quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro

Natal, tempo habitado pela esperança 1.O nascimento de Jesus foi precedido por um longo tempo de ansiada expectativa. Esse tempo terá para sempre as marcas dolorosas da saudade do paraíso recusado e do diálogo entre Deus e o homem, interrompido por impensadas desculpas e por imponderadas acusações. Na esperança do Natal, o povo de Israel fez uma libertadora travessia através de desertos desconcertantes, cheios de surpresas e mistérios. Porém, este povo nunca perdera da linha do seu horizonte, uma longínqua e ténue esperança e o encanto da promessa inicial de Deus: “Um Salvador vos será dado”. Neste difícil caminho não faltaram ao povo herdeiro da promessa a autoridade dos patriarcas, a sabedoria dos governantes e a voz dos profetas. A uns e outros se deve o segredo da fidelidade reencontrada mesmo em horas de desânimo ou em momentos de revolta e de medo. A confiança no Senhor torna-se sentimento forte e ideia determinante para incentivar o povo a manter viva a promessa e firme a esperança. Essa mesma confiança será renovada no belo hino de Maria, a Mãe de Jesus, que exulta de alegria pelas maravilhas que Deus realiza ao exaltar os humildes e ao dar valor e atenção aos simples. É por entre hinos de alegria e cânticos de esperança que o Natal é anunciado ao mundo e que os homens adormecidos e recostados ao silêncio tranquilo da noite são convidados a despertar. O mistério da Encarnação de Deus tornou-se centro da história da humanidade e razão da nossa fé. Paulo, apóstolo de Jesus, estabelecerá mais tarde a partir daqui uma das mais belas sínteses da nossa identificação com Jesus Cristo: “ Nele vivemos, nos movemos e existimos”. 2. Somos chamados a viver este Natal em tempo de crise económica e financeira, de empresas a fechar, de desemprego a aumentar, de posições extremadas entre pessoas e grupos, de diálogos rompidos, de pobres a quem tudo falta, de gente sem pão, sem casa e sem trabalho. A maior pobreza é, porém, a falta de esperança já visível em tantos rostos tímidos e envergonhados. O Natal deve educar-nos para a sobriedade, para a procura do essencial, para o encontro com Deus, para a experiência solidária e para a partilha fraterna com estes nossos irmãos, independentemente da sua origem, cultura, etnia, ou credo. Todos têm direito igual ao Natal. Todos têm a mesma necessidade do Natal. Do seu mistério original e dos seus valores culturais. Todos precisamos do Natal. Que este Natal a ninguém esqueça, a ninguém ignore, a ninguém exclua da mesa da família humana, da casa da fraternidade cristã e do coração santo de Deus! 3.Propõe-se a Diocese de Aveiro como plano pastoral para os próximos cinco anos ser Igreja renovada na caridade e esperança no mundo. É um ambicioso programa de vida e de acção pastoral que só tem sentido se o procurarmos realizar a partir da convicção profunda e da fé inabalável de que Deus veio habitar no meio de nós. Que o Natal, vivido e celebrado neste tempo novo, seja um cântico de esperança a relançar novo ardor, novos métodos e os novos horizontes de evangelização! Façamos deste Natal um tempo habitado pela esperança. “O cristianismo só cumpre verdadeiramente a sua missão se contagiar de esperança a humanidade” (J. Moltmann). Com estes sentimentos tão próprios deste tempo, a todos saúdo na alegria e na paz, desejando a todos os diocesanos um santo Natal e um abençoado Ano de 2009.
António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro
Nota: Ilustração de Almada Negreiros

Jantar de Natal da Obra da Providência


ATITUDES A TER EM CONTA

 O tradicional jantar de Natal da Obra da Providência foi este ano um pouco diferente do que é habitual. A crise económica actual e o exemplo de uma certa parcimónia ditaram as suas leis. Juntando a isso o desejo da direcção de convidar não só os dirigentes, antigos dirigentes e funcionárias, mas também as suas famílias, levou a esta bonita opção. A refeição foi preparada, em grande parte, por todos. E à roda da mesa, então, todos se sentaram e conviveram, como se no melhor restaurante estivessem. Exemplo a aproveitar.
Maria da Luz Rocha, uma das fundadoras, marcou presença no jantar, com todo o seu carinho pela instituição de que foi directora durante décadas. Uma outra fundadora, Rosa Bela Vieira, por razões de saúde, não pôde comparecer, mas o seu espírito esteve com toda a gente. Logo a abrir, e depois das palavras de boas-vindas do presidente Eduardo Arvins, o Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo, lembrou o nascimento da Obra da Providência, desejando que a chama da atenção aos outros se mantenha.
A Obra da Providência, nasceu – referiu – como gesto de caridade. As fundadoras agiram enquanto vicentinas, pondo em prática o mandamento do amor. As instituições ligadas à Igreja Católica não podem descurar essa faceta, sob pena de menosprezarem e de traírem a sua matriz cristã. Urge, pois, viver a solidariedade na caridade, sublinhou o Padre Francisco Melo. Aliás, ainda adiantou que as instituições de solidariedade social de cariz cristão devem em tudo mostrar a sua diferença, para melhor, no respeito pelo cumprimento das leis, na seriedade do seu agir, na atenção aos que mais precisam.
Outro momento significativo foi a entrega à direcção da Obra da Providência de um conjunto de dossiês, constituído por inúmeros documentos e fotos, que são o retrato histórico da vida da instituição, com mais de meio século de trabalho com os que precisam. Foi organizado pelas irmãs Ascensão Ramos e Margarida Lagarto, filhas de uma fundadora, Maria da Luz Rocha. Durante o jantar, um dirigente da instituição, Eduardo Almeida, especialista em artes mágicas, brindou os convivas com alguns números do seu reportório. A vida, de facto, sem a alegria de alguma magia, não faz sentido.

 FM

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

PELA POSITIVA com 200 mil entradas

AQUI FICA A PROMESSA DE QUE CONTINUAREI COM O MESMO ÂNIMO
O meu blogue PELA POSITIVA, que começou timidamente em finais de 2004, ultrapassou hoje as 200 mil entradas. Já teria ultrapassado este número, não fora o caso de, por erro meu, ter ficado sem contar as entradas durante dois longos períodos. Para um blogue generalista, que aposta nos valores que enformam a nossa civilização, sempre olhando os lados bons da vida, rejeitando o escândalo, a especulação política, o pornográfico e o futebol, temas que só por si atraem muita gente, penso que é muito bom. Bom e estimulante para continuar, ao sabor da maré e com a generosa colaboração de alguns amigos, que semana a semana aqui dão o seu contributo. Para os colaboradores, para os amigos que me incitam a prosseguir e para quantos diariamente me visitam, aqui ficam os meus sinceros agradecimentos. E aqui fica também a promessa de que continuarei, com o ânimo que senti desde a primeira hora. Fernando Martins

TIME elege Barack Obama como Personalidade do Ano

Como era de esperar, a revista norte-americana Time escolheu o Presidente eleito norte-americano, Barack Obama, como Personalidade do Ano 2008. Obama, que há dois anos nem sequer era conhecido da maioria dos americanos, surge agora como o homem capaz de imprimir uma liderança forte no seu próprio país, com reflexos garantidos em todo o mundo. A vitória de Obama foi uma "pedrada no charco", surgindo como marco histórico no campo de uma nova ordem social, que promova o respeito pelos direitos humanos.

Festa de Natal do Etnográfico da Gafanha da Nazaré

Federação do Folclore Português homenageia Grupo Etnográfico Realizou-se no dia 13 de Dezembro, num restaurante da nossa cidade, o tradicional jantar de Natal do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Presentes, para além de membros do Grupo e seus dirigentes, o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, o presidente da Junta de Freguesia, Manuel Serra, o presidente da Federação do Folclore Português, Fernando Ferreira, e o nosso prior, Padre Francisco Melo. O jantar de Natal do Etnográfico é sempre uma boa oportunidade para se fazer o balanço do ano prestes a terminar, tarefa de que se encarrega o presidente desta associação, Alfredo Ferreira da Silva. Foi significativa, no entanto, a lembrança com que a Federação do Folclore Português, através do seu presidente, obsequiou o Grupo Etnográfico, pela celebração, em 2008, dos 25 anos da sua existência. Na circunstância, o fundador do Grupo Etnográfico recordou os três festivais organizados no âmbito da freguesia, bem como a procissão pela ria de Aveiro, em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. Mas não deixou de sublinhar as deslocações levadas a cabo, como embaixador das nossas tradições etnográficas. Dirigindo-se ao presidente da Câmara, Ferreira da Silva recordou as promessas relacionadas com a Casa da Música, porque as condições em que se trabalha “são muito más”, disse. Ainda frisou a necessidade de se avançar com a construção da segunda fase da Casa Gafanhoa, que contempla uma recepção, uma sala de exposições e uma loja de artigos regionais, obras estas que não ferem o antigo edifício que mantém viva a memória de uma habitação de lavrador rico, dos princípios do século XX. Como resposta de Ribau Esteves, todos ouviram que, para já, nada está esquecido, embora as prioridades sejam canalizadas para o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, espaço também a carecer de uma intervenção que o torne mais funcional.

NATAL: Notas do Meu Diário

9 de Dezembro Ao olhar a Árvore de Natal que envolve o Menino, recordo um poema, de autor anónimo, publicado na revista XIS, em 2003, de que era directora Laurinda Alves. Penso que nos oferece um conjunto de propostas para vivermos a quadra natalícia, imbuída de nobres sentimentos de fraternidade. Diz assim:
Neste NATAL Neste Natal quero armar uma árvore dentro do meu coração. E nela pendurar, em vez de presentes, Os nomes de todos os meus amigos. Os amigos antigos e os mais recentes. Os amigos de longe e os amigos de perto. Os que vejo em cada dia e os que raramente encontro. Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos. Os das horas difíceis e os das horas alegres. Os que sem querer eu magoei ou sem querer me magoaram. Os meus amigos humildes e os meus amigos importantes. Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida. Muito especialmente aqueles que já partiram e de quem me lembro com tanta saudade. Que o Natal permaneça vivo em cada dia do ano novo. E que a nossa amizade seja sempre uma fonte de luz e paz em todas as lutas da vida.
Fernando Martins

ADOPÇÃO, FAMÍLIA E INSTITUIÇÕES

Hoje quero usar o meu direito à indignação. Um direito nacional que a gente acomodada não usa, esquecendo as conse-quências irreversíveis das omissões. Ouvi, de fio a pavio, um debate longo sobre a adopção de crianças. Um mundo de técnicos a expender saber, um molho de leis e de determinações recordadas, uma ladainha de casos por resolver ou mal resolvidos, casais estrangeiros como solução para casos de vários irmãos, uma consideração irrealista da família real e um despeito claro pelas instituições, sem qualquer distinção entre as estatais de há muito desagregadas e as que têm experiência de décadas com métodos humanos e sábios e resultados à vista. Ouvi, fui confrontando com as experiências de que disponho, alarguei o horizonte da reflexão, li e reflecti o tema a partir da vida, que não de modelos importados; lembrei os casos dos meios de comunicação social, entrei em lares e ouvi casais que adoptaram e onde a vida tem sentido, acolhi expressões de alegria e gratidão, enxuguei algumas lágrimas incontidas de dor... Há anos, depois de ouvir a um membro do governo um lindo discurso sobre a adopção, perguntei-lhe, à queima-roupa, se adoptava um africano ou um deficiente. Considerou a pergunta uma provocação, e não gostou. “Mas saiba que há quem os adopte”, retorqui. A família, se não a destruírem mais, será sempre o espaço normal, quente e acolhedor, para nascer e crescer. Será também a referência necessária para outras formas que a substituam, quando ela não existe ou perdeu condições para realizar as tarefas que lhe são próprias. O Padre Américo sempre procurou que a Obra da Rua e nas suas casas, se seguissem as regras do viver e dos sentimentos da família. Assim ele foi tratado, não porque o mandasse ou exigisse, como o “Pai” dos gaiatos que encontrava abandonados e acolhia ou lhe levavam a casa, sabendo que aí havia amor, pão e carinho. Outras instituições, com o mesmo saber e viver, geraram “mães”, para aqueles que nunca a conheceram e aí chegavam bebés e se tornaram homens e mulheres de bem, capazes de enfrentar a vida. Só o orgulho, o poder prepotente, a ignorância ou o despeito as desconsideram e menosprezam. As instituições sofrem as dificuldades das famílias com êxitos e fracassos como todas elas, mas persistem no amor, sempre capaz de inovar e de aperfeiçoar. Ouçam-se os que aí vivem e crescem para a vida e comparem-se com os das instituições do Estado, onde abundam técnicos, com horários que se contam ao minuto, gente que só suja as mãos com papéis, nunca com as crianças e os adolescentes. Revolta ver jovens licenciadas, com poder mas sem vida que as recomende, falar de cima para baixo, para julgar padres, leigos e gente consagrada que vivem décadas em entrega e doação total a crianças sem família ou como se não tivessem. Quem teve na sua mãe, ainda que simples e iletrada, a psicóloga mais atenta que corrigia e logo beijava, saberá que não há educação sem amor e afectos, sem paciência e dedicação, sem respeito e entrega, sem gratuidade e perdão, sem regras e atenção diária. Quem teve a graça de uma família, ainda que humilde e discreta, e nela o espaço de aprendizagem de valores morais, relação mútua, prática da verdade, amor ao trabalho, solidariedade com os mais pobres, sobriedade aprendendo a viver com o que se tem, saberá sempre que a família é a melhor escola para a vida e que desconsiderar a família é retirar às pessoas o sentido da vida e à sociedade a sua consistência natural. Legislar e ver na adopção o remédio, que o é para muitos casos, mas ao mesmo tempo desprezar a família ou torná-la inviável, bem com às instituições que seguem os seus valores, é coisa de néscios e inconscientes. Escutem quem trabalha a sério e as leis serão a favor das pessoas, não dos sistemas. Então, olhar-se-á mais para os educadores capazes de amar, servir e sofrer, que para os degraus da escada onde os meninos podem tropeçar…De onde vieram estes “inteligentes” legisladores e técnicos? Será que na casa dos pais não havia degraus, não havia irmãos a dormir no mesmo quarto? Para educar e ser educado não chegam diplomas e títulos. Não se dispensa é amor.
António Marcelino

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CIRA – Baixo Vouga apresenta-se

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A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro – Baixo Vouga, já conhecida por CIRA, constituída por 11 municípios, vai apresentar-se no dia 18 de Dezembro, quinta-feira, pelas 10 horas, no edifício da Antiga Capitania, em Aveiro. Um vídeo sobre a Ria de Aveiro, a divulgação das grandes opções do Plano para 2009 e os principais projectos a implementar, entre outras iniciativas, fazem parte da apresentação da CIRA.
Será desta que a Ria de Aveiro passe a ter alguém, com visão realista, capaz de a tirar do marasmo em que se tem encontrado?

Cardeal-Patriarca apela à doação de órgãos

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«As famílias hesitam em permitir a utilização dos órgãos, que hoje é uma possibilidade de vida para tanta gente que se não a tiver morre. Devemos todos cultivar uma disponibilidade cultural e espiritual», afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

Festas de Natal

Parabéns pelas iniciativas
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Não há instituição, seja de que âmbito for, que não organize, nesta quadra, uma festa para os seus associados e amigos. E ainda bem, porque as festas, no mínimo, contribuem para aproximar as pessoas. Hoje e aqui refiro-me a duas festas de outras tantas instituições da Gafanha da Nazaré, da área da música. Concretamente, a Escola de Música Gafanhense e a Filarmónica Gafanhense. A primeira tem a sua festa marcada para o dia 19 de Dezembro, pelas 21 horas, no auditório Mãe do Redentor, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com audição dos seus alunos e com um concerto pela Orquestra Juvenil; a segunda, no dia 27 do mesmo mês, pelas 21 horas, também na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com um concerto de Natal. Com votos de que as festas sejam um lenitivo para as agruras da vida, aqui ficam os meus parabéns pelas iniciativas. E o mais curiosos é que estas duas instituições, vocacionadas para a cultura musical, contam, decerto, com apoiantes comuns.

Extensão de Saúde da Barra sem solução à vista

O povo é que sofre
A Extensão de Saúde da Barra continua sem solução à vista, apesar de as instalações estarem concluídas há mais de dois anos. O presidente da Junta, Manuel Serra, critica o Ministério da Saúde por incumprimento do protocolo estabelecido com a Câmara de Ílhavo. O povo, no fim de contas, é que continua a sofrer as consequências do silêncio dos responsáveis pela Saúde.

Aqui estamos, somos os teus ossos e a tua carne!

O Natal de Jesus moldou vivências nas mais diferentes e diversas sociedades até aos nossos dias, mesmo quando, como hoje acontece, o anfitrião da festa se vê obrigado a novos e desconhecidos exílios, sem que o seu destino, outrora profético, seja o Egipto bíblico. Seja como for, mesmo os menos familiarizados com a Tradição cristã não estranharão, se tiverem oportunidade de o vislumbrar, que o Nascimento de Jesus só tenha alcançado a vibração da anamnese, isto é, o fôlego de uma memória vivificante, com a experiência Pascal dos discípulos de Cristo. Só a experiência do Ressuscitado permitiu àqueles homens e àquelas mulheres da primeira hora reler os acontecimentos do seu tempo, e, alongando o olhar, reler igualmente o percurso de gerações, perscrutando um sentido para a aventura humana, um projecto que os crentes nunca deixarão de atribuir à Graça. O grande dilema da pessoa humana, que atravessa culturas e tempos, independentemente das mundividências ou mesmo da sua falta, será sempre o de confrontar a vida, individual e colectiva, com um sentido. Nessa busca, mesmo antes de avultar na consumação do diálogo, a sensibilidade dos artistas constituirá sempre poderoso guia estelar, mesmo se o deflagrar de tantos desesperos obnubilem, demasiadas vezes, a força regeneradora da esperança. É disto que se trata, sentido e esperança, quando falamos de Natal. E foi este Natal que permitiu aos artistas traduzir em matéria não apenas o hino, como a razão do louvor. Recorro ao Elogio fúnebre de Santa Paula, escrito por São Jerónimo, para deixar a formulação de um voto, fixando-me na descrição da visita de Paula à Basílica de Belém: «Ela jurou-me que via, com os olhos da fé, o Menino envolto em panos chorando no seu presépio; os Magos adorando a Deus; a estrela brilhando por cima; a Virgem Mãe, José solícito; os pastores vindo de noite para testemunharem o sucedido». Via... com os olhos da fé. Que o Natal de Jesus também se mostre, pelos olhos da nossa fé, às mulheres e aos homens que nos molduram a existência. Para que possamos dizer, como o escreveu Santo António de Lisboa, e a uma voz, ao Jesus do Presépio e ao Cristo da Cruz: ‘Aqui estamos, somos os teus ossos e a tua carne!’ João Soalheiro

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

FESTA DE NATAL: Circo para crianças do concelho de Ílhavo

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A Câmara Municipal de Ílhavo, em colaboração com as quatro Juntas de Freguesia do Concelho, oferece amanhã, dia 16, no recinto da "Feira dos 13", na Vista Alegre, um espectáculo de circo a três mil crianças da Rede Pré-Escolar, pública e privada, e do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da área do Município. Trata-se de uma festa de Natal, sempre ao gosto das crianças, que conta, ainda, com uma lembrança do “Pai Natal”. O circo é da responsabilidade da Companhia Cardinali, não faltando os tigres, o homem canhão, malabaristas, equilibrismo, trapezistas e muito mais, para além dos insubstituíveis palhaços.

Mais um livro de Senos da Fonseca

MARÉS
O Eng. Senos da Fonseca acaba de publicar mais um livro, dedicado à divulgação de temas ilhavenses. O produto da venda de MARÉS, com data de 2008, reverterá para uma instituição de solidariedade, garantida que está a despesa da edição, que é de sua conta. Diz o autor na apresentação do seu trabalho que o título – MARÉS – reflecte o “sabor do ir e vir das mesmas e dos consequentes estados de espírito que me provocam”. Embora Senos da Fonseca sublinhe que “MARÉS não poderá ser um trabalho perfeito”, por causa da “pressa”, a verdade é que me deu gosto lê-lo, pelas memórias que me suscita. Com este livro, o autor continua a enriquecer a historiografia ilhavense, na medida em que traz à tona d’água temas que podem cair no esquecimento. Se é que, para os mais novos, não são pura e simplesmente questões completamente desconhecidas. Refiro-me, por exemplo, à demolição da Capela das Almas, à dança dos nomes na Praça da República, à Estrada Ílhavo-Mota, aos 110 anos de Independência do Concelho de Ílhavo, à Capela de Nossa Senhora de Penha de França, com o Bispo D. Manuel de Moura Manuel, à Arraisa Calôa e a tantos outros assuntos que abordou, com muita sensibilidade, no seu blog TERRA DA LÂMPADA, com nacos de poesia em muitos dos seus escritos. Aqui recordo, ainda a título de exemplo, a visita que fez ao S. Paio da Torreira. Senos da Fonseca, a que já me referi no meu blogue, a propósito dos seus livros, “ÍLHAVO - Ensaio Monográfico” e “O Labareda”, é hoje uma referência para quem aprecia conhecer melhor o passado e o presente de Ílhavo. Fernando Martins

Crise só para alguns

Reformas milionárias já são mais de 4 mil O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais acima de quatro mil euros mantém um ritmo de crescimento imparável: em 2008 reformaram-se 284 funcionários do Estado com pensões douradas e em Janeiro de 2009 já há mais 28 aposentações milionárias. Ao todo, desde 1997 a CGA já atribuiu pensões de luxo a 4054 pessoas. Só este ano houve um aumento de 7,5 por cento face ao ano passado no universo desses beneficiários, diz o Correio da manhã. Há crise? Há, mas só para alguns.

Stella Maris organiza almoço solidário

Solidariedade em acção
O Clube Stella Maris está a organizar um Almoço Solidário, a ter lugar na sua sede, no dia 20 de Dezembro, pelas 13 horas. Esta é uma iniciativa destinada a alguns utentes de três instituições, os quais vivem uma certa solidão. O Stella Maris conta sentar à mesma mesa 120 pessoas, com destaque para famílias que precisam da nossa solidariedade, durante momentos difíceis das suas vidas.

Museu de Aveiro vai reabrir

Depois de profunda remodelação, o Museu de Aveiro vai reabrir as suas portas, em pleno, na próxima quinta-feira, 18 de Dezembro. Agora, com novos espaços para exposições, este museu, que preserva a memória de Santa Joana, merece ser mais visitado e mais divulgado, para se tornar mais conhecido, entre os aveirenses, e não só.

Efeméride aveirense: Posse do primeiro reitor da UA

: 15 de Dezembro de 1973 Neste dia, em 1973, o ministro da Educação Nacional, Prof. Doutor José da Veiga Simão, conferiu a posse ao primeiro reitor da Universidade de Aveiro, Prof. Doutor Vítor Gil, em sessão soleníssima realizada no salão de conferências do Museu de Aveiro, junto ao túmulo da Princesa Santa Joana. In Calendário Histórico de Aveiro

As Mulheres das Secas

Mulheres das secas, com uns bacalhaus a sério. Daqueles que caíam bem na mesa de Natal de qualquer um
Em Marintimidades, os meus leitores podem ler mais um tema sobre assunto que nos diz respeito. Ana Maria Lopes, especialista em assuntos do mar e da ria, escreve sobre As Mulheres das Secas. As da foto são, com certeza, das Gafanhas. Quem as identifica?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Natal: Adeste Fideles

Santa Maria Manuela

Ilustração do convite para a visita
Maqueta do "Santa Maria Manuela", ainda no estaleiro. Plano original
A empresa Pascoal, armador do SPS* ”Santa Maria Manuela”, com sede na Gafanha da Nazaré, apresentou ontem o navio a um grupo de interessados inscritos antecipadamente para o efeito. Esta disponibilidade foi oferecida e divulgada através do blogue do navio. Apesar da chuva, ao evento compareceram pessoas das mais variadas procedências e que têm acompanhado os trabalhos de recuperação do navio pelo citado blogue. Entre estes encontravam-se antigos tripulantes, membros da Aporvela, fotógrafos, mas sobretudo apaixonados por esta arte que se vai extinguindo. O armador começou por mostrar uma maqueta do navio segundo o seu plano original, informando que já está em elaboração outra de igual dimensão mas respeitando a actual configuração do navio. Seguiu-se uma exaustiva descrição das profundas alterações internas do navio, sistema propulsor e aparelho vélico, bem como da integração das novas tecnologias nos sistemas de comunicação e lazer. Foi ainda explicada a futura funcionalidade desta unidade e a sua interacção com organismos de ciência, turismo de aventura, intercâmbio cultural, seminários, congressos e até banquetes. Um factor que despertou muita curiosidade foi a notícia da possibilidade do navio passar pelos antigos pesqueiros dedicando algum tempo à pesca de bacalhau, apenas como motivo de lazer e recriação do seu passado. Ainda este mês o navio seguirá a reboque para Marín, Espanha, onde sofrerá os acabamentos internos e externos. Espera-se estar pronto em Outubro.
*Special Purpose Ship (navio com finalidade especial) João Marçal

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz - 1 de Janeiro

Combater a pobreza, construir a paz
"Em tal perspectiva, é preciso ter uma visão ampla e articulada da pobreza. Se esta fosse apenas material, para iluminar as suas principais características, seriam suficientes as ciências sociais que nos ajudam a medir os fenómenos baseados sobretudo em dados de tipo quantitativo. Sabemos porém que existem pobrezas imateriais, isto é, que não são consequência directa e automática de carências materiais. Por exemplo, nas sociedades ricas e avançadas, existem fenómenos de marginalização, pobreza relacional, moral e espiritual: trata-se de pessoas desorientadas interiormente, que, apesar do bem-estar económico, vivem diversas formas de transtorno. Penso, por um lado, no chamado « subdesenvolvimento moral » 2 e, por outro, nas consequências negativas do « superdesenvolvimento ».3 Não esqueço também que muitas vezes, nas sociedades chamadas «pobres», o crescimento económico é entravado por impedimentos culturais, que não permitem uma conveniente utilização dos recursos. Seja como for, não restam dúvidas de que toda a forma de pobreza imposta tem, na sua raiz, a falta de respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana. Quando o homem não é visto na integridade da sua vocação e não se respeitam as exigências duma verdadeira «ecologia humana »,4 desencadeiam-se também as dinâmicas perversas da pobreza, como é evidente em alguns âmbitos sobre os quais passo a deter brevemente a minha atenção."
Ler toda a Mensagem aqui

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 107

O EXAME DA ADMISSÃO
Caríssima/o: Bem, entramos num assunto muito difícil para as actuais gerações; fazem lá ideia que para continuar na escola para além da quarta classe ou quarto ano era preciso outro exame, não era suficiente o que se tinha feito em Ílhavo! É lá possível?, perguntarão surpresos e com espanto. Mas era assim e muitos de nós, à cautela, fazíamos dois: um ao liceu e outro à escola industrial e comercial. Pois é!..., podia acontecer chumbar num e ficava a possibilidade de continuar os estudos no outro... Quer isto dizer que havia um grupo muito razoável que fazia três exames sobre as mesmas matérias, de princípios de Julho a meados de Agosto! A preparação para este exame, ou exames, era feita pelo Professor da 4.ª classe a pedido dos pais, mediante uma quase simbólica retribuição, e algumas vezes era o próprio Professor que «pedia» aos pais para deixarem que o filho continuasse a estudar, 'que era uma pena, o rapaz ou a rapariga, era bom aluno e esperto... seria bom que fizesse a admissão...', 'mas a vida está difícil; onde vamos arranjar...?', 'não se preocupem com nada, e eu ajudo em tudo o que puder'... E assim foi comigo e com tantos outros que ficámos a dever aos nossos Mestres mais este grande favor de motivarem os nossos Pais e de os convencerem numa época de fome a apertar ainda mais o cinto para que o filho fosse estudar! Bem hajam! Só depois da Páscoa é que começava a preparação a sério... e prosseguia depois do exame da 4.ª, continuando os alunos juntos na Escola da Ti Zefa. As provas tinham um grau de dificuldade mais exigente e o critério de classificação também mais apertado, pelo que a reprovação era encarada com alguma naturalidade e batia a muito boas portas. Na escrita lá estava o famigerado ditado, mas o número de erros permitido era muito menor e a redacção que se fazia na segunda página era como um discurso com um número mínimo de palavras; a aritmética e a geometria também puxavam bem mais pelos conhecimentos e pelas capacidades dos alunos; ainda o desenho não era a brincar... Curiosamente é desta última prova que me recordo com um sorriso de complacência: o meu Professor Salviano até arranjou um espião que foi espreitar qual o modelo e logo ali o esboçou e exemplificou para mim, que visse como era fácil... Não consigo explicar, mas o lado direito do jarro que estava empoleirado até ficou jeitoso com as curvas todas direitas, agora o lado esquerdo... eu inclinava-me para ver se ficava igual ou parecido com a outra metade, mas qual quê, fazia apagava fazia apagava... cansado e qual artista cubista, puxo do lápis e zás! Um traço a direito como que a dizer a quem corrigisse a prova que pelo espelho que era esse traço visse a outra metade! Mas escapei e fui à oral, onde apareceram três senhores doutores que depois conheci muito bem: Rocha, Patrício e Orlando. O do meio, também em Geografia e História, ouviu, ouviu e no fim sai-se: “p'rò ano temos que falar para esclarecer umas coisas!” (sempre a duvidarem do que tinha aprendido no tal quarto!...) Esta oral foi no Liceu Velho, no Zé 'Stêvão, na Praça, numa sala esquisita, com escadas; vim a saber no ano seguinte que era o Anfiteatro! Lá estava o quadro preto onde foi proposto e resolvido um problema com seis operações! Creio que fica bem aqui um aparte: houve no Liceu um professor famoso em Matemática, o Doutor Carneiro; na Escola Industrial não lhe ficava atrás o Doutor Damas. Para verem a capacidade dos alunos pespegavam-lhe com a tabuada dos 11 (depois ensinavam-lhes o truque!...) e com problemas fáceis mas... “Vais daqui até à Barra e dás, por hipótese, 1001 passos. Quantos passos dás numa viagem de ida e volta?” “2002!...” “Errado!” “Errado? Então 1001+1001...” “Pois é, mas esqueceste-te que tens de atravessar a rua!...”
Manuel

sábado, 13 de dezembro de 2008

Gafanha da Nazaré e Costa Nova com Unidade de Saúde Familiar

A Gafanha da Nazaré e a Costa Nova vão passar a ter em funcionamento, a partir de segunda-feira, uma Unidade de Saúde Familiar (USF), para servir dez mil utentes. Foi baptizada com o nome “Beira-Ria” e não vai funcionar em edifício próprio, como seria de esperar, mas nas já existentes Extensões de Saúde. Segundo Humberto Rocha, coordenador da Sub-Região de Saúde de Aveiro, este novo serviço conta com uma equipa de seis médicos, sete enfermeiros e cinco administrativos, trabalhando todos os dias úteis, das 8 às 20 horas, para consultas normais e ambulatório. Aquele responsável garante que serão atendidos “casos agudos, sendo que as situações de gravidade extrema continuarão a ser enviadas para o Hospital de Aveiro”. E acrescenta que esta USF pretende contribuir para que “todos os utentes sejam vistos no dia em que forem à consulta”. Este novo serviço obrigou a algumas adaptações, ao nível de uma redistribuição de espaços no Centro de Saúde da Gafanha da Nazaré, em ordem a uma melhor funcionalidade, com a criação, nomeadamente, de duas novas secretarias e gabinetes. No Posto da Costa Nova também houve algumas alterações, informou Humberto Rocha à comunicação social.

Ano Novo

Os votos de Ana Maria Lopes vieram assim, desta forma tão expressiva. Que o barco da vida continue a alimentar sonhos bonitos, são os meus desejos sinceros.
Fernando Martins

DEUS ESTÁ CONNOSCO

O Natal está à porta. Este é sempre um tempo em que a luz, a alegria e a proximidade estão mais presentes no nosso dia-a-dia. O Natal é isto mesmo: LUZ. A luz de Cristo, com a sua proposta, o seu jeito de viver que pode dar um sentido seguro à vida e capaz de iluminar os tantos sem-sentido da nossa existência. O Natal é ALEGRIA. A de Maria, de João Baptista e de tantos homens que sentem em Cristo a presença e a realização de uma esperança que não engana. No meio das contrariedades, dores e sofrimentos da vida, aí está esta alegria da presença de Cristo que se torna a estrela da esperança. O Natal é PROXIMIDADE. Isto é, Emanuel, que quer dizer Deus connosco. Em Cristo podemos sentir o carinho, proximidade de Deus. Em Cristo experimentamos a paixão de Deus por cada um de nós e pela humanidade inteira. Jesus Cristo é o presente de Deus à humanidade. Celebrar o Natal é construir no coração de cada um o presépio vivo que fará Cristo nascer na vida de cada um de nós. Desejo a todos um feliz e Santo Natal. Que o ano de 2009 seja repleto das graças de Deus. Francisco Melo, Prior da Gafanha da Nazaré

Efeméride: Falecimento de Egas Moniz

Egas Moniz recordado no Hospital de Aveiro
13 de Novembro de 1955
Nesta data, faleceu em Lisboa o Prof. Doutor Anónio Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, insigne cientista de fama mundial, galardoado em 1949 com o Prénio Nobel da Fisiologia e da Medicina, que, em 29 de Novembro de 1874, nasceu em Avanca, actual concelho de Estarreja, Distrito de Aveiro.

O FÓRUM CATÓLICO-MUÇULMANO

Após a tragédia da Índia, em Bombaim, ganha urgência maior o princípio de Hans Küng: não haverá paz entre as nações, sem paz entre as religiões; não haverá paz entre as religiões, sem diálogo entre elas e sem um novo ethos - uma nova atitude ética - global. Lembro, pois, pela sua importância, o encontro inédito e histórico entre 29 muçulmanos, representando várias correntes do islão, e igual número de católicos, que teve lugar no Vaticano entre 4 e 6 de Novembro passado. Quem não se lembra do célebre discurso de Bento XVI em Ratisbona, em Setembro de 2006, e da indignação por ele causada no mundo islâmico por alegadamente associar islão e violência? Foi assim que, em Outubro de 2007, um ano depois, 138 académicos, clérigos e intelectuais islâmicos do mundo inteiro, numa Carta a Bento XVI, com o título Uma Palavra Comum entre Nós e Vós, declararam que, apesar das suas diferenças, o islão e o cristianismo - as duas maiores religiões: juntas, representam mais de 55% da população mundial -, partilham a mesma Origem Divina, a mesma herança abraâmica e os mesmos mandamentos essenciais: o amor a Deus e o amor ao próximo. Também afirmavam que, se não houver paz entre os cristãos e os muçulmanos, não haverá paz no mundo. A esta mensagem respondeu o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal T. Bertone, em Novembro de 2007: "Sem ignorar nem diminuir as nossas diferenças, podemos e portanto deveremos olhar para o que nos une." Os contactos entre as autoridades católicas e muçulmanas conduziram, em Março deste ano, à instituição do Fórum Católico-Muçulmano e à organização do referido encontro no Vaticano. No fim do Seminário, houve uma Declaração comum, em 15 pontos. Logo no primeiro, mostra-se como a concepção de um Deus, fonte de amor, é partilhada pelas duas religiões. Afirma-se depois que "a vida humana é o dom mais precioso de Deus a cada pessoa. Portanto, deveria ser conservado e honrado em todas as suas etapas". A pessoa requer "o respeito pela sua dignidade original e a sua vocação humana". Defende-se, por isso, uma legislação civil que assegure "a igualdade de direitos e a plena cidadania" de todos, e há o compromisso conjunto de "assegurar que a dignidade humana e o respeito se estendam a uma igualdade de base entre homens e mulheres". O respeito da pessoa e suas opções em assuntos de consciência e religião "inclui o direito de indivíduos e comunidades praticarem a sua religião em privado e em público". Também "as minorias religiosas têm direito a ser respeitadas nas suas convicções e práticas religiosas". "Nenhuma religião nem os seus seguidores deveriam ser excluídos da sociedade." A criação de Deus na sua pluralidade de culturas, civilizações, línguas e povos é "uma fonte de riqueza e portanto não deveria nunca converter-se em causa de tensão e conflito". É necessário promover uma informação exacta sobre as religiões e proporcionar uma "sã educação em valores humanos, cívicos, religiosos e morais aos seus respectivos membros". Católicos e muçulmanos estão chamados a ser "instrumentos de amor e harmonia entre crentes e para a humanidade em geral, renunciando a qualquer tipo de opressão, violência agressiva e terrorismo, sobretudo quando se cometem em nome da religião". Sem justiça para todos, não haverá paz. Por isso, a Declaração apela aos crentes para que trabalhem em ordem a criar "um sistema financeiro ético no qual os mecanismos reguladores tenham em conta a situação dos pobres e deserdados, tanto indivíduos como nações endividadas". No termo do Seminário, Bento XVI recebeu os participantes, apelando veementemente a que as religiões se tornem artífices da paz e a liberdade religiosa seja respeitada "por todos e em todos os lados". Certamente, pensava também nas minorias cristãs perseguidas em países de maioria muçulmana. A Declaração conclui com o compromisso de realização de um segundo Seminário do Fórum dentro de dois anos "num país de maioria muçulmana". Oxalá! Anselmo Borges

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Borboletas vão fugir para o Norte?

Uma notícia de hoje, publicada no PÚBLICO, diz que as alterações climáticas na Europa vão obrigar borboletas a migrar para o Norte, por causa do calor. "A maioria das espécies vai ter de alterar radicalmente a sua distribuição. A forma como as borboletas mudam vai indicar a possível resposta de muitos outros insectos, que em conjunto totalizam dois terços de todas as espécies", diz um comunicado, baseado num atlas de Josef Settele, do Centro de Helmholtz para a investigação do Ambiente, na Alemanha. Todos sabemos que este fenómeno não deixará de ter impacto no ecossistema, pelo que se torna necessário pensar em tudo o que possa provocar danos na natureza. Ela não perdoará.

CONSERVADORES

Uma sociedade democrática é, normalmente, enriquecedora. Os cidadãos, directa ou indirectamente, tomam parte nas decisões que lhes dizem respeito. De tempos a tempos escolhem quem possa tomar posições por eles, mas nem sempre estão de acordo. Vêm, então, os protestos, as manifestações, as acusações, enfim, os sinais de desagrado. E surgem, necessariamente, as promessas de que, no futuro, ninguém os engana. Claro que isto são, por norma, desabafos de ocasião. Na hora de votar, nós, os portugueses, somos reconhecidamente conservadores. Os partidos dos Governos chamam-se PS e PSD. Os outros vivem a sonhar que talvez um dia o povo resolva fazer a experiência, numa atitude drástica, de mudança radical. Tenho dúvidas de que isso alguma vez possa acontecer. Isto porque somos, de facto, conservadores. Outro sinal de conservadorismo está na manutenção de regalias ou privilégios, que ninguém quer perder. Há professores que talvez não estejam de acordo com as avaliações, porque é melhor atingir o topo da carreira por antiguidade, há militares que lutam pela manutenção de um estatuto especial, há médicos que contestam qualquer alteração ao statu quo, enfim, a comunicação social está cheia de profissionais que clamam, constantemente, a urgência de se fazerem reformas no País, porque precisamos de deixar a cauda da Europa, desde que não se mexa nos seus interesses, por mais inadequados que estejam numa sociedade democrática, que se quer justa e solidária. Fernando Martins

COMO SANTO ANTÓNIO FOI VISTO COM O MENINO JESUS

Quando certa vez Santo António entrou numa cidade em serviço de pregação, o senhor fidalgo que lhe deu poisada, assinou-lhe aposentos retirados, a fim de não o perturbarem no estudo e oração. Ora, estava o Santo recolhido e só em seus aposentos, estando o senhor fidalgo, discorrendo pela casa a tratar da sua vida, adregou passar perto, e levado por devota curiosidade espreitou para dentro, a escondidas, por uma fresta que abria mesmo no lugar onde o Santo descansava. E o que haviam de ver seus olhos! Um Menino mui formoso e alegre nos braços de Santo António, e o Santo a contemplar-lhe o rosto, a apertá-lo ao peito e a cobri-lo de beijos. Ficou maravilhado o fidalgo com a formosura do Menino, e todo se espantava não atinando como explicar donde teria vindo para ali criança tão graciosa e bela. E o Menino que outro não era senão o Senhor Jesus, revelou a Santo António que seu hospedeiro o estava espreitando. Pelo que Santo António depois de findar a longa oração, chamando o senhor fidalgo humildemente lhe pediu e instou que, enquanto ele vivo fosse, a ninguém descobrisse a visão que espreitara. E só depois da morte do Santo, o senhor fidalgo com lágrimas santas contou o milagre que seus olhos indiscretos haviam contemplado. Em louvor de Cristo. Ámen. Florilégio Antoniano
Neste Natal Neste Natal de 2008 gostaria de me colocar na posição do hospedeiro a espreitar o presépio do mundo... e ver os meus Amigos/as a brincar com o Menino. Manuel Olívio

Festas Felizes

Olá Professor
Como o prometido é devido, aqui vai o nosso postal de Natal 2008, do outro lado do rio grande, nas terras do tio Sam, com votos de Festas Felizes e um Ano Novo cheio das maiores venturas, para o meu amigo professor e toda a familia, e também para todos os meus amigos que frequentam este cantinho. Um abraço de fraternidade para todos.
Nelson e Teresa Calção
NOTA: Se há leitores amigos e fiéis, daqueles que nos acompanham momento a momento, o Nelson e a Teresa ocupam um lugar muito especial no meu coração. Pelas gentilezas tantas vezes manifestadas, pela felicidade que irradiam nos contactos pessoais que com eles mantenho, pela alegria contagiante de viver a vida com harmonia e bondade. Deste meu recanto, vai esta nota pessoal, extensiva a todos os seus familiares. E para o Nelson e para a Teresa, vão ainda os meus votos de que venham depressa até cá, porque tenho saudades de os ouvir.
FM

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

GRITOS DE DOR E OPINIÕES MAIS OU MENOS ENFEUDADAS

Embora só ouça na estrada, sigo sempre, com grande interesse, o fórum da TSF, com as muitas intervenções de rádio ouvintes, que pedem a palavra para dar a sua opinião sobre o tema anunciado. A situação social, a crise que se instalou no país, os problemas do desemprego, da escola, da família, as leis mais discutíveis, o divórcio injusto e compulsivo, as falências de bancos e de empresas, o futebol, tudo por ali passa. Vou acolhendo quer os gritos de dor, que são os dos eternos atingidos por todas as crises e acontecimentos sociais mais preocupantes para as pessoas individuais, as famílias, os trabalhadores e as pequenos empresários, quer as opiniões coloridas dos simpatizantes e dos partidários, políticos e sindicais, que tanto atacam e desprezam, como louvam e defendem. Há ainda a opinião dos cidadãos sabedores e sensatos… Não há lugar para responder a opiniões contrárias, nem para polémicas. Todas as opiniões valem como expressões livres e desabafos incontidos. O moderador mantém-se sereno, deixa que cada um se exprima com igual direito, apenas controla o tempo. É verdade que, também ali, as razões se sobrepõem às opiniões, porque exprimem vida e não teorias. Por outro lado e para além do programa, fica, normalmente por cima, o poder de quem manda e decide e raramente tem tempo para ouvir a voz do povo e lhe pesar as razões. Por baixo, e além do programa, permanece o sofrimento de quem mergulha no duro da vida, na insegurança do presente e do futuro e na dor de quem se sente marginalizado nas opiniões que lhe respeitam e excluído das decisões que o afectam. Há dias, o tema era a actual crise social e suas consequências que ocupava o espaço e as atenções dos ouvintes e dos participantes. O tempo esgotou-se sem que todos se pudessem fazer ouvir. Surgiu, obviamente, o confronto entre o litoral e as grandes cidades, zonas que mais beneficiam, e o interior do país, carente de muitas coisas fundamentais, com aldeias esquecidas de benefícios, que não do pagamento de impostos. Surgiu o confronto entre as grandes empresas sem rosto, que a um pequeno espirro logo lhe acorrem políticos locais e governantes centrais com paninhos quentes, e as pequenas empresas, que produzem, dão trabalho e geram emprego local, asfixiadas, a pouco e pouco, com leis iguais e atenções e oportunidades diferentes. Empresas que, por mais que gritem, raramente se fazem ouvir. E, mais ainda, milhares de lares sem casa de banho, milhares de famílias com ordenados de miséria, idosos com reformas de igual ordem, milhares de pais sem poderem ajudar os filhos ir mais longe, milhares de pessoas desanimadas e sem saída para problemas prementes, um mundo de jovens sem perspectivas de futuro e de gente que não acolhida, nem respeitada e estimulada. Hoje as pessoas podem falar e desabafar. Mesmo que exagerem - quando o coração se solta isso acontece com todos nós - há sempre um pano de fundo a espelhar que as coisas não estão bem e que a realidade é dura para muitos, todos os dias, dia e noite. Estranho é ver como se cala e distorce a realidade conforme os interesses e as conveniências, e como se esquece que, mesmo tendo o país, nas últimas décadas, melhorado em muitos aspectos, há problemas que persistem e outros surgiram, não menos graves que os de ontem. A destruição das famílias, a corrupção nos negócio e na vida diária, a insegurança em tantos meios, a ilusão dos supérfluos e a míngua de pão, aí estão, ao lado de tantos outros, a confirmar que problemas não faltam. A verdade, moeda rara e pouco corrente, é um direito de todos. Pode abalar prestígios, mas não custa dinheiro. Apenas exige coragem, dignidade e respeito, para que todos, a seu modo, saibam o porquê das crises e se tocam a todos ou apenas e sempre aos mesmos. A verdade é dever de todos mesmo à mesa do café.
António Marcelino

Um conto de Natal

O tamanquinho
No 3º quartel do século XX, ainda existia um ambiente marcadamente rural, nestas terras da Gafanha. A vida fluía… ao ritmo da carroça puxada por uma vaca pachorrenta, gemendo nos gonzos a falta de lubrificação; de uma mulher que carregava um taleigo de milho à cabeça, até à moagem próxima, para o trocar por farinha de milho; de uma lavadeira que transportava para a “fonte”, cavada nas dunas da mata nacional, a bacia de roupa encaixada na banca, mais a enxada e o cabaço com que tirava a água do lençol freático; duma porca ou de uma vaca que percorriam o caminho do prazer, até ao posto de cobrições da freguesia; de um albitar que vinha em socorro de alguma vaca ou porca parideiras que não conseguiam expulsar, para luz do dia, as suas preguiçosas crias; etc, etc. As mulheres e algum homem que escapara, à vida dura, da pesca do bacalhau, ocupavam-se numa agricultura de subsistência, para contribuir em casa, no magro orçamento doméstico. Por essas alturas a vida material resumia-se ao essencial e os bens de consumo não existiam com a abundância quase atentatória das bolsas mais humildes, como hoje são exibidos nas grandes superfícies comerciais. Foi neste contexto que se passou esta cena ternurenta. A Menina, na sua tenra idade e alheada da vida dos adultos, nem se apercebera da chegada do Natal. Este insinuava-se no espírito dos mais velhos que o transmitiam, subliminarmente, aos seus descendentes. Sem árvore de Natal, sem luzinhas multicores e ornamentações apelativas ao consumismo desenfreado, a Menina esquecera completamente esta efeméride do calendário religioso. O pai que lhe declamava, à lareira, os Lusíadas de Camões, que revelava uma erudição invulgar para a época, chama-a, ao dealbar do dia de Natal: - Menina, vem cá à cozinha, depressa! Vê o que está aqui no borralho! Todo o espanto do mundo inundou o olhar da garotinha, pois não compreendeu como o Menino Jesus lhe pusera lembranças no tamanquinho, sem ela o ter lá colocado. E com o ar mais cândido do mundo, rondava os 5, 6 aninhos, pergunta! - Meu pai! Como é que o Menino Jesus sabia onde eu tinha arrumado os meus tamanquinhos? Se o Menino Jesus já possuísse um GPS, no século passado, ... aquele espanto teria sido descabido!!!
Mª Donzília Almeida

Efeméride aveirense: Restauração da Diocese de Aveiro

D. João Evangelista, 1.º bispo da restaurada Diocese de Aveiro
11 de Dezembro de 1938
Com grande solenidade, D. João Evangelista de Lima Vidal deu execução à bula do Papa Pio XI, que restaurou a Diocese de Aveiro, e tomou posse do cargo de administrador apostólico da mesma Diocese. Seria Bispo de Aveiro a partir de 1940
In Calendário Histórico de Aveiro
NOTA: Ao evocar, hoje e aqui, uma data histórica referente à Diocese de Aveiro, alimenta-me o propósito de levar os meus leitores a conhecerem um pouco mais a nossa vida regional. Assim, sugiro que leia algumas informações interessantes sobre a Diocese de Aveiro. A antiga e a actual.

Manoel de Oliveira: um século de vida, com o cinema por paixão

Quando estou a fazer um filme estou a descansar. Esta frase, dita por Manoel de Oliveira, traduz bem a paixão que Manoel de Oliveira nutre pela nobre arte, que é o cinema. Completa hoje um século de vida e quer passá-lo a trabalhar, fazendo aquilo de que gosta. Com paixão, qual cântico solene à vida! Sem queixumes nem renúncias. Com amor e entusiasmo por uma arte que viu nascer e que abraçou, desde a primeira hora, para nos ensinar a reflectir emoções, sentimentos, beleza, arte. Penso que já tudo foi dito sobre este HOMEM do cinema, que não se cansa de transportar para a tela uma visão original do mundo que o ocupa. Cinema de autor. Cinema com assinatura. Que nem todos os cinéfilos entendem, mas que o mundo gosta de ver. E distingue. FM

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Nascemos, nascemos, nascemos

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez. Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos. Nascemos muitas vezes ao longo da infância quando os olhos se abrem em espanto e alegria. Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca. Nascemos na sementeira da vida adulta, entre invernos e primaveras maturando a misteriosa transformação que coloca na haste a flor e dentro da flor o perfume do fruto. Nascemos muitas vezes naquela idade onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se com laços interiores e caminhos adiados. Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez. Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar. Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas. Nascemos na prece e no dom. Nascemos no perdão e no confronto. Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra. Nascemos na tarefa e na partilha. Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos. Nascemos dentro de nós e no coração de Deus. O que Jesus nos diz é: "Também tu podes nascer", pois nós nascemos, nascemos, nascemos. José Tolentino Mendonça

Participar mais na vida comunitária

Nas comemorações da elevação da Gafanha da Encarnação a vila, foi lembrado, no encontro entre autarcas do concelho e da freguesia e forças vivas da terra, que seria importante criar mais acção no sentido de colocar os três mil habitantes a participar mais na vida comunitária. Tanto na Gafanha da Encarnação como nas demais freguesias, sente-se, de facto, um certo divórcio entre a população e a vida da comunidade. Até parece que, para o povo, a vida comunitária é monopólio de uns tantos iluminados, quando, na realidade, ela é das pessoas e para as pessoas. Penso que faltará, nesta área como em tudo, uma dinâmica de envolvimento de todos em tarefas comuns. Ninguém pode ser excluído nem excluir-se, ninguém pode nem deve ficar indiferente ao que à comunidade interessa, tanto no âmbito social e cultural, como desportivo, político e religiosos. E se é verdade que cabe a cada um assumir as suas responsabilidade na comunidade a que pertence, não deixa de ser importante começar a pensar-se, de forma programada e consistente, na melhor maneira de envolver toda a gente em acções que são de todos. Eu sei, por experiência própria, que por vezes se corre o risco de confiar demasiado nos líderes, que existem em toda a parte. Mas nem por isso podemos ficar à margem, alheando-nos dos projectos e iniciativas que dizem respeito a toda a gente. Fiquei, por isso, satisfeito por saber que na Gafanha da Encarnação se pensou seriamente nisto, no dia em que se celebrou a elevação a vila daquela freguesia vizinha. Fernando Martins

Questões da Educação

A Igreja portuguesa está “preocupada com as questões da educação e faz votos para que se encontre uma solução o mais rapidamente possível” – disse à Agência ECCLESIA D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no encerramento do Conselho Permanente da CEP.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

NATAL - 2008

NATAL Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha deram-lhe o seu alento, o seu calor. De palha, o berço, mas também de Amor. Desce luz, desce paz de cada telha. Nem um carvão aceso nem centelha de lume vivo. A dor era só dor, até que a mão trigueira dum pastor floriu em pão, em leite, em mel de abelha. Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa. Até o cardo é hoje rosa, giesta, até a cinza arde, como brasa. E nós? Que vamos nós dar a Jesus? Vamos erguer tão alto a sua Cruz que não lhe pese mais que flor ou asa.
Fernanda de Castro In “Natais… Natais” Antologia de Vasco Graça Moura
NOTA: Ilustração: Adoração do Menino Jesus à Beira-Mar, xilogravura de João Carlos Celestino Gomes (1899-1960)

Gafanha da Encarnação: Vila há quatro anos

A Câmara Municipal de Ílhavo em cooperação com a Junta de Freguesia da Gafanha da Encarnação realiza hoje uma acção comemorativa do 4º aniversário da elevação da Gafanha da Encarnação a Vila, que hoje se assinala. Pelas 13 horas, realiza-se um almoço de trabalho com representantes das forças vivas da Vila da Gafanha da Encarnação, no Restaurante da ANGE (Associação Náutica da Gafanha da Encarnação). Na agenda deste encontro evocativo, estão questões ligadas aos investimentos perspectivados pela Câmara Municipal de Ílhavo para o próximo futuro, assim como a dinamização social da Vila da Gafanha da Encarnação, rentabilizando o potencial de intervenção das suas Entidades e Associações.

Na Universidade de Aveiro: 60 anos - Direitos Humanos em Globalização?

Nos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Amanhã, 10 de Dezembro, 21 horas, Grande Auditório da Reitoria da UA
Abertura: Coral da Associação Amizade – Associação de Imigrantes dos Países de Leste (Porto) Lançamento: FÓRUM UNIVERSAL – 3 ANOS, 30 IDEIAS – DEBATE SOBRE A ACTUALIDADE Conferência: com Pedro Jordão, do Centro de Estudos Internacionais António Eloy, da Amnistia Internacional Portugal Adriano Moreira, da Academia das Ciências de Lisboa Moderação: Teresa Soares, da UA:UNESCO Encerramento: Danças Tradicionais de Leste
NOTA: Entrada livre

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

CNE - Corpo Nacional de Escutas

Hoje apareceu cá em casa um calendário do CNE - Corpo Nacional de Escutas. O agrupamento da Gafanha da Nazaré andou a vender calendários, não só para angariar fundos, mas também para espalhar, pela comunidade, a mensagem escutista. Ela já é bastante conhecida, aqui e no mundo, mas é sempre bom mostrar a sua pujança e actualidade.
Olhando para as legendas de cada página, percebe-se facilmente a importância desta organização fundada por Baden Powell, para a formação da juventude. Valores como empreendedorismo, experiência de equilíbrio a vários níveis, fermento de comunidade, de paz, de fraternidade. Mais espaço de evangelização, verdade, justiça, amizade e respeito pelo ambiente, entre muitos outros, são um desafio para quantos ousam vestir a farda, seguindo os seus princípios e leis.

Ti António da Bicha

A propósito da evocação que o Ângelo Ribau fez sobre um pobre de pedir, António da Bicha, recebi do João Marçal um comentário que, pela oportunidade dos esclarecimentos, aqui insiro, de forma mais visível.
Lembro-me bem do ti António da Bicha; foi alguém que sempre conheci e que portanto considerava como fazendo parte da realidade dos meus tenros anos. No seu percurso diário era às vezes acompanhado pela garotada dentro daquelas zonas a que chamávamos "cantos". Logo a seguir o grupo era substituido. Segundo a minha mãe era oriundo duma família com posses mas a perda da mulher atirou-o para aquele desinteresse pela vida. O desgosto provocou-lhe alguma fragilidade emocional que o levou a tingir as galinhas do capoeiro de preto. Quando andava na primária e contei isto aos meus amigos de aventuras, resolvemos uma tarde de verão explorar o lugar onde tinha a sua cabana num areal da Gafanha de Aquém. Lá estava o capoeiro e a criação era toda preta, mas esta de origem.Tinha um sobretudo que mais parecia uma manta de retalhos: ele próprio ia acrescentando pedaços de tecido como telhas sobrepostas num telhado. Era uma figura do nosso quotidiano cuja lembrança fez com que lhe atribuíssem o nome de uma rua na Gafanha da Nazaré.
João Marçal

HINO À IMACULADA

Se outrora uma prece eu te ergui, Em desespero, sim, que mãe eu sou, Foi porque acreditei! E agora eu estou A louvar-te e agradecer-te o que vivi! Fizeste renascer em mim a Esp’rança, Foste amparo na dor, na amargura. Eu te elevo meu olhar com ternura, Qu’em Ti, misericórdia sempre alcança. És a Mãe a quem sempre se recorre, Que em toda a adversidade nos socorre, Na nossa peregrinação sofrida! O Teu manto a todos nós protege, Seja crente ou seja até herege, De todos és a Mãe muito querida! Mª Donzília Almeida 08.12.08

domingo, 7 de dezembro de 2008

Morreu Alçada Baptista

“O escritor e jornalista António Alçada Baptista morreu hoje aos 81 anos. António Alçada Baptista nasceu em 1927 na Covilhã. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Alçada Baptista tem uma vasta obra literária publicada. Esteve também ligado ao jornalismo e à edição. Foi ainda cronista. Identificado por muitos como “o escritor dos afectos” e um defensor da liberdade Alçada Baptista foi um dos fundadores da revista “O tempo e o Modo”, que marcou gerações. Era ainda editor da Moraes Editora. Alçada Baptista foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares. Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, lembrou, em declarações à TSF, o “homem de causas”: “Foi um homem de causas, dos direitos do homem e da democracia. Mas temo que seja esquecido enquanto escritor para ser lembrado enquanto pessoa”. O corpo vai ser velado na Igreja das Mercês, em Lisboa, sendo amanhã levado para o Cemitério dos Prazeres.”
Esta foi a notícia que hoje à noite me surpreendeu no PÚBLICO online. Inesperada, como todas as mortes o são, por mais evidentes que elas se tornem, atingiu-me profundamente, como se fosse a morte de um amigo próximo. Há anos que me habituei a ler Alçada Baptista, à medida que os seus livros foram aparecendo no mercado. Havia no que escrevia um não sei quê que mexia comigo. A serenidade que deixava transparecer no que dizia e escrevia? A familiaridade que me tornava próximo do que contava? Os afectos que se reflectiam no meu espírito? A naturalidade que dele emanava? As causas em que me envolvia? A simplicidade com que escrevia e falava? As reflexões que me suscitou? As estórias que contava como poucos? A sua vastísima cultura? A naturalidade com que aceitava os outros, independentemente das suas opções? Talvez um pouco de tudo isto. Podia não concordar com tudo o que defendia, podia discordar das suas posições, mas gostava de ler este escritor memorialista que me envolvia na sociedade que ele próprio vivenciou e que o definiu como homem bom, de afectos, de amores, de paixões, de entusiasmos, de projectos, de consensos, de diálogos. Paz à sua alma. Fernando Martins

NATAL: Pobres de pedir

O Ti António da Bicha
Magro, escanzelado, vestia uns trapos que, mesmo como trapos, já haviam conhecido melhores dias. Com o seu chapéu roto, mais parecia um espantalho das searas, do que um ser humano que Deus ao mundo tenha posto. Era assim o Ti António da Bicha, um pobre pedinte que, quando eu era ainda moço, dos meus sete, oito anos, aparecia na nossa casa, a pedir esmola. Batia ao portão, abria a aldraba – naquele tempo não era necessário fechar as portas à chave – e pedia uma esmolinha por amor de Deus, para matar a fome, com a cara triste de pedinte, como era conveniente! Nós, os filhos da casa, tínhamos, por este homem, não sei se respeito, se medo. - Vai ao portão ver quem é, diz a minha mãe! Fui. - Mãe, é o Ti António da Bicha a pedir esmola! - Ele que espere um pouco e tu vem cá. Cheguei à casa do forno onde minha mãe já tinha posto sobre a mesa um naco de boroa e duas batatas. Esperei. A minha mãe veio do lado da salgadeira trazendo um pedaço de toucinho salgado. - Leva isto ao pobre. Estamos em vésperas de Natal e ele tem de ter com que matar a fome! Fui. Ao entregar a esmola, notei que deu uma dentada na boroa, guardando o resto num dos lados do saco. As batatas guardou-as noutro. Ao receber o toucinho, olhou-o, como que duvidando da dádiva que estava a receber. Guardou-o com cuidado, olhou-me e sorriu. Foi a única vez que vi aquele rosto sorrir. - Deus vos dê saúde e sorte para o poderem ganhar, foi o agradecimento que lhe ouvi, ao mesmo tempo que murmurava uma Ave-maria, que acabaria logo que eu deixasse de o ouvir! E seguiu a sua viagem para o portão próximo, o do vizinho Sarabando. Ângelo Ribau

Museu de Marinha

Sagres
Conhecido vulgar e erradamente por Museu da Marinha, importa conhecer um pouco da sua história a fim de aquilatar e compreender o seu verdadeiro nome. Em 1863, o Rei D. Luís decretou a constituição duma colecção de documentos históricos que reflectisse o passado glorioso das viagens marítimas dos Portugueses. Isto fruto do seu amor às artes e à sua ligação ao mar, por ter sido comandante de navios. Para o museu foram então canalizadas obras de colecções reunidas em séculos anteriores como a colecção de modelos de navios oferecida pela rainha D.ª Maria II à Real Academia dos Guardas-Marinhas, antecessora da Escola Naval. Esta escola funcionava junto ao Arsenal de Marinha e foi o primeiro local de depósito de tudo considerado com valor museológico. Seguiram-se várias tentativas de instalação do museu, com nomes diferentes e sucessivamente goradas. Em 1916, um incêndio destruiu grande parte do espólio. Em 1934, é feita nova tentativa de instalação do museu, desta vez com o nome de Museu Naval Português, juntando obras a partir do século XVIII, sedeado ainda na Escola Naval. É ainda neste ano que se iniciam as diligências no sentido da formalização do projecto da sua instalação junto ao Mosteiro dos Jerónimos, num anexo onde hoje se encontra. O grande salto de valorização do Museu deu-se pela acção de beneméritos como Henrique Maufroy de Seixas que lhe deixou em testamento a sua colecção denominada Museu Naval. Impunha contudo uma condição: um local digno para o seu depósito. Assim a colecção ficou exposta no Palácio das Laranjeiras entre 1949 e 1962. Em 1959, nova reformulação do museu aponta o Mosteiro dos Jerónimos, com toda a sua carga simbólica, como local digno para receber a colecção. Trabalhando nesse sentido abre as suas portas ao público em 15 de Agosto de 1962, com novos regulamentos e a designação de Museu de Marinha. A razão de ser do actual nome vem da finalidade e do âmbito alargado dos seus propósitos: não se resume apenas a questões da Marinha de Guerra que o dirige e onde está inserido, abarcando antes todas as vertentes relacionadas com o mar e outras marinhas. João Marçal

NATAL: Notas do Meu Diário

7 de Dezembro Como manda a tradição, haurida na infância, hoje foi dia de montar o presépio na sala onde mais paramos e convivemos. Ao lado, ao jeito de Árvore de Natal, há uma planta, cujos ramos vão servir de abrigo ao Menino Deus. Com os enfeites nos seus lugares, fomos buscar o Menino que ficou, em repouso, durante o ano, na minha tebaida, num velho móvel de família, bem à vista de todos. O nosso Menino Jesus está vestido a rigor, com roupa feita há tempos propositadamente para Ele. E agora, ao ocupar o seu lugar no presépio, com Nossa Senhora e São José olhando-O embevecidos, o Menino vai estar atento a quem chega e a quem lhe dirige um sorriso, durante este Advento, na mira de receber d’Ele um ou outro recado de ocasião. Neste dia de montar o presépio, cultiva-se o gosto de beijar o Deus Menino. – Mais logo, quando estiverem todos! – diz quem orienta os trabalhos.

Alice Vieira evoca Erico Veríssimo

Alice Vieira evocou no Jornal de Notícias um escritor brasileiro que muito a marcou. Diz assim: "Erico Veríssimo foi um dos homens da minha vida. Não houve escritor nenhum que me tivesse influenciado tanto. Acho mesmo que a vontade de escrever, a descoberta da maravilha que era usar as palavras para contar uma história - e, mais do que isso, para transmitir uma emoção - foi com ele que aprendi."
Esta evocação também me trouxe à memória uma entrevista que este escritor, autor de "Olhai os Lírios do Campo", concedeu a Igrejas Caeiro, numa rádio que não posso precisar. À pergunta do entrevistador, sobre qual era o seu livro de mesa-de-cabeceira, Erico Veríssimo respondeu que era a Bíblia. - É crente? - questionou Igrejas Caeiro. - Não. - Como assim? - É que ainda não encontrei nenhum código de vida superior à Bíblia! - respondeu o escritor.
FM

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