domingo, 8 de abril de 2012

Os Ciganos: 8 de abril

Texto de Maria Donzília Almeida


 

Há uns dias atrás, quando me encontrava, no jardim, num hobby que me preenche algum tempo livre, ouvi chamar:_Professora! Não se lembra de mim? Fiquei surpreendida, pela figura inesperada duma ciganita, que me interpelava, com uma criança ao colo. - Sou a S...! De imediato, a memória me trouxe, à tona, aquele ano de 2000 e..., em que um casalito de ciganos integrava a turma do Ensino Recorrente de adultos. 
Era uma criança com um olhar irrequieto que vinha frequentar o curso, num programa de integração. Ao lado, como companheiro de carteira e de jornada, estava o Ma.... A Sab... tinha catorze anos, o Man... tinha dezoito. Viviam num acampamento, na Gafanha, onde várias gerações coabitavam no mesmo espaço, numa promiscuidade que se adivinha pouco compatível com a privacidade duma vida íntima. Mesmo assim, nestas condições de vida e de habitabilidade, a ciganinha estava grávida! Aos catorze anos! Recordo o desvelo com que a tratávamos, especialmente, o presidente da equipa pedagógica, que mais parecia um médico de família! Era a nossa menina, que andava a aprender... para ser mãe! 

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 285


PITADAS DE SAL – 15


AS TÉCNICAS


 Caríssima/o: 

Andava com as palavras às voltas sem bem saber que dizer e escrever sobre as técnicas usadas na fabricação do sal, quando li estas de alguém que sabia do que falava:



«O sal de Aveiro não nasce, como nascem e medram os frutos silvestres. 
É feito pelo marnoto, com o seu talento, sofrimento e dedicação. 
Sem estes, que sintetizam toda a valorização desta figura regional tão típica, o sal de Aveiro não mostraria aquele seu reluzir inebriante quando o Sol lhe cai em cima e o afaga. 
O sal de Aveiro tem os seus pergaminhos, e ostenta uma linhagem que o distingue e o torna preferido, – quer, ainda pela delicadeza dos seus cristais, provinda da delicadeza com que o acariciam as mãos do nosso marnoto! Dele colhe, ao nascer, os carinhos indispensáveis à sua fina estirpe, não vão as suas mãos feri-lo e conspurcá-lo quando é retirado do seu leito natalício que um ténue lençol de água cobre docemente... 
...É então que o seu progenitor revela toda a sua arte, rendo-o mansamente na terna preocupação de o trazer para a luz do dia são e escorreito. Este pormenor da natalidade e da vivência do sal de Aveiro, – com os seus épicos ressaibos de drama e de glória – põe em evidência toda a grandiosa epopeia do trabalho do marnoto de Aveiro e o singular merecimento do nosso sal.» [“Sal de Aveiro ─ epopeia dos marnotos”, dr. Victor Manuel Machado Gomes] 

Acompanhámos a botadela na marinha da «Novazinha das Canas» e observámos o trabalho, a canseira e a experiência postos à prova nas tarefas mais exigentes, que só o marnoto executava. Pois bem, não imaginamos o que foi preciso até se chegar a este dia; e estamos tentados a dizer que o marnoto e os moços mereciam agora um descanso reparador... 

Ora, por Março ou Abril se inicia(va) a safra, observando os estragos da invernia e fazendo: escoamento das águas da marinha, reparação dos estragos, limpeza e reconstrução da marinha, estrangedura e cura. 

Agora a marinha está preparada para a botadela.
E sem qualquer intervalo ou interrupção (a não ser provocado pelo tempo menos próprio...) seguem-se a gestão das águas, recolha, acumulação e transporte do sal. 

Resta desejar boa sorte e esperar que seja um ano de colheita abundante!

Mas para isso, além da arte, talento e dedicação do marnoto é preciso que o “S. Pedro dê uma ajudinha”, com sol e vento de feição! 

Santa e feliz Páscoa!

Manuel

sábado, 7 de abril de 2012

O CRUCIFICADO RESSUSCITOU. ALELUIA!

Reflexão de Georgino Rocha




A manhã da Páscoa contrasta profundamente com as trevas que se abatem sobre a terra aquando da morte do Nazareno. Com as trevas, vem o silêncio profundo. Com a aurora da manhã surgem a correria, a agitação, a comunicação e outros dinamismos de vida em efervescência. Protagonizam este processo Maria Madalena, o discípulo que Jesus amava e Pedro. A este primeiro círculo, outros cada vez mais amplos se sucedem. Todos assumem atitudes que se tornam paradigmas do itinerário da fé cristã contagiante: trazer ao coração a memória do sucedido, abrir-se à surpresa da ocorrência, ir em busca de sinais credíveis, examinar os vestígios, deixar-se iluminar pela Escritura, reconhecer a novidade do acontecimento, partilhar com outros a energia transformante e o sentido transcendente que comporta, fazer comunidade.

Teólogo condenado: da criação à ressurreição

Texto de Anselmo Borges, no DN

Andrés Torres Queiruga.


Enquanto o Papa, em Cuba, fazia apelo à liberdade, a Comissão para a Doutrina da Fé da Conferência Episcopal Espanhola publicava uma Notificação - na prática, para a opinião pública, a condenação de mais um teólogo, Andrés Torres Queiruga. Como se a liberdade fosse para os outros e não devesse vigorar também no interior da Igreja.
Para muitos - também para mim -, A. Torres Queiruga é um dos maiores teólogos católicos vivos. No meu entendimento, foi e é o teólogo que de modo mais profundo e conseguido enfrentou o cristianismo com a modernidade e a modernidade com o cristianismo. Desgraçadamente, alguns teólogos e bispos espanhóis não pensam assim.
O que aí fica é tão-só, na medida em que o permite uma crónica de jornal, o que considero nuclear no pensamento de A. Torres Queiruga.

Dia Mundial da Saúde: 7 de abril


Texto de Maria Donzília Almeida




"A objecção, o desvio, a desconfiança serena, 
a vontade de troçar são sinais de saúde: 
tudo o que é absoluto pertence à patologia." 

Friedrich Nietzsche



Segundo a OMS, (Organização Mundial da Saúde), a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. 
Quando, nos tempos da monarquia, a saúde se pagava em reis, ter “dez reis de saúde”, significaria ser saudável? 
Devemos pensar a saúde, como profilaxia da doença e não como o tratamento dela. É claro que este está tão enraizado, dando lucros a tanta gente que a mudança de paradigma é hoje uma tarefa hercúlea. Discutem-se sempre tratamentos, investimento em medicação e vemos a factura da saúde inflacionar, de forma alucinante. 
A saúde começa na educação dos seus utentes, na responsabilização pela sua qualidade de vida. Vêem-se pessoas recorrer aos hospitais, para fazerem um check-up "gratuito"... Não terão as pessoas desresponsabilizado o seu papel na saúde, transferindo-o para os profissionais?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Só a partir do alto se pode compreender e aceitar a Igreja

Texto de António Marcelino


«Não se concebe a Igreja a partir do Papa e dos Bispos, mas a partir de Cristo e do seu projeto, no qual a hierarquia é chamada a servir e não a ser servida.»


A compreensão da Igreja não parte da hierarquia, mas de um desígnio livre de Deus. A capacidade de entender passa pela porta de uma fé viva. A Constituição “Lumen Gentium” abre novos horizontes à eclesiologia com o capítulo essencial e primeiro: O Mistério de Deus. Que mistério é este? Hoje já revelado, a sua compreensão não parte do nada, mas de um acontecimento que na história foi ganhando forma. Um projeto que tem origem no amor e se vai realizar num Povo de crentes, que será também um Povo de irmãos e de irmãs. Povo sem fronteiras, sem raça nem cor, que nasce do dom que se faz amor onde todos cabem.

93.º Aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo



Decorre no próximo dia 28 de Abril a comemoração dos 93 anos de existência da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo. Do programa, destaca-se, às 11horas, a missa solene na Capela da Santa Casa, anexa à Unidade dos Cuidados Continuados de Ílhavo; às 12 horas, homenagem ao anterior Provedor João Manuel Bela, com a colocação da sua fotografia junto à galeria dos anteriores Provedores; e às 13 horas, almoço de aniversário, no Hotel de Ílhavo onde decorrerá uma homenagem a 12 funcionários que completam 20 e 15 anos ao serviço daquela instituição ilhavense.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mensagem de Páscoa do Bispo de Aveiro

O Mundo Precisa da Páscoa de Jesus




«Neste tempo de crise de civilização, o mundo precisa da Páscoa de Jesus, para aprender a dar a vida por amor e nessa dádiva divina encontrar uma palavra que afague tantos dramas, um olhar que dê luz a tantos olhares que as lágrimas turbam e o pecado magoa e uma vida que alimente de nova e renascida esperança tantas vidas sem sentido, sem pão, sem trabalho, sem horizonte e sem rumo.
Que também nestes tempos de imperativa austeridade e de desiguais sacrifícios lembremos o sábio conselho afirmado em cada Páscoa judaica: «em tempos de opressão, não falte ao povo a esperança da liberdade! Em tempos de liberdade, não se lhe apague a lembrança da escravidão!» (Seder judaico).»

Ler a Mensagem

terça-feira, 3 de abril de 2012

"Moliceiros - A Memória da Ria" apresentado em Lisboa

(Clicar na imagem para ampliar)

A nossa gente

António Francisco das Neves Vieira



Neste mês de abril, marcado por mais um momento importante para o Município de Ílhavo, as Comemorações do Feriado Municipal, dedicamos a rubrica “a nossa gente” ao atual Presidente da Assembleia Municipal de Ílhavo, António Francisco das Neves Vieira. 
Nascido em Lisboa, a 1 de novembro de 1954, Neves Vieira, como é habitualmente conhecido, é uma personalidade de referência neste Município, que adotou como seu e ao qual tem dedicado grande parte da sua vida. 
Licenciado em Organização e Gestão de Empresas, pela Universidade Técnica de Lisboa – Instituto Superior de Economia (atual ISEG), é membro da Ordem dos Economistas e da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. 
Aos vinte e seis anos de idade, Neves Vieira conclui a sua licenciatura e deixa a capital para casar e viver em Ílhavo. É pai da Teresa e da Joana.

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