para este tempo
Nunca antes uma reflexão tão participada e sobre tantos aspectos relevantes da vida da Igreja e da sua relação com o mundo havia sido produzida e publicada em Portugal.
Análise crítica, coragem e novidade que traduzem confiança na capacidade das comunidades cristãs em “fazer florescer a esperança (…), ouvir uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações e restitua força às mãos” e de nesse caminho serem assistidas pelo Espírito Santo.
O discernimento pastoral
“O que Jesus faria em nosso lugar?, constitui a pergunta chave que guia a reflexão e partilha dos participantes no congresso de Católicos e Vida Pública, no Chile, a 23 e 25 de Agosto de 2022.
O guião dos numerosos participantes, presenciais e on-line adianta em jeito de quem abre horizontes Vamos tentando conscientizar que, como leigos com fé, devemos viver nossa fé na vida pública, e que a fé permeia tudo o que fazemos. Por isso, em cada ano abordamos diferentes temas e tentamos mobilizar e conscientizar. Somos: uma instituição educacional que impacta a sociedade.
Os participantes pedem que os cristãos sejam “mais autênticos no seu comportamento para com os outros” e que a Igreja viva de forma mais “coerente e corajosa… (com) um novo perfil e uma nova atitude da parte dos sacerdotes e bispos, sendo mais próximos e mais abertos à participação”, promovendo a missão dos leigos, especialmente das mulheres.
Mundo digital
Quanto ao mundo digital, sublinha-se o seu potencial para a “formação na fé”, integrando os “influenciadores/evangelizadores digitais como um canal formativo de valor e futuro”.
A necessidade sai reforçada depois de 110 mil pessoas terem respondido a um questionário online promovido por 244 “influenciadores” e missionários digitais, para o Sínodo 2021-2023, sublinhando a importância de uma pastoral própria para este setor.
“Foi verdadeiramente uma graça de Deus, muito importante, que mostra a necessidade de a Igreja cuidar cada vez mais do continente digital com uma Pastoral Digital organizada e sistemática, a fim de apoiar os missionários digitais”, pode ler-se no relatório conclusivo da iniciativa, divulgado pelo portal de notícias do Vaticano.
A iniciativa ‘A Igreja escuta-te’ foi promovida pelo Dicastério para a Comunicação, da Santa Sé, e a Rede Informática da Igreja na América Latina, tendo recolhido contributos em sete línguas, incluindo o português.
“Precisamos de comunicar, descobrir as riquezas de cada um, valorizar aquilo que nos une e olhar as diferenças como possibilidades de crescimento no respeito por todos” (FT. Todos Irmãos 143).
“Fazem falta gestos físicos, expressões do rosto, silêncios, linguagem corpórea e até o perfume, o tremor das mãos, o rubor, a transpiração, porque tudo isso fala e faz parte da comunicação humana” (FT 43)
Uma nova cultura
Numa perspectiva singular, o Papa Francisco observa: Fazer crescer uma cultura do encontro que supere as dialéticas que colocam um contra o outro. É um estilo de vida que tende a formar aquele poliedro que tem muitas faces, muitos lados, mas todos compõem uma unidade rica de matizes, porque «o todo é superior à parte». O poliedro representa uma sociedade onde as diferenças convivem integrando-se, enriquecendo-se e iluminando-se reciprocamente, embora isso envolva discussões e desconfianças. Na realidade, de todos se pode aprender alguma coisa, ninguém é inútil, ninguém é supérfluo. Isto implica incluir as periferias. 215.
O Programa Pastoral 2022-23 da diocese de Aveiro, propõe-se ajudar a definir, promover e implementar o espírito sinodal como forma de ser e edificar a Igreja de Jesus, neste tempo e nesta cultura. Em sintonia eclesial.
Pe. Georgino Rocha