
Sorriso
Naquele fim de tarde tu não viste
Nascer a madrugada no meu peito
E, se o mundo era belo e tão perfeito,
Tive o sol na mão, quando me sorriste.
Foi sorriso tão doce que resiste
Ao vil correr do tempo e ao seu efeito
E então, de alma curvada eu rendo preito
Ao amor que, entre nós, ainda existe.
Mas Deus, que quer consigo quem Ele ama,
Levou-te do calor da nossa cama
Que, sem ti, ficou seca de alegrias.
Abriga-te num Céu sem dor ou penas
Mas, sofrendo e descrente, eu sei apenas
Que Jazemos os dois em campas frias.
Domingos Freire Cardoso