sábado, 18 de fevereiro de 2023

CREIO NA IGREJA?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Somos todos irmãos 
Quando se recita o "Credo" (nele, encontra-se o núcleo da fé cristã), é necessário estar prevenido contra perigos mortais.
Por exemplo, diz-se: "Creio em Deus Pai, em Jesus Cristo, no Espírito Santo". Em português, também se diz "Creio na Igreja", como se esta estivesse ao mesmo nível de Deus. Na realidade, não pode ser nem é assim. Aliás, o latim faz a distinção essencial, pois diz: "Credo in Deum..."; porém, não diz "Credo in Ecclesiam", mas "Credo Ecclesiam". A diferença essencial está naquele "in": Creio "em" Deus, que significa: entrego-me confiadamente a Deus, mas não creio "na" Igreja. A diferença aparece também noutras línguas: por exemplo, em francês, distingue-se entre "Je crois en Dieu" e "Je crois à l´Eglise", em alemão: "Ich glaube an Gott" e "Ich glaube die Kirche".

EXEMPLO DE JESUS: AMAR A TODOS SEM DISTINÇÃO

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo VII do Tempo Comum

Imagem Pixabay  
Deus humanizou-se é a verdade mais admirável da mensagem deste VII Domingo. Deus não apenas se faz humano em Jesus Cristo, mas em todos os seres humanos. Ao Deus de Jesus Cristo não o encontramos no «sagrado», mas no humano. Mensagem clara que Deus nos deixa: A relação com o/a outro/a espelha a nossa relação com Deus. De contrário será engano. José M. Castillo, La Relligión de Jesús, pág. 106
Agrada-nos ver o Evangelho e observar Jesus. Observar a sua pedagogia, observar como educa, como ajuda a crescer os seus discípulos e o povo simples. A tomar nota de como procede connosco. Olhamos porque olhando aprendemos e aprendendo, crescemos e crescendo, somos. Somos filhos da mesma história a guardar e artesãos de uma história a construir.
“Se não sois melhores que os escribas e os fariseus…, não entrareis”. Sentença dirigida a todo aos ouvintes e extensiva a todos. Ricardo Fernandez, Homilética 2023/1, pág. 50 Sentença glosada por Jesus e recordada no domino passado. Segue o exemplo deste autor que, servindo-se de casos casos convida a ampliar os círculos.

MESTRE MÓNICA - NAVIOS CONSTRUÍDOS - 2


 Mais navios construídos por Mestre Mónica até completar meio século de atividade. A Nau Portugal lá está no cimo.

ANTÓNIO ALEIXO NASCEU NESTE DIA

18 de fevereiro de 1899


Se Deus te deu, com certeza,
Tanta luz, tanta pureza,
P'rò meu destino ser teu,
Deu-me tudo quanto eu queria
E nem tanto eu merecia...
Que feliz destino o meu!

Às vezes até suponho
Que vejo através dum sonho
Um mundo onde não vivi.
Porque não vivi outrora
A vida que vivo agora
Desde a hora em que te vi.

Sofro enquanto não te veja
Ao meu lado na igreja,
Envolta num lindo véu.
Ver então que te pertenço,
Oh! Meu Deus, quando assim penso,
Julgo até que 'stou no céu.

Que vejo através dum sonho
Um mundo onde não vivi.
Porque não vivi outrora
A vida que vivo agora
Desde a hora em que te vi.

Sofro enquanto não te veja
Ao meu lado na igreja,
Envolta num lindo véu.
Ver então que te pertenço,
Oh! Meu Deus, quando assim penso,
Julgo até que 'stou no céu.

É no teu olhar tão puro
Que vou lendo o meu futuro,
Pois o passado esqueci;
E fico recompensado
Da perda desse passado
Quando estou ao pé de ti.

António Aleixo 
in "Este Livro que Vos Deixo"

EM HORA DE CONTEMPLAÇÃO

 

Em hora de contemplação, só ganha se olhar com atenção, serenamente, o azul das águas da laguna aveirense. Qual espelho do céu, sentirá uma serenidade que o conduzirá a uma paz duradoira. 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

CHÃO DE TÁBUAS



Não sei qual a origem desta foto. Sei que saí para dar umas voltas com a máquina a tiracolo. Disparei por aqui e por ali, ao calhas, como se costuma dizer. Quando cheguei a casa transferi as fotografias para o computador e apareceu-me esta, a das tábuas. Claro que máquina não dispara sozinha. Fui eu, seguramente. Inadvertidamente.  E aqui fica para testemunhar uma distração que todos podemos ter.

GATINHOS BONITOS

 

Confesso que gosto da vivacidade destes gatinhos. Os olhos dão-lhes vida. Não comem rações selecionadas nem bebem água fresquinha, renovada todos os dias, não caçam pardais nem ratos, enfim, não dão despesas nem exigem cuidados especiais. Estão na minha sala e não me canso de os apreciar.

MESTRE MÓNICA - NAVIOS CONSTRUÍDOS - 1


Fotos publicadas no boletim comemorativo dos 50 anos dos Estaleiros Mónica, do Mestre Manuel Maria Bolais Mónica. Navios construídos entre 1887 e 1957. Amanhã publicarei mais.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

QUE A LUA NÃO SE MOLESTE

 

Espero que a Lua não se moleste ao passar pelo cato (acho que é um cato). As suas folhas aguçadas picam mesmo.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

DUAS PONTES PARA A BARRA

Para lembrar, com saudade,
um grande amigo de toda a vida, o Ângelo Ribau

Foto do Ângelo Ribau

Por gentileza do Ângelo, aqui fica a foto das duas pontes que existiram, em simultâneo, do Forte para a Barra. A da direita servia as obras da Barra.

NOTA: Esta fotografia tem a data de 1941.

ANSELMO BORGES NO PÚBLICO

"O segredo da confissão é inviolável"

A Igreja tem de se dispor a apoiar financei-ramente as vítimas. A prazo, o fim dos seminários e do celibato obrigatório têm de ser equacionados, sugere o padre Anselmo Borges.

Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia, é, desde há muito, uma voz crítica de uma Igreja “clericalizada” e mais preocupada com a sua sobrevivência do que em abrir-se à sociedade e à protecção das vítimas. Face ao relatório que, a partir de 512 testemunhos validados, calcula que quase cinco mil crianças tenham sido vítimas de abuso sexual às mãos de clérigos portugueses nos últimos 72 anos, numa estimativa “muito conservadora”, Anselmo Borges não hesita em considerar que chegou a hora de equacionar o fim do celibato dos padres e a abertura às mulheres para lugares de topo na hierarquia da Igreja.

O que se impõe que a Igreja faça com as conclusões do relatório?
Isto foi um sismo na Igreja e, portanto, aquilo que eu espero e desejo ardentemente é que agora haja uma regeneração desde os alicerces, isto é, que voltemos verdadeiramente ao Evangelho. Em concreto, que se peça perdão às vítimas, que haja uma verdadeira reconciliação, que, inclusivamente, e na medida justa, haja uma reparação eventualmente financeira às vítimas que ficaram com a vida destroçada. É fundamental esta reconciliação, reconhecer o mal que foi feito às vítimas. Isto é sempre uma catástrofe, mas neste caso estamos perante um abuso de um poder considerado sacro e divino. As crianças confiavam na Igreja e nos padres, foi uma traição à confiança das vítimas.

Ler entrevista no PÚBLICO 

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