Não escondo que o meu grande prazer, diário, está na leitura. Quando acordo, até parece que os meus olhos começam logo à procura de letras, palavras, frases, jornais, revistas, livros. Sempre foi assim, desde que me conheço. E quando abuso, é certo e sabido que desabrocham as dores de cabeça. Prometo a mim mesmo que no dia seguinte serei mais contido e até prometo rejeitar leituras. Mas não consigo.
Agora ando a contas com os livros da colheita do meu aniversário, do Natal e do Ano Novo. Há muito que ler. E reler.
Quando acabo uma leitura, ocorre-me de imediato falar do livro em termos encomiásticos, para que outros, lendo-o, possam usufruir do prazer que eu senti. Mas é impossível. Não teria tempo para isso. Alguns há que não merecem qualquer referência, de tão banais que são. Hoje, qualquer bicho careta publica livros. Acordou com uma notícia escaldante debitada na rádio e zás. Aparece logo um livro. No fundo, não passa de um oportunista para enganar papalvos. E por vezes também vamos na onda, comprando molhos de folhas escritas sem nexo nem arte.
Porém, há livros que merecem mesmo ser lidos e comentados no meu blogue. Estão aqui à espera de vez. E de tempo, valha a verdade, para alinhavar meia dúzia de frases, sem preocupações de análise crítica, que não é esse o meu mister. Um dia destes vou começar a aliviar a mesa de trabalho. Livro lido e comentado, se o merecer, vai para a estante, onde há sempre um cantinho para o acolher. Com carinho. Porque há livros que são, realmente, grandes amigos.
FM