sábado, 27 de maio de 2006

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

O lucro fácil e a natureza humana
Desde que rebentou o escândalo do negócio dos selos sucedem-se as prosas moralistas sobre a irresponsabilidade de quem ali investiu. Comentários um tanto enjoativos, porque é fácil falar depois de ter estalado a bronca - poucos alertaram antes de ela acontecer. E também porque sempre existiram, e continuarão a existir, negócios especulativos, mais ou menos lícitos, que atraem analfabetos e pessoas cultas na ilusão do lucro fácil.
São conhecidas as febres na Bolsa, com as acções a valorizarem-se porque muitos julgam que elas irão subir ainda mais (lucro garantido!), portanto compram, puxando para cima as cotações - até que um dia a bolha rebenta, pondo o mecanismo a funcionar ao contrário, com toda a gente angustiada a vender quanto antes.
Aconteceu no crash de 1929, a que se seguiu a maior depressão económica da história, só terminada com a Segunda Guerra Mundial.
Mais recentemente, e em menor escala, deu-se a queda brutal em Wall Street em Outubro de 1987 e o rebentar em 2000 da bolha especulativa envolvendo empresas de novas tecnologias.
Por cá, foi sentido o crash de 1987, mas já no tempo de Marcello Caetano se registara entre nós uma euforia bolsista que acabou mal, como é da regra.
A especulação não é um exclusivo da Bolsa. No princípio do século XVII as tulipas que então a Holanda importava da Turquia contraíram um vírus benigno, que lhes alterava as cores.
Essas tulipas valorizaram-se então extraordinariamente. Os holandeses desataram a comprar bolbos na convicção de que a subida do preço das tulipas não iria parar. Mas quando alguém, mais prudente, começou a vender, a queda dos preços foi vertiginosa, arruinando muita gente.
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Novas regras para a abertura de farmácias

Numa sociedade
democrática,
os monopólios
não fazem sentido
Ontem, o Governo de José Sócrates avançou com a notícia do fim do monopólio das farmácias, cujos proprietários apenas podiam ser farmacêuticos devidamente habilitados. Qualquer pessoa, a partir de agora, pode vir a instalar uma farmácia em qualquer ponto do País, a partir de algumas regras que serão definidas em breve. O acesso a esse direito está vedado, tão-somente, a médicos e industriais de produtos farmacêuticos, directa ou indirectamente. No entanto, nenhum proprietário poderá ser detentor de mais de quatro farmácias. O Governo criou ainda as farmácias hospitalares, que funcionarão 24 horas por dia e todos os dias do ano, devendo ir a concurso a sua exploração. Terão preferência os proprietários da zona dos hospitais. Por outro lado, as farmácias ficarão livres para estabelecer os preços dos medicamentos, tendo em conta um tecto máximo a definir pela tutela, ficando aberta a porta à livre concorrência. Haverá, também, a possibilidade de adquirir medicamentos por unidade. Por incrível que pareça, numa sociedade democrática com mais de 30 anos de vida, tínhamos entre nós um monopólio escandaloso, que não fazia qualquer sentido nos tempos de hoje. Ainda bem que o Governo tomou esta decisão, corajosa, o que mereceu o apoio da oposição. No fundo, resta-nos esperar que tudo isto venha a contribuir para a descida do preço dos medicamentos, muitos dos quais não estão acessíveis à grande maioria de quem vive apenas do salário mínimo nacional ou de salários muito próximos desse. E a possibilidade de se poder comprar por unidade virá reduzir, significativamente, o desperdício de medicamentos. Fernando Martins

Pressão do lucro e competição

Mota Amaral critica desumanização da sociedade
O ex-presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, criticou hoje as alterações dos ritmos de vida das pessoas “ditadas pelo lucro e competição”, apelando a uma reflexão da sociedade sobre o assunto. “Chego a pensar se não é preciso encontrar uma forma de dizer que o rei vai nu”, disse o social-democrata João Bosco Mota Amaral, ao defender a necessidade de “evitar a desumanização” das actuais sociedades do mundo global.
O antigo presidente do Governo Regional dos Açores falava na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, num debate subordinado ao tema “20 anos de Portugal na União Europeia” (UE), organizado pela Associação Juvenil de Estudos Europeus e Comunitários (AJEEC).
Mota Amaral, tendo por mote uma parte da intervenção do economista Marcelo Nuno, líder da Comissão Política Concelhia de Coimbra do PSD, que fez uma retrospectiva dos progressos registados em Portugal após a adesão à UE, em 1986, introduziu no debate “algumas linhas de crítica a esta mudança vertiginosa da nossa sociedade”.
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Um poema de Cabral do Nascimento

AMO O SILÊNCIO Amo o silêncio e as vozes que insinuam, Meigas ciciam, musicais, veladas, Fracas, serenas, pálidas, cansadas, Doces palavras que no ar flutuam. Amo o silêncio e a luz difusa… E amo A tarde cor de cinza, a chuva calma, E o mar sem ondas, liso como a palma Da minha mão aberta… E em cada ramo Das árvores sem folhas, amo os verdes Musgos pendentes, flácidos, em tiras… Assim, minh’alma extática, suspiras, Meu coração tranquilo, assim te perdes! Rude fragor do mundo, sombra fria, Passa de largo! Não me acordes, não! Deixa correr a fonte da ilusão, Enche-me a vida de melancolia…

sexta-feira, 26 de maio de 2006

A importância de procurar a verdade

"Código Da Vince" confunde muita gente
O "Código Da Vince" e outra literatura semelhante estão a confundir muita gente, sobretudo a que não tem uma cultura com raízes seguras. Depois desta obra, muitas outras se seguiram para explorar essa realidade. É certo que há pessoas que buscam permanentemente o sagrado e o religioso, de tal modo andam insatisfeitas com a fé ( ou a falta dela) que lhe ofereceram (ou não ofereceram) ao longo da vida.
Outras deixaram adormecer a formação religiosa que receberam durante a infância e agora são acordadas por estas literaturas especulativas, que não têm como finalidade qualquer rigor histórico, porque o que interessa aos seus autores e editores é vender muitos livros.
Baralhados com o que lêem, os leitores podem perder o rumo ou desligar-se das raízes que os ligaram à religião que lhes foi legada pelos seus pais ou educadores.
Hoje proponho a leitura de um trabalho esclarecedor.
Que seja uma leitura atenta e que sirva de ponto de partida para outros estudos. São os meus votos. Clique aqui.

Um artigo de D. António Marcelino

RESPEITO
QUE DIGNIFICA,
DESRESPEITO
QUE EMPOBRECE As confusões que o laicismo levanta cada dia, premeditadas e alimen-tadas, continuam a fazer estragos sociais e a sujar a vida das pessoas. Não me refiro ao problema ao lugar no protocolo do Estado dos responsáveis da Igreja Católica, em actos civis oficiais. Uma presença que parece ser cada vez mais incómoda para o estado laico e para os intérpretes do que este significa, exige e exclui. Certamente que as instituições locais, que não são nem anónimas, nem intemporais, agirão segundo o bom senso e o respeito que lhe merecem outras instituições, quando servidoras incontestáveis do bem comum e da humanização pessoal e local. E se estas, por pruridos ou razões, não convidarem para as suas celebrações, nenhum membro da hierarquia católica se sentirá penalizado na sua pessoa, nem deixará, por isso, de continuar a sua missão de serviço à comunidade, com igual ou crescente dedicação. A falta de respeito, sempre impune, que se vai espalhando e que conspurca tudo o que se relaciona com o sagrado, é que me parece preocupante e de efeitos negativos para o tecido social em geral, para as relações que se operam no seio do mesmo, para a salvaguarda e promoção dos padrões fundamentais da educação e da cultura, para a tentativa de rasgar páginas incómodas da história. A história mostra que quem não respeita o sagrado, a seu tempo não respeitará nada, nem ninguém. A referência à dignificação de nós mesmos está, necessariamente, acima de nós e postula e procura um horizonte mais largo, que nos dê segurança interior e nos permita emergir do banal. A igual dignidade de todos nós ou tem uma origem e uma fonte indiscutível que nos ultrapassa, ou depressa desaparece, porque logo surgirá no horizonte quem pretenda nivelar por baixo e quem classifique os outros, pelas mais diversas razões, como gente desprezível ou apenas joguete dos seus próprios interesses. Os grandes da sociedade e os indispensáveis ao progresso da mesma, serão, então e apenas, os membros do grupo. O desrespeito pelo sagrado concretiza-se de muitas e variadas maneiras. Desrespeito pela verdade, pelas pessoas concretas, pela justiça, pela história… Mas é, principalmente, desrespeito por Deus, pela Sua Divindade e manifestações, pelo transcendente. É, por vezes, adulteração consciente da verdade, a pretexto de liberdade, ateísmo ou laicismo agnóstico. Quando alguém perde o respeito pelo sagrado, perde-o por si e pelos outros e julga-se livre para fazer ou dizer, sem peias, o que lhe apetece. As verdadeiras balizas do viver em sociedade estão no respeito que se tem por tudo quanto nos ultrapassa a todos por igual. A isso se diz “sagrado”, importante para que cada um se sinta respeitado na sua dignidade, nas legítimas expressões da mesma e no mundo dos valores que cimentam a sua história e a sua cultura. Hoje, os interesses dos grupos económicos e dos media comandam a sociedade, por vezes sem freios éticos ou morais. O sensacionalismo vende tudo e não respeita nada, nem ninguém. A pitada do anti-religioso tornou-se aliciante para o negócio que dispensa escrúpulos. O mundo escravo do dinheiro, do poder e do prazer é pobre e sem futuro. Estará a Igreja dominada por medo destes fantasmas? Nem de longe. Está é preocupada, por amor à verdade e por respeito às pessoas, com o empobrecimento humano e social que se expande. É uma sementeira de onde nada se pode esperar. As vitórias contra Deus e o que há de mais sagrado na vida são sempre efémeras. Vence quem acredita que qualquer forma de morte jamais pode gerar vida. O sagrado e o divino resistem sempre ao tempo. O laicismo ateu ainda não viu que assim é e os desrespeitadores de Deus e do homem fingem vitórias que nunca terão.

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Presidente da República aposta na CNIS

CAVACO SILVA VAI FALAR AO PAÍS DAS BOAS PRÁTICAS DAS IPSS
O Presidente da República considera a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), um parceiro social muito importante e credível e vai apresentar ao país as boas práticas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) como exemplo, “para que se saia da letargia e do desânimo” que a actual crise tem provocado. Segundo declarações do responsável da CNIS, Pe. Lino Maia, à Agência ECCLESIA, a preocupação foi ontem manifestada, ao final da tarde, no decorrer do encontro de uma delegação da CNIS com Aníbal Cavaco Silva. Neste encontro, de cerca de uma hora, o Presidente da República “mostrou que estava bem informado sobre a actividade da CNIS e das IPSS, manifestou grande apreço por aquilo que vêm fazendo”, disse o Pe. Lino Maia. No Palácio de Belém, a delegação da CNIS foi dizer ao Presidente que tinha ficado agradada com o discurso do dia 25 de Abril, em que apontou a inclusão como via para a liberdade”, apresentando a Cavaco Silva a disponibilidade para colaborar com todas as outras organizações para esta causa. A CNIS manifestou ainda vontade e disponibilidade em “integrar o compromisso cívico tendo como causa a inclusão”. Antes deste encontro com o Presidente da República, o Pe. Lino Maia já tinha referido que os bairros sociais e a desertificação do interior devem merecer "particular atenção" na preparação do roteiro contra a inclusão, a lançar pelo Presidente da República. "O interior, que deixa muitas pessoas sós, e os bairros sociais são os dois aspectos mais prementes a que se devia dar maior atenção", disse o presidente da CNIS, em declarações ao órgão oficial da Confederação, “Solidariedade”. Satisfeitos com a confiança depositada por Cavaco Silva, os responsáveis da CNIS assumem essa responsabilidade e prometem continuar a colaborar.
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Fonte: Ecclesia

Um artigo de Jorge Pires Ferreira, no Correio do Vouga

Ameaça ou sintoma e oportunidade?
Estreou na semana passada, nos cinemas, “O Código da Vinci”, filme baseado no romance homónimo de Dan Brown que em Portugal vendeu de 470 mil exemplares e no mundo terá vendido 40 milhões.
O filme segue a par e passo o livro, que, como foi algumas vezes referido no Correio do Vouga, tem basicamente o seguinte enredo: Há um segredo que vai mudar a história da humanidade. A Opus Dei manda matar, mas não consegue impedir que se venha a conhecer aquilo que a Igreja escondeu durante séculos. E o que a Igreja escondeu é: Jesus e Madalena casaram e tiveram filhos. A protagonista do livro/filme é descendente directa de Jesus e Maria de Magdala.
Obviamente, a obra é uma ficção. Uma ficção que os críticos têm denegrido enquanto obra literária (talvez por ter vendido muito), mas que os leitores têm devorado como poucas. A linguagem é simples; os capítulos são curtos; o enredo, misturando história, religião, arquitectura, pintura, matemática e segredos é fascinante; e o tema central, tocando em Jesus, toca no centro da cultura em que vivemos. Mais: a ficção é construída com factos, meio-factos e não-factos, provocando frequentemente um sentimento de indignação a quem está minimamente por dentro dos assuntos. Indignação, mas também admiração pelo engenho do autor. Pode não ser grande literato, mas sabe prender com mestria o leitor, relacionando os factos mais improváveis.
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Divorciados recasados

Divorciados recasados e a Eucaristia É uma questão delicada e atinge cada vez mais cristãos: os divorciados que decidem refazer a sua vida voltando a casar. Por isso, impõe-se que se conheça o que diz a Igreja sobre isso e que propostas pastorais há para estas pessoas. Numa iniciativa da Escola de Pais da Vera Cruz, o Pe Manuel Joaquim Rocha, vigário judicial do Tribunal Diocesano, abordará o tema “Divorciados recasados e a Eucaristia”. A sessão, aberta a todas as pessoas, está marcada para o dia 26 de Maio, no Salão Paroquial da Vera Cruz, às 21h30.

Um poema de Sophia

Um dia Um dia, gastos, voltaremos A viver livres como os animais E mesmo tão cansados floriremos Irmãos vivos do mar e dos pinhais. O vento levará os mil cansaços Dos gestos agitados irreais E há-de voltar aos nossos membros lassos A leve rapidez dos animais. Só então poderemos caminhar Através do mistério que se embala No verde dos pinhais na voz do mar E em nós germinará a sua fala.

Época balnear começa a 1 de Junho

Praia da Barra
Quercus diz que
qualidade da água nas praias
melhorou em 2005
Nas vésperas do início da época balnear, a 1 de Junho, a Quercus faz uma avaliação positiva da qualidade da água nas praias, dizendo que melhorou no ano passado. No entanto, a associação ambientalista lembra a persistência de alguns problemas. “Houve um ligeiro aumento da fracção de praias más, mas um aumento significativo de praias boas em detrimento de aceitáveis”, revela a Quercus, com base na informação pública oficial disponibilizada no site http://www.vivapraia.com e no Relatório sobre a Qualidade das Águas Balneares elaborado pelo Instituto da Água.
Em Portugal existem 478 praias não interditas ao público, sendo que 407 são costeiras e 71 interiores. Estas continuam a apresentar pior qualidade que as costeiras, constata a Quercus, em comunicado.
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Fonte: PÚBLICO

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