sábado, 1 de março de 2025

O fundamentalismo religioso

Crónica semanal de Anselmo Borges

Na presente situação do mundo, impõe-se cada vez mais a urgência do diálogo inter- religioso. Dou hoje início a uma breve reflexão sobre a questão, mostrando a necessidade de acabar com o fundamentalismo. De modo geral, quando se fala em fundamentalismo, é no fundamentalismo religioso que se pensa. Há, porém, outras formas de fundamentalismo: o fundamentalismo político, o fundamentalismo cultural, o fundamentalismo económico, por exemplo.
Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, referindo-se à política económica seguida pelo FMI no quadro da globalização, fala de “fundamentalismo neoliberal”.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

EFEMÉRIDES DE MARÇO


Av. José Estêvão

Se pensarmos um pouco, descobriremos que uma terra, qualquer que ela seja, tem sempre efemérides que preenchem a sua história. E a Gafanha da Nazaré está carregada de eventos que ouso lembrar de quando em vez. Em março de 1860, no dia 12, foi iniciada a construção da primeira estradaque atravessou a região da Gafanha até ao Forte, tendo sido batizada, em data posterior, com o nome Av. José Estêvão. Contudo, é justo lembrarque esta estrada, bem como outras que se construíram naquela época, se ficou a dever à influência de José Estêvão, o ilustre parlamentar que ficou na história de Aveiro como um dos seus maiores.
Curioso será imaginar o movimento que esta longa estrada teve, em épocas de veraneio, com destino às praias da Barra e Costa Nova, sobretudo aos fins de semana. Na altura, dizia-se que era a estrada rural com maior trânsito no país. Seria exagero, mas ouvi essa afirmação inúmeras vezes. Também neste mês, no dia 24 de 1862, se iniciou a construção da ponte que ligava Ílhavo à Gafanha. E em março de 1885 iniciou-se a construção do nosso Farol, que foi inaugurado em 31 de agosto de 1893.

FLORES DA PRIMAVERA


A PRIMAVERA vem a caminho para dar mais alegria à nossa vida. E vamos recebê-la com fé em melhores dias.

Figueira da Preguiça?

 

Quando por lá passar, confirme ou desminta!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O meu amigo Jerónimo

Vi hoje o Jerónimo. Já não o via há muito. Estava à mesa do café a dormitar, como dormitam todos os velhos. Em qualquer sítio e a qualquer hora. Cá para mim, o Jerónimo estava a ensaiar mais uma das
suas muitas estórias, para contar a quem se sentasse com ele à mesa do café. O Jerónimo é um conversador nato. Basta uma palavra dita por um amigo, em qualquer circunstância, para logo ele disparar:
— Não te esqueças do que estás para dizer…
A partir daí, começava mais uma estória de um rol enorme de recordações que não tinham fim. Mas as estórias até lhe saíam com graça.
Uns esgares faciais, expressivos, e mãos que enriqueciam os pormenores davam-lhe uma dimensão única. Por vezes, os ouvintes, que outra coisa não podiam ser junto dele, ainda suportavam umas palmadinhas, mais ou menos pesadas, conforme a força das convicções do orador por vocação.

UM POEMA DE DANIEL FARIA

 Quando a embarcação lançava o seu lugar

Quando baixava a sua âncora, a raiz
Da rosa nos ventos que a desfolham — corola marítima
Pétala a pétula ela perdia o movimento

As velas
Desciam — de noite o sopro
Deve ser dado aos astros

Acendia-se a escura ondulação dos que regressam
Ao sono. Mergulhavam —
Ao tocarem a noite é que se levantam

As estrelas

NOTA: Do livro "POESIA"

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

PAPA FRANCISCO - A AUTOBIOGRAFIA



Tenho à minha frente a autobiografia do Papa Francisco. Tem por título ESPERANÇA. Neste momento, o Papa Francisco está a sofrer, contrastando com o sorriso sereno do Santo Padre, que admiramos desde sempre. O seu carisma não nos deixa indiferentes. E estou ansioso por começar. Contudo, ao fixar os olhos no livro de capa branca fico emocionado.
Ao longo da vida senti a presença de todos os Papas que deixaram marcas indeléveis na minha vida e na História da Igreja e do mundo. Escusado será sublinhar o porquê, mas nasci envolvido pelos seus ensinamentos e carismas. Todos diferentes, mas também todos dignos da nossa atenção, sobretudo pelos testemunhos que nos legaram, de fé, esperança e caridade.
«Uma autobiografia não é a nossa literatura privada, é mais o nosso saco de viagens. E a memória não é apenas o que recordamos, mas o que nos circunda. Não fala unicamente do que foi, mas do que será. Parece que foi ontem, mas afinal é o amanhã. Tudo nasce para florir numa eterna primavera. No final diremos apenas: não recordo nada em que Tu não estejas», lê-se na obra.
Então, leiam o a autobiografia do Papa Francisco.

FM

MANUEL ANTÓNIO PINA - OS LIVROS


OS LIVROS

É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo “eu” entre nós e nós?

NOTA - Do livro "Como se desenha uma casa"

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

A ALEGRIA DO REENCONTRO

 A pressa da vida rouba-nos o tempo todo e nem damos por isso. Chego à conclusão de que é preciso saber distinguir o essencial do supérfluo-o, o que não será fácil. Tenho de me auto-educar.
Vem isto a propósito da falta de tempo que estou a sentir para ler, reler e apreciar tanta informação que me inunda por variadas vias.
Eu sei que já não possuo capacidades para tanta agitação, mas também reconheço que no dia em que me afastar do mundo cairei num poço sem fundo e por ali, no isolamento escuro da vida, me tornarei inútil.
Hoje passámos (eu e a Lita) por Aveiro e apreciámos o corre-corre do povo. Encontrámos antigos e atuais amigos com quem conversámos e lembrámos tempos idos. Foi muito agradável, quando uns tantos se abeiraram de nós para nos saudar, confirmando tempos que já lá vão. E a minha pergunta era sempre a mesma: Como te chamas? E a alegria inundava os nossos rostos.
Para todos, até um dia destes.

FM

FLORIU UM DIA DESTES


Parecia adormecida e esquecida, mas de repente acordou para a vida. As plantas são assim. E as pessoas também. Quem dera que as pudéssemos imitar no nosso dia a dia, libertando-nos de mágoas e dissabores!

Ares puros da floresta


Há anos, não resistimos aos odores puros da floresta. Íamos a caminho de umas férias reconfortantes em plenos  ares serranos. Parámos para saborear a paisagem verdejante. Sentimos o ar fresco do ambiente. Reconfortados, seguimos viagem. Tantas vezes o fizemos por aqui e por ali. E agora recordamos tudo com saudades.

FM

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