quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Ruas da nossa terra — Padre Américo

Américo Monteiro Aguiar nasceu a 23 de outubro de 1887, em Galegos (Penafiel). Oitavo filho de Ramiro Monteiro Aguiar e Teresa Ferreira Rodrigues. 
Após a conclusão da escola primária em Penafiel e Felgueiras, iniciou a sua vida laboral na área comercial, numa loja de ferragens na cidade do Porto. Seguiu depois para Moçambique, onde trabalhou como despachante ao serviço de diversas empresas. 
Regressou a Portugal com a sólida decisão de dedicar a sua vida ao serviço religioso. Assim, com 36 anos, ingressou no Convento Franciscano de Vilariño de Ramallosa, em Tui. Porém, revelava claras dificuldades de adaptação à vida monástica e solicitou a admissão no Seminário do Porto. Porém, por via da sua idade, o pedido é recusado, sendo aceite, em 1925, no Seminário de Coimbra. 
É em Coimbra que começa a demonstrar enormes capacidades discursivas e de reflexão, tendo escrito para a revista dos alunos daquele estabelecimento de ensino Lume Novo, sob o pseudónimo Frei Junípero. 
Ordenado Presbítero a 28 de julho de 1929, foi também professor e perfeito do Seminário de Coimbra. Em 1932, devido a um esgotamento, não toma posse de qualquer paróquia, tendo o Bispo de Coimbra encarregue o Padre Américo da Sopa dos Pobres, uma decisão que fez o sacerdote encontrar a sua verdadeira vocação - o serviço aos outros. 
Neste período, pode ser observado a sua profícua atividade assistencial no jornal da diocese de Coimbra - Correio de Coimbra, numa coluna intitulada, primeiro Sopa dos Pobres e, depois, Obra da Rua. 
De 1935 a 1939 organiza as Colónias de Campo, em S. Pedro de Alva, Ceira e Mirando Corvo, começando a idealizar a obra por que ficou mais conhecido - a Casa do Gaiato. A primeira estrutura foi fundada no ano de 1940, em Miranda do Corvo, depois em 1943, e em Paço de Sousa – casa modelo e centro principal. Seguiu-se, em 1948, a do Tojal, em Loures, em 1954, o Calvário, em Beire (Paredes), que se dedicava a doentes incuráveis, deficientes profundos e abandonados. E, por fim, em 1955, é fundada a Casa do Gaiato de Setúbal. 
Na década de 40, lança uma coluna intitulada Casa do Gaiato do Porto no jornal católico A Ordem, tendo, em março de 1944, fundado o jornal O Gaiato. 
Simultaneamente começou a apoiar cada vez mais rapazes e a diversificar a forma de auxílio, por exemplo, quando cria lares no Porto (1945), em Coimbra (1946), em Lisboa e Setúbal, com o objetivo de auxiliar jovens trabalhadores. 
Em 1951 lança o projeto da casa do Património dos Pobres. 
Faleceu, no Porto, a 16 de julho de 1956, após um acidente de viação. Está sepultado numa campa rasa na Capela da Casa do Gaiato de Paços de Sousa. 

NOTAS: 
1. Trabalho da responsabilidade da CDI (Centro de Documentação de Ílhavo), integrado no projeto “Se esta rua fosse minha”; 
2. Na Gafanha da Nazaré, encontramos a Rua Padre Américo. As primeiras referências a esta rua aparecem na Ata n.º 9 de 5/9/1979 da Junta da Freguesia da Gafanha da Nazaré e, em 1984, no Plano Geral de Urbanização das Gafanhas da Câmara Municipal de Ílhavo.

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