Sandra Costa Saldanha
Momento em que a verdade urge, em que a mensagem é como nunca assimilada, é também a hora, oportuníssima, de uma intervenção íntegra e frontal, sem demagogias
Em ambiente renovado, de genuíno propósito e aparência empenhada, uma esperança fortalecida parece depositar-se na recente equipa governativa.
Generaliza-se o apelo à união e à produtividade, mais do que à luta extenuante pela sobrevivência, em que paralisámos há anos.
Algumas gerações não conheceram, sequer, outro modo de vida.
Ideologias à parte, mais do que crer, confia-se para sobreviver. Em estado de graça, é certo, a renovação sempre faz destas coisas, vencendo, a bem da nossa felicidade (mesmo que efémera, mas tranquilizante), o amargo da suspeição, inerte numa herança que nunca foi deixada. Relativiza-se o lastro da obra feita, do discurso faccioso, da inauguração antecipada, do acordo inconsequente.
Ávidos de boas novas, a expectativa é enorme. Validam-se ideias e aguardam-se palavras de alento, que entrem, e depressa, nos nossos lares. Momento em que a verdade urge, em que a mensagem é como nunca assimilada, é também a hora, oportuníssima, de uma intervenção íntegra e frontal, sem demagogias.
Nesta missão concreta, em discurso direto, legível e verdadeiramente ecuménico, muito se espera da Igreja em Portugal.