Que dificuldades teremos de enfrentar?
Estamos a começar o novo ano escolar. Há muito que o ambiente social e publicitário nos fazia respirar um ar diferente, semeando sonhos e alimentando esperanças. Ao mesmo tempo, surgiam interrogações: Que novidades nos vão surpreender? Que dificuldades teremos de enfrentar? Como irá ser o nosso futuro próximo?
O grupo dos discípulos de Jesus vivia uma situação semelhante. Apreensivo, discute entre si. Temeroso, pretende ter garantias. Ousado, alimenta ambições. Tímido, não se atreve a fazer perguntas.
Jesus capta este estado de espírito e faz-lhe “uma aula” em que alia a novidade da mensagem ao requinte da pedagogia. Chama-os aparte, cria ambiente propício, provoca-os com um pergunta desbloqueadora, toma uma criança que coloca no meio de todos e distingue-a com um abraço carinhoso. E acrescenta, sem rodeios: ser como ela é a novidade que vos ofereço, o sinal da importância que aprecio, a marca de distinção da comunidade que convosco quero edificar.
A mensagem é clara, simples e interpelante: A grandeza do que é pequeno, a riqueza de quem é pobre, a excelência do serviço feito por amor, a audácia corajosa em avançar nos caminhos da vida.
A criança surge como “elemento” pedagógico em que se podem destacar estes valores. Na sociedade judaica era irrelevante o seu papel até aos doze ou treze anos, vivia uma situação de extrema fragilidade e dependia completamente dos cuidados maternos. Daí, a relação de proximidade e de extrema confiança filial; daí, a estabilidade afectiva e emocional; daí, a coragem de enfrentar o futuro e suas surpresas com normalidade; daí, a certeza do valor da vida e da fé em Deus.
A “aula” de Jesus ocorre em casa. A mensagem é universal e definitiva. O jeito de fazer a sua transmissão constitui referência fundamental para os que assumem esta missão. E são todos nos mais diversos saberes. Bom Ano Académico!
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P. Georgino Rocha