A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), um organismo da Igreja Católica vocacionado para a intervenção social, decidiu criar um observatório permanente sobre a produção, comércio e proliferação de armas ligeiras.
O novo organismo, que será apresentado amanhã, numa audição pública promovida pela CNJP, na Gulbenkian, sobre o mesmo tema, pretende reunir "informação relevante" sobre a matéria, nomeadamente no que diz respeito a Portugal, que ainda não tem legislação regulamentadora neste domínio.
O observatório quer constituir-se como um "instrumento a partir do qual se possa tomar consciência da gravidade da proliferação não controlada de armas ligeiras", diz Manuel Brandão Alves, um dos membros da CNJP agora responsabilizado pelo observatório.
De acordo com este economista e professor universitário, a acção do novo organismo visa sensibilizar instituições e pessoas da Igreja e da sociedade civil. A criação de uma base de dados com informação permanentemente actualizada será um dos principais meios de acção do observatório.
O comércio de armas ligeiras, que matam no mundo 1300 pessoas por dia, foi objecto de uma petição dirigida à Assembleia da República, em 2002. Promovida por organizações católicas e da sociedade civil - entre as quais a Amnistia Internacional -, a petição foi assinada por quase 100 mil pessoas.
Apesar do compromisso pessoal do então presidente da AR, Mota Amaral, e das promessas do PSD (então Governo) de que rapidamente se legislaria sobre o assunto, a petição não conseguiu este mesmo objectivo.
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