sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António, Bispo de Aveiro
UMA SUGESTÃO SÁBIA
E PERTINENTE Fui há tempos surpreendido pela informação de que, numa escola secundária, o professor de Português determinou que os seus alunos lessem o Código da Vinci, esperando, por certo, que, com tal leitura, ainda em tempo de uma euforia pouco crítica, eles ficassem enriquecidos culturalmente. Dias depois, tive ocasião de ler no diário Avvenire, um jornal em expansão progressiva e considerado já dos melhores e mais sérios diários italianos, estas palavras, em jeito de pergunta e sugestão, de um conhecido pensador laico, De Sanctis: “Porque é que nas escolas públicas, onde se fazem ler aos alunos tantas coisas frívolas, não penetrou ainda uma boa antologia bíblica, que possa proporcionar uma dimensão moral para a vida, no sentido mais elevado?” Tomei nota da sugestão, pois trazia ainda na memória a iniciativa do nosso professor de Português. É evidente que, se tal vier a acontecer, ou seja a proposta de uma antologia de textos bíblicos nas escolas, o laicismo preconceituoso, ao qual parece nada interessar a cultura séria, nem a estruturação da vida em valores morais sólidos e abertos, rasgará as vestes e dará gritos de escândalo e de alerta, que logo chegarão a instâncias governamentais, por vezes guardiãs pressurosas de mal entendidas exigências de um estado laico ou não confessional. Também assim é não confessional, o Estado italiano. Porém, um pensador que se confessa laico e como tal é conhecido, não hesita em fazer a sugestão. A diferença estará em se tratar de um laico inteligente e culto, que se contrapõe à cegueira do preconceito e da incultura de muitos que se confessam tais. A Bíblia, que para além de ser o Livro fundamental do Cristianismo é, também, uma obra universal de indiscutível valor cultural. Está recheada, independentemente da fé de quem lê, de textos e de acontecimentos que ressumam de iluminação e estímulo moral, para quem quiser viver uma vida com sentido e demarcar-se, diariamente, do vazio e do efémero que, de mil maneiras, a sociedade consumista e hedonista propõe e divulga. Quem não se sentirá estimulado com as parábolas maravilhosas do Filho Pródigo, do Bom Samaritano, da ovelha perdida? Quem poderá ficar indiferente ao ler o encontro revelador de compreensão, misericórdia e tolerância de Jesus com Zaqueu, a samaritana, a mulher adúltera, esmagados pelo seu pecado e pela incompreensão farisaica, e com o apóstolo Pedro, quando este chorava a sua fraqueza e infidelidade? Quem não encontrará estímulo para a vida do dia a dia, ao ver a grandeza de Alguém que, no momento da sua morte, volta, numa ânsia de perdão, o coração misericordioso para os seus algozes? Quem se recusará a encontrar o segredo de uma vida cheia de paz, ao ler como na Carta aos Coríntios se revela a grandeza impar do amor que enforma a vida? Quem depreciará o valor do tempo ou o malbaratará, quando toma consciência de que, havendo tempo para tudo na vida, o que é importante é saber ser dono dele? Quem poderá ficar indiferente ao ver a disponibilidade de tanta gente que, para servir uma causa justa não olha a dificuldades, nem se anicha em comodismo e ânsia de poder?... Podíamos continuar, sem fim à vista, esta reveladora antologia bíblica. Haja quem faça a escolha, em função do fim proposto, e quem faça dela, depois, uma proposta permanente de ajuda à gente nova, que enche as nossas escolas e a quem, para além das matérias escolares, pouco ou nada se dá que possa constituir dimensão moral para a vida, com a dignidade que ela exige e deve comportar.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS, NO DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Primeira análise
aos manifestos A propósito dos manifestos dos candidatos presidenciais, objecto de análise na edição de ontem, o DN solicitou a opinião de Pedro Magalhães (a quem colocámos duas questões) e António Costa Pinto Olhando para os manifestos, qual é o traço distintivo mais nítido dos candidatos a Presidente da República?
Neste momento, qualquer análise dos documentos programáticos das diversas candidaturas só pode ser impressionista e superficial, especialmente tendo em conta o facto de que alguns desses documentos ainda não são conhecidos (não disponho, quando escrevo este texto, do manifesto de Francisco Louçã, e de Jerónimo de Sousa só conheceremos o Compromisso no próximo dia 14). Nas ciências sociais, a análise aprofundada do conteúdo de documentos desta natureza é uma área altamente especializada de investigação, uma actividade morosa e que recorre a meios técnicos sofisticados. Mas correndo o risco do impressionismo e da superficialidade, há alguns aspectos gerais que penso poderem ser apontados.
O primeiro é o da aparente ausência nestas eleições de conteúdos programáticos claramente associados a uma ideologia de direita, seja da direita "económica" seja da direita "dos valores". Cavaco Silva, o candidato mais à direita, compromete-se inequivocamente com a "função redistributiva" do Estado e defende objectivos gerais para políticas públicas nas mais variadas áreas, cuja prossecução implica inevitavelmente a ausência de alterações fundamentais no modelo de actuação do Estado.
É certo que, em matérias potencialmente mais caras a uma "esquerda cultural" (imigração ou igualdade entre homens e mulheres, por exemplo), o manifesto de Cavaco Silva é silencioso, ao contrário do que sucede com os dos seus principais competidores. Mas não deixa, por exemplo, de erigir a "melhoria da qualidade ambiental" ou a mobilização dos cidadãos para uma "participação mais intensa" como objectivos fundamentais para o País, posições dificilmente classificáveis como "conservadoras". Assim, não parece existir, do ponto de vista estritamente programático, um candidato de direita, o que é sintomático quer da estratégia específica de Cavaco Silva para estas eleições quer, num sentido mais profundo, das vastas áreas de consenso ideológico no eleitorado português ou, para ser mais preciso, da relutância das elites políticas portuguesas em activarem politicamente clivagens sociais e ideológicas latentes (mas nem por isso menos reais).
(Para ler o texto todo, clique DN)

RACISMO E XENOFOBIA

"O árabe ou o negro é um meteco, que [em França] não se vê na televisão e na política e nunca chega a lugares de influência ou poder. E, logicamente, um dia o meteco começa a queimar carros" Vasco Pulido Valente, PÚBLICO, 11-10-2005"
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Esta citação de Vasco Pulido Valente deve levar-nos a pensar se em Portugal não acontece o mesmo. Cá para mim, acontece, apesar de continuarmos com a ideia de que somos diferentes, para melhor.
Onde estão os portugueses de cor nos mais altos cargos do Poder Autárquico, na Assembleia da República e em tantos outros lugares de destaque do Estado? Onde estão eles na chefia das grandes empresas e em outras posições, ao mais alto nível, do sector privado?
Ou será que eu estou a ver mal?
Não seria bom começarmos a olhar para a França, para, a tempo e horas, evitarmos o desastre em que resultou a má integração que os franceses fizeram aos seus imigrantes?
F.M.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

HÁ CANDIDATOS QUE QUASE SÓ FALAM PELA NEGATIVA
Como é público, estamos em pré-campanha para as eleições presidenciais. O Presidente da República, qualquer que venha a ser, tem de ser o Presidente de todos os portugueses. Mas para isso, a meu ver, tem de se comportar como pessoa impoluta e com capacidade, elevada ao máximo, para saber respeitar toda a gente. E se o não demonstrar nesta fase, é bem possível que, uma vez sentado na cadeira presidencial, não consiga receber o respeito de todos os seus e nossos compatriotas.
Eu sei que as campanhas eleitorais são, por norma, muito aguerridas e às vezes até ofensivas, mas logo tudo se esquece. Não devia ser assim, até porque já vivemos em democracia há tempo bastante para aprendermos a ser correctos em todas as circunstâncias da vida. E como a acção política é uma acção nobre, mais razões há para os políticos se comportarem com dignidade, antes e depois de assumirem o poder.
Isto vem a propósito de alguns candidatos ao mais alto cargo da Nação se comportarem como crianças mal-educadas. Passam a vida a dizer mal dos outros cadidatos, esquecendo-se que os eleitores só querem conhecer os seus projectos e as suas propostas de actuação.
Por que motivo não falam só de si e das suas ideias para o País? Por que razão perdem tempo com a maledicência e com acusações ridículas, não apostando, antes, numa campannha pela positiva?
Fernando Martins

CUFC: SEMANA DA ARTE, DE 14 A 18 DE NOVEMBRO

Posted by Picasa Adelino Laranjeira UMA SEMANA PARA NOS ENRIQUECER A TODOS
O Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC) organiza, mais uma vez, a SEMANA DA ARTE, de 14 a 18 de Novembro, em jeito de abertura da SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA UA, que decorre de 21 a 27 deste mês.
A SEMANA DA ARTE é mais uma iniciativa recheada de motivos de interesse e marcada pela presença e intervenção de conferencistas de renome no País, que vêm oferecer uma mais-valia a todos quantos, os mais atentos, quiserem aproveitar estas oportunidades não muito frequentes entre nós. No dia 14, pelas 21 horas, Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Conselho Nacional de Cultura e do Tribunal de Contas, vai ajudar na reflexão, que se impõe, sobre “Compreender Portugal, educar e preparar o futuro”. E no dia seguinte, à mesma hora, José Ferreira Mendes, presidente do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, e Fernando Nobre, presidente da AMI – Assistência Médica Internacional, vão desenvolver, respectivamente, os temas “Einstein, traços de uma vida para além da Física” e “Quando a Solidariedade Global é a urgência”. No dia 16, também às 21 horas, Júlio Pedrosa, antigo reitor da UA e actual presidente do Conselho Nacional da Educação, falará, em ambiente de Conversa com…, sobre “A Cultura Geral e o Espírito crítico na Comunidade”. E no dia 17, ainda à mesma hora, Manuel Augusto Oliveira, da Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro, abordará o tema “Origens e histórias do Barco Moliceiro e da Ria de Aveiro”. Nos dias 16 e 17, os serões serão enriquecidos com momentos musicais, a cargo do Duo de Guitarras, DeCA-UA e da Confraria Gastronómica de São Gonçalo. Durante a SEMANA DA ARTE, os artesãos e artistas Adelino Laranjeira, Adelaide Lérias, António Nogueira e José Augusto mostrarão a todos, no átrio do CUFC, como se trabalha e como é possível tornar o nosso mundo mais belo.
A Oficina de Arte e a Oficina da Escrita, de que já dei notícia neste espaço, serão orientadas por António Nogueira e por Rosa Maria Oliveira, respectivamente, estando o lançamento programado para a tarde de 16 de Novembro. As sessões vão decorrer todas as quartas-feiras, até meados de Dezembro.
F.M.

Comentário aos Evangelhos de 2006

Este livro será lançado hoje, dia 10, e tem a chancela das Edições Firmamento
Hoje, dia 10 de Novembro, pelas 19 horas, será lançado no Palácio das Galveias, ao Campo Pequeno, o livro “Evangelhos 2006 Comentados”, com a chancela da Edições Firmamento.
Correspondendo ao ano litúrgico designado por Ano B, esta edição dá continuidade ao primeiro volume intitulado “Evangelhos 2005 Comentados”, publicado pela mesma editora há um ano, correspondente aos Evangelhos do Ano A, e será completado em 2007, com a publicação dos Evangelhos do ano C.
O princípio que orientou este projecto consistiu em fazer acompanhar cada um dos evangelhos dominicais dos anos A, B e C de um comentário redigido por pessoas de confissões religiosas diferentes – católicos, protestantes, ortodoxos judeus, muçulmanos, budistas, hindus, agnósticos, entre outros – estimulando o diálogo inter-religioso.
Em 2006 alargou-se o âmbito da intervenção do livro ao espaço dos países de língua portuguesa, convidando personalidades espiritualmente relevantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Índia Macau, Moçambique S. Tomé, Timor e, naturalmente, Portugal, para comentarem os evangelhos dominicais.
Cada livro reúne cerca de 60 indivíduos, dos quais, no volume de 2006, destaca-se: D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, Pe. Vítor Melícias Sheik David Munir, Rabi Boaz Pash, Agustina Beça Luís e Alda Santos, Embaixadora de S. Tomé e Príncipe.

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

Posted by Picasa Integração Perguntam-me porque não escrevi ainda sobre a intifada em França. A razão é simples tirando algumas ideias de sociologia barata (efeitos do desemprego, imigrantes a viverem em guetos, desenraizamento da segunda geração, etc.), pouco de construtivo tenho a dizer. Todos dão por enterrado o modelo francês de assimilação. O Estado promete ali aos imigrantes igualdade perante a lei. Mas tal não impediu a exclusão social e racial.
Só que os outros modelos de integração não parecem melhores. Como escreveu o director do DN, "o drama desta Europa envelhecida é que precisa da imigração, mas não a sabe, ou não a quer, integrar". O modelo britânico permite ampla liberdade cultural às comunidades imigrantes - nada de proibir véus islâmicos, por exemplo. Mas recordem-se os atentados terroristas em Londres, realizados por gente relativamente integrada e bem sucedida na sociedade britânica. Ou a famosa tolerância da Holanda, que virou ódio ao estrangeiro. Ou, ainda, as limitações do melting pot americano, evidenciadas pelo furacão Katrina.
No caso francês não ajudou um Presidente com queda para a demagogia. Nem a desunião no interior do Governo, com o primeiro- -ministro Villepin e o ministro do Interior Sarkozy rivalizando para sucederem a Chirac. Como também não ajudou o paternalismo francês que vê nos desordeiros meras vítimas do sistema e não cidadãos responsáveis. Os imigrantes têm de aceitar as leis e os valores básicos do país que os acolhe. Mais importante, o individualismo egoísta predominante dificulta que se encarem os problemas da sociedade e tende a tornar invisíveis as pessoas que com eles sofrem. Isto sem falar da desumana exploração de que são alvo muitos imigrantes, sobretudo os ilegais, em Portugal nomeadamente. A culpa não é só dos políticos.

SEMANA DOS SEMINÁRIOS: Mensagem do Bispo de Aveiro

Posted by Picasa O Seminário é nosso e os padres estão ao serviço de todos nós Estamos em plena Semana dos Seminários. Dias apropria-dos para reforçar a nossa relação de amor e de fé com a instituição fundamental e a mais indispensável na Igreja Diocesana.
O Seminário mostra a preocupação permanente do Bispo da Diocese e dos seus colaboradores, para que não faltem à Igreja Diocesana os padres necessários para o seu serviço. Uma preocupação traduzida na promoção, constante e alargada, de novas vocações, no acolhimento e estímulo aos pré-seminaristas e seminaristas, no apoio das comunidades cristãs e dos seus membros, em relação aos encargos e despesas decorrentes da formação dos futuros padres.
O aumento do número de seminaristas e a perseverança dos mesmos na caminhada de discernimento e amadurecimento vocacional não são actos alheios ao conjunto dos membros da Igreja Diocesana. Todos os cristãos precisam do padre, todos se devem empenhar em que tenhamos padres generosos, dedicados e fiéis ao dom gratuito que receberam de Deus, não para seu proveito próprio, mas para servir, em permanência, o Povo de Deus.
Temos cerca de trinta jovens em caminhada vocacional. Nove deles em estudos teológicos e os restantes em estudos do terceiro ciclo e do curso secundário. Poderão e deverão ser mais, se a preocupação e o esforço de todos nós, bispo, padres, diáconos, pais, educadores da fé, catequistas, professores de Educação Moral e Religiosa, animadores de movimentos e grupos juvenis, dirigentes do CNE, se tornarem mais efectivos.
O edifício do nosso Seminário, renovado e acautelado na sua arte, tem lugar para muitos mais seminaristas, mesmo estando ele ao serviço, permanente ou ocasional, da formação de leigos. Ainda não está paga a dívida das obras feitas recentemente, mas não nos falta esperança de que a saldaremos dentro em breve, porque nunca os cristãos da Diocese, padres e leigos, regatearam ajuda ao Seminário. Isto mesmo ficou bem claro, por motivo e ocasião do meu jubileu sacerdotal, em Junho deste ano.
Nesta “Semana dos Seminários” peço, aos cristãos da Diocese, oração, generosidade no ofertório habitual, estima pelos nossos seminaristas e interesse em promover as vocações sacerdotais. O que peço é um dever de todos, mas nem por isso deixo de o agradecer.
António Marcelino,
Bispo de Aveiro

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

DECÁLOGO CATÓLICO SOBRE ÉTICA E MEIO AMBIENTE

Posted by Picasa Serra do Caramulo A QUESTÃO AMBIENTAL É UMA MANEIRA MODERNA DE PROPOR A QUESTÃO SOCIAL
No congresso sobre “Ética e meio ambiente”, que teve lugar na segunda-feira passada na Universidade Europeia de Roma, apresentou-se um decálogo que expressa o ensinamento da doutrina social da Igreja Católica sobre o meio ambiente. No encontro interveio o cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz”, dizendo que “a questão ambiental é uma maneira moderna de propor a questão social”. O bispo Giampaolo Crepaldi, secretário desse mesmo Conselho do Vaticano, resumiu num decálogo interpretativo os ensinamentos contidos no décimo capítulo do Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Oferecemos a seguir uma síntese do mesmo.

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DECÁLOGO SOBRE ÉTICA E MEIO AMBIENTE

1) A Bíblia tem de ditar os princípios morais fundamentais do desígnio de Deus sobre a relação entre o homem e a criação. 2) É necessário desenvolver uma consciência ecológica de responsabilidade pela criação e pela humanidade. 3) A questão do meio ambiente envolve todo o planeta, pois é um bem colectivo. 4) É necessário confirmar a primazia da ética e dos direitos do homem sobre a técnica. 5) A natureza não deve ser considerada uma realidade em si mesma divina, portanto, não fica subtraída à acção humana. 6) Os bens da terra foram criados por Deus para o bem de todos. É necessário sublinhar o destino universal dos bens. 7) Requer-se colaborar no desenvolvimento ordenado das regiões mais pobres. 8) A colaboração internacional, o direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio e à paz devem ser considerados nas diferentes legislações. 9) É necessário adoptar novos estilos de vida mais sóbrios. 10) Deve-se oferecer uma resposta espiritual, que não é a da adoração da natureza. Fonte: Agência Zenit

CITAÇÃO

Ninguém sabe – ou se parece preocupar – que tipo de sociedade ou de Homem cada um defende ou propõe defender no país, porque num Mundo sem projecto, que interessa o essencial? Num mundo de «sound-bites» televisivos, o que interessa a coerência e os valores humanos, se isso não faz notícia?
António Mateus, in Jornal de Negócios
Fonte: Citador

Um artigo de Alexandre Cruz

UNIVER(SAL)IDADES Como apagar o fogo de França? Ainda que venham uma valentes chuvas de inverno, com o granizo mais forte, este fogo francês não se apaga. Está ateada, e num fogo geracional, uma realidade em gestação durante as últimas décadas e que demonstra bem claro a desagregação social latente que chega desta forma perturbante à luz da noite francesa. Não é cinema (embora este ajude a deitar lenha!), é bem real. Quase 40 anos depois do Maio de 68… É preciso não fazer (nem pânicos nem) leituras simplistas, procurar bem fundo os “porquês”, captar o “sinal” de força irracional que tem raízes bem profundas e acaba por interpelar o próprio modelo europeu e ocidental. A Europa (já sem a matriz cultural de “dignidade absoluta” e o próprio Ocidente) do dinheiro, dos números, das fórmulas, da tecnologia que substitui a Pessoa, da quantidade… não responde ao desafio da Humanidade neste século XXI. Está à vista, ou não fossem as noites agitadas de França, a partir da cidade das Luzes, a demonstração clara de que não há por onde fugir, feitiços e feiticeiros entrecruzam-se, encontram-se e trocam as voltas ao mundo da razão sócio-política. Essa ideia habitual de esconder nos subúrbios das cidades a miséria social acaba por dar o resultado que vemos... Na hora em que escrevemos, já lá vão quase 5000 carros incendiados, quase 1500 pessoas detidas, perto de 300 municípios, queimados dezenas de edifícios públicos, escolas, esquadras policiais, empresas. Um sem contagem de violência urbana realizada por jovens com bilhete de identidade francês mas “estrangeiros”, desintegrados…e quando olhamos no mapa, está a França toda num caos, nas escolhidas maiores cidades, e com sérios receios de efeito “contaminação” para os países vizinhos, Alemanha, Bélgica. O que move tais acções vândalas? Que ideal pretendem atingir? Até onde irão? Entre tantas outras estas serão as perguntas primárias que poderemos fazer, mas quanto a respostas a incógnita é o futuro que temos pela frente... Talvez possamos falar de uma forma de mostrar “poder”, chamar a atenção, despertar a opinião e os poderes públicos para uma afirmação do grande colectivo (quase sempre esquecido) que sobrevive nos bairros sociais das grandes cidades, onde intolerância é, tantas vezes, a palavra de ordem. Será uma forte reacção, com semelhança para as grandes manifestações anti-globalização, rejeição à modernidade tecnológica que, em sociedade de consumo e altíssima competição, acaba por deixar na margem a grande multidão de pessoas? Será que estes considerados pessoas “marginalizadas” descobriram forma de afirmação sem precedentes e com impressionante sucesso (na sua óptica), a propagar? Um facto é claro: os bairros sociais, por esse mundo (rico) fora quase sempre esquecidos na hora de enfrentar o crime e miséria instalada, são habitados por imensas comunidades de pessoas que já se habituaram à dor… São lugar de vício e crime que ultrapassa toda a racionalidade, sendo por isso natural o “medo”. São espaços de desumanidade onde escapar para uma dignidade de vida mais plena, ou procurar trabalho (para aqueles que ainda têm essa motivação e força de vontade) é quase proibido sendo visto como um pactuar com a sociedade de consumo (que se critica), tal é a força das leis próprias, linguagens, dos gangs, das etnias em convulsão. Os subúrbios das cidades são terríveis sub-mundos de degradação humana, e muitas vezes impenetráveis pelas autoridades pelo próprio medo de repressão. Nestes dias, a partir de Paris, a verdade veio saiu à rua pela noite dentro. Presente em Lisboa para o Congresso da Nova Evangelização, o Cardeal de Paris, Jean-Marie Lustiger sublinha que “há dezenas de anos que os poderes públicos não intervêm, e não apenas nos bairros problemáticos, mas também na sociedade em geral e em relação aos jovens.” Apagar (e compreender) este fogo perturbante é o desafio que as instâncias sociais, e afinal de contas todos nós, temos em mãos. Estamos em tempos de positiva inclusão plural de todos os contributos ao serviço da paz e do desenvolvimento humano. O mundo intelectual e o da política, como o contributo de cada cidadão que já descobriu o seu papel construtor na sociedade, recebem hoje um forte impulso a descerem mesmo à realidade para, nas causas, conseguir abrandar a profunda insatisfação e indignidade de toda esta multidão (de jovens) que já têm a vida assinalada de forma menor. Serão a “responsabilidade” e a “família” as palavras mágicas dos discursos sociais capazes de solucionar esta questão de fundo? E que fazer quando todo o discurso ético-social é insignificante diante das novas gerações tecnológicas? Onde chegámos! É dramático, em última instância, estarmos a assistir em França às consequências do vazio de cultura, sentido e sensibilidade que se espelha na asfixia de sentido de vida de uma geração em perigo que já não se revê no mundo que os pais lhes deixaram, mas também não sabem se querem lutar por algum mundo diferente. Haverá capacidade e vontade colectiva para dar a volta à situação? E com que líderes? (Não falamos de tecnologia! Falamos de Pessoas!) Onde estão eles, líderes com um sonho e uma profundidade de vida contagiante?! Eles existem, e em alturas de crise sempre a esperança os mostrará. Mas por agora, acalmado o pó, uma “inclusão” digna e saudável, num pensar a redefinição d’ A Pessoa na Cidade de Hoje, talvez seja um caminho possível. Ou não serão muitas das grandes cidades de hoje uma amálgama de multidão sem mínimos laços nem identidade social…?!

terça-feira, 8 de novembro de 2005

VÍTIMAS DE ARMAS LIGEIRAS

Posted by Picasa Dados da Amnistia Internacional: Mais de meio milhão de pessoas morrem anualmente vítima de armas ligeiras
Mais de 500 mil pessoas morrem anualmente no mundo vítimas de armas ligeiras, segundo números da Amnistia Internacional apresentados hoje numa audição pública sobre a proliferação de armas organizada pela Comissão Nacional Justiça e Paz. Actualmente, estima-se que existam a nível mundial 639 milhões de armas ligeiras como pistolas, revólveres, espingardas e metralhadoras, o que corresponde aproximadamente a uma por dez pessoas."Na prática, as armas ligeiras matam mais do que as armas de destruição maciça", afirmou Teresa Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, no âmbito da primeira de cinco sessões públicas intituladas "Por uma sociedade segura e livre de armas", realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Mil e cem empresas em 98 países produzem todos os anos mais oito milhões de armas ligeiras e de baixo calibre, num negócio que envolve 22 mil milhões de dólares, uma verba que daria para atingir os Objectivos de Desenvolvimento para o Milénio traçados pelas Nações Unidas ao nível da Educação Básica e da Mortalidade Infantil.
Para travar a proliferação e o tráfico ilegal de armamento, a Amnistia Internacional defende que todos os governos devem cooperar com a ONU para tornar vinculativo o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas já a partir de Julho do próximo ano - altura em que será revisto o documento.
(Para ler mais, clique PÚBLICO ON-LINE)

DIA MUNDIAL DA CIÊNCIA AO SERVIÇO DA PAZ E DO DESENVOLVIMENTO

No âmbito do Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, a UA promove um Painel-Debate sobre investigação, orientada para a defesa da paz e do desenvolvimento
A Universidade de Aveiro vai associar-se às comemorações do Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, através da realização, a 10 de Novembro, de um Painel-Debate de divulgação de alguma da investigação que produz, especialmente orientado para realçar o contributo desta mesma investigação na defesa da Paz e do Desenvolvimento. O dia 10 de Novembro está consagrado como Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, sob o alto patrocínio da UNESCO. Associando-se a estas comemorações, a UA promove nesse mesmo dia, entre as 15 e as 17.30 horas, no auditório da Reitoria, um painel-debate com a participação de um grupo de Investigadores da Universidade de Aveiro de áreas do conhecimento diversas, moderado pela Professora Doutora Estela Pereira, e aberto a todos os interessados, comunidade escolar e civil. Convidados estão, por isso, alunos de graduação e de pós-graduação, docentes e funcionários não docentes da UA, bem como os professores e alunos do Ensino Secundário das escolas da região de Aveiro e a Sociedade Civil, em geral.
(Para ver programa, clique UA)

BENTO XVI APELA À COOPERAÇÃO ENTRE RELIGIÃO E CULTURA

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Bento XVI deixou hoje um apelo a todos os povos do mundo para que “coloquem a sua herança cultura e espiritual ao serviço da família humana”
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Numa mensagem dirigida à II Conferência “Paz e tolerância – diálogo e a compreensão” no sudeste da Europa, que decorre em Istambul, o Papa refere que “apenas através do diálogo poderá ganhar vida a esperança de que o mundo se torne um lugar de paz e de fraternidade”.“Sem uma base moral objectiva, mesmo a democracia é incapaz de oferecer uma paz duradoura”, adverte a mensagem, na qual se volta a condenar o “relativismo moral”, a grande preocupação deste início de Pontificado.
O Papa reafirma ainda o compromisso da Igreja em favor da “cooperação entre os povos, as culturas e as religiões”. Bento XVI escolheu como seu representante em Istambul o Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos Cristãos e da Comissão da Santa Sé para as relações religiosas com o Judaísmo.
Fonte: ECCLESIA

UM TEXTO DE TEIXEIRA DE PASCOAES

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Sem Poesia Não Há Humanidade
Sem Poesia não há Humanidade. É ela a mais profunda e a mais etérea manifestação da nossa alma. A intuição poética ou orfaica antecede, como fonte original, o conhecimento euclidiano ou científico. E nos dá o sentido mais perfeito e harmónico da vida. Aperfeiçoando o ser humano, afasta-o do antropóide e aproxima-o dos antropos. Que a mocidade actual, obcecada pela bola e pelo cinema, reduzida quase a uma fotografia peculiar e uma espécie de máquina de fazer pontapés, despreza o seu aperfeiçoamento moral; e, com o seu fato de macaco, prefere regressar à Selva a regressar ao Paraíso. E assim, igualando-se aos bichos, mente ao seu destino, que é ser o coração e a consciência do Universo: o sagrado coração e o santo espírito. Eis o destino do homem, desde que se tornou consciente. E tornou-se consciente, porque tal acontecimento estava contido nas possibilidades da Natureza. Sim, a nossa consciência é a própria Natureza numa autocontemplação maravilhosa. Ou é o próprio Criador numa visão da sua obra, através do homem. E, vendo-a, desejou corrigi-la, transfigurando-se em Redentor.
in 'A Saudade e o Saudosismo'

Fonte: Citador

Centro Social Paroquial S. Martinho, Tavarede

Posted by Picasa Encontro de gerações vivido no dia-a-dia
Se há instituições com as quais as populações perfeitamente se identificam, o Centro Social Paroquial S. Martinho de Tavarede, na Figueira da Foz, é uma dessas. A expressão "O nosso Centro Social" é repetidamente ouvida quando se fala desta IPSS, que iniciou as suas actividades com ATL, Apoio Domiciliário e Centro de Dia para idosos em 1999. Sem inauguração oficial, mas com festa já pensada para breve, de homenagem a quem a ajudou a nascer, garantiram ao SOLIDARIEDADE o presidente e o vice-presidente da direcção, padre António de Matos Fernandes e Álvaro Martins Reis, respectivamente.
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NB: Nas minhas saídas, descubro, por vezes, tempo para conhecer o que há de bom, a nível da solidariedade. Em Tavarede, na Figueira da Foz, vi e registei o dinamismo de uma comunidade que assume, com determinação, o seu Centro Social Paroquial. Para ler a reportagem que fiz, clique SOLIDARIEDADE.

Um artigo de António Rego

Posted by Picasa António Rego Violência à porta
Voltámos a Maio de 68? O que se tem passado em França de violência é um sinal dos novos tempos? Da abertura das fronteiras, do despovoamento das aldeias? Da deformação das grandes cidades? Dos subúrbios como lugares menores mas repletos de juventude e vigor, ao contrário dos centros onde, simultaneamente apodrecem as pessoas e as casas? A mistura descoordenada de raças e povos, empurrados para a margem da vida, onde o local é um simples indicador? Paris tem estado a arder e os sinais externos que nos chegam, parecem configurar uma simples inabilidade política momentânea, ou uma falta de jeito democrático para utilizar forças de segurança em defesa de vítimas?
E também a questão ideológica já abundantemente exibida: que política de segurança, diálogo, desrespeito pelas minorias - que serão cada vez menos minoria - terá desaguado numa desordem pública sem precedentes e sem controlo? Que fará melhor a esquerda que a direita?
Existem elementos comuns: jovens e adolescentes; falta de ocupação, vida sem projecto, ghetos progressivos convertidos em gangs de cidade (quem não lembra West Side Story?) onde ainda era possível cantar I like to be in América..?) Não há uma canção ou um slogan de registo que desenhe a utopia explosiva desta geração.Eis uma pergunta importante: onde querem viver estes jovens, portadores de outros genes culturais e embutidos, à força, numa sociedade, por imperativo de sobrevivência e desejo de melhorias dos próprios pais? Estes jovens de outras culturas, credos e raças estão na Europa porque os pais quiseram um futuro melhor para eles. E assim chegamos ao ponto de partida: o desenvolvimento a que todos os países e regiões têm direito.
Tal como a gripe das aves, quem pode demarcar as fronteiras desta raiva incontida que rapidamente se espalha em adolescentes e jovens de qualquer parte do mundo?Que armas tem a Europa para este combate, na sequência do terrorismo que, em cada dia, se torna mais absurdo, imprevisto e ameaçador?Que novos indicadores estão latentes neste tresloucado fenómeno?
É com esta realidade que temos de viver. Tentando deslindar os porquês e aplicando rigorosamente o que nos parece o único caminho em condições para oferecer uma resposta: o humano, com uma compreensão generosa sobre o todo. Só com força de choque e discursos autojustificativos de ministros, não se vai lá. A questão é muito mais que política. É uma questão moral.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Um artigo de João César das Neves, no DN

A certeza serena de Cristo vivo “Cristo vivo". Esta é a certeza que nestes dias ressoa por Lisboa. As nossas vidas, cultura e civilização estão cheias de factos, elementos, hábitos que partem desta afirmação Cristo está vivo! Mas suponha... eu sei que é difícil, mas suponha por momentos que Cristo não está vivo. Suponha por um instante que Jesus não ressuscitou, que não é o filho de Deus (a razão deste exercício blasfemo ficará clara adiante). Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a sabedoria. Mesmo que o Evangelho fosse falso, ainda haveria a Torah e o Alcorão, os Analectos e os Vedas, a Metafísica de Aristóteles e a Crítica da Razão Pura. No limite, se o Absoluto não existisse, se a realidade fosse mesmo só aquilo que conseguimos ver, desapareceria o fundamento transcendente da verdade. Mas, ao menos, teríamos a nossa atracção natural pelo conhecimento, civilização, dignidade e ciência que vencem a barbárie. Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a justiça. Mesmo que Cristo não fosse Deus, ainda haveria o juízo de Jahvé ou Alá, de Buda, da deusa ou dos espíritos, da Ética a Nicómaco ou da Carta dos Direitos Humanos. No limite, se a divindade não existisse e a morte fosse definitiva, bons e maus teriam a mesma sorte final. Mas, ao menos, teríamos o nosso inato sentido de equidade e estaríamos sujeitos à amizade, benevolência e justiça humanas. Se Cristo não estivesse vivo ainda haveria sabedoria, justiça, bem, amizade. Mas desapareceria do mundo a prova suprema do Amor de Deus. Deixaria de ser verdade que o centro da realidade é o mistério de um Amor infinito que se entrega. Porque se Cristo não ressuscitou, então é falso que "Deus amou de tal maneira o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todos os que nele crerem não se percam, mas tenham a vida eterna" (Jo 3, 16). Se Cristo não estivesse vivo, então Deus não amaria apaixonadamente a Humanidade, a ponto de se entregar à morte por ela. Se Cristo não é Deus, então Deus não existe; ou, pior, existe longínquo, severo, arbitrário, múltiplo. Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a sabedoria. Mas Deus não teria vindo pessoalmente ensinar o caminho da salvação. Deixaria de ser verdade que Deus tenha nascido como um bebé, vivido entre nós, conhecido a miséria humana e o sofrimento. Sem Cristo, as mãos do sacerdote não consagrariam o pão e o vinho, fazendo Deus presente, entregue por amor. Sem a doutrina de Cristo haveria sabedoria. O que desapareceria era a prova viva do Amor infinito, absoluto. Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a justiça. Mas Deus não teria assumido sobre Si o castigo que os nossos pecados merecem, resgatando-nos da miséria final e definitiva. Sem Cristo, as mãos do sacerdote não perdoariam os pecados e o sofrimento seria um paradoxo incompreensível e intolerável. A dor, desligada da cruz que abre à ressureição, perderia a razão de ser. Sem a redenção de Cristo a morte ainda podia arranjar sentido. A vida é que deixava de ter saída.Assim, a certeza de que Cristo está vivo não se baseia apenas na evidência esmagadora da Sua influência na nossa vida. Essa certeza não está só na surpreendente revolução que um punhado de pobres pescadores, discípulos de um condenado, fizeram no Império Romano em Seu nome. Não está apenas na permanente revolução de corações e culturas que a Sua mensagem viva vem fazendo ao longo dos séculos. Não se vê só na Sua doutrina, sublime e incomparável, que resiste até aos terríveis pecados dos seus discípulos e a miríades de ataques e incompreensões. Não se sente apenas na serena alegria dos santos, na dinâmica comunidade dos baptizados, que vivem diariamente com Aquele que está vivo. A certeza de Cristo vivo manifesta-se também nas raízes da realidade, no florescimento da sabedoria, na sublimação da justiça. Porque a realidade só se baseia no mistério de um Amor infinito, a sabedoria só nasce de um ensino pessoal e a justiça só parte de uma redenção gratuita porque Cristo está vivo.

FÁTIMA: MISSA DA ESPERANÇA

Posted by Picasa Artistas na Capelinha das Aparições Uma oração pelos doentes
Ontem, 6 de Novembro, Domingo, decorreu no Santuário de Fátima a «Missa da Esperança», celebração vivida em sentido de oração e recolhimento, pelos doentes e pelos mais desprotegidos. Cem mil peregrinos participaram nesta demonstração de devoção a Nossa Senhora de Fátima
Mesmo no final de todas as cerimónias dessa manhã de Domingo, o Reitor do Santuário de Fátima, dirigiu umas últimas preces a Nossa Senhora de Fátima, em nome de todos os fiéis: "Nossa Senhora de Fátima e Santa Mãe da Esperança! (...) Viemos suplicar-vos pelos doentes e por todos os que carregam qualquer forma de sentimento. Acreditamos que o calor do vosso manto e o aconchego do vosso regaço dão forte alento a muitos irmãos nossos pelo mundo além". Levamos no coração estes momentos de intimidade e prometemos partir para a vida com o desejo de contemplar a Deus como Francisco e de oferecer-nos pelos irmãos como a Jacinta. Amem O Santuário acolheu pela terceira vez esta celebração, proposta pelo Conselho da Comunidade Luso-brasileira, e que tem a particularidade de, após a celebração da Eucaristia, contar com a presença de um grupo de cantores, de Portugal e do Brasil, que dedicam uma canção/oração a Nossa Senhora, no momento da oração do Rosário, na Capelinha das Aparições. Este ano estiveram presentes no Santuário os cantores brasileiros P. António Maria, Joanna e Maria Bethânia, e os cantores portugueses Marco Paulo e Kátia Guerreiro.
(Para saber mais, clique aqui)

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Distracções Ao lado de tanta coisa que anda à nossa volta, a preocupação da consciência é de perceber o que é importante e, no importante, o que é essencial. Pelos nossos sentidos entra muito desperdício, que só atrapalha e incomoda.
Somos, pois, convidados a ordenar os valores; os da vida, do tempo, do ter..., para sentirmos vontade de nos orientarmos para o que vale e merece ser valorizado; há coisas ou situações com que não vale a pena gastar tempo ou preocupações.
Para o Cristão, “só Deus basta”; Deus e o que Ele ensina, manda e quer; o resto, sendo importante, é secundário.
Há uma necessidade urgente de valorizar a Fé e o que ela subentende e exige; é urgente alimentá-la, torná-la forte, para que ela seja causa de serenidade interior e de paz; a Fé como um negócio não é admissível; uma Fé onde só se procura o que nos agrada, não tem interesse, porque não é Fé verdadeira.Estamos fazendo caminho; estamos à procura, ainda que seja urgente procurar o que já se possui.
Deus é o Infinito aberto e próximo àqueles que humildemente estão disponíveis e são sinceros.
in "Diálogo", 1047 - XXXII DOMINGO COMUM

PRODUÇÃO E COMÉRCIO DE ARMAS

Para sensibilizar a opinião pública Igreja Católica cria observatório sobre produção e comércio de armas ligeiras
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), um organismo da Igreja Católica vocacionado para a intervenção social, decidiu criar um observatório permanente sobre a produção, comércio e proliferação de armas ligeiras. O novo organismo, que será apresentado amanhã, numa audição pública promovida pela CNJP, na Gulbenkian, sobre o mesmo tema, pretende reunir "informação relevante" sobre a matéria, nomeadamente no que diz respeito a Portugal, que ainda não tem legislação regulamentadora neste domínio.
O observatório quer constituir-se como um "instrumento a partir do qual se possa tomar consciência da gravidade da proliferação não controlada de armas ligeiras", diz Manuel Brandão Alves, um dos membros da CNJP agora responsabilizado pelo observatório.
De acordo com este economista e professor universitário, a acção do novo organismo visa sensibilizar instituições e pessoas da Igreja e da sociedade civil. A criação de uma base de dados com informação permanentemente actualizada será um dos principais meios de acção do observatório.
O comércio de armas ligeiras, que matam no mundo 1300 pessoas por dia, foi objecto de uma petição dirigida à Assembleia da República, em 2002. Promovida por organizações católicas e da sociedade civil - entre as quais a Amnistia Internacional -, a petição foi assinada por quase 100 mil pessoas.
Apesar do compromisso pessoal do então presidente da AR, Mota Amaral, e das promessas do PSD (então Governo) de que rapidamente se legislaria sobre o assunto, a petição não conseguiu este mesmo objectivo.
(Para ler todo o trabalho de António Marujo, clique PÚBLICO)

BANCO ALIMENTAR PRECISA DE VOLUNTÁRIOS

Posted by Picasa SÃO PRECISOS VOLUNTÁRIOS PARA A RECOLHA DE ALIMENTOS
O Banco Alimentar Contra a Fome precisa de voluntários para a campanha de recolha de alimentos, junto das grandes superfícies comerciais. A recolha vai ter lugar nos dias 26 e 27 de Novembro, mas as inscrições têm de ser efectuadas até 14 do mês corrente, tendo em vista a organização das equipas.
Porque se trata de uma acção meritória, ou não fosse ela uma resposta aos que no dia-a-dia não têm o mínimo para se alimentarem, apelamos a todos para que se inscrevam no Banco Alimentar Contra a Fome, de Aveiro, ou no CUFC. Neste caso, podem telefonar para o 234 420 600 ou passar pelo sede do CUFC, junto à Universidade de Aveiro. Também podem contactar pelo e.mail cufc@ua.pt, ao cuidado do padre Alexandre Cruz.
Fernando Martins

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Posted by Picasa Comunicado da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas sobre a educação sexual nas Escolas
A APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas), atenta, como desde a primeira hora da sua fundação, à problemática da família, acaba de se pronunciar sobre a questão da educação sexual nas escolas, que, ao que tudo indica, vai ser integrada numa nova disciplina sobre a saúde.
Aqui publicamos o seu comunicado:
EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE E/OU PARA A SAÚDE
1 - Analisou atentamente os documentos produzidos pelo CNE e pelo GTES a solicitação oportuna da Ministra da Educação. Indicam-se os links onde podem (e devem) ser consultados. Relatório Preliminar do Grupo de Trabalho criado no âmbito do Despacho 19 737/2005 Anexo ao Relatório Preliminar Parecer do Conselho Nacional de Educação sobre "O modelo sexual nas escolas" 2 - Saúda a Ministra da Educação por ter aceite pôr em questão o caminho que estava a ser seguido, conforme apelado por vários pais e associações na sequência das notícias publicadas no "Expresso" de 14 de Maio, apesar de tentativas de "branqueamento" por parte de individualidades e associações que bem sabiam o que se estava a passar, que participaram na elaboração das "Linhas Orientadoras" e que, assim, prestaram um péssimo serviço aos pais portugueses que, erradamente, sentiam que estavam a ser bem representados. 3 - Saúda as diversas associações e movimentos de pais que, de forma espontânea, se organizaram para fazer frente ao que se estava a passar em escolas portuguesas, sob a capa de "Educação Sexual". 4 - Congratula-se por ambos os documentos reprovarem o caminho que vinha sendo seguido, nomeadamente a inadequação dos manuais e metodologias recomendadas no documento "Linhas Orientadoras em Meio Escolar", traduzindo-se num atestado de incompetência à APF, sua autora e, até então, vista como a grande especialista neste domínio.
(Para ler todo o comunicado, clique aqui)

SEMANA DOS SEMINÁRIOS: 6 a 13 de NOVEMBRO

Posted by Picasa Seminário de Aveiro Nota da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para a Semana dos Seminários "CELEBRAR A GRATIDÃO E A ESPERANÇA"
Vamos celebrar de 6 a 13 de Novembro a Semana dos Seminários. Fazemo-lo na unidade e na comunhão da Igreja em Portugal, procurando que progressivamente todas as dioceses, institutos, congregações e ordens religiosas se identifiquem com estas datas, se unam nesta iniciativa e se mobilizem em torno desta causa comum.Com este guião litúrgico e com os elementos e subsídios pastorais que a Comissão Episcopal Vocações e Ministérios coloca ao dispor dos sacerdotes e das comunidades cristãs pretendemos, com simplicidade e confiança, dizer que esta Semana nos oferece, no termo do ano Litúrgico e logo no início de cada ano lectivo, um momento mais denso e intenso de celebrar a gratidão e a esperança.
Nesse sentido louvamos e agradecemos a Deus pelos nossos Seminários que nascem e se consolidam numa “Igreja que ausculta de modo mais intenso nesta Semana o seu próprio mistério de ícone da Trindade no meio do mundo.”
Queremos, também, louvar e agradecer a Deus pelos nossos sacerdotes e perceber que os nossos presbitérios, a sua maneira de servir a Igreja e o mundo e o seu testemunho de vida, são frequentemente os imediatos e mais próximos mediadores entre o chamamento de Deus e a resposta à vocação por parte das crianças, adolescentes e jovens.
Queremos, ainda, louvar e agradecer a Deus pelas famílias e pelas comunidades cristãs que se abrem com generosidade ao encanto e ao alvoroço que uma opção radical por Cristo implica, oferece e exige, nos tempos em que vivemos.Esta gratidão não se confina a esta Semana, mas aprende-se, intensifica-se e desenvolve-se a partir daqui, para que na oração diária e na abertura permanente dos Seminários aos sacerdotes, às famílias e às comunidades se revele este rosto acolhedor e agradecido de quantos ali vivem e trabalham.
Só quem sabe celebrar a gratidão é capaz de olhar o futuro com esperança.A Semana dos Seminários é, assim também, tempo abençoado para sentir, dizer, rezar e viver a beleza de ser padre, “o encanto de uma vida que continua a fascinar” e de uma opção que permanece necessária, válida e útil.
Dizemo-lo pelos jovens que, ano a ano, porventura em menor número mas com percursos afirmados onde o mistério de Deus diariamente se conjuga com a generosidade humana, procuram os nossos Seminários.
(Para ler mais, clique aqui)

domingo, 6 de novembro de 2005

Vaticano quer devolução do local da Última Ceia de Jesus

O VATICANO PEDIU A ISRAEL QUE ENTREGUE AOS CATÓLICOS O USO DO LOCAL QUE OCUPOU NA GUERRA DE 1948
A questão da devolução à Igreja Católica do Cenáculo de Jerusalém – local da Última Ceia de Jesus -, voltou à ordem do dia. O Vaticano pediu a Israel que entregue aos católicos o uso do local, que ocupou na guerra de 1948.
O Cardeal Walter Kasper, presidente da Comissão da Santa Sé para as relações religiosas com o Judaísmo, está a negociar pessoalmente esta situação, de particular importância pelo simbolismo do local, onde a tradição cristã situa a instituição da Eucaristia.
Os Franciscanos, actuais Custódios da Terra Santa, foram expulsos do Cenáculo em 1523, pelos otomanos, que o transformaram numa Mesquita. Em 1948, Israel expulsou os muçulmanos e apropriou-se do uso do local, reconvertido numa Sinagoga, com a justificação de que debaixo da sala estaria o túmulo do Rei David.
O Cenáculo, situado no Monte Sião, em Jerusalém, é um dos principais santuários cristãos, mas, ao contrário dos outros, está sob administração israelita. A transferência do Cenáculo para a Santa Sé, provavelmente ao cuidado da Ordem Franciscana (que já tem a custódia da Terra Santa), estimularia a peregrinação dos cristãos de todo o mundo.
Em 2000, durante a histórica visita à Terra Santa, João Paulo II celebrou mesmo uma Missa privada no local, naquela que foi a primeira celebração eucarística no Cenáculo em vários séculos.
A tradição cristã sobre a autenticidade do Cenáculo é muito antiga e remonta a finais do século III. No recinto também há uma antiga capela dedicada ao relato evangélico do Lava-pés.

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