Farol em construção
A propósito da entrevista que o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, me concedeu, para publicação no TIMONEIRO e que aqui transcrevi, tenho recebido algumas sugestões interessantes, muito variadas e todas respeitosas. Gosto de comportamentos dignos de gafanhões, que nos prezamos de ser.
Na impossibilidade de me referir a todas, de uma só vez, tenciono pegar nelas para, de tempos a tempos, voltar ao assunto. Penso que poderão ser, deste modo, mais rendíveis.
Diz o Hélder Ramos, docente numa escola de Ovar, que seria importante que a Junta estabelecesse “protocolos com as escolas para pôr os alunos a estudar a identidade da Gafanha da Nazaré, garantindo futura publicação”, porque, acrescenta, “precisamos dos mais jovens para aprofundar a memória da nossa gente, sob pena de a estarmos a perder irremediavelmente”.
O meu amigo Hélder tem razão. É preciso, de facto, envolver os nossos jovens nesta tarefa ingente e urgente de descobrir, estudar, preservar e divulgar a nossa identidade. Sei que algo tem sido feito, mas reconheço que tudo quanto se fizer será sempre pouco.
Das muitas iniciativas já levadas a cabo pelas nossas escolas, neste âmbito, julgo que falta uma divulgação adequada. Sei que existem, porque frequentemente tenho sido solicitado para prestar um ou outro esclarecimento e até já fui falar, há anos, a algumas escolas, sobre o nosso passado. Mas é evidente que urge fazer mais.
Talvez as nossas escolas, de vários graus, estejam um pouco fechadas à sociedade, ou, melhor dizendo, nem sempre terão sabido envolver os gafanhões nos seus projectos educativos. Assunto a rever, em meu entender.
Se então pegarmos no Centenário da freguesia, que chega em 2010, para a partir dele desenvolvermos iniciativas na linha proposta pelo Hélder, estaremos decerto a contribuir para preservação e divulgação da nossa identidade. Eu, como é óbvio, farei o que estiver ao meu alcance.
Fernando Martins