sábado, 16 de maio de 2009

Os cardeais no casino

Cardeais no casino - no caso vertente, no Casino da Figueira - é já por si notícia. Quem imaginaria, há poucos anos ainda, cardeais a falar sobre religião no casino? Mas porque não? Não poderão os casinos abrir-se também à cultura? Também aceitei ir lá, para uma conferência sobre Religião, Religiões e o Diálogo Inter-religioso. Primeiro, foi o patriarca de Lisboa, cardeal José Policarpo. No decorrer descontraído da conversa, saiu a famosa advertência às portuguesas quanto a possíveis amores com muçulmanos: "Cautela com os amores! Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam." Eu estava lá e pensei logo no monte de sarilhos em que ele próprio estava a meter-se. Quando me perguntaram, respondi que os termos do pronunciamento não tinham sido de modo nenhum os mais adequados. Mas que estava de acordo quanto à substância, pois conheço casos dramáticos na Suíça e na Alemanha. Aliás, o cardeal referia-se sobretudo à ida para os países deles, onde as mulheres podem ficar sujeitas à lei islâmica. Aqui está a importância da separação da Igreja e do Estado. Apesar de tudo, no mundo ocidental, há a lei civil e a sua protecção. Não foi a Igreja que concedeu, por exemplo, a possibilidade do divórcio. No mês seguinte, foi o cardeal José Saraiva Martins. Desta vez, o clamor foi sobretudo por causa do pronunciamento sobre os homossexuais. A "homossexualidade não é normal, temos que o dizer. Não é normal no sentido de que a Bíblia diz que, quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher. É o texto literal da Bíblia, portanto, esse é o princípio sempre defendido pela Igreja". Interrogado sobre o tema, digo em síntese: não deve haver discriminação dos homossexuais e não vejo porque é que o Estado não há-de reconhecer para eles uma forma de união, com consequências jurídicas semelhantes às dos casados. A questão reside em saber se há-de chamar-se-lhe casamento. A palavra não é indiferente nem a questão é religiosa. Como disse o filósofo ateu Bertrand Russell, "o casamento é algo mais sério do que o prazer de duas pessoas na companhia uma da outra; é uma instituição que, através do facto de dela provirem filhos, forma parte da textura íntima da sociedade, e tem uma importância que se estende muito para além dos sentimentos pessoais do marido e da mulher". Foi também no casino que, no mês de Fevereiro, Saraiva Martins, antigo Prefeito da Congregação dos Santos, anunciou a canonização para breve - aconteceu, no Vaticano, no passado dia 25 de Abril - de Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável. Por causa dos milagres exigidos para uma canonização, perguntam-me frequentemente se acredito em milagres. Respondo que só acredito nos milagres do amor. Quanto aos "milagres" no sentido estrito - aqueles que Deus faria sobrenaturalmente, suspendendo as leis da natureza -, mantenho razoável cepticismo. "Então, não acredita que Deus pode tudo?" Não, não acredito, pois a maior parte das vezes fala-se da omnipotência divina de modo infantil. Deus não pode, por exemplo, fazer com que dois mais dois sejam cinco nem cometer suicídio. A razão do meu cepticismo é, porém, mais funda. Acredito em Deus infinitamente bom e poderoso, criador dos céus e da terra, como diz o Credo. Se acredito em Deus criador a partir do nada - sublinhe-se que a criação não se opõe ao evolucionismo -, creio nele enquanto continuamente criador. Deus não está fora do mundo - ele é infinitamente presente ao mundo. Ora, os milagres pressupõem que Deus está fora do mundo e que, de vez em quando, de modo arbitrário, vem ao mundo, interrompendo as leis da natureza. Porque acredito que Deus está dentro e não fora, pois é Força criadora infinita, não acredito nos tais milagres. Porque creio nos milagres do amor, pergunto muitas vezes porque é que ainda não foi canonizado o Padre Américo, modelo de amor cristão, em generosidade sem limites, inteligente e eficaz, no quadro de uma pedagogia para a liberdade e autonomia. Anselmo Borges

sexta-feira, 15 de maio de 2009

VOZES DO MUNDO

(Clicar na foto para ampliar)

Bento XVI concluiu viagem ao Médio Oriente

Com o constante apelo à paz e à concórdia, mas também com a proclamação do direito à constituição do Estado Palestino, o Papa Bento XVI concluiu a visita apostólica ao Médio Oriente. Lamentou a construção de mais um muro, que urge derrubar, bem como todos os muros que existem nos corações das pessoas, mas não deixou de alertar para a necessidade de se pôr fim ao terrorismo e à guerra, ao mesmo tempo que condenou o holocausto, que não deve ser esquecido nem negado.

A Justiça continua a envergonhar-nos

Em Portugal, a Justiça continua a envergonhar-nos e ninguém reage. Diariamente assistimos ao descalabro, com toda a gente a falar sem conseguir dizer BASTA. Li hoje no jornal i que, com o País a discutir o caso Freeport, “os juristas garantem que Portugal nunca deu tão má imagem de si”. António Barreto afirmou, um dia destes, na TVI24, que “a nossa Justiça é má porque não há alternativa”. E como não há alternativa, digo eu, não há competição, nem concorrência, fazendo só ela o que quer e o que lhe apetece. Pelo que se vê e ouve, não há hipótese de a Justiça se dignificar a si própria, dignificando o País. Com o agora Sindicato dos Magistrados, passamos de mal a pior. Lembra António Barreto que sindicatos em Órgãos de Soberania não fazem nenhum sentido. Com eles, os magistrados querem pressionar quem? Querem reivindicar o quê? Por sua vez, um dos fundadores do PS, António Arnaut, questionou-se ontem sobre a idoneidade de magistrados que foram capazes de denunciar uma conversa privada, ao que parece, entre amigos e colegas. Quer isto dizer que já não podemos conversar com amigos, sob pena de as nossas afirmações começarem a voar por aí fora? Se calhar é isso. Então já não podemos confiar em ninguém? Se entre os magistrados é assim… Afinal o que é que eu gostaria que acontecesse? Gostaria que os processos em investigação ou em tribunal fossem resolvidos com celeridade. Que toda a gente fosse tratada por igual, quer fosse rica ou pobre. Que o acesso à Justiça fosse compatível com as capacidades económicas de cada português. Que os agentes da Justiça trabalhassem como se do outro lado da rua houvesse uma “Justiça” alternativa ou concorrente. Que o Estado desse meios técnicos e humanos à Justiça, para que os processos ficassem concluídos em prazos curtos, para não deixarem traumas nos inocentes. Que as autoridades do nosso País chamassem à responsabilidade os magistrados e demais agentes judiciais incompetentes ou preguiçosos, julgando-os pelos eventuais prejuízos causados aos portugueses. Enquanto não houver uma reforma, com princípio, meio e fim, a Justiça em Portugal continua a fazer uma triste figura. A Justiça tem de se comportar como Órgão de Soberania, sendo independente, célere e responsável pelos seus actos. Fernando Martins

ESTEJA EM VÓS A MINHA ALEGRIA

A alegria é o melhor lenitivo do coração humano: espelha a saúde orgânica, manifesta a qualidade dos afectos, dá nobreza aos sentimentos, revigora a generosidade da doação, alarga ao Infinito os horizontes das aspirações. O testemunho mais eloquente do que acaba de ser afirmado é dado por Jesus de Nazaré, testemunho recordado no evangelho: “Disse-vos estas coisas para a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.” 1. E que coisas são essas? – pode perguntar-se. A resposta é clara: o amor que se faz doação, a verdade que liberta, a sabedoria que atrai, a comunhão nas diferenças que enriquece, o serviço aos outros que humaniza. Esta resposta tem rosto humano, sempre que cada pessoa assume atitudes e cultiva sentimentos como os de Jesus Cristo, sempre que os grupos sociais e as organizações políticas e culturais se regem pelos valores da solidariedade e pela ética da responsabilidade. 2. Há pessoas que, nestes dias, se destacam no anúncio das “coisas” que geram alegria, lançam sementes de paz e apontam caminhos concretos de humanização da sociedade e das relações entre os seus membros e as suas organizações. Bento XVI abre a lista destas pessoas. Na Terra Santa, faz gestos e deixa mensagens cheias de realismo sadio e esperança confiante. O seu núcleo principal pode condensar-se no apelo ao “derrubar muros”, não apenas os materiais, mas os do coração que separam, segregam, discriminam, marginalizam. “É necessário abater os muros que construímos em redor dos nossos corações, as barreiras que levantamos contra o nosso próximo”. Também o presidente da Caritas Internacional, Cardeal Maradiaga, mantém o tom do anúncio que interpela e abre horizontes de nova humanidade. Em Fátima, onde preside à peregrinação de 13 de Maio e em entrevistas aos meios de comunicação, não se cansa de afirmar: Estamos a tratar a crise de forma superficial, o dinheiro é preciso, mas o mundo perdeu o norte, está vazio e desorientado. “O homem precisa de um GPS (sistema de orientação por satélite) espiritual”, de “coisas” que dão consistência, alegria e saúde ao coração humano e à sua nova relação com os bens. Georgino Rocha

quinta-feira, 14 de maio de 2009

BÊNÇÃO DE BENTO XVI À CIDADE E DIOCESE DE AVEIRO

Aveiro: Canal Central
Em carta dirigida ao Bispo de Aveiro, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone, informa que Bento XVI concede Bênção Apostólica à Cidade e à Diocese no Dia de Santa Joana. Excelentíssimo e Reverendíssimo D. ANTÓNIO FRANCISCO DOS SANTOS Bispo de Aveiro sabendo que terá lugar, no próximo dia 12 de Maio (festa litúrgica da Beata Princesa Joana, celeste Padroeira dessa cidade e diocese), uma solene acção de graças pelos duzentos e cinquenta anos da elevação a cidade dessa Sede Episcopal, o Santo Padre associa-Se de bom grado a tal preito de gratidão pela benevolência divina manifestada a Aveiro na pessoa de quantos fielmente têm guiado e servido os seus destin os e cuja memória permanece viva nas suas obras e no coração sensível e justo dos que delas beneficiam. Queira Deus fortalecer cada vez mais a alma da cidade, ou seja, o amor recíproco entre os seus habitantes, para que cada família, cada rua, cada bairro se torne uma comunidade, onde ninguém se sinta sozinho, indesejado, rejeitado, desprezado ou odiado. A corroborar tal prece, Sua Santidade o Papa Bento XVI concede à cidade de Aveiro com todo o seu povo fiel a implorada bênção Apostólica. Vaticano, 28 de Abril de 2009. Card. Tarcísio Bertone Secretário de Estado de Sua Santidade

CONFUSÕES GRAVES QUE PERSISTEM

A Igreja, o Papa e alguns bispos vêem-se, com crescente frequência, na praça pública, em virtude do que dizem e até do que não dizem. Tanto a palavra como o silêncio são ocasião de apreciação e de julgamento público, de acolhimento e de rejeição. Agora, foi-se mais longe. Na Bélgica e na Espanha, países de tradição cristã, mas de há muito sob a influência de um laicismo mortífero e arrasador, que não se priva de nada para destruir tudo e todos quantos, no mundo de hoje, falam de Deus ou apelam aos valores transcendentes da vida, foram os parlamentos, nacional e regional, que decidiram, por votação de maioria, fazer com que o Papa se retractasse e pedisse perdão ao mundo pelas intervenções dissonantes, de ordem ética e moral. Nada menos. A opinião pública é progressivamente manipuladora. As pessoas ouvem e repetem sem reflectir. Minimizam-se ou desconhecem-se as razões contrárias, mesmo se expressas por gente não afecta à Igreja, mas aberta ao bom senso e a exigências éticas normais. Neste contexto, a Igreja e os seus mais responsáveis são ditos a expressão pública do que é ser reaccionário e o obstáculo maior a que o mundo vá para a frente… Esta rejeição do cristianismo, e do que ele significa e ensina, não é novidade. Não acabará, e o clima social actual até a fará aumentar. Não se muda por via de decretos, cruzadas ou influências. Faz parte da mensagem cristã ser sinal de contradição, num mundo em que a verdade e os valores morais essenciais não favorecem os seus objectivos. Aumentam os intolerantes que exigem respeito, mas não sabem respeitar. A Igreja, servidores e comunidades, não pode alhear-se a esta realidade e terá de aprender a confrontar-se com as críticas e a saber discernir o seu significado e o apelo que comportam à sua purificação e acção, bem como à sua linguagem habitual. Para o crente não há muros a separar praticantes e não praticantes, amigos e inimigos. Há gente que Deus ama e quer salvar, fazendo da sua Igreja, tal como ela se entende a si própria, mediadora deste projecto. Em tudo, por isso mesmo, ela deve acolher e discernir os “sinais dos tempos”, que são o novo modo de Deus se revelar. Deve acordar e advertir, no complexo mundo actual, onde é enviada em missão, que é este o seu mundo, e não aquele já passado, que parece ainda encher cabeças paradas e corações nostálgicos. A história da Igreja, vivida, por séculos, em países e continentes, está repleta de acções permanentes e sérias, ao serviço das pessoas e da sociedade. Chamada a agir num mundo dominado por uma nova cultura, pelo diálogo necessário com uma sociedade marcada por vazio e ansiedades, a Igreja depara com sérias dificuldades, na sua comunicação e acção. Porém, não pode regredir em relação ao caminho traçado pelas suas raízes evangélicas, retomado, com nova sensibilidade e vigor, pelo Concílio Vaticano II. A exigência de caminhos novos num mundo plural, levam-na a assumir, sempre mais, a sua identidade de Povo de Deus, peregrino na sociedade e na história. Um Povo humilde de servidores, com todos os seus membros a gozar da mesma dignidade e a realizar uma missão comum: Um Povo que tem de mostrar vontade e coragem para não se identificar, nem aparecer como uma sociedade à maneira humana, desligando-se, por isso, de atitudes e roupagens históricas, que nunca foram fundamentais à sua vida e acção, e que constituem, hoje, um peso que prejudica e dificulta a sua imagem e missão. Caminho novo é desejar que o magistério do Papa, sem que perca a dimensão pessoal própria, se torne mais colegial; é contar, em questões importantes e decisivas para a missão, com os bispos, com o saber e experiência de quem conhece e sente os desafios que tocam a vida dos que lhes foram confiados; é dar mais valor às Conferências Episcopais de cada país, estruturas necessárias, mas pouco aproveitadas; é tentar que os seus servidores a tempo inteiro, clérigos e consagrados, se assumam como dom de Deus à Igreja e à sociedade, centrando a sua vida e acção no essencial, e investindo os seus talentos, pessoais e comunitários, na causa permanente da evangelização, e no que esta exige, em testemunho de vida, marcado pela unidade, comunhão e coerência; é dar aos leigos, que vivem a sua fé no meio das contradições e da dureza da vida, mais formação adequada, mais tempo para os escutar, mais respeito pelas suas opiniões, intervenções e autonomia no que lhes é próprio; é escutar os jovens, penetrar no seu coração, perscrutar-lhes os sonhos, adivinhar-lhes os seus desejos e projectos… Então, o rosto e a linguagem da Igreja irá mudando e o mundo que é chamada a amar começará a entendê-la e apreciá-la. A renovação ou vem de dentro ou nunca se dará. É preciso que quem se sente Igreja o entenda e o assuma. Não há outro caminho. António Marcelino

Um poema de Domingos Cardoso

Sorriso Naquele fim de tarde tu não viste Nascer a madrugada no meu peito E, se o mundo era belo e tão perfeito, Tive o sol na mão, quando me sorriste. Foi sorriso tão doce que resiste Ao vil correr do tempo e ao seu efeito E então, de alma curvada eu rendo preito Ao amor que, entre nós, ainda existe. Mas Deus, que quer consigo quem Ele ama, Levou-te do calor da nossa cama Que, sem ti, ficou seca de alegrias. Abriga-te num Céu sem dor ou penas Mas, sofrendo e descrente, eu sei apenas Que Jazemos os dois em campas frias. Domingos Freire Cardoso

Papa convida a uma convivência pacífica na Terra Santa

Bento XVI dedica dia à cidade de Nazaré, centrado na comunidade cristã
Bento XVI visita esta Quinta-feira a cidade de Nazaré, na Galileia, que os Evangelhos identificam como a terra de Jesus. Neste lugar simbólico para a comunidade cristã, o Papa deixou apelos em favor de uma “convivência pacífica” entre os fiéis das várias religiões. “Nazaré sentiu, em anos recentes, tensões que feriram as comunidades muçulmana e cristã. Insto as pessoas de boa vontade de ambas as comunidades a repararem o mal cometido e, fiéis à sua crença comum em Deus, Pai da família humana, actuarem para construir pontes e para encontrar caminhos de convivência pacífica”, disse na homilia da Missa celebrado no Monte do precipício. “Que todos ponham de lado o poder destrutivo do ódio e dos preconceitos, que ainda antes de matar o corpo, mata a alma”, acrescentou, perante cerca de 40 mil fiéis. Em Nazaré, o Papa terá esta tarde um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, e visitará vários locais ligados à vida de Jesus.
Fonte: Ecclesia

Peregrinação

Nesta época do ano, Maio, mês dos lírios e das rosas e de tantas flores multicores, depara a nossa vista, para além da beleza que os jardins nos oferecem, com um outro espectáculo sazonal – ranchos de peregrinos que calcorreiam as nossas estradas, de mochila às costas e a alma cheia de devoção. São os peregrinos portugueses que se dirigem a Fátima para a 1ª grande peregrinação, do ano, a Nossa Senhora. Desde os princípios do século passado, que esta localidade, na serra de Aire, acolhe milhares de forasteiros, vindos dos mais recônditos lugares do país e estrangeiro. Movidos todos pela fé que move montanhas, segundo a Bíblia, percorrem distâncias enormes, fazendo sacrifícios, às vezes sobre-humanos... em súplica ou gratidão à mãe de Jesus. É, na verdade, comovente ver com que desprendimento, as pessoas abandonam temporariamente os seus afazeres para cumprir promessas ou simplesmente dar graças por algum benefício concedido. Durante toda a minha vida, me debrucei sobre esta questão. Nunca tive a coragem de me pôr ao caminho e querer alcançar uma graça que muito desejasse... a Providência dá-nos aquilo de que precisamos para nos realizarmos e o que no fundo é o melhor para nós. A única peregrinação que fiz foi ao local onde a Nª Sra deu à luz o seu filho e onde Este percorreu as estações duma jornada que viria a ser considerada santa – a via-sacra. Aí, sim, experimentei o peso de uma cruz de madeira que os peregrinos carregaram, por uns instantes. Eram muitos e a cada um cabia só uma fracção de tempo, para que todos comungassem no espírito desta via-sacra dos tempos modernos e deste circuito turístico. Imitando a cena bíblica em que Jesus foi ajudado pelo Cireneu, também, ali, na Palestina, eu “carreguei” o madeiro, com uma pessoa amiga... Ali, tive a ajuda de alguém, ao contrário do que muitas vezes acontece na nossa terra natal, em que nem sempre há uma alma caridosa que dê um jeitinho a aliviar o peso da nossa “cruz”. No final dos escassos minutos em que a transportei, saiu-me espontaneamente esta constatação: Aqui, na Terra Santa, esta cruz é tão leve… parece uma peninha... Lá em Portugal... ui... aí é bem mais pesada! Claro que naquele circuito, na Terra Santa, os agentes turísticos conservaram o simbolismo religioso nas cerimónias vivenciadas, mas encomendaram uma cruz de madeira, grande sim, com espectacularidade, mas simplesmente oca, cheia de ar... por dentro! E... foi esta a única peregrinação em que participei com espírito devoto, de sã camaradagem e sobretudo pela alegria de poder vivenciar as agradáveis sensações de percorrer os locais onde o meu Modelo assinalou a sua passagem. E... para cumular de sentido esta minha viagem às origens, senti nascer-me uma alma nova, uma nova vida se iniciou ali! Fui “baptizada” no rio Jordão, tal como todos os outros companheiros de viagem, numa brincadeira simbólica, em que o padre alinhou; baixámos a cabeça, ajoelhámos nas águas correntes e mornas do rio Jordão e, num misto de religiosidade e desportivismo, o prelado aspergiu-nos com essa bendita água, quando por lá passávamos no nosso périplo por terras de Israel. As temperaturas elevadíssimas que se faziam sentir depressa secaram as vestes encharcadas, daquele banho de águas santas! Ninguém se constipou! Graças a Deus! Ainda hoje, recordo com alguma nostalgia os momentos agradáveis que passei numa terra conturbada, mas em que não senti o mínimo de hostilidade. Com alguma ousadia e muito atrevimento, inquiri a um Palestiniano, na zona oriental de Jerusalém, se eles se davam bem com os vizinhos Israelitas! Foi surpreendente a resposta! Eles dão-se muito bem... os responsáveis pelos conflitos armados... são os Chefes! Sentia-se ali, bem presente, o espírito pacífico, conciliador e humanista dum grande Homem, por quem tenho o maior respeito e veneração – Jesus – do qual herdei, generosamente, o nome!
M.ª Donzília Almeida

Alunos dão aulas de socorrismo na Secundária da Gafanha da Nazaré

Na Secundária da Gafanha da Nazaré segundo notícia lida no Diário de Aveiro, alunos elucidam colegas e funcionários sobre socorrismo. São eles Pedro Matos, Rafael Santos, João Monteiro e José Figueira, do 12.o ano da Secundária da Gafanha da Nazaré. O trabalho insere-se no âmbito da disciplina Área de Projecto.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

PAPA em Belém

Bento XVI defende Estado palestino
e pede fim do embargo em Gaza
Bento XVI chegou esta manhã a Belém, na Cisjordânia, onde voltou a defender a existência de um Estado palestino. O Papa foi acolhido no palácio presidencial da autoridade palestina. Junto de Mahmoud Abbas, que denunciou a "ocupação israelita", Bento XVI manifestou o seu apoio ao estabelecimento de uma "pátria palestina soberana" e assegurou aos habitantes de Gaza a sua solidariedade. “A Santa Sé apoia o direito do seu povo a uma pátria palestina soberana, na terra dos vossos antepassados, segura e em paz com os seus vizinhos, dentro de fronteiras reconhecidas internacionalmente”, disse a Abbas. O Papa pediu ainda aos palestinos que resistam à tentação do terrorismo. Em seguida, deslocou-se para a Praça da Manjedoura, onde presidiu a uma Missa nesta cidade, 10 quilómetros a sudeste de Jerusalém. O sítio principal em Belém é a Igreja da Natividade, situada na referida Praça e construída sobre a gruta onde Jesus nasceu. Na sua homilia, Bento XVI expressou pesar pelos sofrimentos das famílias e comunidades que perderam entes queridos no conflito e enfrentam dificuldades quotidianas.
Fonte: Ecclesia

Rádio Terra Nova: a sua história não pode ficar esquecida

Mesmo fora da Gafanha da Nazaré, terra que me viu nascer há décadas, não esqueço as suas gentes e instituições. Há dias lembrei-me da Rádio Terra Nova, uma emissora que vive, desde a primeira hora, para servir o povo, sobretudo o sem voz nem vez. Vai daí, fui à cata da sua história e encontrei este texto, publicado no Timoneiro, escrito pela Maria do Céu, à altura a trabalhar na Terra Nova. Tinha ela, como ainda tem, uma voz inconfundível, quer pelo timbre, quer pelo ritmo e dinâmica expressiva, que impunha ao que lia ou dizia. Leia aqui o que a Maria do Céu escreveu, em 1989.
FM

Bairro da Bela Vista: Lição para todos nós

O que eu vou dizer é óbvio. Toda a gente conhece a teoria. A prática é que é um problema. Segregar é sempre um convite à revolta, à violência. O Bairro da Bela Vista, igual a tantos outros no nosso País (fala-se em 50), está a dar-nos lições, com vista a um futuro mais justo e mais solidário. A ideia de arrumar num canto da cidade minorias étnicas, desempregados, famílias de baixos recursos, estrangeiros, desadaptados e parecidos não resulta. Nunca resultou. Os guetos são sempre focos de desconforto, de insatisfação, de contestação, de revolta e de violência. Ninguém gosta de ser segregado. Ser segregado é ser marginalizado. A segregação leva inevitavelmente à criminalidade e à guerra. E se tudo isto é verdade, por que razão se teima em construir bairros para neles se encaixotarem os desprotegidos da sorte? Todos sabem que bairros para minorias não dão bons resultados. Então, por que motivo se insiste nisso? Não seria melhor integrá-los como pessoas normais? Julgo que sim. E agora? Repressão? O ideal não será dar condições de vida dignas a tanta gente do bairro? Criar instituições com os habitantes e para eles? Os sociólogos, psicólogos, técnicos sociais e políticos já devem estar em campo. Ficamos a aguardar as melhores soluções. Fernando Martins

O Segredo de Fátima

À medida que o tempo passa, acredito mais no Segredo de Fátima. Nesse Segredo que desassossega, que nos arranca de casa, dos livros, da cidade e nos lança, anualmente, para a imensidão das estradas. Eu acredito num «não sei quê» que esse Segredo derrama em nós: uma porção de confiança, de abandono e de aventura. Uma vontade de tornar a vida mais que tudo verdadeira. De tornar generosos os projetos e fecundos os laços que nos ligam aos outros. De tornar absoluta a nossa sempre frágil Esperança. À medida que o tempo passa, vou conhecendo pessoas cujo tesouro interior foi descoberto, ampliado nos caminhos de Fátima. Pessoas que contam histórias simples, misturadas com sorrisos e lágrimas. Histórias de um Encontro tão parecido ao que teve uma rapariga da Judeia, de nome Maria. Que têm os peregrinos de Fátima? Têm o vento por asas e a lonjura por canto. Têm a conversão por caminho e a prece ardente por mapa. São filhos de uma promessa que se cumpre dentro da vida. Gosto dessa frase de Vitorino Nemésio que diz: “em Fátima, a Humanidade inteira passou a valer mais”. Gosto, porque nos caminhos longos, imprevistos e profundos de uma peregrinação isso nos é ensinado como uma evidência humilde e apaixonante. José Tolentino Mendonça

terça-feira, 12 de maio de 2009

O melhor lugar para se avistar o Cristo-Rei

Diz-se, no Brasil, que «ser carioca é… procurar em cada janela se há uma vista para o Cristo que está no monte». Facto que uma conhecida canção de Tom Jobim dedilha assim: «Muita calma pra pensar/ e ter tempo pra sonhar,/ da janela vejo o Corcovado, o Redentor, / que lindo!». Talvez ainda não se tenha conseguido, em Lisboa ou Setúbal, a mesma centralidade afectiva e simbólica que a imagem de Cristo-Rei conhece do outro lado do oceano. Ela ali funciona como ícone de força indesmentível! Mas há 50 anos que, entre nós, o Cristo-Rei se avista (e nos avista). E as comemorações que, esta semana, a Igreja portuguesa promove, dão que pensar. O Cristo-Rei, plantado junto do Tejo, surge-nos desde muito longe na paisagem, e podemos fazer quilómetros e quilómetros com ele no horizonte. Calculamos por ele a distância que nos separa do nosso destino, e esse facto tem ressonâncias que não são apenas geográficas e exteriores. Olhamos e o tempo parece mais interior e lento. A imagem de Cristo está ali. Os seus braços abertos ensinam-nos pacientemente uma largueza que ainda não temos e uma arte do acolhimento que as nossas gramáticas soletram com dificuldade. Mas o seu gesto constitui, só por si, uma alavanca da nossa realidade. Reabilita as histórias que escrevemos, empresta-lhes uma intensidade súbita, um toque divino. Podemos estar sempre a vê-lo duma janela de casa, do corredor envidraçado do prédio onde trabalhamos, do alto da rua que entra nas nossas rotinas. Ou ao contrário: podemos só avistá-lo ao longe, ou de quando em quando, se nos calha andar por certos lados. Mas se perguntarmos: «qual é o melhor lugar para avistar o Cristo-Rei?», apercebemo-nos depressa que o lugar ideal, o que oferece um retrato mais fiel é sempre o coração humano. É verdade que há miradouros notáveis e horas e estações mais privilegiadas do que outras. Mas o essencial é invisível aos olhos. E o Cristo-Rei pede-nos para ser visto com o coração! José Tolentino Mendonça

Precisamos de deputados em exclusividade

Anda por aí muita gente enfurecida contra a ideia de os deputados da nossa Assembleia da República não poderem acumular com as suas profissões. A proposta avançou agora com o Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, que não gosta de ver os deputados-advogados ou advogados-deputados ligados a uma e a outra actividade. Acha que são tarefas incompatíveis. Também acho. Quem se dispõe a servir o povo deve pôr tudo de lado, ficando, exclusivamente, com a tarefa para a qual foi eleito. Ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ou se está num lado ou no outro. Com a cabeça no Parlamento, não é possível estar a pensar em questões profissionais. E se está a pensar nos clientes, não pode estar a servir, em pleno, a causa pública. Sei que há quem pense que sim, obviamente por conveniência. Não vejo o Presidente da República e o primeiro-ministro a acumularem. O mesmo se diga dos ministros. Dir-me-ão que não têm tempo para isso. Também os deputados, sejam eles advogados, médicos, engenheiros ou arquitectos, jornalistas ou professores, deviam deixar tudo para servir a sociedade, em espírito de missão, que é muito nobre. Este princípio aplica-se, naturalmente, aos presidentes de Câmara, Governadores Civil, presidente da Assembleia da República, Magistrados, etc. Um deputado dizia há anos que tinha responsabilidades profissionais que não podia abandonar. Que não abandonasse, estava bem de ver. Não faltaria nem faltará quem esteja disponível para assumir em pleno os cargos políticos ou públicos, de relevante interesse nacional. Agora, isso de quererem estar em vários sítios ao mesmo tempo, é que não. Não há por aí tanta gente desempregada e à espera de um único posto de trabalho? Fernando Martins

Aveiro celebra Santa Joana, padroeira da cidade e diocese

O POVO DE AVEIRO  JÁ CANONIZOU A BEATA PRINCESA 

Tenho para mim que o povo nem sempre segue o Vaticano, quando o Santo Padre canoniza um cristão ou uma cristã, para nos servirem de exemplo. Com frequência deparamos com situações interessantes, que demonstram que o povo tem as suas razões e intuições, ao “declarar” quem são os seus predilectos no seio de Deus. E a Igreja, atenta à acção do Espírito no Povo de Deus, não deixará de canonizar os que foram escolhidos pelos crentes. Mas às vezes demora. Ainda espero, por isso, que a Beata Joana, Princesa de Portugal, venha a ser canonizada pela Igreja, porque em verdade já o foi pelo povo aveirense. 
Aveiro está hoje em festa. A partida para o seio de Deus da Princesa Joana, como cremos, aconteceu a 12 de Maio de 1490, como reza a história. Tinha apenas 38 anos de idade. Foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII. Como é padroeira da cidade, a autarquia engalana-se e promove diversos festejo. Os discursos políticos, tenham eles as cores que tiverem, não ignoram o exemplo da filha de D. Afonso V, que escolheu um modestíssimo convento dominicano de Aveiro para viver, sem esquecer os mais desvalidos da sorte, que a laguna aveirense mais desvalidos tornava, com as suas águas apodrecidas. 
Diz a lenda que o seu féretro, ao passar pelos claustros do convento, a caminho da sepultura, contemplou a tristeza das flores que se deixaram cair em homenagem à princesa. O povo, que ela tantas vezes socorreu, em horas de dor, decerto também chorou a sua benfeitora. Hoje, como todos os anos, as ruas da cidade mostraram quanto Aveiro gosta da sua Joana. 
A Irmandade, que tem o seu nome, continua a valorizar o culto a Santa Joana. E o povo agradece, enchendo as ruas para a ver no andor e nos rostos de crentes que vestem os trajes com uma dignidade notória. Depois, no final da procissão, o seu túmulo, com os restos da Princesa, volta a ficar rodeado de devotos. Em silêncio. Apenas podemos adivinhar as conversas entre eles e a Santa Princesa. 


Fernando Martins

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Peregrinação a Fátima: 12 e 13 de Maio

Peregrino
Amanhã e no dia a seguir vamos ter momentos altos na Cova da Iria. Para os crentes e devotos de Nossa Senhora de Fátima e também para muitos que nada têm a ver com a frequência da missa dominical. Nossa Senhora, afinal, guarda estes segredos que suscitam devoção mesmo entre os que nada querem, ou querem muito pouco, com o culto católico. Durante dias, pude ver peregrinos que caminhavam em direcção a Fátima, com pés doridos e rostos cansados. As bermas das estradas testemunham a fé de milhares de pessoas, nem sempre compreendidas pelo comum dos mortais. Há, realmente, forças que se manifestam para além do entendimento humano. Peregrinações de todos os quadrantes de Portugal e muitas do estrangeiro. Orações fervorosas sem respeitos humanos, promessas capazes de levar joelhos a sangrarem, lágrimas de agradecimento que comovem. Olho tudo isto com muita compreensão. Que Nossa Senhora então os receba com todo o carinho de Mãe, ou ouça e os ajude a enfrentarem as suas dificuldades com coragem e determinação. São os meus votos. É que Ela, decerto, não vai substituir-nos nas nossas obrigações de lutar pelo nosso futuro. Mas poderá "aconselhar-nos" os melhores caminhos, que são os caminhos da verdade, da justiça social, da fraternidade, da paz e do amor! FM

Uma ideia para Portugal. Cuidados Paliativos

“Cuidados Paliativos acessíveis a toda a população! Existem apenas 17 equipas de Cuidados Paliativos em Portugal e precisávamos, de pelo menos 100, para assistir um universo de cerca de 200 mil pessoas. O sofrimento provocado pela doença grave, progressiva, incurável ou terminal tem sempre impacto nas famílias.”
Laurinda Alves
Citada pelo novo jornal i

Conferências Primavera na Gafanha da Nazaré

Da pobreza à esperança: responsabilidade social
Reflectir sobre pobreza, esperança e responsabilidade social é uma urgência em tempo de crise. Para ajudar nessa reflexão, a paróquia da Gafanha da Nazaré convidou um especialista na matéria, Alfredo Bruto da Costa, que merece escutado. Não é todos os dias que uma autoridade em assuntos de pobreza se desloca à nossa terra. Na quinta-feira, 14 de Maio, pelas 21 horas, no salão Mãe do Redentor, com entrada livre. Haverá, a abrir, um momento musical.

Bento XVI já está em Israel para uma visita histórica

Bento XVI chegou esta Segunda-feira ao areporto de Telavive, Israel, onde foi recebido pelo presidente israelita, Shimon Peres, e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Papa apelou a uma reconciliação entre israelitas e palestinianos que permita a cada povo “viver em paz no respectivo país”. Bento XVI fez votos para que “reais progressos de paz e estabilidade” possam ser conseguidos e destacou o papel que as famílias têm enquanto “veículos de paz”. "Rezo para que todos os responsáveis que considerem o caminho para uma justa resolução das dificuldades, para que ambos os povos possam viver em paz nos seus respectivos países, com fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente", pediu. “Rezo por paz e reconciliação”, assumiu. Bento XVI afirmou ainda que o “anti-semitismo é totalmente inaceitável”.
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domingo, 10 de maio de 2009

Papa destaca coragem dos cristãos na Terra Santa

Missa na Jordânia
Bento XVI presidiu este Domingo a uma Missa no Estádio Internacional de Amã, o maior evento da sua viagem à Jordânia, iniciada no passado dia 8. O Papa deixou uma palavra de encorajamento à comunidade cristã da Terra Santa, que desafiou a “construir novas pontes com pessoas de diferentes religiões e culturas”, e destacou o carisma particular das mulheres na Igreja. "Quanto deve a Igreja nestas terras ao testemunho de fé e de amor de inúmeras mães cristãs, freiras, educadoras e enfermeiras, de todas aquelas mulheres que, de diferentes maneiras, dedicaram sua vida à construção da paz e à promoção do amor”, indicou, na homilia da celebração. Diante de 50 mil pessoas oriundas da Jordânia e de comunidades cristãs dos países vizinhos, inclusive do Iraque, o Papa admitiu que esta dignidade e esta missão das mulheres nem sempre foram inteiramente “compreendidas e estimadas”. Apesar disso, acrescentou, “é com o testemunho público de respeito pelas mulheres que a Igreja na Terra Santa pode dar uma importante contribuição ao desenvolvimento de uma cultura de verdadeira humanidade e à construção da civilização do amor”. Aos presentes, Bento XVI disse que “a comunidade católica está aqui profundamente tocada pelas dificuldades e incertezas que afligem todos os habitantes do Médio Oriente. Nunca se esqueçam da grande dignidade que deriva da sua herança cristã". O Papa falou da rica diversidade da Igreja Católica na Terra Santa e lembrando a sua visita ao Monte Nebo, disse que rezou para que a Igreja nestas terras “possa ser confirmada na esperança e fortificada no seu testemunho ao Cristo Ressuscitado, o Salvador da humanidade”.
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Eleições Europeias

Depois queixem-se
Um mês das Europeias, já em plena campanha eleitoral, sinto que os portugueses, na sua grande maioria, estão divorciados do assunto. Não por culpa própria, mas por culpa dos partidos políticos, mais preocupados com os problemas internos e com as guerrilhas entre eles do que com os esclarecimentos de que o povo precisa. Há realmente democracia na Europa? Os deputados europeus são mesmo a expressão daqueles que representam? As leis dimanadas da Europa serão elaboradas pelos parlamentares? Quem elege os membros da Comissão europeia? E os diversos tecnocratas que decidem tudo nos gabinetes, ignorando muitas vezes as realidades dos Estados-Membros? Podia continuar a enumerar questões que põem em dúvida a democraticidade genuína da UE. O povo está a leste disto tudo. Em Portugal, habituou-se à ideia de a UE apenas tem servido para injectar dinheiro em economias débeis. Mas isso terá de acabar um dia. Entretanto, os nossos partidos, sobretudo os com assento na Assembleia da República, estão mais interessados em capitalizar dividendos para as eleições internas. Até que um dia o povo resolva virar-lhes as costas com a abstenção em massa. Depois queixem-se. Fernando Martins

Aveiro Direitos Humanos

Mendes Leite
1. Um conjunto de entidades locais parceiras da Plataforma Aveiro Direitos Humanos, despertadas pelo enquadramento de convite CMA Aveiro 250 anos, levam a efeito na segunda quinzena de Maio, um programa social e cultural que procura ser sensibilização alargada para todos. Motiva a iniciativa tanto a dinâmica de continuação de reflexão e acção gerada e lançada publicamente quando dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10 de Dezembro 2008), como a efeméride de um Aveirense Ilustre, Manuel José Mendes Leite (grande lutador contra a pena de morte…), que celebra neste 18 de Maio os 200 anos de nascimento, personalidade que merecerá destaque na tarde desse dia 18 de Maio (também dia internacional dos Museus), com Sessão solene no Edifício da Assembleia Municipal (18.30h). 2. Um roteiro de iniciativas percorrerá a cidade em diversos locais e com variadas temáticas que são o desdobramento do espírito da declaração universal. De 15 a 29 de Maio, num programa que poderá ser seguido no blog http://aveirodh.wordpress.com/ , os convites à reflexão e acção estão lançados a todos. Uma noção de direitos humanos como «responsabilidades humanas», estas que aliam os direitos aos deveres, será o eixo que percorre o programa. A situação actual, nas conjunturas várias, do social ao político, das visões culturas a uma sociedade civil mais interventiva, e também diante do cenário da crise e pobreza emergentes justificam um interesse generalizado de quem procura gerar o empreendimento que passe do diagnóstico à acção. 3. A Plataforma Aveiro DH, caminhando numa flexibilidade que nunca atrofie a frescura da criatividade, num processo que de meio em meio ano vai tendo visibilidade pública programática, consta nesta AGENDA DH Maio 2009 de 16 entidades que actuam na área transversal dos DH. A consciência de que o trabalho em rede é sinal social. Participamos!
Alexandre Cruz

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