agradecem a sua colaboração, tendo sido durante muitos anos a preferida.

o. Sendo planta para flores de decoração e enfeite não vislumbrei qualquer nota ou apontamento sobre uso medicinal; também não deve ser flor tóxica pois não se encontram referenciados cuidados ou prevenções.
Todos sabemos que oferecer flores é um sinal de carinho, cuidado e atenção. Contudo, em alguns hospitais e maternidades, começam a pôr restrição à entrada de plantas e flores, devido ao risco de infecção que elas podem representar. Logo...

u. Curiosidades:

1. A requelina também é conhecida por “mini-amarílis”.

2. Ao que se supõe terá a sua origem no Sudeste e parte do Sul do Brasil.

3. É da família de amarílis ou açucena, bem como as raquéis.

4. Estes últimos, ao que consta, no Alentejo, são chamados 'Sogras e Noras' por estarem sempre de costas voltadas!

A todos/as desejo belas e abundantes flores nos vossos canteiros que vos permitam embelezar as vossas lágrimas e orações!

Manuel

O sentido de Estado

Confesso que não gostei nada da guerrilha partidária de políticos que devim pôr dignidade em tudo quanto fazem, quando estão ao serviço do país. Brincam com coisas sérias, desdizem o que anteriormente afirmaram como imutável e assinam acordos para aprovação do OE, com o selo da fotografia tirada pelo telemóvel, ao jeito  do menino que o trata como um brinquedo.

sábado, 30 de outubro de 2010

A morte é o mais próprio do ser humano, mas, ao mesmo tempo, o mais estranho


OS FINADOS

Anselmo Borges

Característica essencial do nosso tempo é fazer da morte tabu, talvez o último tabu. Nunca tinha acontecido na história da humanidade.
De qualquer modo, as nossas sociedades ainda mantêm dois dias por ano (1 e 2 de Novembro) em que permitem a visita dos mortos. Os cemitérios enchem-se e as pessoas ali estão ou por ali andam, numa recordação, talvez numa prece, num choro íntimo ou exteriorizado, e interrogando-se sobre o mistério da morte, esse mistério absolutamente opaco e laminante.
A morte põe-nos em confronto com o nada e abala-nos desde e até à raiz. Martin Heidegger foi o filósofo do século XX que levou mais fundo o pensamento sobre a morte. O homem é o ser da possibilidade, o existente para quem no seu ser a questão é esse mesmo ser, isto é, a quem o seu ser é dado como tarefa, como poder ser. Ora, a morte é a sua possibilidade "mais própria", pois é a que mais o caracteriza, "irreferível", pois corta a relação com tudo o resto, remetendo-o para si próprio, "intranscendível", pois, enquanto possibilidade da impossibilidade, é a possibilidade extrema, a que se não pode escapar. A tentação permanente é distrair-se e não assumir a morte como essa possibilidade mais própria, irreferível e intranscendível, escapando-lhe pelo palavreado, pelo recurso ao "toda a gente morre", mas não propriamente eu. O homem cai então no esquecimento de si mesmo e perde-se numa existência inautêntica.
Frente à morte, debatemo-nos com paradoxos, que o filósofo Gabriel Amengual sintetizou.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Faleceu o cardiologista Rogério Leitão




Soube hoje, pelo Diário de Aveiro, do falecimento do médico cardiologista Rogério Leitão. Foi presidente da Assembleia Municipal de Aveiro e chefe dos Serviços de Cardiologia do Hospital Infante D. Pedro. Sem dúvida, Rogério Leitão foi sempre um aveirense respeitado e ouvido com atenção, tanto quanto falava de política como quando abordava problemas médicos e sociais.
Católico envolvido na defesa de princípios que considerava fundamentais para a construção de uma sociedade mais fraterna, era no trato uma pessoa singularmente afável e serena. Entrevistei-o algumas vezes na Rádio Terra Nova, onde constatei isso mesmo. Também em Maio, costumava dinamizar o Mês do Coração, tarefa que desempenhava com grande entusiasmo.
Há muitos anos, uma tia de minha esposa, residente em Pardilhó, sofreu um ataque cardíaco. Pelo telefone, já noite, contactei-o e pedi-lhe que a fosse ver o mais depressa possível. Indicado o endereço, frente às escolas primárias de Pardilhó, lá se dirigiu. Chegou primeiro que eu e minha esposa. Nada pôde fazer, infelizmente, mas jamais esqueceremos a sua prontidão.
Há gestos que definem o carácter e a bondade das pessoas. Mas quando se trata de médicos, com a noção completa do valor da vida, mais facilmente sentimos a sua importância na linha da humanização da sociedade. Paz à sua alma.

Fernando Martins

Brincalhões: Há políticos com graça!


SERÁ PRECISO COLETE DE SALVAÇÃO?

Alguns políticos são uns brincalhões. E chegam a ter graça, mas às vezes assustam-nos. Vem isto a propósito dos “filmes” que retrataram as negociações para o Orçamento do Estado passar, gesto fundamental, junto dos nossos credores internacionais, para repor a nossa credibilidade.
Face ao aparente corte de relações entre o PS e o PSD, muita gente ficou assustada. Que vai ser de nós e do nosso país, se entrarmos em bancarrota? Vozes que chegaram até mim, traduzindo alguma angústia ou dúvidas sérias com vista ao futuro.
Horas depois, os chefes ou produtores destes filmes, quais salvadores, passaram a actores nas últimas cenas. As sondagens a isso obrigaram. Santas sondagens! O OE vai passar, não vai haver problemas. Já se está a elaborar uma proposta.
A crise vai continuar? Estamos convencidos de que sim. Mas, para já, o barco ainda continua a navegar, com procelas no horizonte. Mas navega. Será preciso colete de salvação? Talvez não. Pelo sim pelo não, valerá a metê-lo num saco, com um farnel para uns tempinhos.

FM

“Um SIM decisivo — Padre Miguel Lencastre e Schöenstatt em Portugal”

Um livro de Helena Valente



Um trabalho indispensável
para o conhecimento
da entrada  de Schoenstatt em Portugal

No dia 21 de Outubro, no Centro Tabor, Movimento Apostólico de Schoenstatt, foi lançado o livro “Um SIM decisivo — Padre Miguel Lencastre e Schöenstatt em Portugal”, da autoria de Maria Helena Saraiva e Castro Valente, com prefácio de D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo Emérito de Leiria-Fátima. A cerimónia foi precedida de uma eucaristia, celebrada pelo Padre Miguel, comemorativa do 31.º aniversário da inauguração do Santuário na Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré.
A publicação é da Paulus Editora e a autora é uma conhecida schoenstattiana, que milita, desde 1978, na Família do Patriarcado.
Helena Valente diz, no Prólogo, que o seu trabalho surgiu como resposta à necessidade sentida, neste ano jubilar, de «um levantamento histórico do que se terá passado, ao certo, na Fundação de Schöenstatt em terras Lusitanas, bem como do desenrolar dessa mesma História.»
Quis, e bem, aproveitar «o que nos podem contar aquelas testemunhas que felizmente ainda se encontram entre nós», sendo certo que o Padre Miguel Lencastre é «uma dessas preciosas testemunhas», porque viveu «essa Fundação na primeira pessoa».

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