terça-feira, 24 de agosto de 2021

Segunda-feira com preguiça?

 
Diz um velho ditado que "não há sábado sem sol, domingo sem missa e segunda-feira sem preguiça". Não sei se tem batido certo aos longo dos tempos, mas se houver falhas nem damos por elas. Uma coisa é certa: neste fim de semana senti isso. Vai daí, ontem não tive vontade de visitar o meu blogue, tendo em consideração os meus habituais leitores. A preguiça, pecado venial pregado pela Igreja, ter-me-á dominado e dele me quero redimir, de uma forma muito simples, divulgando hoje painéis coloridos da nossa Igreja Matriz, lado direito da Capela Mor. Tenciono divulgar os outros que deixam entrar a luz de vários cambiantes de ambos os lados do templo, convidando os crentes à meditação. Quando entrarem na igreja, procurem apreciá-los todos. 

NOTA: Esta foi a primeira experiência. Foto registada com telemóvel. 

domingo, 22 de agosto de 2021

Hoje é domingo


Estamos a caminho do final do mês de Agosto, assumido pela sociedade ocidental, decerto por proporcionar temperaturas agradáveis que sugerem praias, banhos e ares sadios, como tempo de férias, sempre desejadas, mas nem sempre sentidas. Caminhamos apressados e talvez cansados para os trabalhos e canseiras do dia a dia, reconfortados apenas pela ausência de horários estabelecidos e metas a alcançar.
Para os aposentados ou idosos, que à partida estão sempre de férias, o mês de Agosto tem a virtude contagiante de os convidar a pensar os dias diferentes, sensibilizados pelos que, realmente, fogem dos hábitos e trabalhos normais.
Hoje, domingo, depois da participação na Eucaristia dominical, que não tem férias, chego a casa onde me espera um convívio familiar limitado, ao ar livre, não vá o diabo tecê-las. Todo o cuidado é pouco.
Vim aqui por momentos apenas para manter o ritmo que impus a mim mesmo de escrevinhar qualquer coisa no dia a dia, não vá dar-se o caso de começar a cair para a indiferença pela vida ativa, coisa que nem quero sonhar. E lá vou para ajudar a pôr a mesa, que os grelhados estão quase prontos. 

Ramo morto com vida


 Até um ramo seco, velho e morto, à partida, pode ser útil e ilustrar o céu azul. Bom domingo. 

sábado, 21 de agosto de 2021

Férias: tempo festivo

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

 É preciso ter tempo para a Família, para os amigos, para ouvir o Silêncio onde se acendem as palavras que iluminam.

1 O ser humano tem como uma das suas características ser laborans (trabalhador). Não apenas para ganhar a vida - uma expressão extraordinária, embora dura: a vida foi-nos dada e, depois, é preciso ganhá-la, e uma das coisas que me têm sido ensinadas pela experiência é que quem nada tem de fazer para ganhar a vida, trabalhando, porque tudo lhe é oferecido, nunca atinge uma adultidade madura -, mas também para se realizar autenticamente em humanidade. De facto, é transformando o mundo que a pessoa se transforma e faz. Isso é dito no étimo de duas palavras: a palavra trabalho vem do latim, tripalium, um instrumento de tortura (trabalhar não é duro?), mas também dizemos de alguém que realizou uma obra e que se vai publicar as obras de alguém (do latim, opera) - em inglês, trabalhar diz-se to work, e, em alemão, Werk é uma obra, sendo o seu étimo érgon, em grego. Ai de quem, à sua maneira, não realiza uma obra, a obra primeira que é a sua própria existência autêntica! Fazendo o que fazemos, o que é que andamos no mundo a fazer? A fazer-nos, e, no final, seria magnífico que o resultado fosse uma obra de arte.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Poesia no meu blogue - João de Deus

João de Deus 

 
De vez em quando dou umas voltas pelos meus blogues. Mero gesto para recordar o que tenho publicado. Hoje, por exemplo, fui visitar o João de Deus, um poeta que tem uma história de vida muito curiosa. Conheço algumas dos livros que tenho lido. E aqui fica uma:

O João de Deus, pelo que se pode deduzir, passava o tempo a escrever e a recitar poemas seus, relegando para segundo plano os estudos na Universidade de Coimbra (UC), pelo que foi adiando a conclusão do curso. Um dia, um seu professor, que havia sido colega do poeta no primeiro ano, perguntou-lhe: - Então, João, quando é que queres acabar o curso? Resposta do poeta: Quando vocês quiserem! E concluiu o curso no fim do décimo ano de frequência da UC.

Já agora, passem pelas Etiquetas, selecionem João de Deus e leiam alguns dos seus poemas.

Bom dia com poesia.

Um soneto de Reinaldo Matos

Reinaldo Matos 


MARÉ ENCHENTE

Salvei
Uma criança
De morrer
No mar.

Avancei
Para as ondas,
Sem saber
Nadar.

Pudera
Lá ficar,
No turbilhão das ondas…

Quem me dera
Morrer
Salvando uma criança!

Nota: O facto é real e passou-se com o poeta
na Praia da Torreira, Murtosa,
em Setembro de 1978.

Em “Sinfonia de Poemas de Reinaldo Matos”

Quereis ir-vos? A quem iremos, Senhor?

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXI do Tempo Comum

A fé e a experiência de quem nos precedeu, acumulada em sabedoria, mostra-nos à evidência que só “Tu tens palavras de vida eterna”, consistentes e definitivas, firmes e credíveis. E testemunha-o o exemplo heroico de tantas pessoas bondosas e de muitos santos e mártires. De todas as condições sociais e étnicas.

O discurso do pão da vida atinge o auge, no desabafo de Jesus, após o ensinamento na sinagoga de Cafarnaum, que João formula na pergunta dirigida aos Apóstolos: “E vós também quereis ir-vos embora?” A preocupação manifesta um receio fundado. A multidão saciada no descampado, os acompanhantes nos caminhos da Galileia, os ouvintes dos seus discursos junto ao mar iam diminuindo. O risco é evidente e virá a ser concretizado na paixão pelo resto fiel. A pergunta incisiva e direta, iluminada pelo brilho do olhar, provoca a resposta pronta e eloquente de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Esta decisão de ficar e andar com Jesus, Senhor, terá as suas consequências surpreendentes no futuro. Jo 6, 60-69.
Jesus e Pedro surgem como o rosto pessoal da relação com Deus. Constituem as duas faces da realidade mais profunda da consciência: acolher a oferta, dar-se em liberdade; escutar a palavra, abrir-se à verdade; identificar o dom e fazer-se doação.

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