quinta-feira, 23 de junho de 2011

Reflexão para o Dia do Corpo de Deus



SACIAR A FOME DE PÃO VIVO

Georgino Rocha

A fome é uma realidade visível interpelante que abrange todas as dimensões do ser humano: do alimento básico indispensável para a sobrevivência às razões consistentes do sentido da vida; da pobreza do espírito à auto-suficiência repleta de vacuidades; do egoísmo individualista à fragmentação do tecido social; da piedade devocional privativa às formalidades dos ritos religiosos comunitários, vazios e inconsequentes.

Superar a fome ou atenuar os seus efeitos é empreender a humanização da pessoa e das unidades sociais e religiosas em que natural ou opcionalmente se integra. Saciar a fome é desenhar horizontes aos limites das circunstâncias e definir passos a dar nos caminhos árduos da felicidade. Dominar a fome é saber gerir as necessidades e as capacidades para que o organismo, pessoal e social, mantenha um equilíbrio saudável e não falte o que é preciso nem sobre o que é supérfluo.

Corpo de Deus: uma festa com mais de sete séculos


Desde o século XII, quase não há em Portugal cidade ou lugar que prescinda da celebração da festa do Corpo de Deus, invocadora do "triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia".
***

«A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na actual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.
Na origem, a solenidade constituía uma resposta a heresias que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como o coroamento de um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento.
Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente a uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa. Em alguns países, no entanto, a solenidade é celebrada no Domingo seguinte.
Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respectivamente. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes.»

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Descanso na praia do Jardim Oudinot


Em dia de sol, pela manhã, sentada numa pedra com os pés bem assentes na areia branca, no Oudinot, esta jovem preferiu a paz de alguma solidão ao bulício dos que se agitavam na água da nossa ria. Afinal, há tempo e gostos para tudo.

"Jesus nas Oliveiras", a traineira de Nossa Senhora dos Navegantes

Traineira "Jesus nas Oliveiras"


Hoje, pouco depois das 11 horas, a traineira "Jesus nas Oliveiras", do mestre Palão,  passou pelo Canal de Mira, frente ao Jardim Oudinot, a caminho do Porto de Pesca Costeira. Penso que para descarregar o pescado. Lembrei-me de um dado curioso: esta traineira costuma transportar Nossa Senhora dos Navegantes no seu andar, há vários anos, na badalada procissão pela ria, rumo à sua capelinha no Forte da Barra. 

Rui Tavares fala da caça ao independente no BE

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Aveiro - Apontamentos Históricos



«Entre nós muito se tem destruído e muita falta de cuidado tem havido na conservação dos nossos monumentos.
Não foi Aveiro das terras mais infelizes neste ponto, posto o tenha sido na pouca proteção dos poderes públicos, na pouca atividade dos seus naturais e no desamor com que muitos dela falam. Mas se Aveiro não foi das terras mais infelizes, ainda assim se poderá avaliar o que se daria em todo o Portugal, visto que pelo dedo se conhece o gigante.
Em Aveiro, relativamente a outras localidades, não eram muitos os monumentos históricos, mas ainda eram bastantes e alguns dignos de menção e de serem poupados pelo camartelo destruidor.
Apresentarei apenas alguns exemplos da falta de cuidado em tomar apontamentos antes de destruir, e da falta de cuidado em conservar.»

José Reinaldo Rangel de Quadros Oudinot

Mais de metade dos portugueses não vai gozar férias



Li aqui que mais de metade dos portugueses não vai gozar férias este ano. Compreende-se perfeitamente. Com receios instalados, a todos os níveis e em todos os sectores, não seria de esperar outra coisa. Os que não podem deixar de procurar trabalho, esses terão de andar em busca de garantias de pão para o dia a dia. Os outros têm nos seus horizontes a poupança, essencial nestas situações que atravessamos. 
Claro que não faltará quem encha as nossas praias, termas, estâncias turísticas e outros lugares de descanso, como, aliás, se tem visto nas miniférias oferecidas por algumas pontes. 


A verdade urge


Coisas de sobrevivência

Sandra Costa Saldanha

Momento em que a verdade urge, em que a mensagem é como nunca assimilada, é também a hora, oportuníssima, de uma intervenção íntegra e frontal, sem demagogias

Em ambiente renovado, de genuíno propósito e aparência empenhada, uma esperança fortalecida parece depositar-se na recente equipa governativa.
Generaliza-se o apelo à união e à produtividade, mais do que à luta extenuante pela sobrevivência, em que paralisámos há anos.
Algumas gerações não conheceram, sequer, outro modo de vida.
Ideologias à parte, mais do que crer, confia-se para sobreviver. Em estado de graça, é certo, a renovação sempre faz destas coisas, vencendo, a bem da nossa felicidade (mesmo que efémera, mas tranquilizante), o amargo da suspeição, inerte numa herança que nunca foi deixada. Relativiza-se o lastro da obra feita, do discurso faccioso, da inauguração antecipada, do acordo inconsequente.
Ávidos de boas novas, a expectativa é enorme. Validam-se ideias e aguardam-se palavras de alento, que entrem, e depressa, nos nossos lares. Momento em que a verdade urge, em que a mensagem é como nunca assimilada, é também a hora, oportuníssima, de uma intervenção íntegra e frontal, sem demagogias.
Nesta missão concreta, em discurso direto, legível e verdadeiramente ecuménico, muito se espera da Igreja em Portugal.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Bom verão para todos


 
Começa hoje o verão, com o dia mais longo e a noite mais curta. A partir de hoje, os dias começam a decrescer, mas com o calor nem damos por isso.Noites amenas é o que todos desejamos. Dias também, claro.
Para os que trabalham, com emprego certo, haverá, em princípio, uns dias de descanso, longe das rotinas do dia a dia. Porém, com os problemas há muito anunciados, nem sei se teremos disposição para gozar férias à moda antiga.
O Google lembra-nos hoje o início do verão, com um ramalhete florido, em jeito de quem pretende estimular a alegria de viver. Vamos então fazer por isso, porque tristezas não pagam dívidas nem resolvem crises.
Bom verão para todos.

“A Barra e os Portos da Ria de Aveiro — 1808-1932”


Inês Amorim dá uma lição de história na exposição


A Gafanha da Nazaré não nasceu por causa do porto 

«A Gafanha da Nazaré não nasceu por causa do porto, mas o porto, desde que nasceu, é uma peça importantíssima no desenvolvimento e crescimento da Gafanha da Nazaré, e, obviamente, de todo o município, de toda a nossa região», afirmou Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), na inauguração da exposição — “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro — 1808-1932” — que está patente no Centro Cultural da nossa terra até 30 de setembro. Trata-se de uma mostra que assinala o primeiro aniversário da reconversão do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, um espaço cultural que, durante o último ano, acolheu mais de 16 mil utilizadores, como referiu o autarca ilhavense. 
Centrando a sua intervenção na exposição, Ribau Esteves recordou os cidadãos que, «em primeira instância, tiveram que viver os prejuízos e que em primeira instância, também, têm a gestão dos lucros da existência do novo porto e do seu crescimento, que são ainda os da Gafanha da Nazaré». E acrescentou: «quisemos que durante três meses a Gafanha da Nazaré tivesse aqui, neste centro renovado, esta exposição, para compreendermos a história da nossa terra.»

Boas lições para Passos Coelho e Fernando Nobre

Fernando Nobre


Fernando Nobre recebeu ontem uma lição que o deverá marcar para a vida. A Assembleia da República, no início de mais uma legislatura, rejeitou o seu nome para o cargo de segunda figura na hierarquia do Estado.
Sem qualquer experiência parlamentar, Fernando Nobre julgava-se à altura da presidência do Parlamento. Logo ele que, na campanha para as presidenciais, criticara partidos e políticos, com uma arrogância que não lhe ficou bem. E mais tarde até disse que, se não fosse eleito para a presidência da Assembleia, nem sequer ocuparia a cadeira de deputado. Diz agora que permanecerá como parlamentar, enquanto entender que a sua prestação será útil.
Passos Coelho também aprendeu a lição, com esta derrota política, ao propor Fernando Nobre para aquele alto cargo, adiantando-se às obrigações que cabem aos grupos parlamentares e aos deputados. Estas lições, no fundo, têm a sua utilidade: os políticos devem pensar duas vezes quando prometem seja o que for.
Fernando Nobre, cujas qualidades altruístas ninguém nega, ainda terá aprendido que a humildade, seja onde for, fica sempre bem.  

Igreja Católica espera que cultura tenha nova abordagem e não seja menorizada pelo Governo

D. Manuel Clemente


A Igreja Católica espera que a extinção do Ministério da Cultura e a sua substituição por uma Secretaria de Estado traga uma nova abordagem ao setor e não implique a sua menorização.
«A cultura pode ter um ministério – nalguns casos tem e muito bem –, mas também pode ser considerada transversalmente, porque a cultura é uma atitude de espírito e prática que se tem em relação a qualquer tema», referiu o presidente da comissão episcopal responsável pela cultura.
Em declarações prestadas aos jornalistas esta sexta-feira em Fátima, D. Manuel Clemente disse que o facto de a cultura ter ficado sem ministério «não significa que possa ficar ausente, pelo contrário».
Para o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre José Tolentino Mendonça, «é muito importante que a cultura esteja no centro das atenções porque não se pode governar um povo a pensar só em economia».
«O que nós esperamos deste Governo é o que esperamos de todos: que compreendam a importância da cultura e a necessidade de fazer dela um lugar de encontro, de produção artística, de debate», sublinhou.

Octávio Carmo
In Agência Ecclesia
Com Rui Martins / SNPC

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Barra e os Portos da Ria de Aveiro, em exposição no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré



Hoje, 20 de Junho, pelas 22 horas, vai proceder-se, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, à inauguração da exposição “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro”.
A abertura conta com apresentação a cargo do Profª. Doutora Inês Amorim. O acto inaugural coincide com a cerimónia de comemoração do 1.º aniversário da remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré.
Patente até 30 de Setembro de 2011, a exposição comissariada por João Carlos Garcia e Inês Amorim (ambos professores da Faculdade de Letras do Porto), cumpre na Gafanha da Nazaré a décima etapa de um circuito de itinerância pela Península Ibérica. Após a inauguração, a 3 de Abril de 2008, em Aveiro, a exposição já esteve patente em Lisboa (Museu de Marinha), Coimbra (Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra), Figueira da Foz (Casino Figueira), Ovar, Estarreja, Madrid, Valladolid e Salamanca.
A organização resulta de parceria estabelecida entre o Porto de Aveiro, a Câmara Municipal de Ílhavo e a Comunidade Portuária de Aveiro.
A conceituada empresa BRESFOR assume o partenariado empresarial da exposição.
Originalmente integrada no programa comemorativo do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro (03.04.1808), é composta por documentos do Arquivo Histórico do Porto de Aveiro, empresa que, em boa hora, decidiu libertar o seu património histórico-documental da clausura que o agrilhoava em inútil penumbra, fomentando-se o seu usufruto pela comunidade.

Fonte: Porto de Aveiro

domingo, 19 de junho de 2011

Memórias de um combatente




O Homem do Monóculo

Ângelo Ribau Teixeira


O homem de que vos falo chama-se António Spínola. Era, salvo o erro, Comandante do Sector em São Salvador, com o posto de tenente-coronel. Pessoa reservada, parecia estar sempre com cara de mau. Amigo dos seus soldados como poucos. Dava o exemplo seguindo sempre na frente das colunas, quer fossem motorizadas ou apeadas! 
Uma vez tive a sorte de me cruzar com ele. Ele soube do acidente que tinha vitimado os nossos companheiros. Através das comunicações que havia entre as Unidades, sabia que nesse dia iríamos deslocar-nos a São Salvador. Esperava-nos à entrada da cidade, passeando de um lado para o outro, farda amarela vestida, a boina preta de cavalaria com as duas espadas cruzadas, o pingalim batendo na perneira das calças, e o indispensável monóculo. Parecia nervoso. A minha viatura era a primeira. Mandou-me parar. Parei e desci do Unimog, fazendo continência, que ele ignorou.

PÚBLICO: O que mudava em Aveiro?


Pedro Gonçalves Fernandes, gestor e programador cultural, responde:



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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Expresso: palavras para este tempo

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Reflexão para este domingo: O Homem quer saber quem é Deus



MOSTRA-ME O TEU ROSTO

Georgino Rocha

Moisés, com esta súplica, expressa um dos desejos mais profundos e persistentes do coração humano. O rosto espelha o ser e abre “janelas” de acesso à interioridade. A quadra popular traduz em poesia esta verdade elementar: O coração mais os olhos/ são dois amigos leais/ quando o coração está triste/ logo os olhos dão sinais. 
O homem de todos os tempos quer saber quem é Deus e, por isso, ousa pedir que o Senhor lhe mostre o seu rosto. Ao desejo do ser humano corresponde a manifestação divina. E o encontro acontece, gerando uma aliança de amor para sempre. Deus espelha-se na pessoa humana e esta revê-se em Deus e no seu agir histórico.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 242

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 25 





PARQUES DE ESTACIONAMENTO 

Caríssima/o:

Esta coisa de estacionar bicicletas tem que se lhe diga. 
Sábado passado, deu-me para observar o J. que vinha reparar o telhado da garagem. Nove horas e ele ali está a encostar o selim da bicicleta ao esteio de granito, onde ficará resguardada do sol. ... 
Uma da tarde, chegado do almoço, desmonta e encosta a bicicleta a uma fiteira, com a sombra garantida para o resto da tarde. 
Até aqui, nada de extraordinário; o que acho singular, é que um outro J., este pintor, já lá vão uns trinta-quarenta anos, encostava a bicicleta exactamente nos mesmos sítios! 
Afinal, em tudo semelhante ao que se passava nas zonas de estacionamento junto das fábricas ou oficinas: cada um tinha (terá?) o seu local preferido, onde esperava reencontrar o seu transporte na hora da saída. 
E agora que tantas... se dizem contra os arrumadores dos automóveis (uma autêntica praga, se clama!), é interessante recordar o que se passava em todas as festas das redondezas em que os arrumadores se postavam estrategicamente à entrada do arraial a oferecer os seus préstimos, a receber a moeda e a garantir que a bicicleta lá estaria quando pensasse regressar! E juntavam dezenas e dezenas!

sábado, 18 de junho de 2011

Lançamento de Livro: Contos e Ditos

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7.ª Jornada da Pastoral da Cultura: Elogio da Fraternidade

Lídia Jorge, D. Manuel Clemente, José Mattoso e Tolentino Mendonça

A Fraternidade promove 
a aproximação ao outro


Participei ontem, em Fátima, na 7.ª Jornada da Pastoral da Cultura, dedicada ao “Elogia da Fraternidade”. A abrir a Jornada, o padre e poeta José Tolentino, presidente do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), afirmou que é na diversidade das linguagens que vamos «tecendo a nossa cultura», com intervalos curtos, mas suficientes, para nossa «respiração pessoal». Trata-se de uma iniciativa daquele secretariado, a que presidiu D. Manuel Clemente, Bispo de Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Aventuras de um boxer

Boris


Austeridade! P’ra quem?

Maria Donzília Almeida


Béu, béu! 
Cá estou vivo e bem vivo! Os anos começam a pesar e a deixar-me o “rosto” cheio de cãs! Um cão com cãs......carinhoso, confidente e companheiro.....soa assim como...uma aliteração, diz-me a dona para me instruir! Não emagreci sequer um grama, desde que chegou a crise! O PEC, p’ra mim, foi apenas...Paparoca Empacotada Canina. Ouço, que os cães ouvem muito bem, não sei se sabem, que anda toda a gente aflita com as medidas de austeridade. Uns já andam a mudar os hábitos de consumo e a adotar medidas mais restritivas. Outros viram os seus meios de subsistência, reduzidos, mediante os cortes salariais de que foram vítimas. A mim, ainda não chegou a crise: continuo a viver num hotel de 5 estrelas, (não caiu nenhuma), com vários dormitórios ao longo da “mansão”: um para o inverno, outro para o verão e outro que eu próprio criei, na estufinha das plantas, com um microclima ameno, para os dias assim, assim! Quando a nortada varre as folhas do jardim, refugio-me neste retiro, enrosco-me, a jeito, por baixo da hera e fujo da perseguição do vento. Para me chamar, a dona faz estalidos com os lábios....e lá vou eu a correr, feliz, até ela. Amor com amor se paga!. Casas de banho, também tenho uma série delas, colocadas estrategicamente no jardim; uma à esquina de cada árvore! Sombras, para descansar, as que as árvores combinam com o astro-rei.

Anselmo Borges - O reconhecimento e as suas esferas

Há antigos alunos que me convidam para ir às escolas fazer palestras sobre temas relacionados com a Filosofia. Os ouvintes são alunos dos 10.º, 11.º e 12.º anos e também outros professores. Procuro corresponder. A última vez o tema era "A filosofia e o sentido da existência". E lá fui falando sobre o universo e o seu processo - a realidade é processual -, o salto da animalidade para a humanidade, a neotenia, os diferentes tipos de acesso à realidade, que é complexa, o sofrimento e o mal, o sentido e os sentidos enquanto caminhos, a questão do sentido último... No fim, antes das perguntas e comentários deles e delas, fui perguntando a este e àquele, a esta e àquela, o que tinha ficado. E todos foram dizendo que o mais interessante era aquilo do reconhecimento. Isso eles não iriam esquecer. Uma surpresa, que não devia sê-lo. 
De facto, de que precisamos senão de reconhecimento, de valer para alguém, de alguém que nos dê valor, que justifique a nossa existência? É que, ao contrário de uma árvore ou de uma estrela, não nos basta existir; precisamos de existir para alguém, que nos devolva a nós mesmos na nossa dignidade e valor.
Não está a Europa dividida em Europa católica e Europa protestante, precisamente por causa do reconhecimento, em termos teológicos tradicionais, por causa da doutrina da justificação? Essa era a questão existencial de Lutero: quem me reconhece definitivamente, o que vale a minha vida, quem justifica incondicionalmente a minha existência,? E ele leu em São Paulo, na Carta aos Romanos: o homem é justificado pela fé. Quem acredita no Deus de Jesus tem a vida eterna.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Primeiro Aniversário de Renovação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré


Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Com a inauguração do renovado Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (CCGN), a 20 e Junho de 2010, e após um ano de programação regular, podemos afirmar que o investimento de ampliação e qualificação que ali foi feito traduz uma aposta ganha da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) na concretização da importante caminhada de crescimento e de desenvolvimento do Município. Este Equipamento Cultural, integrado na rede municipal e gerido de forma integrada com o Centro Cultural de Ílhavo, é mais um instrumento da prioritária política cultural da CMI, cumprindo os seus objectivos principais e propostos à comunidade: a preservação e a promoção dos valores da nossa história, a formação integral dos Cidadãos e a promoção do espírito de inovação e de empreendedorismo.

"Aveirenses Notáveis" de Rangel de Quadros


«Com esta publicação tenho em vista três fins principais: - Dar mais glória à terra em que nasci; incitar alguém a que me siga o exemplo, emendando então quaisquer inexactidões involuntárias e escrevendo com a pureza e rigor de linguagem, para que não tenho habilitações; e, finalmente, animar os aveirenses, contemporâneos e futuros, a que imitem aqueles cujos nomes são dignos de memória, porque esses indivíduos se enobrecem, assim como enobrecem as famílias e a terra, que lhes fora berço.»

Rangel de Quadros
"Prólogo" do livro "Aveirenses Notáveis"

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