terça-feira, 6 de março de 2007

Dia Nacional da Cáritas: III Domingo da Quaresma



«A prática da caridade e a promoção da justiça são uma exigência da maturidade da fé e um dever da Igreja». Apelos para a Semana Cáritas, que decorre até ao próximo Domingo



Mensagem do Presidente
da Cáritas Portuguesa

No III Domingo da Quaresma, por decisão da Conferência Episcopal Portu-guesa, celebra-se, em todo o país, o Dia Nacional da Cáritas que, nos últimos anos, tem vindo a ser preparado por cada Cáritas Diocesana, desenvolvendo, durante a semana que o antecede, um vasto e criativo conjunto de iniciativas.
“Pela dignidade, igual oportunidade” é o tema que a Cáritas propõe à reflexão de todos os portugueses e de outros nossos irmãos que escolheram o nosso país para encontrar um futuro mais digno para si e para suas famílias. Este tema está em sintonia com o lema escolhido para assinalar o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos – Para uma Sociedade Justa. A União Europeia pretende, assim, sensibilizar os cidadãos para os benefícios de uma sociedade justa e solidária e para reforçar e exaltar a importância da igualdade de tratamento entre as pessoas, sem distinção de origem racial ou étnica… Destas preocupações nunca poderá estar alienado qualquer cristão. Pelo contrário para cada um deles, “cujo coração de Cristo conquistou com o seu amor, despertando nele o amor ao próximo”1 , tudo tem de ser claro, sem ambiguidades e preconceitos. Tudo em busca da verdade. É que continuamos a viver numa sociedade que não atribui iguais oportunidades a todos os seus cidadãos. E esse é o terreno fértil necessário para não se atingir o patamar mínimo da dignidade contrária a todos os princípios que norteiam o cristianismo. Podemos fazer de conta que não sabemos, mas os dados aí estão, com toda a crueza.

Leia mais em Ecclesia

Citação

"Muitas vezes, o desacordo honesto é um bom sinal de progresso"
Mahatma Gandhi,
líder nacionalista indiano (1869-1948)
:
In "PÚBLICO" de hoje

Efeméride

6 de Março de 1802


Boca da Barra, vista do Forte da Barra


BARRA NOVA



Faz hoje anos que o Engenheiro Reinaldo Oudinot enviou ao Governo o seu projecto para a abertura da barra nova, actual Barra do Porto de Aveiro, localizada na Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo.
Assinalando o facto, aqui dizemos que este empreendimento, logo que se concretizou, veio dar um extraordinário impulso ao desenvolvimento da região, a começar pela Gafanha da Nazaré. Quando se comemora tudo e mais alguma coisa, sinto pena que datas marcantes da nossa história local e até regional caiam no esquecimento

Um poema de Sophia



MADRUGADA

Um leve tremor precede a madrugada
Quando mar e céu na mesma cor se azulam
E são mais claras as luzes dos barcos pescadores
E para além de insânias e rumores
A nossa vida se vê extasiada

In “ILHAS”,
de Sophia de Mello Breyner Andresen

Com um dia de pausa…

Com um dia de pausa, cá estou de novo. Como desde há muito, dedicando uns minutos livres ao meu blogue, sem descurar, obviamente, outros trabalhos que tenho em mãos. Sempre ao sabor das liberdades dadas pela saúde e pelo gosto de estar no mundo para partilhar sentimentos e emoções. Uma pausa de quando em vez faz bem… e quando regresso até me sinto renovado. O tempo, porém, chuvoso e frio, também ventoso por estas Gafanhas, não me permite contemplar a natureza mais bela, que a natureza triste também merece e precisa de ser olhada, com a esperança de que a mais bonita está à porta para entrar. A todos, muito bom dia, dentro do possível. Fernando Martins

domingo, 4 de março de 2007

Um texto de Jorge Pires Ferreira

Cientistas pouco esclarecidos

Poderá um cientista ou divulgador de ciência ignorar a História da Ciência ou ter dela visões sectárias? Aparentemente, não. Mas na prática, sim. É o que acontece muitas vezes. Em dois encontros públicos recentes, em Aveiro, com pessoas de elevada craveira, notei tomadas de posição que de alguma forma rebaixam ou desprezam a fé cristã no diálogo com as ciências naturais. Crentes como eu haveria com certeza na assembleia. Mas é feio desautorizar os convidados. Pelo que eu e os outros optamos pelo silêncio, com o risco de a asneira, à força de tanto ser repetida, ganhar aparência de verdade.

:

Leia mais em RELIGAR

Um poema de António Gedeão

REFLEXÃO TOTAL


Recolhi as tuas lágrimas
na palma da minha mão,
e mal que se evaporaram
todas as aves cantaram
e em bandos esvoaçaram
em tomo da minha mão.
Em jogos de luz e cor
tuas lágrimas deixaram
os cristais do teu amor,
faces talhadas em dor
na palma da minha mão.


in "366 poemas de amor",
antologia organizada por Vasco Graça Moura

Museu de Ílhavo: Exposição de Fotografia


"HERÓIS DO MAR"
Durante o mês de Março, os amantes de fotografia artística e todos os outros ainda poderão apreciar, no Museu Marítimo de Ílhavo, uma exposição de Bill Perlmutter, cedida pelo Centro Português de Fotografia.
O norte-americano e fotógrafo artista registou, em 1958, com a sua objectiva, no nosso País, quadros da vida de gente ligada ao mar. São fotografias a preto e branco, que precisam de ser apreciadas.

Santa Maria Manuela

Ílhavo: Nova vida para o navio Santa Maria Manuela
O navio Santa Maria Manuela voltará a navegar e será o epicentro de várias iniciativas ligadas à cultura, ao turismo e à investigação. A fundação responsável pela embarcação anunciou ontem a sua venda a uma empresa de Ílhavo, que está já a preparar o seu projecto de recuperação :
O navio Santa Maria Manuela, embarcação gémea do Creoula, será alvo de um novo projecto de recuperação. A Fundação Santa Maria Manuela, criada em 1994 com a intenção de refazer a embarcação de acordo com o desenho original, anunciou ontem a venda do navio a uma empresa local.
A proposta da Pascoal & Filhos para a compra e recuperação da embarcação foi aceite pela Fundação que, deixando de possuir património, será extinta. De acordo com o presidente do conselho de fundadores, Vasco Lagarto, trata-se de «recuperar e manter à tona da água algo que faz de nós aquilo que somos como sociedade». Para este responsável, «um projecto deste tipo precisa de ter uma base empresarial», e terá sido essa a principal razão para que a proposta tenha sido aceite prontamente. :
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Leia o trabalho de Soraia Amaro no DA

Um artigo de Anselmo Borges, no DN


A religião do mercado:
Deus e a Mamona


Nos anos 80 do século passado, em contraposição ao socialismo democrático e à teologia da libertação, assistiu-se ao aparecimento e revitalização de uma nova teologia política: a neoconservadora. Os seus representantes mais conhecidos foram sociólogos e politólogos, provenientes de destacadas universidades americanas: M. Novak (católico), R. Neuhaus e R. Benne (luteranos), etc.
O seu objectivo fundamental é o de apresentar o capitalismo, tal como eles o entendem, como o sistema mais humano, racional e justo, sublinhando a afinidade que existiria entre esse sistema e a tradição judaico-cristã. Embora os indivíduos persigam os seus interesses próprios, no final, mediante um secreto desígnio divino e uma espécie de harmonia preestabelecida, precisamente do livre jogo de interesses individuais resulta a ordem social. E o mercado aparece com uma missão quase divina. O mercado é um pouco como Deus: Providência para todos. Se para alguns é causa de sofrimento e até morte, Ele saberá a razão pela qual isso acontece: será uma provação ou castigo; de qualquer modo, um sofrimento passageiro, que terá uma redenção final.
Temos aqui uma espécie de "mercadodiceia", como substituto da antiga teodiceia, portanto, o mercado como chave de solução dos problemas humanos e da felicidade.
No quadro do seu estudo crítico sobre os fundamentalismos, o teólogo Juan José Tamayo sublinha a importância do fundamentalismo económico neoliberal, com características de uma religião e uma teologia própria: precisamente a teologia do mercado.
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Leia mais em DN

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS-13


AINDA O POVOAMENTO DA GAFANHA

Caríssima/o:

Brumas do tempo!
Brumas da Ria!
Quem é destas terras e aqui tem as suas raízes, conhece bem os nevoeiros da vida e da Ria. Ainda mais quem algum dia penetrou profundamente pelos canais e neles deambulou perdido por nada ver à sua frente!...
João Pereira de Lemos escreveu um livro: «Os Gafos da Ilha de Sama». No preâmbulo afirma:”Quase todos os factos foram passados, dando-lhes no entanto interpretação pessoal, contrariando algumas vezes autores consagrados, considerados e credíveis.”
Como que em sub-título acrescenta:”Narrativa quase verdadeira do que se passou na vila de Aveiro, entre 1525 e 1581, porque o mais se não acha pois está no guarda-roupa del-Rei”.

Transcrevo das páginas 161 e 162:

“Um dia, quando sentado no beiral de areia do lado poente, admirava o sol rubro que se encaminhava para o ocaso, [Pedro] pensou que talvez o areal em frente onde não se via vegetação, fosse a chave para a solução do excesso de pessoas na ilha de Sama. Virou-se para Filipa que estava a seu lado e disse:
- Parece que encontrei a chave para os nossos problemas aqui na ilha. Vou convidar alguns daqueles em quem mais confio e vamos estabelecer-nos no outro lado. Pedirei a Yssuf para descarregar lá tábuas e troncos e outros utensílios e procuramos um lugar para nos instalarmos.
Em Sama ninguém era tratado pelo nome ou pelo apelido, todos eram iguais e, por isso, usavam alcunhas. Pedro de Lemos o “Samarrão”, alcunha que advinha de à noite andar com uma grande samarra – vestimenta pastoril de pele de ovelha com lã, e que os médicos aconselham a não usar sobre a epiderme, pois julgam ser a causa de epidemias -, passou palavra ao Jorge “Fidalgo” porque assim o era, ao André “Cravo” porque parecia ter muitos cravos na cara, ao Belchior “Sardo” porque pareciam sardas as pústulas já secas, ao Simão “Gafanhão” porque ele era forte, ao Sebastião “Lázaro” porque era lazarento do corpo e alma sofredora diga-se, ao Pedro “Vaz” diminutivo apressado de Alvaraz, Gaspar “Casqueira” porque passava o tempo a fazer barcos das cascas que encontrava e pedia a toda a gente para lhas arranjar, e o António “Conde” porque se dizia como tal e todos sabiam que assim não era e não passava dum pobre diabo!
Combinaram, em segredo, no dia 16 de Julho de 1545, dia de N.ª S.ª do Carmo, e à noite, fazerem a travessia num barco que Yssuf e Hamed trouxeram.
Subiram o areal transportando o mais que puderam e ao avistar um braço de água que entrava pelo areal e percorridos aí três mil e oitocentos côvados, decidiram instalar-se ali. Tratava-se dum istmo entre o canal Caveira a poente, e o canal do Boco a sul. Por sugestão de Filipa e recordando a conversa com Pedro, o local passou a chamar-se Chave. Construíram habitações exíguas que cobriram com junco que crescia em tufos ao longo do braço de água. Abriram vários poços, semearam couves, nabos e milho, este uma novidade recente. Também algumas árvores, sobretudo figueiras. Yssuf foi trazendo animais domésticos e, um dia, trouxe um burro para não dar nas vistas, pois é convicção de que os animais domésticos também podem ser contagiados!
Os frades logo souberam e visitaram os gafos exilados. Sugeriram que se construísse uma ermida, e desde que não estivesse muita corrente ou ondulação, faziam uma visita regular.
Os da governação, ao saberem, não se incomodaram e até admitiram entre si que assim estavam mais longe e isolados.”

Logo na página 165 acrescenta:

“O tempo foi passando, e já havia curas completas muito embora com marcas irreversíveis. A comunidade da Chave tinha sido aumentada com algumas crianças todas sadias, e mais um novo casal cujo homem foi baptizado de “Gandarinho”! Um dia, alguns andavam distantes à procura de madeira arrolada e viram uma espiral de fumo muito para Sul. A curiosidade levou-os até lá onde deparam com um casal e um filho com o ar mais faminto e andrajoso possível. Indagaram quem eram, e o homem contou que já caminhavam há muitos dias, tantos que lhe tinham perdido a conta. Que vinha dumas terras a que chamavam Gândara, e que eram tão pobres que resolveram procurar outras terras. Não sabiam onde estavam. Convidaram-nos a vir viver para a Chave. O nosso homem era tão pequeno e frágil que ficou com a alcunha de “Gandarinho”.
O único defeito da Chave se é que é, é que fica muito longe do enfiamento do canal de Aveiro, e os frades fazem notar isso, pois os criados tinham de remar muito. Cinco casais resolveram estabelecer-se no dito enfiamento, tanto mais que o terreno lhes parecia menos arenoso. Baptizaram o local de Cale, pois bordejava a Ria. Os outros já estavam apegados à terra onde conseguiram curar-se e sobreviver, resolvendo ficar ali para sempre.
Passou-se um ano, e os comerciantes de Aveiro já se atrevem a trazer e levar produtos à terra dos gafanhos, como dizem. Passado pouco tempo já dizem que vamos à “Gafanha” e assim fica...”

E mais não transcrevo. O que aí vos deixo aponta na direcção de outra fonte de fantasia: o nome da Gafanha.

Então, até...



Manuel

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