domingo, 24 de janeiro de 2016

Uma honra jamais esperada


XVII Capítulo da Confraria 
Gastronómica do Bacalhau

Se há surpresas na vida, o convite para participar no XVII Capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau de Ílhavo, ontem, sábado,  foi uma delas. E a surpresa maior, inimaginável para mim, modesto cidadão que assim me considero neste mundo de confrarias e equivalentes, reside no facto de ter sido entronizado como Confrade de Honra. Tanta gentileza de amigos confrades sensibilizou-me, e lá fui para a festa, que o foi realmente a vários níveis. Um discurso do Grão-mestre bem concebido a abrir com arte, graça e realismo, que só lamento não o ter gravado, o convívio fraterno de diversas confrarias, todas apostadas em defender algo de típico das suas gastronomias, a Patanisca de Honra para estimular os apetites, a investidura de três Confrades de Honra, a D. Ana Maria Lopes, o Senhor João Nunes Cavaz e eu próprio, no belíssimo cenário da Faina Maior do Museu Marítimo de Ílhavo, a visita ao Aquário dos Bacalhaus, a serenata cheia de sentimento, decerto de quem alimentou saudades nos bancos de pesca ou no mar revolto, e a saída para o almoço no Hotel de Ílhavo ficaram como retrato colorido para memória futura. 

Grão-mestre, João Nunes, Ana Maria Lopes e Fernando Martins
A mesa do XVII Capítulo respeitou rigorosamente a tradição, tanto quanto sei, com entradas diversas, tudo com o fiel amigo a dar sabor e realismo que dignificaram a nossa confraria, não faltando as carinhas fritas, línguas fritas com açorda, feijoada de samos, bolos de bacalhau, ovas, pataniscas, chora (porquê chora? Qual a origem ou razão deste nome para designar uma sopa pobre?) e o já famoso bacalhau à confraria do saudoso cozinheiro Silva, que bem conhecemos da televisão.
Vinhos a condizer, que ali marcaram presença entendidos no assunto, prova de azeite, e sobremesas tão variadas e desafiantes que me obrigaram a fugir. A consciência diabética avisou-me para não tentar. 
Contemplei serenamente a alegria esfusiante de uns, as palavras certas e estimulantes de muitos amigos e conhecidos, o saber receber e estar com os convidados, a partilha de saberes e de vivências em capítulos semelhantes nas mais variegadas regiões do país e de estrangeiro. Percebi facilmente quanto pesam estas experiências na formação das pessoas com gosto pelas tradições gastronómicas das nossas terras que urge preservar, não vá dar-se o caso do fast food invadir e adulterar os gostos das nossas matrizes.

Olhei para os ilhavenses e gafanhões 

Olhei para os ilhavenses e gafanhões ali bem representados e de repente ocorreu-me um texto do saudoso D. João Evangelista de Lima Vidal, um insigne aveirense e primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro, que aconteceu em 11 de dezembro de 1938. Um texto poético escrito em 8 de novembro de 1952.

Diz D. João:

«Eu nasci em Aveiro, ao que suponho na proa de alguma bateira. Fui batizado à mesma hora nas águas da nossa Ria. Abriram-se-me os ouvidos ao som cadencioso dos remos no mar, ao pio estrídulo das famintas gaivotas, ao praguedo inocente dos pescadores.
(…) 
Nós, os de Aveiro, somos feitos, dos pés à cabeça, de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito, encontrariam lá dentro um barquinho à vela, ou então uma boia ou uma fateixa, ou então a Senhora dos Navegantes.»

Eu, porém, ao fixar os confrades da CGB, para tentar entrar na alma de cada um, divisei  claramente, dentro do peito de todos, não já os montinhos de sal, mas, garantidamente, um lugre à vela, um bote e um bacalhauzinho a tentar livra-se do anzol.
Obrigado a todos os que me proporcionaram este encontro.

Fernando Martins

Os antibióticos do Papa

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

«Para certas gripes 
não bastam aspirinas e chá de tília»

1. Dizem-me que a Igreja Católica, em Portugal, está a cair de sono. Alguns acrescentam: pode dormir à vontade porque só quando Fátima entrar em crise é que será preciso algum cuidado. Ainda não chegamos aí.
Bocas são bocas e má-língua é má-língua. Para o confronto com a realidade, talvez fosse preferível promover algumas sondagens e iniciativas de jornalismo de investigação para responder às seguintes questões:
Como reagem, que dizem e fazem os católicos portugueses – sejam eles leigos, religiosos, padres e/ou bispos – perante as atitudes, as intervenções, os gestos e as declarações do Papa Francisco?
Qual a influência das suas orientações no modo de viver a fé cristã nas paróquias, nas dioceses, nos movimentos, nas congregações religiosas, nos colégios e na universidade católica?
Como é recebida na vida pessoal, familiar, profissional, na intervenção social e política o seu exemplo e as suas propostas?

sábado, 23 de janeiro de 2016

O pesadelo do teólogo

Crónica de Anselmo Borges 
no DN

Existimos porquê e para quê?


1. Bertrand Russell, para lá de ser um dos grandes matemáticos do século XX e filósofo, foi um escritor brilhante e irónico, Prémio Nobel da Literatura. No seu livro de Contos, há um, célebre, com "o pesadelo do teólogo". Vou resumir.
"O teólogo eminente Dr. Thaddeus sonhou que tinha morrido e seguido rumo ao Céu. Os estudos haviam-no preparado e não teve dificuldade em encontrar o caminho. Bateu à porta do Céu e foi recebido com um escrutínio maior do que esperava. Disse: - Peço admissão porque fui um homem bom e dediquei a vida à glória de Deus. - Homem? - exclamou o porteiro. - O que é isso? E como podia uma tão estranha criatura como o senhor fazer alguma coisa para promover a glória de Deus?
O Dr. Thaddeus ficou espantado. - O senhor decerto que não ignora o homem. Deve saber que o homem é a obra suprema do Criador. - Quanto a isso - tornou o porteiro - lamento magoá-lo, mas o que está a dizer é novo para mim. Duvido que alguém cá em cima já tivesse ouvido falar dessa coisa chamada "homem". No entanto, uma vez que parece tão desapontado, pode consultar o nosso bibliotecário.

Vive a liberdade que Jesus anuncia

Reflexão de Georgino Rocha

Outro mundo é possível


Jesus escolhe a sua terra natal para fazer a proclamação oficial da sua missão. Vai à sinagoga, participa na celebração, pega no livro que lhe é apresentado, lê com clareza o texto, enrola o pergaminho (fecha o livro), entrega-o ao ajudante, senta-se e declara com serena firmeza: “ Cumpriu-se, hoje mesmo, esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. Movimenta-se livremente na assembleia que, nele, tinha os olhos fixos. Adopta atitudes rituais de mestre reconhecido. E Lucas, o autor do relato, adianta uma observação pertinente: “Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras que saíam da sua boca”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Evocando o segundo bispo 
da restaurada Diocese de Aveiro

Recordo hoje D. Domingos da Apresentação Fernandes, o primeiro bispo com quem falei. Faleceu há 54 anos e quem o conheceu sabe que foi um prelado que viveu o seu ministério episcopal com muito entusiasmo, apesar da fragilidade da sua saúde. 

Ver as minhas memórias aqui

Grutas de Postojna

Crónica de Maria Donzília Almeida

Porta de entrada

Quando visitei as Grutas de Santo António e as Grutas de Alvados , em pleno Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, na década de sessenta do século passado, fiquei verdadeiramente deslumbrada. Senti-me como Alice no País das Maravilhas num mundo fantástico, irreal e agradeci a Deus pelo dom de habitar um país encantado.
Nas minhas deambulações pelo mundo, na minha década de sessenta, encontrei algo semelhante num pequeno país, a Eslovénia, que integra as “Pérolas do Adriático”.
Ao longo de apenas cerca de 47km de costa, as suas praias são agradáveis e convidam ao desporto e à aventura, mas ao mesmo tempo à calma e ao descanso. As cidades de Piran, Koper, Izola e Portoroz, repousam junto às águas mornas do Adriático, o que só por si, justifica a grande afluência de turistas. São bonitas, acolhedoras e repletas de pontos de especial interesse, como salinas e falésias, o palácio Almerigogna, em Koper, a Igreja de São Jorge e a Praça Tartini em Piran, entre muitos outros. 
Uma das mais importantes atracões da Eslovénia, é a visita às suas magníficas grutas. Existem mais de sete mil no país, entre elas Krizna, cujos lagos de água límpida podem ser atravessados de barco, Skocjanske, um espectacular sistema de grutas declarado Património Mundial pela UNESCO em 1986.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Oração Ecuménica em Aveiro

Terça-feira, 
19 janeiro - 21h15
Igreja da Misericórdia



Vem já de longa data a tradição dos cristãos de Aveiro das diferentes tradições se reunirem em oração comum na Semana de Oração pela Unidade da Igreja. Este ano, estando a Igreja católica a viver o Ano da Misericórdia, de comum acordo, acertou-se que a oração ecuménica se realizasse na igreja da Misericórdia, no centro da cidade de Aveiro, no próximo dia 19, terça-feira, às 21h15.
Como habitualmente, no final da oração, haverá um momento de convívio, servindo-se um chá aos participantes.

Fonte: Diocese de Aveiro

domingo, 17 de janeiro de 2016

Cortejo dos Reis: Desafio à nossa persistência e à nossa fé



«A nossa igreja transformou-se na tenda que Deus quis habitar entre nós». Isto mesmo afirmou o nosso prior, Padre César Fernandes, antes de dar o Menino a beijar, no encerramento do Cortejo dos Reis deste ano. Afinal, o cortejo traz até ao presente a peregrinação que os Reis Magos e seus séquitos fizeram, há mais de dois mil anos, em busca do Menino, guiados pela estrela de Belém, para O adorarem como filho de Deus.  
O Padre César deu os parabéns a todo o povo da Gafanha da Nazaré por «manter viva esta tradição tão bonita», salientando que a recebemos dos nossos antepassados. «Esta tradição — sublinhou — está muito arreigada nas nossas gentes, e temos, por isso, de a transmitir aos vindouros», tão pura e genuína como a herdámos.
O nosso prior frisou que o Cortejo dos Reis é «a manifestação natalícia que mais se impôs», garantindo que «tem raízes profundas na nossa terra», envolvendo toda a comunidade.

“Filinto — O poeta amargurado” pede palco

A peça sobe ao palco 
no Centro Cultural de Ílhavo, 
dia 31 de janeiro, pelas 17 horas 



O leitor da peça de teatro “Filinto — O poeta amargurado”, de Senos da Fonseca, fica com conhecimentos de quem foi este ilhavense, caído no esquecimento, injustamente, graças ao trabalho e rigor de Senos da Fonseca. Trata-se de uma obra que poderia ser classificada como «engenharia literária ou literatura engenhosa», sendo certo que «literatura é beleza», afirmou Rita Marnoto, no sábado, 16 de janeiro, na sede da Junta de Freguesia de S. Salvador, Ílhavo, na apresentação do livro. 
Rita Marnoto, docente da Universidade de Coimbra, é uma ilhavense que sente prazer um estar em Ílhavo, «as suas raízes». «Ílhavo é o único sítio onde chego e sou identificada», mas também «onde recordo os afetos que me tornam grata». 
Referindo-se a Filinto Elísio, de seu nome Francisco Manuel do Nascimento, nascido em Lisboa, mas de raízes ilhavenses, Rita Marnoto afirma que o trabalho de Senos da Fonseca «recupera um homem pouco estudado», tal como está a acontecer com diversos escritores da nossa terra, nomeadamente, Alexandre da Conceição e Mário Sacramento, entre outros. Contudo, frisa que a obra de Filinto foi recentemente reeditada, graças, aliás, à sua intervenção pessoal, quando indicou o escritor para constar da lista de autores que mereciam a reedição.

Com quem começar o novo ano (III)

Crónica de Frei Bento Domingues 

«Sem a conversão do desejo 
não há reforma possível. 
O Papa Francisco que o diga.»

1. As renovadas investigações que, na observância do método histórico, procuram resgatar a memória de Jesus de Nazaré deixam muitos cristãos bastante desapontados: mas é só isto? Tanto barulho, tantos livros para tão pouco?
Esses estudos valem por si próprios, mas também ajudam, pelo menos indirectamente, a dar força à evocação que abre sempre, na Missa, a proclamação do Evangelho: naquele tempo!
É verdade que a grande maioria dos participantes na Eucaristia, se retiver apenas essa indeterminada evocação, continuará de memória vazia. De qualquer modo, essas investigações não fecham os cristãos no Ano Iassistindo à autópsia do cadáver errado, como por vezes se diz.
O que está em causa é, sobretudo, a fidelidade à condição temporal do cristianismo. Teria algum sentido dizer naquela eternidade? Os participantes nas celebrações de fé cristã atraiçoam a sua genuína significação quando não as entendem e vivem em confronto com os problemas pessoais, familiares, sociais e eclesiais, do nosso tempo.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Dia aberto no Museu de Ílhavo

Moliceiro e saleiro
Bacalhau
Recanto 
No Museu Marítimo de Ílhavo, que hoje visitei, encontrei um ambiente tranquilo que permitiu observar a vida serena dos bacalhaus, os nossos bacalhaus. Havia famílias inteiras por ali com as suas crianças buliçosas que, minuto a minuto, se quedavam a mirar os bacalhaus que vinham beijar as vidraças. 
Dia de entrada franca, havia sempre quem chegasse e partisse num vaivém contínuo. Não seria multidão, mas não faltavam visitantes. A entrada franca é assim. As pessoas vão quando lhes apetece, apreciam o que está exposto e deixam as crianças cirandar à vontade. Criam-se hábitos de sair de casa com objetivos, entra-se num espaço cultural, tem-se acesso a conhecimentos, convive-se com que veio ao mesmo, sai-se do ramerrão do quotidiano. E para os esclarecimentos, lá estavam os empregados solícitos e atentos.
Toda a gente, em geral, e os pais com filhos menores (ou maiores), em particular, só têm que aproveitar estas ofertas da autarquia ilhavense.

O futuro da Igreja (2)

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Jean Delumeau

Na obra que acaba de publicar, L'avenir de Dieu, que é o seu "testamento" intelectual, espiritual e religioso, Jean Delumeau, 92 anos, depois de mostrar que a grande falha da Igreja foi ter-se convertido em poder, como vimos no sábado passado, apresenta "pistas e proposições" para o futuro.

1. O governo da Igreja. Não tem o governo da Igreja Católica de "ser profundamente repensado e reconstruído", devendo estar "mais atento do que no passado aos desejos e aspirações dos fiéis"? Não deveriam estes "poder escolher os seus representantes que constituiriam uma espécie de parlamento da catolicidade?"
Antes, isso era irrealizável. Mas actualmente o mundo tornou-se uma pequena aldeia na qual todos podem comunicar instantaneamente entre si no planeta. Então, porque é que não poderei "manifestar o desejo de que os futuros responsáveis da Igreja Católica ao mais alto nível sejam um dia eleitos por um parlamento mundial dos fiéis para um mandato por tempo determinado? Em que é que esta prática atraiçoaria a mensagem de Cristo?"

O vinho de Jesus é a nossa alegria. Experimenta!

Reflexão de Georgino Rocha


«Faltando o vinho da festa na cultura, 
desvanece-se a clareza dos critérios éticos»

A festa de um casamento em Caná da Galileia oferece a Jesus a oportunidade de iniciar a série de sinais da novidade da sua missão. Sete são apontados por João evangelista como especialmente significativos, mas confessa que há muitos outros. Todos e cada um manifestam à saciedade o seu amor de doação incondicional, a paixão constante da sua vida entregue por um mundo novo.
O autor da narração apresenta o que acontece na boda dos noivos e o grande simbolismo que encerra. Todos os elementos descritos apontam para um horizonte aberto, novo, diferente. De cada um se pode colher uma mensagem de grande alcance que nos toca profundamente: O espaço familiar e público, o ambiente de festa nupcial, a presença da Mãe de Jesus e a sua atenção discreta ao que acontecia, o diálogo com Jesus e com os serventes, as talhas vazias que são, de novo, cheias de água corrente, a silenciosa intervenção de Jesus que, desta água, realiza a maravilha do vinho novo, com mais qualidade do que o anterior, a encantadora admoestação do chefe da mesa ao noivo: “Tu guardaste o vinho bom até agora”. Os rituais da purificação perdem sentido. Abre-se o horizonte a uma realidade nova, a do vinho de Jesus servido na ceia de despedida, a eucaristia agora celebrada como seu memorial. “Fazei isto em memória de mim”.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Cortejo dos Reis — Domingo, 17 de janeiro

Pastor vai adorar o Menino na igreja matriz
Vai realizar-se no domingo, 17 de janeiro, o Cortejo dos Reis. Com atraso, porque o tempo não o permitiu na passada semana. Desta feita, estou com fé de que vamos ter a festa dos Reis, porque pedi ao Deus-Menino que desse uma ajudinha. 
Ao contrário do que os mais pessimistas possam pensar, o nosso povo não perdeu o entusiasmo e tudo decorrerá como previsto, porque a nossa comunidade merece tudo. Então, boa participação para todos.

No meu blogue Memórias Soltas evoquei uma participação no Cortejo com o meu irmão. Eu teria uns oito anos e ele cinco. Com as prendas ao ombro, que naquele tempo não havia carrinhas para facilitar a vida aos participantes, caminhámos de Remelha até à igreja. Esfalfados, corremos para casa. Podem ler a minha recordação aqui 

Ílhavo: Espaço do Cidadão

Câmara de Ílhavo (foto do meu arquivo)


A Câmara Municipal de Ílhavo vai proceder à abertura, na próxima segunda-feira, dia 18 de janeiro, a partir das 9 horas, do Espaço do Cidadão, numa aposta de proximidade com o munícipe. 
Integrado no Gabinete de Atendimento Geral, o Espaço do Cidadão é um ponto de atendimento de mediação que congrega vários serviços de diversas entidades, onde o cidadão beneficia de um atendimento digital assistido que lhe permite conhecer as várias opções disponibilizadas pelos serviços online.
Serão mais de setenta serviços que o munícipe irá encontrar num só espaço, podendo, por exemplo, solicitar a alteração de morada da Carta de Condução, entregar despesas da ADSE, tratar de assuntos relativos a emprego e formação profissional, efetuar a alteração de morada no Cartão de Cidadão ou solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença.

Fonte: CMI

Centro Sociocultural vai ser inaugurado no domingo

Centro Sociocultural da Costa Nova
A Câmara Municipal de Ílhavo vai inaugurar no próximo domingo, dia 17 de janeiro, pelas 16 horas, o Centro Sociocultural e Extensão de Saúde da Costa Nova. Localizado entre a Capela da Sr.ª da Saúde e as instalações do CASCI, o Edifício vai integrar duas componentes autónomas: uma área para atividades socioculturais (auditório polivalente, espaço para exposições, sala de reuniões e bar) e outra para a instalação da Extensão de Saúde da Costa Nova.
Com um projeto da autoria do Gabinete ARX (Projetista do Museu Marítimo de Ílhavo e da Biblioteca Municipal de Ílhavo), o edifício foi executado pela empresa Constarte Construções SA, representando um investimento total de 2.122.144,00 euros, cofinanciado a 85% pelo Mais Centro em 1.667.453,00 euros.

Fonte: CMI

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Senos da Fonseca evoca um poeta de raízes ilhavenses

Senos da Fonseca
"Filinto Elíseo — Poeta Amargurado"

No próximo sábado, 16 de janeiro, pelas 16 horas, será apresentado, no salão da Junta de Freguesia de S. Salvador, Ílhavo, o mais recente livro de Senos da Fonseca, intitulado "Filinto Elíseo — Poeta Amargurado". A apresentação da obra vai ser feita pela Prof. Doutora Rita Marnoto, da Universidade de  Coimbra, o que significa uma excelente oportunidade para se ficar a conhecer o poeta com raízes ilhavenses, de vida atribulada. 
A Junta de Freguesia fica na Av. 25 de Abril, em Ílhavo.

Efeméride Gafanhoa: Bênção da igreja Gafanha da Nazaré



Tenho para mim que as datas marcantes das nossas vidas e comunidades precisam de ser celebradas, para podermos manter vivas a chama da nossa existência e das sociedades a que pertencemos. Ignorá-las é morrer aos poucos porque fechamos à chave o que nos identifica. E quando celebramos essas datas também homenageamos quantos as tornaram possíveis, lutando com afinco para legarem aos vindouros sinais concretos do que nos identifica. Hoje, evoco a bênção da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, ocorrida em 14 de janeiro de 1912.

Ver aqui

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Professora do AEGN vence prémio Aquilino Ribeiro

Maria da Nazaré de Matos 
vence Prémio Aquilino Ribeiro

Maria da Nazaré de Matos

«A investigadora e professora de Português do ensino secundário Maria de Nazaré Matos [do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré] venceu a primeira edição do prémio Aquilino Ribeiro, ao apresentar um ensaio inédito sobre o mestre das "Terras do Demo".
O prémio literário, de âmbito nacional, resulta de um concurso realizado em 2015 sobre obras inéditas de ensaio em torno do universo de Aquilino Ribeiro, promovido pelo Centro de Estudos Aquilino Ribeiro (CEAR), com o alto patrocínio do município de Viseu.»

Ler toda a notícia no EXPRESSO

NOTA: Está de parabéns a professora Maria da Nazaré de Matos pela vitória alcançada na primeira edição do Prémio Aquilino Ribeiro, promovido pelo CEAR. Diz o representante do júri que a vencedora se distanciou dos concorrentes «logo numa primeira linha, quer pela sua estrutura, qualidade de linguagem, rigor de análise à temática e abertura, que possibilita aos leitores uma maior acessibilidade e paixão à obra de Aquilino».
De parabéns também está o AEGN por ver premiada uma docente e investigadora que todos admiram pela sua competência e dedicação à causa do ensino. 

Evocando o Padre Miguel Lencastre

Faz hoje dois anos 
que partiu para o seio de Deus

Padre Miguel (Foto do meu arquivo)

É sempre com alguma emoção que evoco o Padre Miguel Lencastre, um amigo desde que o conheci e com quem colaborei enquanto coadjutor e depois pároco da Gafanha da Nazaré, ao todo 11 anos. Depois disso, sempre que vinha por estes lados, fazia questão de me visitar, o que muito me honrava.
O Padre Miguel foi-me apresentado uns tempos antes de vir para a Gafanha da Nazaré. Foi no Café Central, frente à igreja matriz da nossa terra, onde estava a tomar café com o Padre Domingos Rebelo dos Santos, nosso prior de então. Nessa altura, adiantou o Padre Domingos, estava a ser equacionada a hipótese de o Padre Miguel vir para a nossa paróquia como coadjutor. E foi dizendo que ele pertencia ao Movimento de Schoenstatt e que teria optado pela Gafanha da Nazaré, por ser um ponto central do nosso país, bem útil para difundir a mensagem schoenstattiana.

Música na Matriz da Gafanha da Nazaré

Concerto de Ano Novo da Filarmónica Gafanhense


Realizou-se no domingo, 3 de janeiro, pelas 16 horas, na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré, o já habitual concerto de Ano Novo da Filarmónica Gafanhense, também conhecida por Música Velha, dirigido pelo maestro Jorge Paulo Margaça, professor do Conservatório de Aveiro. Trata-se de uma iniciativa promovida pela banda, a cuja direção preside Carlos Sarabando Bola, dedicada a todos os amantes da música, em especial, familiares e amigos das dezenas de executantes e alunos, dirigentes e professores desta muito antiga instituição do nosso concelho.
Apresentando-se com segurança e harmonia, a Filarmónica interpretou a Grande Marcha de Soichi Konagaya, a Abertura Quo Vadis de Salsola, Ivanhoe de Bert Appermont, entre outras peças do seu reportório, culminando a sua atuação com uma peça para Trompetes e Banda escrita pelo compositor Robert Allmend, intitulada Formation-Flight.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Gafanha da Nazaré é filha do Porto de Aveiro

Navio-Escola Sagres

Edito hoje, no Galafanha, um texto que escrevi há anos para um jornal. Já passou muito tempo, mas julgo que mantém atualidade, no meu ponto de vista. A Gafanha da Nazaré não seria o que presentemente é, se não fosse o desenvolvimento que o Porto de Aveiro, com as suas diversas valências, suscitou. Mantenho, pois, o que então disse, muito embora haja, sem dúvida, razões para admitir que outros focos de interesse foram crescendo.

Com este tempo...


Com este tempo, de chuva e frio, só assim se pode ver o mar. Uma visita, fugidia, apenas para quem tem saudades do oceano que nos cativa com os sons quantas vezes cavos que  nos visitam em noites tranquilas. Regressa-se de imediato, que o ar gélido não perdoa. mas é um regresso com a alma cheia das ondas que desde a meninice ocupam um lugar especial no nosso ADN.

Nota: Foto do meu arquivo do principio do inverno.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Escritores e a Ria de Aveiro — 12


Saudades de mim, menino

Ai barcos, ai barcos
Triste é vosso negror,
Por onde ides navegar?
Que espreitais (?),
Pelo olho que levais na proa.
Ai amores, ai amores
Da ria amada,
Ai amores de verde pino…
Ai saudades de mim, menino,
Levai-me no vosso vagar.

Senos da Fonseca
“Marés”

Um novo livro de Georgino Rocha

“IGREJA SINODAL 
— A alegria da missão na sociedade secularizada”


“IGREJA SINODAL — A alegria da missão na sociedade secularizada” é o mais recente livro de Georgino Rocha, sacerdote da Diocese de Aveiro. Com chancela de Tempo Novo, a edição contou com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro. 
O autor dedica este seu trabalho a D. António Francisco, atual Bispo do Porto, «pelo seu estilo de ser Bispo Pastor no meio do povo», ao Padre Ricardo Lombardi e ao Grupo Promotor do Movimento por um Mundo Melhor, à Órbis, projeto diocesano de animação missionária, e, ainda, ao cinquentenário do Concílio Vaticano II. Curiosamente, ou talvez não, Georgino Rocha evoca a data 24 de maio de 2015, dia da beatificação de Dom Óscar Romero. 

domingo, 10 de janeiro de 2016

Mestre Mónica no lugar que lhe pertence



O Mestre Mónica já está no lugar que lhe pertence. Tardou mas o assunto está encerrado. Porém, encerrada não está a ação dos vândalos que existem por todo o lado, sendo uma ameaça infelizmente constante à tranquilidade dos habitantes desta terra que foi erguida há mais de 100 anos como freguesia e paróquia e depois vila e cidade, impondo-se como terra de gente de bem, trabalhadora, honrada e digna dos seus antepassados.

Ecologia — Tenho orgulho nos meus conterrâneos!

Crónica de Maria Donzília Almeida


A primeira vez que ouvi falar no tema, remonta à década de 60 do século passado, nos meus estudos de Zoologia. Era objeto de estudo o coelho e a dada altura a professora referiu as adaptações ecológicas do mamífero. Ninguém na altura conhecia o termo e eu gostei de imediato…foi quase um amor à primeira vista.
Ecologia é um ramo da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente onde vivem, bem como a influência que cada um exerce sobre o outro.
A palavra Ökologie deriva da junção dos termos gregos oikos, que significa “casa” e logos, que significa “estudo”. Foi criada pelo cientista alemão Ernst Häckel e se a princípio foi um termo científico de uso restrito, entrou na linguagem comum nos anos 1960, com os movimentos de caráter ambientalista. Era eu uma teenager.
O conceito de Ecologia Humana designa o estudo científico das relações entre os homens e o meio ambiente, incluindo as condições naturais, as interações e os aspetos económicos, psicológicos, sociais e culturais.

Com quem começar o novo ano? (II)

Crónica de Frei Bento Domingues 

Bento Domingues

 O cristianismo nasce no reino 
da liberdade criadora!



1. Para mim, Jesus Cristo foi desde sempre, é e será o ser sublime, supremo e ideal que a humanidade produziu. Enquanto Judeu, é o único orgulho que sinto de ser da sua raça. A sua existência, as suas palavras, o seu sacrifício e a sua fé deram ao mundo o mais nobre presente jamais recebido: o do amor, do amor do próximo, do amor do pobre, a compaixão, a humildade, enfim todos os sentimentos que enobrecem o ser humano… é o Homem supremo. Estas são palavras do famoso músico Arthur Rubinstein (1887-1982).
Santa Tereza de Avila [1] (1515-1582), com ascendência judaica, escreveu um dos mais belos sonetos da literatura espanhola, nascidos da sua paixão porJesus: (…) Muéveme, enfin, tu amor de tal manera/ que aunque no hubiera cielo, yo te amara,/ y aunque no hubiera infierno, te temiera (…).

sábado, 9 de janeiro de 2016

Cortejo dos Reis adiado

Reis ou magos no palácio de Herodes
O Cortejo dos Reis, agendado para amanhã, foi adiado para o dia 17 deste mês. O mau tempo, notoriamente agreste, com chuva, frio e vento, a isso obrigou. A festa, que é sempre o Cortejo dos Reis, precisa de ambiente minimamente aceitável. Vamos acreditar que no dia 17 de janeiro vai estar bom tempo. O Menino Jesus providenciará nesse sentido.

"Ofereça um Natal mais Feliz"

Crianças da Obra da Providência 
foram contempladas com prendas natalícias

Ondina Silva entrega prenda
No dia 23 de dezembro, na agência do BPI, na Gafanha da Nazaré, houve entrega de prendas natalícias a crianças-utentes da Obra da Providências. Foram 33 as contempladas, oriundas, obviamente, de famílias com algumas dificuldades económicas. 
Quando entrámos naquela agência, deparámos com um cartaz elucidativo, direcionado para clientes do BPI de todo o país, intitulado “Ofereça um Natal mais Feliz”. 
O texto esclarece que «O BPI ajuda mais de 400 instituições de solidariedade» em todo o território nacional, enquanto procura estimular cada cliente a oferecer um presente «a uma criança apoiada por uma instituição da sua região». 

Sandra Cachim, diretora técnica da Obra,
assiste à entrega de uma prenda
Domingos da Silva, gerente da agência da nossa terra, esclarece que esta ideia surgiu há anos no banco, tendo sido de imediato assumida, porque considera ser importante levar à prática a solidariedade, em especial em tempos de crise. «A ideia é de facto ajudarmos as pessoas que mais necessitam», salientou. E acrescentou  que «foi com muito prazer que este trabalho foi promovido», contando com a dedicação de Ondina Silva, gerente de conta, «que orientou todo o processo».
Eduardo Almeida, em representação da Obra da Providência, agradeceu em nome das crianças e suas famílias a iniciativa do BPI, frisando «a nobreza do ato de quem está disposto a distribuir um bocadinho do que tem contribuindo para um Natal um bocadinho melhor» de quem mais precisa. Ainda realçou o gesto daquele banco e dos seus colaboradores e clientes, que mostra à saciedade que o sentido de partilha deve ser uma atitude presente nas comunidades em que vivemos.

Ondina Silva e Sandra Cachim convencem bebé
a receber a prenda
O gerente quis reforçar o interesse e o envolvimento concreto dos clientes, porque «eles é que foram os obreiros», e adiantou que, nas antevésperas da quadra natalícia, «chegam a perguntar quando é que começa a campanha para a recolha das prendas».
Com a abertura da campanha, é distribuído aos que desejam colaborar um cartão com o nome e a idade da criança, para que a prenda seja ajustada e de agrado de quem a vai receber.
Por sua vez, o BPI oferece um contributo monetário à Obra da Providência, enquanto se disponibiliza para analisar as iniciativas e projetos da instituição, no sentido de oferecer as melhores condições e garantias.

Fernando Martins

O futuro da Igreja. 1

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges
«Cardeais e bispos não são "príncipes" 
nem podem viver como "faraós"»

Papa Francisco

Estive com ele uma vez, em Paris, e impressionou-me muito a sua imensa cultura e simplicidade. Intelectual de enorme prestígio, ocupou a cátedra de História das Mentalidades Religiosas no Ocidente Moderno, no Collège de France. Autor de numerosas obras mundialmente conhecidas, Jean Delumeau acaba de publicar L"Avenir de Dieu (O Futuro de Deus), com o seu percurso de vida intelectual e espiritual ao longo de 60 anos. Católico de fé assumida, diz-se "humanista cristão" e interroga-se sobre as inquietações do presente e o futuro do cristianismo. Do alto da sabedoria e da autoridade dos seus 92 anos, propõe, já na conclusão, uma série de reformas urgentes para a Igreja, que, dada a sua importância, apresento hoje e no próximo Sábado.
Antes dessa conclusão, Jean Delumeau atravessa, em síntese, os grandes temas das suas investigações científicas, no quadro da história das mentalidades, como: o medo, o pecado e a culpabilização, a confissão, o perdão, o sentimento de segurança, o paraíso e as suas imagens, a Europa de hoje. E deixa pensamentos sábios, que obrigam a reflectir. Assim, no contexto da imagem terrífica de Deus, que tem de ser revista, escreve:

Festa do Baptismo de Jesus

Reflexão de Georgino Rocha

Pintura do Batismo de Jesus Cristo: Estou baptizado. 
Vivo como cristão?

As festas natalícias convergem para o baptismo de Jesus ocorrido no rio Jordão e celebrado por João Baptista. Convergem e abrem novos horizontes à compreensão da sua pessoa e da missão que lhe está confiada. O menino de Belém portador de paz e fonte alegria, o adolescente de Nazaré fiel aprendiz da vida familiar e da arte do artesão, o orante contemplativo das maravilhas de Deus na humanidade e na criação, surge agora como homem adulto entre os pecadores que demandam o baptismo de penitência.
João acolhe-o e tem com ele um diálogo eloquente e assertivo. Aceita fazer o que lhe pede. Deixa que mergulhe nas águas do rio, se banhe como qualquer outro penitente, assuma os pecados de quem se baptiza quais limos que se pegam ao seu corpo e lhe introduzem marcas profundas, viva a experiência original da humanidade ferida. Jesus, entretanto, entra em profunda e expressiva oração.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Grupo Columbófilo da Gafanha com nova sede


Ji remelha 1 715 9999:



A Câmara Municipal de Ílhavo cedeu ao Grupo Columbófilo da Gafanha (GCG) um edifício em Remelha, onde funcionou um Jardim de Infância, para o exercício da sua atividade social. Congratulo-me com o fato por conhecer há muitos anos a ação do GCG, que cultiva a paixão pelo pombo-correio junto da mossa gente.
Permitam-me que sublinhe que o Columbófilo da Gafanha foi fundado em 1952, sendo, provavelmente, a mais antiga instituição criada na nossa terra. Tem uma longa história gerada à volta da paixão pelos pombos-correios, porém, pouco conhecida de muitos gafanhões. Imerecidamente, diga-se de passagem.

O protocolo estabelecido entre a CMI e o GCG pode ser lido em CMI

Ler entrevista que o GCG me concedeu aqui


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Escritores e a Ria de Aveiro — 11

palheiro de josé estêvão - Pesquisa Google:
Palheiro de José Estêvão

Destes ocasos d’oiro 
e deste cerúleo mar

Destes ocasos d’oiro e deste cerúleo mar,
Desta mesma risonha e plácida paisagem,
Quantas vezes, meu Pai, a luminosa imagem
Se reflectiu no teu embevecido olhar!

Era aqui, nesta paz, que vinhas descansar,
Refazer, para a luta, as forças e a coragem,
Vendo a planície verde ao fundo e, sob a aragem,
Brancas, no azul da Ria, as velas deslizar…

Por isso o coração aqui me prende assim!
E, da saudade, quando, ao remorder acerbo,
Tua figura evoco e ressuscito em mim,

Vejo-te errar na praia — emocionado engano! —
Buscando a inspiração do teu ardente verbo
No esplendor do Infinito e o tumultuar do Oceano!

Luís de Magalhães

 "José Estêvão — Estudos e Colectânea” 

É urgente repensar o papel do sénior

Crónica de Maria Donzília Almeida

Trio sénior


Aniversário — Lê-se no texto de apresentação do Fórum Municipal da Maior Idade:
“No contexto atual, num mundo em constante mutação, ávido de progresso e em que tudo se processa de forma cada vez mais rápida, sobretudo nas etapas associadas à fase mais avançada da vida, nem sempre as necessidades e as capacidades, ou as incapacidades, associadas a essas etapas são devidamente rentabilizadas, compreendidas e aceites, não apenas pelos restantes elementos da sociedade, mas muitas vezes pelo próprio indivíduo que as está a viver.
Por essa razão, revela-se hoje fundamental repensar o papel do sénior, atendendo sobretudo ao facto de esta franja da população estar em acentuado crescimento, de forma a mantê-lo ativo, produtivo e integrado, proporcionando a valorização integral do seu tempo, promovendo a sua qualidade de vida e atenuando as consequências inerentes às suas perdas e alterações físicas e emocionais.”

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

"Filinto Elísio — Poeta Amargurado"

O mais recente livro de Senos da Fonseca 


NOTA: Senos da Fonseca, um dos mais prolíferos escritores de Ílhavo, com intervenção cultural multifacetada, brinda-nos desta vez com uma peça de teatro, cujos ensaios estão a decorrer para apresentação muito em breve no teatro da Vista Alegre. Tudo farei para estar presente no lançamento do livro e no espetáculo, assim mo permita a minha saúde. De qualquer forma, aqui deixo o meu abraço de parabéns ao autor.

Scott arqueólogo

Crónica de Maria Donzília Almeida



Ão ão…

Há muito tempo, que não dou um ar da minha graça, mas estou bem rijo e cheio de genica. Continuo a correr pelo cãodomínio fora, como se fosse um perdigueiro à procura de caça. Mas não, o que faço é correr atrás dos carros que circulam na rua, ou de algum cãopanheiro meu que passa, em plena liberdade. Às vezes, vêm em matilha e fazem uma chinfrineira, que eu até penso que deve incomodar os moradores na rua. Mas não lhes digo nada… porque os invejo! Gostava de estar no lugar deles e fazer-lhes cãopanhia! Tenho a certeza que eles me aceitariam na sua família e me iriam tratar muito bem… nunca vi um cão abandonar ou escorraçar um familiar. Somos uma raça à parte, com sentimentos que estão em vias de extinção nos humanos, que se julgam tão inteligentes: o sentido de gratidão, reconhecimento e fidelidade. 
Um cão quando se dedica ao dono, é um caso muito sério! Nós não brincamos com os sentimentos dos donos! Se nos dedicamos, é de corpo e alma!

domingo, 3 de janeiro de 2016

Com quem começar o novo ano? (I)

Crónica de Bento Domingues 

frei bento domingues - Pesquisa Google:
Esperava-se, nesse momento, 
tanto entre judeus como entre gentios, 
que o universo mudasse de signo 
para uma nova salvação.

1. Um católico fervoroso tentou convencer-me de que a preocupação com a Bíblia e mesmo com os textos do Novo Testamento era prejudicial à sua fé, pois suscitavam-lhe muitas dúvidas e, para viver, as certezas é que são precisas. Tinha ficado muito satisfeito, no entanto, ao ouvir dizer que, “ao contrário do Judaísmo e do Islão, o Cristianismo não era uma religião do Livro. Era uma ligação espiritual a Jesus Cristo que, aliás, não tinha deixado nada escrito. Nenhuma doutrina ou prática moral se poderia reclamar dele”.

Perante semelhante desistência intelectual, não entrei na conversa. Por outro lado, também não disponho de respostas rápidas para questões complexas, como tantas vezes me foi pedido nesta quadra natalícia. Uma, repetida por vários leitores, regressou como se fosse a primeira vez: afinal, quem é o fundador do Cristianismo?
Um famoso historiador das origens cristãs, Antonio Piñero, em várias das suas obras e intervenções, sustenta que nenhuma das ideias do Novo Testamento, isoladamente consideradas, é original. A teologia deste conjunto de escritos não é um meteorito descido do céu. É um produto da história teológica, social e literária anterior que importa conhecer para compreender o nosso passado religioso e de certo modo, o próprio Ocidente.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Bolacha Americana



Sou do tempo da Bolacha Americana que se vendia nas praias no verão como doce sempre apetecido. Depois a venda passou a ter lugar cativo nas grandes superfícies, que garantiam a comercialização durante todo o ano. Só no verão não dava para viver. E pelo que tenho visto não faltam os clientes, com "raiva" minha porque não a posso comer. A diabetes a isso obriga. 
Hoje o vendedor da bolacha americana saiu à rua, mesmo em tempo de inverno, curiosamente sem muito frio. E à falta de um bom amplificador de som, moderno e sofisticado, o vendedor usa as mãos para projetar a sua voz o mais longe possível. Bom apetite para quem puder comer a bolacha estaladiça e doce... muito doce.

A sabedoria em três palavras

Crónica de Anselmo Borges 

É urgente fazer o elogio do silêncio, 
para ouvir a voz da consciência



1. Passada a alegria, talvez até a euforia, da passagem do ano velho para o novo ano, o que é facto é que estamos no ano novo de 2016. E, aqui chegados, nesta abertura do novo, do que nunca houve, pois é mesmo novo, inédito, pela primeira vez, talvez não seja mau reflectir um pouco

2. Fazer o quê no novo ano? Fazermo-nos, que é a única tarefa que temos na existência.
Ao contrário dos outros animais, os humanos vêm ao mundo por fazer. Nascemos prematuros. Daí, dizermos a nós próprios: ou a natureza foi madrasta para nós, pois nascemos sem garras para nos defendermos, sem pêlos para nos protegermos, por fazer, ou esta é a condição de possibilidade de sermos o que somos, fazendo-nos: seres humanos, tendo de receber e de fazer por cultura o que a natura nos não deu. Nascemos com uma abertura ilimitada de possibilidades, permitindo inovar, criar e inventar, e crescer, de tal modo que, se Platão, por exemplo, cá voltasse, encontraria os outros animais como os deixou, mas teria dificuldade em adaptar-se à nova sociedade que entretanto os humanos criaram. Cá está: tendo nascido por fazer, a nossa missão é, fazendo o que fazemos nas mais variadas funções e actividades, fazermo-nos a nós próprios, uns com os outros, evidentemente. E, no fim, o resultado será ou uma obra de arte ou uma porcaria (perdoe-se a dureza da palavra), a vergonha de nós.

Festa da Epifania

Reflexão de Georgino Rocha

EM JESUS, DEUS FAZ-SE 
HUMANO PARA TODOS

Rolo da câmera | Flickr - Photo Sharing!:
Magos na tradição da Gafanha da Nazaré


Os magos do Oriente e a arriscada viagem a Belém, com episódica passagem por Jerusalém, constituem uma boa referência para todo o ser humano que busca o rosto de Deus. São um símbolo que Mateus “trabalha” admiravelmente e vem completar a manifestação do alcance da missão de Jesus. Aos familiares, é o nome; aos pastores, o anúncio dos anjos e a visita ao curral de animais; aos magos, a estrela com brilho intermitente que os acompanha em toda a viagem até Belém.

A Igreja, apoiada na riqueza desta tradição, celebra a Festa da Epifania do Senhor, festa em que Deus se humaniza em Jesus, acolhe os de longe e de perto, integrando raças e cores, tradições e culturas, crenças e religiões. Integrando, sem anular, mas completando e abrindo os olhos do coração a uma nova luz: a estrela da verdade, a riqueza do diálogo, a paciência nas “horas de trevas”, a persistência na viagem da vida, a alegria de alcançar a meta e ver o sonho realizado – início de uma nova etapa como aconteceu aos magos que regressam por outro caminho, após o encontro com o Menino e sua Mãe.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A partir de hoje, começo a renascer!

Reflexão-poema  
de Maria Donzília Almeida

Propósito  — 2016

Hoje dir-me-ei que quero
Estar de bem com a vida,
E em paz comigo, com as pessoas
Que me rodeiam
E as que estão distantes de mim.
Vou irradiar esperança e amor,
A todas as pessoas que convivem comigo.
O que de graça recebi, de graça quero oferecer.
Não me vou queixar do passado,
Do que não deu certo,
Nem daquilo que deixei de fazer.
Hoje o meu pensamento
eleva-se e o meu viver intensifica-se.
Que Deus me ajude a ser
uma pessoa realizada e feliz,
Que nasceu para algo mais:
quero oferecer a todas as pessoas
o meu ombro amigo,
para que possam contar comigo
para chorar, sorrir, sonhar…
A partir de hoje, começo a renascer!


Google com bom gosto

A Google deseja-lhe um Feliz Ano Novo!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ano Novo



Hoje fico por casa. Para já, o silêncio impera. Só lá para a hora do jantar é que teremos a presença de alguns filhos e netos com a natural conversa mais ou menos animada até ao momento exato de brindarmos ao novo ano, na esperança de que será muito melhor do que um 2015 para esquecer.
Nunca receei o silêncio e muito menos a solidão. Porque pensar, refletir e tomar decisões, na intimidade de nós próprios, são atos muito pessoais. Partilhados só depois.
Espero um 2016 muito melhor que o ano prestes a passar à história, com momentos bons, mas com outros menos agradáveis. A magia do ano novo é de sempre. Na minha já longa vida sempre senti isso. Mais notoriamente na passagem do milénio. Nessa altura, não faltaram os milenaristas com os seus presságios catastróficos do fim do mundo, tantas vezes pregado, porém nunca realizado. A não ser para os que partem deste mundo.
Contudo, não faltaram os que anunciaram a hipótese de os computadores bloquearem ou desconfigurarem. E esperámos mais ou menos ceticamente que algo poderia acontecer. Nada aconteceu. Mais uns minutos depois das 12 badaladas e tudo, afinal, se comportou bem. Não houve fim do mundo e os computadores continuaram a portar-se como habitualmente, indiferentes ao pessimismo de muitos. E logo mais, na altura de brindarmos ao ano novo, com ou sem espumante,  ficaremos apenas com a esperança de que o mundo continuará a rolar, que homens e mulheres saberão contornar os obstáculos para todos  então construirmos uma sociedade mais fraterna.
Bom ano para todos. 

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