sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A Força do Sal, o Brilho da Luz

Reflexão de Georgino Rocha 
para o V Domingo do Tempo Comum


"A presença dos cristãos na sociedade exige que formemos a nossa consciência e saibamos contribuir, com o nosso trabalho e empenhamento, para uma sociedade mais justa e fraterna."

Jesus “lança mão” de duas parábolas, muito acessíveis aos seus discípulos, para desvendar, de forma assertiva, quem eles eram e, consequentemente, qual a missão que lhes seria confiada. Mt 5, 13-16.
Condensa, deste modo, o ensinamento maravilhoso das bem-aventuranças e traça o perfil de quem as vive. Previne quanto ao risco de desvirtuar a novidade que comportam e adverte quanto à “sorte” esterilizante que advém da corrupção e do engano. Realça, com notável satisfação, a força do sal e o brilho da luz, símbolos qualificados dos discípulos e selo inconfundível do ser cristão ao longo dos tempos. Também, hoje!
O nosso Bispo fez uma Nota Pastoral para ser lida nas assembleias cristãs deste domingo e que pretende ajudar-nos na missão que Jesus confia aos seus discípulos. Diz assim:

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

A felicidade por uma janela

João Gonçalves 
«Por uma janela, nem que seja estreito postigo, limitado por qualquer grade ou desgosto, queremos sempre deixar e proporcionar a entrada da Luz, da Vida e da Esperança... Janelas com horizonte, donde se espreite e criem, com o auxílio de mãos e de corações, certezas de Felicidade!» 

Há dias, num encontro internacional da Pastoral Penitenciária Católica, realizado em Roma, e onde Portugal também se fez presente, o Papa Francisco lançou um forte convite às Pessoas em privação de liberdade, convidando-as a que não desistam de aproveitar o vidro das janelas para espreitar horizontes de liberdade!
Todos sentimos e vivemos a certeza de que não é possível mudar de vida, para melhor, se não se vê um horizonte que aponte caminhos de mais felicidade, de melhor e maior realização pessoal e social.
Nunca temos como exagerada a referência frequente, e sempre necessária, do "código da Felicidade", tão bem desenvolvido e concretizado no capítulo das Bem-aventuranças, onde o Mestre chama Felizes a todos os que aceitam fazer percursos por caminhos muito contestados por tantos...
A missão do Pastor - e da Igreja, na sua bela tarefa de Mãe e de Pastora - não é empurrar nem forçar o rebanho a prosseguir caminhos nem critérios; oferece e aponta, e pode apresentar provas do que traz melhores resultados. Ainda assim, as fragilidades do barro que somos nem sempre deixam a liberdade suficiente para uma actuação correcta e consentânea com o Evangelho, aceite como critério de vida.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O coronavírus até pode ser bom?

«O coronavírus “até pode ter consequências bastante positivas” para as exportações portuguesas do setor agroalimentar para os mercados asiáticos. A afirmação  é da ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque.» 

Li aqui 

Confesso que não gostei desta afirmação da nossa ministra da Agricultura... Soa-me mal pensar e dizer que a morte ou doença  dos outros até podem ser boas para as nossas exportações. Francamente... Mais valia ficar calada.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Morreu George Steiner aos 90 anos


Morreu ontem, em Cambridge, George Steiner. Tinha 90 anos e foi um dos mais influentes intelectuais da segunda metade do século XX, conforme li no PÚBLICO. Crítico literário, professor, linguista, filósofo, ficcionista e melómano disse um dia que podia prescindir de tudo na vida, menos da música. E considerou, em entrevista que concedeu à revista LER, que Lobo Antunes «era um gigante e o maior escritor português da actualidade». 
Citando de cor, lembro-me que lhe perguntaram se alguma vez se tinha encontrado com ele... que não, respondeu, porque não ousaria perturbar o seu labor. E a revista LER conseguiu levar Lobo Antunes a Inglaterra para o primeiro, e porventura único, bate-papo entre os dois grandes intelectuais. A fotografia mostra um momento desse encontro. A revista LER dedicou-lhe dois números.

Para ler é preciso silêncio:

«Para ler seriamente é preciso silêncio. Não ponha música, tire a rádio e a televisão do quarto. Tem de saber viver, e conviver, com o silêncio. (Cada vez menos jovens querem viver com o silêncio. Na realidade, têm-lhe medo. O silêncio tornou-se, de resto, muito caro. Uma casa como esta, com um jardim sossegado, é uma exorbitância para um casal jovem, que vai possivelmente viver para um prédio, com paredes tão finas, que é possível ouvir tudo! Vivemos num inferno de ruído constante.)»

Ler mais aqui  e aqui 

A zona da Igreja é a mais completa centralidade da nossa terra


A nossa igreja matriz foi construída e inaugurada em 14 de janeiro de 1912 no centro da freguesia, por decisão, feliz, da comissão constituída para o efeito, liderada pelo Pe. João Ferreira Sardo, que veio a ser o nosso primeiro prior. Decisão acertada, como veio a comprovar-se e está hoje patente aos olhos de todos. 
Com o decorrer dos anos, tudo se conjugou para que outras instituições e serviços optassem pelo mesmo espaço, equidistante dos diversos lugares da freguesia, nomeadamente, Chave, Cale da Vila, Cambeia, Bebedouro e Marinha Velha. E pouco tempo depois, o cemitério é implantado no sítio certo. 
Posteriormente, outros decisores, também com visão, avançaram com a sede da Junta de Freguesia, os CTT, a Igreja Evangélica, um banco, o posto do Serviço Nacional de Saúde e o Centro Cultural, mais tarde rebatizado com o nome de Fábrica das Ideias, com ofertas de um anfiteatro, Rádio Terra Nova,  polo da Biblioteca de Ílhavo e apoio a jovens. 
Nesta centro, não faltam cafés, pastelarias, restaurantes, supermercados, lojas diversas, farmácia e parques de estacionamento. E até o mercado, com estrutura própria, ali serviu os gafanhões, e não só, até ser transferido para uma zona mais ampla, com estruturas funcionais e modernas, adequado ao desenvolvimento demográfico e económico da nossa terra. 
A estabelecer a unidade, como ponto de chegada ou de partida para os diversos serviços, o Jardim 31 de Agosto, nome que homenageia a criação da paróquia pela ereção canónica do Bispo de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, honra, com estátua, nosso primeiro prior, Pe. Sardo. 
Sem sombra de dúvidas, esta é, realmente, a mais completa centralidade da Gafanha da Nazaré, nascida pela determinação de quem através dos tempos teve poderes para isso. E na sombra da memória ficaram alguns centros de convívio de tempos idos. 

Fernando Martins 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

«A morte digna não é a que encurta a vida»


«Desde que assumiu a presidência do Conselho Pontifício para a Família, o arcebispo italiano Vincenzo Paglia tem apostado na recuperação, pela positiva, da defesa da família e da vida. Nesse sentido, defende que «a morte digna não é a que encurta a vida», e está convicto de que os Estados «promovem a eutanásia por cegueira cultural». Por isso, afirma que «a Igreja nunca dirá sim à eutanásia e ao suicídio assistido». Entrevista ao responsável, a três semanas da discussão e votação da eutanásia no parlamento português, prevista para 20 de fevereiro, depois de na legislatura passada a sua legalização ter sido chumbada por cinco votos.»

Ler mais aqui 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

De incendiário a bombeiro

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

S. Tomás de Aquino sustentava que, de Deus, tanto mais saberemos 
quanto mais nos dermos conta de que não sabemos.

1. Comecei esta crónica a 28 do mês passado, dia da festa litúrgica de S. Tomás de Aquino. Este dominicano nasceu em 1224/1225 e morreu a 7 de Março de 1274. Era este, aliás, o dia tradicional da sua festa.
Foi condenado no terceiro aniversário da sua morte, pelo Bispo de Paris, E. Tempier, canonizado por João XXII em 1323 e declarado Doutor da Igreja a 28 de Janeiro de 1567 por Pio V.
Leão XIII, em 1892, atreveu-se a dizer que “se se encontram doutores em desacordo com S. Tomás, qualquer que seja o seu mérito, a hesitação não é permitida: sejam os primeiros sacrificados ao segundo”. O Concílio Vaticano II aconselhou que S. Tomás seja seguido nos Seminários e nas Universidades católicas. Paulo VI, comentando esse facto, disse: “é a primeira vez que um Concílio Ecuménico recomenda um teólogo e este é, precisamente, S. Tomás de Aquino”.

2. Umberto Eco fez uma tese sobre a estética de S. Tomás de Aquino e nunca mais esqueceu esse revolucionário que, “em quarenta anos, mudou toda a política cultural do mundo cristão”. Desconstruiu, com ternura e humor, o rol de sufocantes e vazios panegíricos eclesiásticos. Não considerou que a desgraça de frei Tomás de Aquino tenha sido a sua condenação por Tempier nem pelas condenações que se seguiram em Oxford até 1284. O que arruinou a sua carreira aconteceu em 1323, dois anos depois da morte de Dante, precisamente quando João XXII o canonizou. Fez dele “São” Tomás de Aquino! Aventura ingrata. É como receber o Prémio Nobel, entrar na Academia de França, ganhar um Óscar. Passa-se a ser como a Gioconda: um cliché. É o momento em que um grande incendiário é nomeado bombeiro [1].

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