sexta-feira, 15 de maio de 2009

ESTEJA EM VÓS A MINHA ALEGRIA

A alegria é o melhor lenitivo do coração humano: espelha a saúde orgânica, manifesta a qualidade dos afectos, dá nobreza aos sentimentos, revigora a generosidade da doação, alarga ao Infinito os horizontes das aspirações. O testemunho mais eloquente do que acaba de ser afirmado é dado por Jesus de Nazaré, testemunho recordado no evangelho: “Disse-vos estas coisas para a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.” 1. E que coisas são essas? – pode perguntar-se. A resposta é clara: o amor que se faz doação, a verdade que liberta, a sabedoria que atrai, a comunhão nas diferenças que enriquece, o serviço aos outros que humaniza. Esta resposta tem rosto humano, sempre que cada pessoa assume atitudes e cultiva sentimentos como os de Jesus Cristo, sempre que os grupos sociais e as organizações políticas e culturais se regem pelos valores da solidariedade e pela ética da responsabilidade. 2. Há pessoas que, nestes dias, se destacam no anúncio das “coisas” que geram alegria, lançam sementes de paz e apontam caminhos concretos de humanização da sociedade e das relações entre os seus membros e as suas organizações. Bento XVI abre a lista destas pessoas. Na Terra Santa, faz gestos e deixa mensagens cheias de realismo sadio e esperança confiante. O seu núcleo principal pode condensar-se no apelo ao “derrubar muros”, não apenas os materiais, mas os do coração que separam, segregam, discriminam, marginalizam. “É necessário abater os muros que construímos em redor dos nossos corações, as barreiras que levantamos contra o nosso próximo”. Também o presidente da Caritas Internacional, Cardeal Maradiaga, mantém o tom do anúncio que interpela e abre horizontes de nova humanidade. Em Fátima, onde preside à peregrinação de 13 de Maio e em entrevistas aos meios de comunicação, não se cansa de afirmar: Estamos a tratar a crise de forma superficial, o dinheiro é preciso, mas o mundo perdeu o norte, está vazio e desorientado. “O homem precisa de um GPS (sistema de orientação por satélite) espiritual”, de “coisas” que dão consistência, alegria e saúde ao coração humano e à sua nova relação com os bens. Georgino Rocha

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