domingo, 22 de maio de 2005

Bênção e dedicação do altar e da igreja matriz da Gafanha da Nazaré

D. António Marcelino:
"Um templo sagrado não é uma casa qualquer"




D. António Marcelino presidiu no sábado, 21, na Gafanha da Nazaré, à cerimónia da bênção e dedicação do altar e da igreja matriz, depois das obras de restauro por que passou e que ultrapassaram os dois milhões de euros. 
A remodelação foi profunda e denota um bom gosto que valoriza ainda mais a sobriedade que marca todo o conjunto, com a bonita e primitiva imagem de Nossa Senhora da Nazaré a sobressair na decoração fronteira da capela-mor, de talha dourada. 
No momento da bênção, o nosso Bispo lembrou a importância do altar, ao sublinhar que "a dádiva de Cristo, a eucaristia", parte dele. Também recordou o significado da mesa da Palavra, o ambão, e do sacrário, para adoração do Santíssimo Sacramento e para recolhimento. "Um templo sagrado não é uma casa qualquer", disse D. António, que enalteceu também a beleza conseguida pelo pároco, Padre José Fidalgo, e seus mais directos colaboradores, salientando que "Deus tudo merece". E acrescentou: "O Padre José Fidalgo fez tudo com muito amor."
O Bispo de Aveiro realçou o mérito de ter sido recuperada a traça inicial da igreja matriz. Louvou, ainda, todo o toque "de arte, amor, perfeição e beleza" posto nas obras de restauro deste templo, numa perspectiva de melhor "servir uma paróquia com a dimensão e a importância que tem hoje a Gafanha da Nazaré". 
Ao dirigir-se às autoridades presentes (Governador Civil, Filipe Neto Brandão; presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves; e presidente da Junta de Freguesia, Manuel Serra) o nosso Bispo frisou o bom relacionamento com todas elas, "como não podia deixar de ser", referindo que "a Igreja de Deus é um projecto sempre em construção", e que "o Senhor é louvado, na medida em que O servirmos, servindo os outros". 
Para o Padre José Fidalgo, a construção de paredes é tarefa normalmente fácil. Importante é mesmo seguir o mandamento do Senhor, "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei", para que nesta terra [Gafanha da Nazaré] "não haja divisões nem querelas", disse. Adiantou que as enormes despesas do restauro da igreja matriz foram suportadas pelo povo, não deixando de apelar ao Governo e às autarquias para que ajudem de forma mais significativa, porque "o dinheiro nas nossas mãos cresce mais". 
O templo e o complexo anexo, com poucos trabalhos por concluir, inserem-se num projecto - frisou o Padre Fidalgo - de construção de uma comunidade "verdadeiramente humana, nas vertentes cultural, social e religiosa".

Alicerces antigos recebem templo moderno 

A igreja agora restaurada assenta na primitiva, que foi inaugurada em 1912. No fundo, para quem olha, trata-se de um templo novo, tal é a magnitude das obras levadas a cabo. Foi respeitada a traça original, com realce para a torre sineira e para a cor branca, tão típica da região das Gafanhas. O arco maior, que separa a nave principal da capela-mor, é da primeira igreja O corpo do templo apresenta-se bem decorado, garantindo espaço para 500 pessoas sentadas. 
O material utilizado, granito e madeiras de qualidade, via-sacra que casa bem com todo o ambiente, vitrais e iluminação funcional mostram o cuidado colocado neste projecto, que há-de perdurar no tempo. 
Um elevador servirá idosos e deficientes e a escadaria exterior, com alguma imponência, empresta uma certa beleza à frontaria da matriz da Gafanha da Nazaré. O adro, de granito e com grades, e ajardinado lateralmente, acolhe a estátua da padroeira, de bronze. Há dois auditórios, salas diversas, para catequese e reuniões, cartório paroquial, sala de audiovisuais, gabinetes, sacristia e sanitários. 
Como curiosidade, registe-se a existência de uma sala, ligada à nave central, alimentada por um circuito interno de televisão, sobretudo para os pais com filhos mais barulhentos poderem continuar a participar nas cerimónias. O templo possui aquecimento central, aparelhagem sonora afinada e um órgão de tubos. 
A capela do Santíssimo ocupa um espaço lateral, resguardado, que convida à meditação. Como pormenor a destacar, há o brasão da paróquia em diversos locais, nomeadamente nos bancos, com as marcas do povo que tem feito a Gafanha da Nazaré, através dos tempos, ligado ao mar e à agricultura.

 Fernando Martins



NB: Leitor atento alertou-me para algumas incorrecções, o que agradeço, a saber: O órgão não é de tubos, mas electrónico, "Viscount Prestige 1", com acoplamento de duas caixas de tubos, num total de quatro registos; os vidros das janelas são pintados e não "vitrais"

sábado, 21 de maio de 2005

Matriz da Gafanha da Nazaré

Posted by Hello Bênção e inauguração da restaurada igreja matriz
Hoje, pelas 17.30 horas, será inaugurada e benzida a igreja matriz da Gafanha da Nazaré, em cerimónia presidida pelo Bispo de Aveiro, D. António Marcelino.
No fim do dia, darei notícia do acontecimento, neste meu espaço.

ZÉ PENICHEIRO - Costa Nova

 
Costa Nova


 Embora oriundo da Aldeia de Candosa e muito ligado à Figueira da Foz, Zé Penicheiro tem a alma cheia da Ria da Aveiro e suas gentes, que retrata como ninguém. Presentemente radicado em Aveiro, continua a mostrar a sua sensibilidade, através de traços que reflectem linhas, sombras e horizontes da nossa região, que poucos vêem como ele. Hoje, oferecemos uma foto do quadro "Costa Nova", acrílico sobre tela, de Zé Penicheiro. Voltaremos ao artista em breve.

Um poema de Albano Martins

SECURA VERDE É verde esta secura, como é verde a raiz duma planta que secou. Posso ter o corpo aberto e não mostrar o que sou. Meus versos podem ser tristes e eu ter profunda alegria. Aves nocturnas que buscam, inquietas, a luz do dia.

Leonardo Boff: Papa começou bem

Leonardo Boff
O ex-sacerdote e teólogo brasileiro Leonardo Boff, uma das vozes mais críticas aquando da eleição do Cardeal Joseph Ratzinger como Papa, considera que Bento XVI deu "bons sinais" até agora, revelando ter esperanças de que ele volte a ser um "liberal". Em Abril deste ano, Boff tinha dito que, como cristão, aceitava e respeitava a decisão, fruto da eleição dos Cardeais, mas que seria difícil "amar este Papa, por causa da sua posição em relação à Igreja e ao mundo". Agora, durante um debate na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, admitiu que "a promessa de dialogar com as outras religiões é um dos bons sinais que Bento XVI lançou, porque o fundamentalismo é um problema que marcou judeus, muçulmanos e católicos". "Imagino que as pressões das mulheres - que são a metade do mundo -, dos divorciados - que devem ser a outra metade -, e de todos aqueles que usam preservativos - que devem ser dois terços -, podem levar o novo Papa a ser novamente o teólogo liberal que já foi no passado", apontou. Considerando que o Cristianismo é, sobretudo, uma religião do terceiro mundo, Boff disse que "chegou a vez dos bárbaros, das periferias". "O meu sonho é ver Ratzinger com a camisa vermelha, caminhando ao lado dos militantes do Movimento Sem-Terra", declarou. Leonardo Boff recordou que, em 1969, Joseph Ratzinger o ajudou com dinheiro e com a sua recomendação a uma editora, para publicar a sua tese de doutoramento. "Naquele tempo, eu era seu admirador", confessou.

Fonte: Ecclesia

Famílias em estado de falência

Se o País fosse uma empresa há muito que tinha declarado falência. Ano após ano com resultados negativos, uma dívida que não pára de aumentar, trabalhadores desmotivados e sem um desígnio, não há nação que resista.O País precisa de resolver o problema da contabilidade, mas verdadeiramente urgente é investir no futuro. Temos - governantes e cidadãos - de acreditar no choque tecnológico. É preciso ir para além do turismo em que vivemos e recebemos quem nos visita.
(Leia este artigo, no DN)

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Movimento de Schoenstatt levou crianças a Fátima

Crianças na Capelinha das Aparições Obrigada, Maria, por seres minha Mãe
Ao final da manhã de hoje, cerca de quatrocentas crianças de vários colégios e escolas estiveram em Fátima em peregrinação de acção de graças. Tratou-se da "4.ª Peregrinação de Acção de Graças pela visita da Mãe Peregrina", organizada pelo Movimento Apostólico de Schoenstatt. As crianças entraram no Recinto pelo lado sul, dirigindo-se, em procissão, até ao cimo do Recinto e, a partir de lá, em direcção à Capelinha das Aparições, onde participaram na Eucaristia das 12.30 horas, presidida pelo Padre Francisco Sobral, que acompanhava o grupo. Durante a celebração eucarística, as crianças ofereceram a Nossa Senhora vários trabalhos feitos por elas durante a permanência da imagem da Virgem Peregrina de Schoenstatt nas suas casas, escolas e catequeses. "É com muita alegria que vimos hoje aqui, ao teu Santuário de Fátima, para agradecer a visita que fizeste às nossas casas, às nossas escolas e às nossas paróquias, através da imagem de Graças da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Estamos aqui porque aprendemos a rezar com os Pastorinhos de Fátima... E agora que já chamaste para junto de ti a pastorinha Lúcia e o Papa amigo de Fátima, sabemos que cada vez mais temos amigos no céu a ajudar-te a olhar por nós", referiram as crianças, pela voz de uma educadora responsável, no início da eucaristia. Os miúdos, com idades compreendidas entre os 3 e os 11 anos, frequentam os seguintes estabelecimentos de ensino: Centro Infantil de São Gerardo, Cheche de Santa Maria de Belém; Colégio Bom Sucesso, Colégio Santa Maria, Escola Luís Madureira e Escola S. Francisco de Assis. Associaram-se a esta celebração quarenta crianças do Colégio de S. Teotónio, de Coimbra, tendo participado na celebração um total de 1700 pessoas. "Obrigada Maria por seres minha mãe; por vires ao meu encontro e me quereres tanto bem. Ensina-me a rezar e a saber pedir perdão, a rir e a amar e a levar-te no coração", rezaram as crianças, no final da Santa Missa, no momento da consagração a Nossa Senhora. Esta tarde, as crianças assistiram, no Centro Pastoral Paulo VI, à peça de teatro "O Exército da Paz", pelo Clube de Teatro da Escola Luís Madureira. Schoenstatt é um movimento da Igreja Católica para a renovação cristã do mundo, com uma finalidade pedagógica e apostólica: a formação de um homem novo, construtor de uma nova sociedade.
Fonte: Santuário de Fátima

VIRGEM MARIA: Católicos e Anglicanos de acordo

"MARIA: Graça e Esperança em Cristo"
A Igreja Católica e a Comunhão Anglicana colocaram ontem um ponto final nas disputas teológicas sobre o lugar e a importância de Maria na vida cristã com a declaração conjunta "Maria: Graça e Esperança em Cristo". Anglicanos e Católicos afirma, juntos, que "Maria foi a mãe biológica de Jesus, que ela era virgem e que Jesus foi concebido pelo poder do Espírito Santo". O documento, apresentado na cidade norte-americana de Seattle, é o fruto do trabalho da Comissão Internacional Anglicano-Católica (ARCIC, siglas em inglês). Aos Católicos é pedido que tenham mais "cuidado" nas suas práticas de devoção à Virgem Maria, mas fica claro que honrá-la e pedir a sua intercessão não são práticas que possam separar as duas Igrejas. "Acreditamos que não há nenhuma razão teológica para divisões eclesiais nesta matéria", refere a declaração. Embora muitos apresentem a devoção mariana como uma prática católica ou ortodoxa, as suas raízes na Escritura e na Tradição fazem dela uma parte da herança anglicana, como esclarecem as Igrejas. Os dois calendários litúrgicos assinalam grandes acontecimentos da vida de Maria e as orações anglicanas falam da "sempre Virgem" e da "Mãe de Deus Incarnado". Foi a partir desta crença comum no que diz respeito à Virgem Maria que as duas partes partiram para um texto que aborda os dogmas marianos da Imaculada Conceição e da Assunção "num contexto comum", apesar da polémica que dividiu as Igrejas durante 150 anos. (Para ler o texto na íntegra, clique ECCLESIA)

CENTRO DE ACOLHIMENTO INFANTIL DE AVEIRO

 Uma instituição para nos fazer reflectir 


Um Esgueira, há uma instituição para nos fazer reflectir. Trata-se do Centro de Acolhimento e Emergência Infantil de Aveiro, uma das valências da Cáritas Diocesana, que se encontra a celebrar o XV aniversário da sua criação. Destina-se a acolher e a apoiar crianças em risco, quantas vezes marginalizadas ou maltratadas pelas próprias famílias. Também acolhe crianças oriundas de ambientes normais, que ajudam as menos felizes na sua integração social. 
A Cáritas Diocesana pretende dar a conhecer este seu trabalho, aproveitando a passagem das celebrações do XV aniversário do Centro de Acolhimento, para mostrar, ainda, as suas dificuldades, nomeadamente ao nível da concretização do sonho de conseguir novas instalações. Novas e mais adequadas, para dar resposta a projectos que urge implementar, tudo para bem das crianças a seu cargo. Assim, de Maio a Novembro, vão desenvolver-se diversas acções, esperando-se a participação das pessoas, sobretudo das mais sensíveis a estas problemáticas. 21 de Maio - 16 horas, na Sé de Aveiro, Missa de Acção de Graças, presidida por D. António Marcelino. - 17 horas, no Salão D. João Evangelista, Lanche com participação lúdica das crianças. 14 de Junho - Espectáculo para crianças com o grupo "Família Galoró". 9 de Julho - Sarau de Ginástica, com a participação do Ginásio "Gim Line", no Centro Cultural e de Congressos. 8 de Outubro - Jornadas sobre "A Família e a Criança em risco", no Auditório do Seminário de Aveiro. 8 de Novembro - Espectáculo musical, no Teatro Aveirense.

Um artigo de Teresa Soares Correia, no Correio do Vouga

: Das vantagens dos intercâmbios
Observando os comportamentos dos alunos que participam em intercâmbios escolares, conclui-se que desenvolvem determinadas competências e atitudes muito mais rapidamente que outros que não se vêem confrontados com tais parcerias. De facto, assim, ampliam as suas competências de sociabilização, de autonomia e de literacia.
Ultimamente, do vocabulário empresarial, chegou à Escola a ideia de competência, que, a nível internacional, se distribui por três categorias:
1. Interagir em grupos socialmente heterogéneos, o que é bem visível em intercâmbios escolares, no mesmo país, ou noutro.
Quando se viaja para outra Escola, ou quando se recebe alguém no nosso ambiente escolar, num período de tempo relativamente alargado, alunos e professores desenvolvem, sem dúvida, uma série de atitudes e constatam inúmeras características que os unem e distinguem, simultaneamente. O mesmo sucede com as famílias que alojam colegas dos seus educandos. Um exemplo concreto prende-se com os hábitos alimentares.
Confrontados com a alimentação de outro país ou lugar, não só aprendemos a gostar do que é nosso, como também descobrimos a capacidade de apreciar outros paladares. Com a arquitectura e a natureza passa-se o mesmo. Ficamos mais atentos ao que nos é mostrado ou ao que mostramos, para depois tomarmos consciência do que nos é próprio.
Outro aspecto interessante relaciona-se com a necessidade de cooperação e resolução de conflitos. Rapidamente, os participantes neste tipo de intercâmbios descobrem características que os unem e aspectos que lhes desagradam. A solidariedade face a um problema e a urgência em resolvê-lo, para que a reunião não seja um fracasso, são aprendizagens que se concretizam.
2. Agir autonomamente é uma das competências que se pede aos participantes em intercâmbios. Este aspecto deve ter sido desenvolvido a priori, mas é in loco que é posto em prática.
3. Usar instrumentos como as Línguas, a literacia e as TIC é a terceira categoria a ter em conta. Aqui, nota-se que o domínio da Língua Materna e de uma ou duas Línguas Estrangeiras tem de ser praticado. De facto, no final de alguns dias de comunicação, os alunos manipulam com maior facilidade a Língua Estrangeira, porque a necessidade lhes aguçou o engenho. Aqui, relembro algumas crónicas e outros artigos que apontam o dedo às Escolas Portuguesas, por não promoverem a exposição oral e a destreza da argumentação.
Não posso concordar totalmente com tais artigos. Se, por um lado, há muitos Programas disciplinares – não vou fazer uma lista, que seria fastidiosa, pois são quase todos – que preconizam a apresentação oral e o debate; por outro, nos intercâmbios, os alunos e professores preparam apresentações, na maior parte das vezes, em várias Línguas Estrangeiras, servindo-se das TIC.
Por fim, talvez o mais importante destes intercâmbios resida na consciência da nossa “portugalidade”. A ideia que os outros têm de Portugal depende da ideia que nós transmitimos de Portugal. Parece demagogia, mas não é.
De facto, há anos que faço a mesma experiência: quando se começa um trabalho de parceria com países da União Europeia, a maior parte dos alunos e professores têm uma ideia bizarra de Portugal: é uma província de Espanha e a língua que falamos é o castelhano. No final dos intercâmbios, confessam-nos que, afinal, mudaram a ideia que tinham de Portugal! Para melhor!

Efeméride aveirense

:
1938 - O cardeal Eugénio Paceli, Secretário de Estado do Vaticano e futuro Papa Pio XII, comunicou confidencialmente a D. João Evangelista de Lima Vidal que o Papa Pio XI havia dado o seu consentimento ao plano definitivo da reconstituição da Diocese de Aveiro.
1985 - A Câmara Muncipal de Aveiro deliberou que se aplicassem painéis artísticos na rua de Belém do Pará e na rua de Coimbra, da autoria de Vasco Branco, e na rua do Clube dos Galitos, da autoria de Cândico Teles.
Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Um poema de José Tolentino Mendonça

Os amigos Esses estranhos que nós amamos e nos amam olhamos para eles e são sempre adolescentes, assustados e sós sem nenhum sentido prático sem grande noção da ameaça ou da renúncia que sobre a luz incide descuidados e intensos no seu exagero de temporalidade pura Um dia acordamos tristes da sua tristeza pois o fortuito significado dos campos explica por outras palavras aquilo que tornava os olhos incomparáveis Mas a impressão maior é a da alegria de uma maneira que nem se consegue e por isso ténue, misteriosa: talvez seja assim todo o amor In De Igual Para Igual

Morte de João Paulo II e eleição de Bento XVI

D. José Policarpo Patriarca de Lisboa louva
trabalho dos jornalistas Num encontro com jornalistas, D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa, louvou o trabalhos dos media aquando do falecimento de João Paulo II e da eleição de Bento XVI, considerando mesmo que se tratou de uma cobertura de "qualidade acima da média". Porém, não deixou de sublinhar que "houve algumas situações marcadas pelo imediatismo", enquanto outras revelaram "jornalistas menos informados". No entanto, frisou, "a cobertura foi boa". D. José salientou que as reportagens se revestiram de grande qualidade técnica, tendo os trabalhos jornalísticos sido desenvolvidos, "na maior parte dos casos, até com uma grande emoção". O Cardeal de Lisboa disse que o Patriarcado analisou a torrente de noticiário produzido por 120 jornais nacionais, diários, semanários, jornais regionais e revistas e chegou aos números 1035 notícias, 189 dossiês especiais e mais de 170 artigos de opinião sobre o tema. No final do encontro, os jornalistas presentes defenderam uma maior divulgação das actividades da Igreja e alguns deles admitiram dificuldades na descodificação da linguagem religiosa.

DOENTES: Listas de espera para cirurgias aumentam

O actual Governo herdou uma lista de espera para cirurgia que ultrapassava as 193 mil pessoas no final de Janeiro último, mais cerca de 100 mil do que o total estimado em meados de 2002, noticia esta sexta-feira o Público. Quando o Governo PSD/CDS-PP tomou posse, em Abril desse ano, o número de pessoas inscritas para cirurgia estimava-se em cerca de 90 mil. Contudo, com a decisão de aumentar o número de patologias elegíveis de 13 para 68, a lista de espera cresceu para 123 mil pessoas. Mas, segundo o Público, nem tudo são más notícias, uma vez que o tempo médio de espera rondava no princípio deste ano 272 dias, cerca de nove meses, muito menos do que o que acontecia na tutela do anterior ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira. Os números constam do relatório preliminar da auditoria do Tribunal de Contas (TC) ao Programa Especial de Combate às Listas de Espera Cirúrgicas (PECLEC) lançado pelo Governo liderado por Durão Barroso. O relatório preliminar do TC revela que 93,5% das 123 mil pessoas em espera foram operadas durante os dois anos do PECLEC (até ao final de Outubro de 2004), mais de metade das quais no horário normal de trabalho dos hospitais. Este facto pode explicar que não tenha sido esgotada a verba do programa: dos cerca de 220 milhões de euros disponibilizados para o efeito em 2003 e 2004, foram gastos apenas 122 milhões, refere ainda o jornal.
Fonte: Diário Digital

quinta-feira, 19 de maio de 2005

AVEIRO: A maior Feira do Livro de sempre

Praça Marquês de Pombal
Milhares de livros à espera de leitores
No próximo sábado, vai ser inaugurada, em Aveiro, na Praça Marquês de Pombal, a Feira do Livro, que será a maior de sempre da região. Conta com a participação de 58 expositores, 28 livreiros e 126 editoras, segundo anunciou o vereador da Cultura da autarquia aveirense, Pedro Silva. Anunciou, também, que em 2006 a Feira terá um novo formato, fundamentalmente para se aproximar das Feiras de Lisboa e do Porto. Nessa linha, adiantou que a organização do certame poderá ser entregue aos editores, ao mesmo tempo que será criada a figura do Comissário. Entre 21 de Maio e 5 de Junho, a bela Praça Marquês de Pombal vai servir de palco de milhares de livros, para todas as idades e para todos os gostos, a preços especiais, sobretudo nos chamados Livros do Dia, ao mesmo tempo que haverá uma animação cultural a condizer. Dois dias serão dedicados aos alunos das escolas do concelho, com programação adequada, e em momentos a anunciar serão lançados 19 livros, alguns de escritores aveirenses. O Cine-Clube e o Grupo Poético farão o lançamento de duas revistas, mas ainda haverá música, em especial de jazz. Pedro Silva frisou que o interesse de tantos editores se deve ao sucesso comercial das últimas edições. F. M.

Um artigo de Acácio Catarino, no Correio do Vouga

. Contra o desemprego: (1) - triângulo básico
1. Na luta contra o desemprego (ou, pela positiva, a favor do emprego), há várias frentes de acção a ter em conta. Esta reflexão aborda apenas a primeira, que tem como centro a família (ou a pessoa isolada, se for esse o caso).Tal frente pode designar-se por triângulo básico, tendo como “lados” a família, o trabalho e a educação. Há que revalorar a família como centro nuclear e dinamizador do processo educativo e do projecto laboral de cada um dos seus membros.Outrora, a família constituía (além do mais) uma unidade económica de produção, distribuição e consumo, mais ou menos complexa. Hoje aparece, neste aspecto, quase só como unidade de consumo. No entanto, continua a ser muito elevado o número de empresas familiares e de famílias-empresa. Bem vistas as coisas, a grande maioria das famílias vive intensamente esta dimensão económico-laboral, em especial na luta pela subsistência, na procura e melhoria de emprego, na realização de projectos de vida, no esforço educativo...
2. A vertente laboral faz parte integrante do processo educativo, tal como este faz parte do trabalho. O trabalho não é redutível à educação, e esta não é redutível ao trabalho. No entanto, há coincidência parcial entre uma realidade e a outra. E, sobretudo, importa frisar que não existe educação sem trabalho nem trabalho sem educação.É, por isso, recomendável que, desde tenra idade, o trabalho (incluindo, em especial, o trabalho de brincar, de experimentar, de criar actividades lúdicas ou outras, e bem assim as responsabilidades pessoais na família) seja assumido como verdadeira educação e esta como verdadeiro trabalho (embora se trate de realidades diferentes).
3. Na fase escolar, impõe-se que se mantenha uma estreita ligação entre o mundo académico e o laboral análoga à que existe, por exemplo, com o meio ambiente e com a história. É indispensável que a escola vá ao mundo laboral, às empresas (e outras entidades empregadoras) e que o mundo laboral entre na escola.Escola e mundo laboral deveriam complementar-se e cooperar cada vez mais, com a participação das famílias. Nada deveria obstar a que a escola ouvisse depoimentos e “lições” de empresários e trabalhadores, e promovesse exercícios académicos baseados na realidade e problemas dessas empresas. Nalguns casos, a escola até pode con-tribuir para o desenvolvimento das empresas e para a abertura de novos horizontes.Também nada deveria obstar a que os empresários e os trabalhadores se pronunciassem acerca da adequação dos saberes escolares ao mundo laboral. E este poderia receber, da escola, complementos significativos de formação.Família, escola e trabalho podem (e devem) convergir e cooperar, sob pena de se destruírem.

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

. TEATRO
Durante a campanha eleitoral de 2002 Durão Barroso acusou o Gover- no socialista de descontrolar as contas do Estado, apontando um défice que ele estimava andar pelos 5% do PIB. Entretanto, prometeu um choque fiscal, para baixar impostos. Tendo ganho as eleições, Barroso pediu a uma comissão presidida por Vítor Constâncio para apurar o valor real do défice em 2001. Surpresa e escândalo! Afinal o défice era de 4,1%, furando o limite do Pacto de Estabilidade (3%) mas inferior ao denunciado pelo PSD. A prometida descida de impostos transformou- se em subida do IVA.
Teatro semelhante acontece agora, desta vez com o PS a governar. Na campanha eleitoral e até hoje como primeiro-ministro, Sócrates desdramatizou o desequilíbrio das contas públicas. Antes, Santana Lopes fizera pior considerou resolvido o problema, proclamando o fim da austeridade. Em Novembro, o PS criticou o Orçamento de Santana e Bagão Félix por demasiado optimista, no que não foi muito original. Entretanto, houve eleições e uma longa paragem governativa (excepto para alguns negócios). E temos o petróleo bem acima das previsões orçamentais e a economia -- portuguesa e europeia - quase a estagnar. Assim, as contas do Estado só poderiam piorar, como se percebe. O ministro das Finanças já apontara há dois meses para um défice superior a 6,5%. Qual é, então, a surpresa se o défice apurado por Constâncio for de 7% ou mesmo um pouco mais?
Finge-se agora grande espanto porque antes se desvalorizou o problema, prometendo facilidades - não subir impostos, Scut, benefícios sociais, etc. Vai, pois, ser penosa a pedagogia das "medidas difíceis". É que este repetido teatro dos políticos já enjoa e não engana ninguém. As falsas surpresas talvez só iludam aqueles que as fabricam e se autoconvencem com as suas fantasias.

Bento XVI assegura que Deus está próximo da humanidade

Bento XVI Papa convidado a visitar a Rússia
Bento XVI assegurou que Deus está próximo da humanidade, sobretudo dos pequenos e indigentes, "para levantar o pobre e levar conforto aos necessitados e aos que sofrem". Apresentando uma catequese sobre o Salmo 112 aos cerca de 25 mil peregrinos reunidos para a audiência geral da quarta-feira, o Papa falou do "olhar amoroso e do compromisso eficaz" de Deus sobre os mais pobres dos pobres. "Deus é bem diferente pela sua grandeza, mas ao mesmo tempo é muito próximo das suas criaturas que sofrem", explicou. No dia em que João Paulo II completaria 85 anos, o seu sucessor exortou todos à oração do Rosário, que classificou como "oração evangélica, que ajuda a compreender os mistérios fundamentais da história da salvação". No final da audiência, Bento XVI saudou os pais de Terri Schiavo, a norte-americana que deixou de ser alimentada artificialmente a 18 de Março, por decisão judicial, e morreu na Florida no dia 31 de Março. O Papa passou entre os fiéis que dele se aproximaram e cumprimentou-os com um aperto de mão. Bob e Mary Schindler tinham sido ontem recebidos no Vaticano pelo Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz. Nno Vaticano, o arcebispo de Moscovo, D. Tadeusz Kondrusiewicz, celebrou uma Missa na cripta onde está sepultado João Paulo II, para um grupo de católicos russos. Os peregrinos convidaram Bento XVI a visitar a Rússia.

quarta-feira, 18 de maio de 2005

DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS

Navio-Museu Santo André
Bom motivo para visitar um museu Ocorre, hoje, 18 de Maio, o DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS. Bom motivo, em minha opinião, para se visitar o museu da terra, se não se puder ir mais longe. Ao menos esse. "Museus, Pontes entre Culturas" é o tema proposto para reflexão, numa perspectiva de dar mais visibilidade aos museus menos frequentados, também eles fundamentais para assegurar a preservação das suas colecções e dos seus patrimónios culturais. Mas ainda para implementar a sua aproximação às pessoas, para quem eles existem. O tema recorda-nos que os museus podem e devem ser ponto de encontro de povos com heranças culturais diversas Hoje, há muitos museus que deixaram de ser meros depósitos de peças de arte e quantas vezes de velharias sem interesse de maior, para se tornarem espaços culturais e de transmissão de saberes, unindo gentes de gerações diferentes e proporcionando uma troca relevante de conhecimentos, ligando o passado ao presente e alicerçando o futuro. Além das exposições permanentes, normalmente a alma dos museus, agora os espaços museológicos oferecem, com regularidade, outras mostras de arte, para além de proporcionarem momentos artísticos, que são mais um incentivo para atrair visitantes. Felizmente, nas nossas cidades e vilas, e até em muitas aldeias, há museus para todos os gostos, a preços acessíveis, não havendo razões válidas para as pessoas, jovens e menos jovens, deixarem de os visitar. No DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS, as entradas são gratuitas. Aproveite, pois, para visitar um museu da sua região.
:
Recomendo para hoje,
em especial, na região centro:
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Museu de Aveiro
Museu Marítimo de Ílhavo
Museu da Vista Alegre
Museu de Egas Moniz, em Avanca
Casa Gafanhoa, na Gafanha da Nazaré
Navio-Museu Santo André, na Gafanha da Nazaré
Museu de São Pedro, na Palhaça
Museu do Caramulo
Museu Grão Vasco, em Viseu
Museu da Guarda
Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

Os crucifixos das escolas e as alminhas das estradas...
Quando há anos saudei o Dr. Manuel Alegre, então responsável do Ministério da Comunicação Social, para lhe desejar o melhor êxito, num campo ainda muito armadilhado mas de grande alcance público, tinha eu, ao tempo, igual responsabilidade no mesmo sector da Conferência Episcopal Portuguesa. Recebi dele um cartão de agradecimento, muito expressivo e gentil. Nele me dizia que o PS sempre respeitaria a Igreja, pois tinha consciência de que a história de Portugal não se pode fazer, sem ter presente a acção da Igreja ao longo dos séculos.
A Igreja era, então, tida como uma benemérita do povo, que atravessava o tempo. As pessoas cultas, crentes ou agnósticas, respeitam, sem favor, a verdade histórica e percebem nela o entrelaçado que a tece e o dinamismo que a comanda. Só por cegueira ou preconceito, se pode turvar água limpa que jorra e corre para bem de todos.
Apareceu há tempos uma associação, da qual não se discute a legitimidade de ser o que quiser, com o objectivo, por exigência do laicismo, de apagar sinais do cristianismo, conspurcar a acção histórica da Igreja, fazer tábua rasa de valores morais e religiosos da nossa tradição e cultura. O alvo é sempre a Igreja Católica, como se os seus membros responsáveis fossem um grupo de bandoleiros que pretendem impedir a luz e os ventos que sopram da Europa laica. E o braço político, temerário e submisso ante pequenos grupos aguerridos, parece entrar na campanha, tão pobre de cultura, como de cidadania.
Agora, é a caça aos crucifixos que, depois da Revolução de Abril, ainda se vêem em algumas escolas do Estado. Temo-los visto, aqui e ali, por vezes limpos e com flores, e, também, com pó e teias de aranha. Vá lá limpá-los quem é pago pelo estado laico!...
O Crucifixo! O mais significativo gesto de amor da história humana, com sinais de séculos na bandeira nacional, agora ofende o laicismo!... A senhora Ministra já deu ordens para que se saiba das transgressões, se tomem providências, se acabe com o escândalo do que resta ainda de sinal religioso nas escolas. A inquirição, segundo a denúncia feita, atinge ainda os que permitem estranhos a falar de Deus nas escolas. O grande problema da educação em Portugal é, então, a existência de sinais religiosos que desorientam crianças e não respeitam o laicismo de todos! Os professores que educam crianças concretas, em terras e famílias concretas, não podem ter critérios educativos próprios, a menos que sejam critérios laicos… O Estado é o dono das crianças e seu protector. Os pais que não se metam onde não são chamados, tanto mais que há agora gente laica, que ninguém conhece, preocupada com os seus filhos…
A associação está tão zelosa por defender “o espaço público que garanta a laicidade de todos”, que não me admiro que venha a pedir também a retirada dos símbolos religiosos da bandeira nacional, onde estão desde há séculos, e a exigir a destruição das “alminhas”, devoção do povo “ignorante”, espalhadas por essas estradas do país, a poluir os horizontes de todos e a incomodar os não crentes incómodos. Não me admiro que se mova uma cruzada que expurgue das vias publicas tudo quanto é nome de santo, de igreja e convento, e se ordene um bota abaixo de estátuas de gente ligada à religião cristã, porque as ruas e praças de todos são precisas agora para personagens da família laica a promover, gente de que ninguém conhece pai nem mãe, nem feitos que mereçam honras… Um vendaval de zelo anti cristão, mais sofisticado que o da I República, que prometeu acabar com a religião em poucas gerações…
Tudo em nome da Constituição da República. Esta consagra, de facto, a separação da Igreja e do Estado ou o Estado não confessional. Todos aceitamos ser este um regime actual e benéfico. Mas é isto o “estado laico”, que parece querer uma guerra religiosa, tão tola como fora do tempo? Se entramos num regime pidesco que, sob pretensão de legalidades, se põe a agir, desprezando o bom senso e o povo que não é órfão e sabe o que quer, certamente que não é a paz o que procuram ou pretendem os novos laicos.

REGIÃO CENTRO quer mais energias renováveis

Energia eólica na Serra do Caramulo
Há energias disponíveis na região A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) vai implementar projectos que visem o aproveitamento de energias renováveis. Para isso, vai apostar nos fundos comunitários, procurando desenvolver as negociações possíveis e indispensáveis. Pedro Saraiva, presidente da CCDRC, que apresentou ontem o projecto "QUERER 2013 - O centro do futuro", adiantou ao JN que se pretende construir, ao longo de 2005, os contornos daquilo que "venha a ser o futuro da Região Centro", a partir de 2007. Pedro Saraiva salientou que o projecto "QUERER 2013" está já a ser desenvolvido, mesmo sem se conhecerem "os instrumentos disponíveis", o que até considera vantajoso porque, desta forma, os estudos não são feitos em função do dinheiro. Aquele responsável pela CCDRC lembrou, ainda, que na Região Centro há energias renováveis disponíveis, o que é uma mais-valia para a qualidade dos seus projectos.

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

FUNDAMENTALISMO
:
Em Topeka, Kansas, uma espécie de tribunal vai decidir se a teoria da evolução de Darwin deve ou não ser ensinada naquele estado americano. O caso recorda a condenação, em 1925, de um professor do Tennessee por ter ensinado essa teoria. Mas a coisa agora é mais séria, embora não vá ninguém preso. Cristãos fundamentalistas mobilizaram-se nos EUA para banir das escolas o darwinismo ou, pelo menos, colocá-lo em dúvida. Em seis estados já o conseguiram.
Como qualquer outra tese científica, a teoria evolucionista não é intocável nem imune à crítica ela serve de explicação até ser desmentida pelos factos e surgir outra teoria melhor. Só que a maioria dos fundamentalistas protestantes que defendem o "criacionismo", contra Darwin, não o faz por razões científicas, mas porque lê a Bíblia de forma literal. A mesma que leva a julgar que Deus criou o mundo em sete dias, há apenas dez mil anos. Ou que a Palestina pertence aos judeus por direito divino.
Na Europa a questão foi há muito ultrapassada. A Igreja Católica, por exemplo, não tem problemas com as ideias de Darwin, que são geralmente aceites na comunidade científica mundial. E nenhum católico europeu adulto faz uma leitura literal da Bíblia. Os fundamentalistas fazem-na porque se sentem inseguros num mundo em rápida mudança agarram-se à letra, ainda que o resultado seja absurdo. É por medo e, afinal, por falta de fé autêntica que se autoconvencem de que possuem toda a verdade, na sua formulação definitiva. Dir-se-ia que, para eles, Deus não é transcendente e infinito, nem deve sempre ser descoberto em novas dimensões, na sua eterna juventude. É um Deus fechado, para dar segurança. Mas não parece o Deus de Jesus Cristo. A ideia superficial de que os americanos são muito religiosos deve ser repensada.

AVEIRO: Convento do Carmo abre-se à cidade

"Apresentar o convento no contexto da história cidade e da Ordem do Carmo” é o principal objectivo do ciclo de conferências «Um convento na cidade» promovido pela Ordem do Carmo na cidade aveirense. Inaugurado no passado dia 3 Abril, este espaço renovado passa “a ser também um espaço de cultura” – disse à Agência ECCLESIA Frei João Costa. A anterior residência encontrava-se em estado de degradação e, no seu espaço, foi construído um convento moderno e funcional, com a residência da comunidade, hospedaria e salas de trabalho.
Os padres carmelitas estiveram em Aveiro até à expulsão das ordens religiosas; e regressaram, anos depois, à cidade e à sua igreja. O antigo convento, que foi, até há pouco, pertença da Câmara Municipal, foi de novo entregue à Ordem. Estão em estudo obras de adaptação para actividades ligadas ao carisma da Ordem e à guarda do património artístico existente.
À beira dos quatro séculos, o convento tem “muitas histórias para contar” e fundou outros dois: Santarém e do Buçaco. E acrescenta: “vale a pena visitar a mata do Buçaco que foi plantada pelos frades”.
No passado dia 14 de Maio, as primeiras duas conferências abordaram os seguintes temas: “Um convento com histórias para contar” e “(A)riscar um convento”. Frei João Costa refere mesmo que aquele convento teve uma “das melhores boticas (Farmácia) da cidade”. À portaria do convento, os pobres “vinham receber um pãozinho e curar as feridas”. A religião “não é só rezar” mas estar “também aberto ao outro”. E finaliza: “a pior doença da actualidade é as pessoas não terem tempo”.As próximas conferências serão dias 19 e 28 de Maio.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

terça-feira, 17 de maio de 2005

Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados

António Guterres Candidatura de António Guterres
bem posicionada A comunicação social tem noticiado que a candidatura do antigo primeiro-ministro português, António Guterres, ao cargo de Alto-Comissário para os Refugiados da ONU está a ficar bem posicionada. Hoje mesmo, vai encontrar-se com Kofi Annan, numa altura em que se sabe que os Estados Unidos também estão a simpatizar com a ideia de o apoiar, juntando-se a tantos outros países que já se declararam a favor da candidatura do nosso compatriota. António Guterres é, como muitos saberão, um homem de formação católica e desde jovem interessado pelas questões sociais. A sua entrada na política terá sido, como muitos garantem, uma forma de levar mais longe esse interesse pelos desprotegidos da sorte. Pessoalmente, gostaria mais de o ver a desempenhar essas funções, a nível internacional, do que a ocupar o cargo de Presidente da República, precisamente por sentir que junto dos refugiados seria bastante útil, tendo em conta a sua formação e a sua sensibilidade, para procurar soluções de mais justiça para gente que tanto sofre. Aliás, na sua actual posição de presidente da Internacional Socialista, António Guterres conhece bem o mundo e os dirigentes a quem terá de recorrer, para descobrir ajudas imediatas e eficazes, que respondam aos apelos de quem se encontra numa situação delicada. O homem simples e o humanista cristão, que é o antigo primeiro-ministro de Portugal, ficaria muito bem à frente dos destinos do ACNUR (Alto-Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados), ao mesmo tempo que poderia realizar-se mais como pessoa e como político, desde sempre empenhado nas questões sociais e na ajuda a quem mais necessita. F.M.

Um artigo de António Rego

A ESPERANÇA NA ECONOMIA
Proclamar sempre a esperança, mesmo quando o barco está a afundar-se? Dizer aos músicos que continuem a puxar pelos arcos do violino para que os passageiros se não apercebam da tragédia? Ou contar a história real para que se salve o possível, mesmo em pranto, em vez de tudo se perder sob alegres falsetes duma melodia alienante?
Não estamos bem quanto a contas de família. A afirmação não vem dos críticos azedos que nada mais sabem dizer. Vem de técnicos, de contas rigorosas de somar e diminuir, que nada têm a ver com a nossa fraqueza geral em matemática. O deve e haver do nosso país face ao mundo económico é negativo. E grave.
Acho graça aos cronistas diários das bolsas que, com frequência, acusam o PSI-20 ou Nasdaq, de sentimento negativo. Cá está o outro dado. As contas não são tão frias quanto parecem. Têm sentimento – diz-se. E esse sentimento traduz-se em estimular ou desestimular o investimento, a compra ou venda, o negócio que se faz com a tal esperança de que do outro lado exista alguma animação para entrar na acção e no risco. Ou seja: em economia – dizem alguns – nunca se deve mandar calar os violinos, mesmo que o barco tenha rombos sérios e previsões ajuizadas de que pode afundar-se. A movimentação descontrolada dos passageiros pode acelerar a tragédia. A depressão nunca produz bons efeitos.
O dono do Café, o pequeno empresário, o trabalhador médio, o pequeno gerador de economia, não se revêem na lei da oferta e da procura, nem lêem os relatórios dos técnicos do Banco de Portugal ou da Mongólia. Sentem a vida a desandar ou a equilibrar-se, entre as queixas que fazem nos seus jogos de negócio, tal como um jogador de futebol que se faz magoado sem ninguém lhe tocar. Ou cai lesionado mas ninguém acredita porque o queixume faz parte da função negocial.
Em que ficamos? A economia é um planeta à parte, com a sua gramática, técnica, sedução, ilusão, engano e resultados ocultos? Ou uma actividade que se integra num todo da comunidade, para ela voltada e não apenas para o proveito individual de cada uma das quintas que cada qual, de costas voltadas para o mundo, procura cultivar?
Daí a pergunta: em economia, o que é realmente a esperança?

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