Eu sei que poderei ser acusado de ingénuo ao reclamar a todos os comentadores políticos e de outras áreas uma declaração de interesses. Sei, também, que todos se consideram independentes nas suas considerações, críticas ou elogiosas, mas tal não é verdade. A tendência normal, pelo que leio e ouço, é que são críticos benévolos em relação aos seus apaniguados e agrestes quando não comungam dos ideais dos visados nos seus comentários. Apoiam as correntes ideológicas que comungam e criticam as que consideram adversárias.
Quem os ouve e lê, com regularidade, vai percebendo as suas tendências, quer em relação aos políticos e artistas, quer no que diz respeito a desportistas e religiosos, mas nem sempre se percebe onde querem chegar pelas ambiguidades que usam nas suas intervenções.
Uma coisa é certa: Todos se declaram independentes e imparciais, mas na realidade não o são de forma clara. E afinal, não custava nada. Bastava dizerem, por exemplo, se são, na política, da direita, centro ou esquerda, e o mesmo em relação a outros assuntos.
Um dia ouvi um conhecido comentador político afirmar que, como benfiquista, nunca consegue ver legalidade numa qualquer grande penalidade contra o seu Benfica. E se procede assim com o futebol, como acreditar que seja independente nos comentários políticos?