Aldeia caramulana |
Falo muito da natureza, mas não sinto o seu pulsar como gostaria com frequência. Houve tempo em que acampava em aldeias, com serras à vista, em margens de rios os nos arredores de vilas e cidades com história, conheci pessoas de diversas origens e estratos sociais, apreciei marcas de séculos e arejei as ideia... no encontro e reencontro de paisagens de milénios.
A natureza envolvia-me sobremaneira com a sua pureza alheia à mão do homem e endurecida por calores tórridos e invernos rigorosos, oferecendo a quem ousa embrenhar-se nela água pura e ar lavado, deixando convites para novas visitas, nunca admitindo que um dia o progresso poderia estragar tudo.
Conviver com a natureza é comungar paz e fraternidade no dizer do Santo de Assis, reconhecer a beleza da harmonia, beber o sentido do divino e perceber que está em nós o dom de receber o bem que urge partilhar. E se nós precisamos da natureza também a natureza precisa de nós.
F. M.