sábado, 21 de março de 2015

Periferias, eleições e Portugal

Crónica de Anselmo Borges 
no DN de hoje


1. Deus ama o mundo: este é o núcleo da mensagem do Evangelho, o que significa que, ao contrário do que tem feito frequentemente, a condenação do mundo, concretamente, do mundo moderno, não pode constituir programa para a Igreja. Esta é a mensagem do Papa Francisco, que conquistou o coração das pessoas precisamente pelo amor. No meio deste nosso mundo perigoso e sem esperança, ele "constitui a única e a grande reserva moral global", escreveu o eurodeputado Paulo Rangel. Francisco é um pároco que entregou a vida aos que lhe foram confiados, que são todos. Um pároco universal. Nessa qualidade, acaba de dar uma entrevista, não a profissionais, mas a La Cárcova News, revista de um bairro pobre argentino. Deixo aí pontos essenciais.
Tem medo de fanáticos que o querem matar? "A vida está nas mãos de Deus." "Peço-lhe um único favor: que não me doa. Porque sou muito cobarde em relação à dor física."~

POR VOSSA CAUSA

Uma reflexão de Georgino Rocha


A causa dos outros, a nossa, é a razão de ser da missão de Jesus. Assim o afirma ele ao explicar aos discípulos o sentido da voz vinda do Céu que dizia: “Já o glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O”. Jo 12, 20-33. Deus Pai intervém a favor do seu Filho que está perturbado pelo iminente e dramático desfecho da vida. São João, o narrador do diálogo, menciona uma série de interrogações que perpassam na mente de Jesus: “Que hei-de fazer? Pai, salva-me desta hora?” E conclui: “Mas por causa disto é que cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome”. É a hora de Deus!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Primavera — Bem-vinda sejas!



Já cá canta a primavera neste dia tão aguardado por tanta gente. Novos e velhos cantam loas à estação do ano mais bonita. Bonita por dentro e por fora. Por dentro, porque nos alegra a vida com as suas garantias de renovação, direi melhor, de ressurreição. Com ela, as plantas acordam da sua letargia para uma vida nova; e connosco acontece o mesmo. Até se diz, com propriedade, que nas escolas as crianças e jovens aprendem com mais facilidade. E por fora, porque a natureza muda espontaneamente de face, exibindo festa por todos os poros. As flores surgem, os cheiros tornam-se mais agradáveis, o ar fica mais leve e os poetas e demais artistas exultam de contentamento, desabrochando para a criação. As pessoas, por mais simples que sejam, despem-se de preconceitos, sacodem o capote das chuvas, afugentam agasalhos do frio e ensaiam nova vida. 
Boa primavera para todos.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Assim vai o mundo


As notícias que nos chegam de todos os quadrantes são como bombas atómicas de grande potência. Quando nos caem em cima, a explosão é fatal. Não matam assim de repente, mas vão matando o nosso sonho de um mundo fraterno. A corrupção instalou-se de armas e bagagem nas sociedades contemporâneas. Se calhar  existiu sempre, através dos séculos. Só que, com os órgãos de comunicação social multifuncionais e atentos, tudo salta para a luz do dia. E não haverá gente honesta? É claro que há. Mas também não podemos ignorar a evidência. Há gente sem caráter um pouco por todo o lado. Há gente capaz de vender a alma ao diabo à custa do sofrimento de milhões de pessoas. Há gente que suja as mãos sem vergonha. E não há modo de os julgar e castigar. Pavoneiam-se como se nada fosse. Saem da cadeia porque têm milhões que lhes garantem a liberdade. Tem milhões para contratar advogados que, em nome das leis que os políticos fizeram aprovar, bloqueiam a justiça com recursos, requerimentos e todo um conjunto de manobras em nome do direito. 
Apesar disto tudo, não podemos esmorecer. O mundo mais justo tem de renascer. Eu acredito nisso.

Dia do Pai



Eu sei que o Dia do Pai não pode coincidir apenas com uma data, por mais fundamentada que ela seja. Neste caso, 19 de março também está identificado com S. José, o carpinteiro que foi pai adotivo de Jesus. De qualquer modo, o Dia do Pai é todos os dias, ou não tivessem os pais, decerto todos os pais, a certeza de que devem assumir a sua missão da paternidade até ao fim da sua existência terrena. 
Contudo, esta celebração, chamemos-lhe assim, sempre servirá para recordar aos pais os seus deveres para com os que encorparam o seu ADN, traduzido não apenas na consanguinidade, mas nos valores que, normalmente, passam de geração em geração, com as indispensáveis adaptações que os tempos e as circunstâncias sugerem ou exigem. 
Os pais reveem-se nos filhos e os filhos devem rever-se nos pais. Mal vai o mundo se assim não for. Hoje, os meus quatro filhos contataram-me para o habitual cumprimento que a efeméride aconselha. Mas deixem-me dizer que o fazem com regularidade. Diária ou quase. E fazem-no sempre com carinho que por vezes até me comove. Espero que os seus filhos e meus netos prosseguiam na vida com gestos semelhantes, porque a vida, afinal, sem afetos não faz sentido.

Ao meu pai...

Um soneto de Maria Donzília Almeida











Um dia, a linda Rosa desabrochou
E à luz do dia trouxe o seu rebento
Que foi crescendo e ganhando alento
Num alto e esbelto jovem se tornou.

Agruras e alegrias experimentou,
Sem desistir da vida um só momento.
Usando de muita arte e seu talento
O Cabo das Tormentas ultrapassou.

A Terra do Tio Sam foi a atração
E com a sua prole se fez à vida,
Levando a saudade no coração.

P’ra trás deixou a sua pátria querida
Acalentando a forte convicção
De regressar após missão cumprida.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Caramulo: Antes de pôr a mesa



Antes de pôr a mesa para o lanche, a Lita ficou na fotografia depois de olhar extasiada a paisagem que dali se contemplava. Ao fundo, a casa de eventuais emigrantes que ali desfrutavam os ares puros dos montes circundantes. Tranquilidade reconfortante para quem está ou passa, em tempo de verão. Hoje, dia fresco e de uns pingos de chuva, que não deu para regar, quedei-me na procura do aconchego. E vai daí, pus-me a pensar quão agradável é a primavera mais o verão quentinho. 
Agasalhado quanto baste, dei comigo à cata de textos e fotos guardados há anos, desde que iniciei esta caminhada bloguista em prol da partilha de gostos, sentimentos e impressões. E esta foto foi o mote para dar algum sentido à modorra que este dia me suscitou. 

O fracasso...


"O fracasso é a oportunidade de começar de novo 
com mais inteligência e redobrada vontade"

Henry Ford 
(1863-1947)

terça-feira, 17 de março de 2015

AVEIRO: Peregrinação diocesana a Ávila



A Diocese de Aveiro promove uma peregrinação a Ávila no contexto do Ano da Vida Consagrada.
Além de Ávila [onde nasceu e viveu Santa Teresa] a peregrinação passará por Alba Tormes [túmulo e museu de Santa Teresa] e Segóvia [túmulo de S. João da Cruz].
As visitas serão orientadas por guias e contarão com o contributo do Pe. Jeremias Vechina, padre aveirense e carmelita, profundo conhecedor dos locais a visitar. O Sr. Bispo D. António Moiteiro acompanhará a peregrinação.

Fonte: Diocese de Aveiro

Nota: Uma peregrinação como esta, orientada por quem é, o carmelita Padre Jeremias Vechina,  gafanhão e  profundo conhecedor de tudo o que diz respeito a Santa Teresa e São João da Cruz, será, indubitavelmente,  uma riqueza espiritual para quem nela participar. Na impossibilidade de o poder fazer, não poderei deixar de a recomendar. 
Inscrições e demais informações na Cúria Diocesana, Rua Almirante Cândido dos Reis, 128,  Aveiro, telefone 234 377 140.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Sinos da matriz de Nossa Senhora da Nazaré


Encontrei hoje esta imagem de sinos da nossa igreja matriz. Devo ter escrito algo sobre eles, mas confesso que tudo desapareceu das minhas memórias levado pelas ondas sonoras que o badalo torna reais em tempo de horas, momentos festivos e outros mais tristes, mas ainda para avisar que é hora de missas. 
Os sinos foram outrora peças fundamentais de anúncios e de convites à oração, do início de trabalhos e fins dos mesmos. Quando os relógios eram luxos de gente rica, de domingos e festas, eram eles que determinavam o quotidiano do povo. Agora, que ainda não são peças de museu, enobrecem as torres das igrejas a quem dão outra vida, e ficam-se por aí. 
Estes sinos, novos ou restaurados, estão a caminho da torre da matriz de Nossa Senhora da Nazaré. Não recordo o ano, que deve estar bem guardado em qualquer gaveta do meus espaços do ciberespaço. E quando os achar, darei notícia.


domingo, 15 de março de 2015

Uma religião que condena está condenada

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

Frei Bento Domingues


1. Manifestei-me, desde muito cedo, contra certas representações da religião e em particular do catolicismo, mas tive sempre o pressentimento de que era na dimensão religiosa e de modo especial no cristianismo católico, liberto de pretensões exclusivistas ou inclusivistas, que estava escondida a alma do mundo, o impulso do amor da pura gratuidade e da infinita misericórdia.
Encontrei algumas pessoas que, desde a adolescência, me mostraram que as dúvidas e o questionamento são intrínsecos ao processo da fé cristã. Ninguém tem a verdade, mas é possível viver no horizonte da sua busca, com o contributo de todos os que a procuram, em todas as áreas de conhecimento, seja qual for o universo cultural e religioso. Tudo na vida é uma criação de possibilidades, de acontecimentos imprevisíveis. Nunca me dei bem com crenças inamovíveis, com o determinismo. 
Uma “religião” que se apresente como inimiga do questionamento, da investigação e da liberdade deve ser denunciada pelas pessoas e instituições religiosas, como ridícula blasfémia.

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