quarta-feira, 27 de setembro de 2006

REFERENDO SOBRE O ABORTO

Referendo agendado para Janeiro de 2007
D. José Policarpo: campanha contra o aborto
deve ser liderada
pela sociedade civil
O cardeal patriarca de Lisboa considera que a questão do aborto "não é um problema religioso" e manifestou o desejo de que seja a sociedade civil e não a Igreja Católica a encabeçar o movimento pelo "não" no referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, agendado para Janeiro do próximo ano. Num encontro com jornalistas que decorreu ontem, D. José Policarpo explicou que o debate sobre o aborto foi objecto de "alguns equívocos", como escreve hoje o PÚBLICO.
O aborto "não é um problema religioso, não é um direito da mulher e o Estado não consegue fixar o momento em que um indivíduo é cidadão com direitos, liberdades e garantias. O aborto clandestino é um problema real, mas, para o resolver, criamos outros."
Citado hoje pelo "Diário de Notícias", o cardeal patriarca respondeu, depois de questionado sobre se a Igreja vai assumir algum papel na campanha: "Queria que fossem os leigos, os pais de família e os médicos a liderar a campanha do 'não'".
No primeiro referendo à despenalização do aborto, realizado em 1998, a Igreja fez campanha pelo "não".
: Fonte: "PÚBLICO online"

CUFC – Fórum::UniverSal

CUFC

:: D. Ximenes Belo
em Aveiro
para falar da paz
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D. Ximenes Belo, Bispo Emérito de Dili e Nobel da Paz em 1996, vai estar em Aveiro, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), no próximo dia 4 de Outubro, quarta-feira, pelas 21 horas, para falar da paz, em mais uma “Conversa Aberta”. Esta é uma organização do CUFC e da Fundação João Jacinto de Magalhães / Editorial UA. Os apoios são do Diário de Aveiro e do jornal www.ua.pt/uaonline, sendo parceiros AAUAv – ISCRA –AAAUA – AECAv. O tema a desenvolver por D. Ximenes Belo, “Vamos Falar da Paz”, destina-se aos alunos dos vários departamentos da Universidade de Aveiro, mas também ao público em geral. Trata-se de um assunto pertinente, que D. Ximenes, pela larga experiência que possui nesta área, não deixará de abordar numa linha vivencial, que a todos enriquecerá. A entrada é livre.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Um artigo de António Rego

Violência
apadrinhada
pela religião
Voltou ao de cima o mote da violência. Na verdade nunca nos abandonou como nunca se separou do homem ao longo da sua história. Sobreviver ao longo de milénios associou-se, sem aparente alternativa, a matar para estar vivo. Cada vez mais o homem hoje procura vigiar, pelo ecrã, a savana nos seus jogos cruéis de predador sempre amea-çada de morte. E muitas vezes ao olhar essas imagens vê uma espécie de parábola de si mesmo e pergunta se não andaremos perto da selva quando nos passeamos no mais aveludado dos tapetes ou nas estradas larguíssimas do conforto moderno onde nos apresentamos como seres superiores - quase divinos - repetindo, no quotidiano, gestos de defesa e ataque como os rastejantes, felinos ou voadores de garras feitas para o combate. Neste trilho deparamos com a razão, a fé, a alma, o afecto, a dádiva, a conciliação, a paz proposta e aceite. Por este parâmetro medimos a nossa real altura e pesamos o ouro da nossa dignidade. Mas percebemos que nada é linear. Aconteceram, não há muito, duas guerras mundiais, holocaustos, invasões, penas de morte tecnicamente executadas, pontes perfeitas entre o sublime e o aviltante que parece habitar o cidadão electrónico, infor-mático, cem vezes doutor de ciências, de conhecimentos sobre o homem, cirurgião do psíquico, químico de todas as combinações de fármacos que salvam e matam povos e civilizações. E ainda pólos de desenvolvimento e primitivismo que coabitam a distâncias mínimas dentro do mesmo planeta que geme, sufocado pelos estrangulamentos, muitos dos quais provocados pelo progresso. Em que ficamos, afinal? Na paz como um desiderato poético ou místico sem assento real na vida dos povos? Em boa verdade a paz coabita e caminha no nosso mundo. Sempre em risco e rodeada de ameaças. Mas sempre que se vence a escravidão, se consegue um acordo, se reafirma a dignidade, se recomeça um diálogo. Mesmo se se debate, em liberdade e respeito, uma multi-plicidade de crenças, ideias e opiniões. A paz é também um fruto cristão. E acontece quando se desmonta a máquina da morte e da violência, no encalço de entendimento entre culturas e religiões. Hoje mais que nunca é impensável a violência apadrinhada pela religião.

Citando D. Carlos Azevedo

Diálogo frontal
com o islão
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“Se os líderes ocidentais não quiserem ser surpreendidos pelo tão falado choque de civilizações, têm de o preparar. O Islão deve ser encarado com um diálogo verdadeiro e frontal e não com medo e hipocrisia como os políticos europeus e ocidentais têm feito até agora.” E mais: “Nós não podemos ter receio de dizer que é mau espalhar a fé com a espada (…). A Igreja Católica também já cometeu esse erro, mas corrigiu-se, e até já pediu perdão pelos excessos cometidos na Idade Média e na Inquisição.”
D. Carlos Azevedo,
in “Correio da Manhã”
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Estou de acordo

Estou plenamente de acordo. D. Carlos Azevedo é um bispo frontal e sem papas na língua. A Igreja Católica precisa de gente assim. Todos sabemos que as repúblicas islâmicas são, na sua maioria, ditatoriais. Todos sabemos que, em muitas delas, as mulheres ainda não podem viver os mais elementares direitos cívicos como nós os conhecemos, alegadamente em nome da tradição que a religião inspira. Todos sabemos que os fundamentalistas corânicos alimentam terrorismos e guerras implacáveis. Todos sabemos que esses mesmos vivem obcecados pela destruição dos que não comungam da sua fé. Todos sabemos que em muitos países islâmicos não há liberdade de culto, persistindo violentas perseguições aos cristãos. Como diz D. Carlos, a Igreja Católica já fez o mesmo, em tempos que já lá vão. Já pediu perdão dos erros que cometeu. Mas também sublinha que o diálogo com o Islão tem de ser frontal e sem hipocrisias. E sem complexos nem medos. Estou de acordo. Fernando Martins

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

D. António Francisco, novo Bispo de Aveiro

Novo Bispo de Aveiro confessa emoção
D. António Francisco
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D. António Francisco dos Santos foi nomeado Bispo de Aveiro na passada quinta-feira, quando estava em Roma. Em entrevista à Agência ECCLESIA, fala das emoções vividas nos primeiros momentos e do futuro próximo
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Agência ECCLESIA (AE) – Foi para Roma como bispo auxiliar de Braga e saiu de lá como bispo de Aveiro. Como encarou esta nomeação? D. António Francisco Santos (AFS) – Estive num encontro, em Roma, com 132 bispos e foi uma coincidência feliz. Na mesma hora que a notícia saiu (11 horas de 21 de Setembro) estava com Bento XVI, em Castel Gandolfo, acolher a sua mensagem aos bispos novos. Bento XVI disse-me para ir com alegria e optimismo para a Igreja de Aveiro. AE – Foi ordenado bispo auxiliar de Braga a 19 de Março do ano transacto. Passado um ano meio vai para titular da diocese de Aveiro. Um novo trabalho e uma nova realidade? AFS – Fui ordenado para servir a igreja de Braga onde encontrei uma imensa e dinâmica diocese. Com um milhão de habitantes, esta diocese tem um laicado cheio de dinamismo. Aprendi muito nesta igreja diocesana e penso que irei transferir o manancial recebido e aprendido para a Igreja de Aveiro.
: Leia toda a entrevista na ECCLESIA

domingo, 24 de setembro de 2006

Discurso do Papa

Durão diz que líderes europeus não apoiaram Bento XVI após discurso polémico
O presidente da Comissão Europeia expressou o seu desapontamento pelo facto dos líderes europeus não terem apoiado o Papa Bento XVI depois das críticas e ameaças que recebeu do mundo árabe, na sequência do seu discurso em que citou um imperador bizantino que estabelecia uma ligação entre Islão e violência. José Manuel Durão Barroso afirmou em declarações à imprensa que a Europa, apesar da necessidade de tomar a ameaça terrorista islâmica de forma "muito séria", "não pode confundir a tolerância com o politicamente correcto", pondo outros valores acima dos seus próprios.
"Fiquei desapontado por não ter havido mais líderes europeus a dizer - 'É claro que o Papa tem direito de expressar o seu ponto de vista'", afirmou Barroso ao semanário alemão "Die Welt am Sonntag". "Temos que defender os nossos valores", acrescenta, na entrevista.
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Leia mais no "PÚBLICO"

IGREJA AO SERVIÇO DOS MAIS POBRES

Bento XVI espera que as comunidades paroquiais da Igreja Católica sejam uma referência para os pobres, aos quais são chamadas a dar apoio
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“Da união constante com Cristo, a paróquia tira energia para comprometer-se, sem regatear esforços, no serviço aos irmãos, particularmente os pobres, para quem representa uma referência primeira”, disse o Papa aos participantes da assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos. A paróquia, sustentou, deve ser uma “família de famílias”. Já na sua encíclica “Deus caritas est”, e na linha da tradição das primeiras comunidades, o Papa afirmara não ser tolerável que continue a haver, nas comunidades cristãs dos nossos dias, pessoas a quem falta o indispensável para uma vida digna. Aludindo ao exemplo das primeiras comunidades cristãs, Bento XVI recordou que o livro dos Actos do Apóstolos indica os “critérios essenciais” para uma compreensão correcta da natureza da comunidade cristã, quando descreve a primeira comunidade de Jerusalém “perseverante na escuta do ensinamento dos Apóstolos, na união fraterna, na fracção do pão e nas orações, uma comunidade acolhedora e solidária ao ponto de colocar tudo em comum”.
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Leia mais em ECCLESIA

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Bento XVI contra o Irão
Tudo aconteceu no contexto de uma Vorlesung (lição universitária) e, mesmo admitindo que Bento XVI tenha sido talvez imprudente ao apresentar, no desenvolvimento da sua tese, a já famosa citação e que poderia fazer também uma referência à violência dos cristãos ao longo da História, deve-se reconhecer que não há razões objectivas para a indignação e os protestos do mundo islâmico.
Como se sabe, nas universidades públicas alemãs, há duas faculdades de Teologia: uma católica e outra protestante. Ora, se a fé nada tivesse a ver com a razão, com que direito se justificaria a presença da Teologia na universidade? Daí o tema da lição do professor Joseph Ratzinger na Universidade de Regensburg: "Fé, razão e universidade.
"O conceito moderno de razão baseia-se na síntese entre platonismo (cartesianismo) e empirismo. Só as ciências naturais poderão reivindicar certeza, pois detêm o monopólio da cientificidade, que deriva da sinergia de matemática e experiência. Assim, não admira que as ciências humanas tenham procurado aproximar-se deste critério. Por outro lado, este método exclui o problema de Deus, "fazendo-o aparecer como problema a-científico ou pré-científico".
Torna-se, porém, claro que, nesta concepção, o próprio homem sofre uma redução, já que as perguntas radicais sobre o fundamento e fim últimos e as questões da religião e da ética não encontrariam lugar no espaço da razão universal, devendo ser deslocadas para o âmbito da mera subjectividade.
Não se pode voltar atrás em relação ao iluminismo. Mas impõe-se superar a limitação da ciência ao que é verificável na experimentação e abrir a razão à amplidão de todas as suas dimensões, isto é, não se pode ficar encerrado na razão positivista.
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FLORES

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Com a chuva que aí está, mais o vento, ora brando ora bravo, teremos de nos habituar a uma vida mais triste? Penso que não.
Há flores que murcham e caem, mas outras, mais dadas ao frio, hão-de resistir. Que a vida, como é habitual, precisa da alegria e da beleza que as flores nos dão.
Mas se elas se forem com o vento, que ao menos saibamos alimentar o prazer da espera pelo seu regresso. E até lá, aprendamos a cultivar outras flores, daquelas que nos enchem a alma com as suas cores e aromas: a amizade, a partilha da nossa alegria, o bem que podemos fazer a quem nos cerca, a aposta na construção de um mundo melhor.
F.M.

Gotas do Arco-Íris – 32

ONDE ESTÁ
O COR DE ROSA
NA NOSSA VIDA?
Caríssimo/a: “Nada mais encantador...”
Com estas palavras também a mim me apetece iniciar, pois este gosto por descobrir papéis amarelados leva-me , por vezes, a encontrar iguarias bem inesperadas (ou pelo assunto, ou pela forma da abordagem, ou por quem o escreve, ou por tantas e tantas outras válidas razões....). Desta vez, vou dar voz a Guerra Junqueiro e sereis vós a dizer o que pensais sobre este mais do que invulgar escrito. Vem comigo e delicia-te, pois, por causa das dúvidas, até mantenho a ortografia. É assim: “Nada mais encantador de que essa bela quadra da vida denominada a «lua de mel». A existencia é então uma suave melodia, uma doce ecloga cantada pelo coração, um sonho côr de rosa, um constante sorriso, um extase arrebatador. Nesse alegre arroubamento, as horas deslisam sem as sentirmos, porque do alto da felicidade não se ouvem os remores do mundo; ouvem-se apenas as harmonias celestiais. Os entes embriagados da ventura, esquecem os relogios e os almanaques e tudo o que se prende á vida comum. No poético priodo chamado «lua de mel» dilata-se o coração com a plenitude dos intimos gosos, que são os que mais satisfazem. Quando a igreja sancciona o amor que inspira o ente que nos fez vibrar o coração, o amor augmenta os enthusiasmos por vel-os mais justificados. O amor sanccionado pela igreja é santo, puro, ethéreo e angélico. Os seres dominados por este sentimento immaterialisam-se e aperfeiçoam-se, porque sendo o amor legitimo uma virtude inspira tudo quanto há de bom. Os nossos sentimentos purificam-se nesse fogo sagrado e convertem-se em grinaldas de castas e nacaradas ilusões. Oh! amor santo! Sê sempre o nosso pharol para não nos perdermos no oceano das paixões bastardas. As paixões bastardas nascem na discórdia do mundo; o amor conjugal, no céu. Esse amor de origem tão elevada é sereno e tranquilo; as más paixões são agitadas e tempestuosas. Casar sem amor é profanar o mais respeitavel de todos os sentimentos; casar sem amor é suicidio moral. Os desgraçados que contráem este laço por frios calculos nunca terão «lua de mel». O matrimonio teve por base o afecto mutuo de dois corações. Os seres estreitados por este suave laço reduzem os pezares da vida á metade e centuplicam as felicidades.” O recorte de jornal, onde se encontra o que aí está, tem para mim um sabor muito especial, porque foi extraído de um jornal luso-americano e guardado por meu estimado Sogro (que mourejou como emigrante, nos Estados Unidos, nas décadas de vinte e trinta do século XX). Fica, pois, como um apelo ao cor de rosa na nossa vida. Como está o meu cor de rosa? E o teu? Manuel

O ENCONTRO

ANTIGOS ALUNOS
DA EICA
CONFRATERNIZAM
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No sábado, tive o prazer de participar num encontro de colegas de escola. Da velha Escola Industrial e Comercial de Aveiro, a EICA como era conhecida, e cujo edifício definitivo foi inaugurado fez no passado dia 24 de Maio 50 anos, para substituir instalações provisórias e inadequadas que muitos de nós frequentámos. À roda da mesa, foram desfiadas recordações de há décadas, que o tempo não apaga completamente. Estão bem armazenadas no cofre dos objectos mais preciosos, que foram as nossas vivências de infância e juventude. Umas estão quietas no inconsciente ou subconsciente, acamadas e acomodadas em gavetas que se abrem mais nestas circunstâncias. Outras saltam logo para a luz do dia em encontros ocasionais e nestas confraternizações, como se fossem vividas há meses. Os cabelos ralos ou inexistentes, os bigodes esbranquiçados e as rugas a cobrirem rostos, que há muito tempo eram plenos de jovialidade, não conseguiram esconder os sorrisos e as gargalhadas de sempre, que foram e ainda são as marcas indeléveis das amizades que perduram. Depois das habituais queixas das maleitas que atormentam alguns, de mistura com acepipes saborosos ao gosto da nossa cozinha tradicional, sem arrebiques de modernidades que muito pouco nos dizem, foi agradável recordar professores que nos ensinaram e prepararam para a vida, indicando-nos caminhos de formação contínua, de justiça, de verdade e de paz. Também foi saboroso perguntar por muitos que não puderam estar e foi bonito saber que a grande maioria soube reger-se por critérios de trabalho e de honestidade. Mas comovente foi a evocação dos que já partiram. Para cada nome proferido, para cada nome que nos fez voltar atrás para rir e folgar com esses que agora nos esperam, não faltaram as palmas da saudade que não se esvai. Depois foi o regresso a casa, com a promessa e a garantia do próximo encontro. Para breve. Porque recordar é viver. Fernando Martins

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