Santa Princesa
BACALHAU EM DATAS - 39
Caríssimo/a:
1939 - «A autonomia de decisão dos armadores em matéria de renovação das frotas sem interferência do estado no planeamento prévio do tipo e da capacidade dos navios a construir apenas se nota até 1939.» [Oc45, 93]
«Garantindo o emprego a aproximadamente 250 operários dos estaleiros de Manuel Mónica, em 1939, era construída uma unidade de linhas airosas, de “tipo americano”, considerada como modelar pela sociedade inglesa classificadora de navios Lloyds Register of Shiping. Tratava-se do lugre AVIZ, uma encomenda da Companhia de Pesca Transatlântica, L.da, do Porto, com 50 m de comprimento, 700 t de arqueação, onde o maior conforto, inovação e eficiência constituíram apanágio. Dispunha de acomodações para 60 homens de tripulação, sala de oficiais, casas de banho, caldeiras para aquecimento central, frigoríficos e TSF. O seu motor debitava 400 CV e tinha 540 t de capacidade de carga. As madeiras utilizadas foram, mais uma vez, o carvalho, pinho manso e pinho bravo nacionais e madeiras brasileiras.» [Oc45, 117]
«Embora no final da década de 30 do século XX, perto de metade dos navios da pesca do bacalhau portugueses tivessem entre 10 e 20 anos de idade, dentre os 49 navios que compunham a frota em 1939, registaram-se 41 embarcações equipadas com motor, 16 com frigorífico e 36 com receptor TSF. A safra desse ano envolveria 2038 tripulantes e seria produtiva, atingindo a cifra recorde de 17.635 t de pescado.»[Oc45, 110]
«O avanço foi considerável, uma vez que antes da intervenção corporativa nas pescas, a frota bacalhoeira tinha somente 14 navios equipados com motor e nenhum possuía TSF ou frigorífico.» [Oc45, 119, n. 4]
1940 - «2.º arrastão para a EPA: SANTA PRINCESA Se a viagem inaugural [do SANTA JOANA] foi coroada de êxito, as viagens seguintes já sob comando de capitães portugueses, foram de tal forma bem sucedidas que logo a empresa armadora pensou em adquirir mais uma unidade. Foi assim que em 1940, um navio em segunda mão, comprado aos franceses veio juntar-se ao SANTA JOANA. Tratava-se de um navio novo que após ter sofrido um violento incêndio em pleno mar, incêndio que acabou por ser dominado, foi levado para o Havre a reboque de um arrastão da mesma companhia. Chamava-se este navio SPITZBERG, elemento de uma série de quatro navios todos iguais, sendo os restantes o PRESIDENT HONDUCE, o ANGELUS e o LE DUGNAY TROUIN. Uma vez chegado a Aveiro a reboque de um navio fretado para o efeito, foi totalmente recuperado com nova maquinaria e rebaptizado com o nome SANTA PRINCESA. Corria o ano de 1940, ano que marca o início de grande desenvolvimento da nossa frota pesqueira, com uma série de construções de ambas as modalidades – arrasto e pesca à linha. p. 44 de 1936 a 1950: 48 navios=> 20 arrastões (aço e motor diesel) e 28 navios para a “White Fleet” (madeira com motor e vela; ou de aço só motor).» [HDGTM, 43 ]
«Apesar da entrada na década de quarenta com uma encomenda em mãos, a NAU PORTUGAL, um empreendimento de 1200 t que viria a figurar na Exposição do Mundo Português, os Estaleiros Mónica mantiveram-se na senda das construções para a pesca do bacalhau, não esquecendo que a madeira como matéria prima era agora tida como prioritária no contexto da Guerra. No ano de 1940, os dois irmãos António e Manuel Maria Mónica, possuidores de estaleiros “paredes meias”, lançaram à água os lugres-motor D. DENIS e PRIMEIRO NAVEGANTE, dotados dos habituais pormenores a nível de conforto e equipamento, destinados respectivamente às empresas Pascoal e Filhos, L.da e Ribaus & Vilharinhos, L.da.» [Oc45, 117]
Fundação dos Estaleiros Navais do Mondego.
(10 de Março) - O navio VIRIATO, da frota da Figueira, foi aprisionado na Holanda, pelo exército alemão.
«Carlos Roeder resolve, com um grupo de amigos e colaboradores, iniciar, no ano de 1940, na povoação de S. Jacinto, a construção de um estaleiro.» [in Os Estaleiros de S. Jacinto – 50 anos de história, por Henrique Moutela]
Manuel