SOMOS O QUE SOMOS…
Somos o que somos… A cultura é só para alguns.
Eduardo Prado Coelho diz hoje, na sua coluna, O Fio do Horizonte, que “o espaço dedicado aos problemas culturais tem-se vindo a restringir não só na comunicação social como nas várias instâncias em que a cultura costumava ser tratada”. É um facto, pese embora a publicação de algumas páginas e suplementos nos vários órgãos de comunicação social. O mesmo se diga em relação a contributos de vários departamentos estatais e instituições privadas, nomeadamente as religiosas.
Importa, no entanto, fazer muito mais, porque a cultura está na base de uma sociedade mais livre.
Mais uma notícia sintomática desta triste realidade veio hoje no PÚBLICO. Plácido Domingo cantou na quarta-feira, 2 de Maio, em Lisboa, no Pavilhão Atlântico, com a casa a dois quintos da sua lotação. Uma tristeza.
Se ali viesse cantar um qualquer artista pimba, estou em crer que o pavilhão rebentaria pelas costuras. Assim, apenas lá estiveram alguns dos seus admiradores.
Como é que poderemos reagir a isto? Confesso que não sei. Só sei que há a este nível um défice cultural do nosso povo, que ainda não é capaz de apreciar a arte sublime de um artista de renome internacional, como é Plácido Domingo.
Somos, de facto, o que somos…