A questão da devolução à Igreja Católica do Cenáculo de Jerusalém – local da Última Ceia de Jesus -, voltou à ordem do dia. O Vaticano pediu a Israel que entregue aos católicos o uso do local, que ocupou na guerra de 1948.
O Cardeal Walter Kasper, presidente da Comissão da Santa Sé para as relações religiosas com o Judaísmo, está a negociar pessoalmente esta situação, de particular importância pelo simbolismo do local, onde a tradição cristã situa a instituição da Eucaristia.
Os Franciscanos, actuais Custódios da Terra Santa, foram expulsos do Cenáculo em 1523, pelos otomanos, que o transformaram numa Mesquita. Em 1948, Israel expulsou os muçulmanos e apropriou-se do uso do local, reconvertido numa Sinagoga, com a justificação de que debaixo da sala estaria o túmulo do Rei David.
O Cenáculo, situado no Monte Sião, em Jerusalém, é um dos principais santuários cristãos, mas, ao contrário dos outros, está sob administração israelita. A transferência do Cenáculo para a Santa Sé, provavelmente ao cuidado da Ordem Franciscana (que já tem a custódia da Terra Santa), estimularia a peregrinação dos cristãos de todo o mundo.
Em 2000, durante a histórica visita à Terra Santa, João Paulo II celebrou mesmo uma Missa privada no local, naquela que foi a primeira celebração eucarística no Cenáculo em vários séculos.
A tradição cristã sobre a autenticidade do Cenáculo é muito antiga e remonta a finais do século III. No recinto também há uma antiga capela dedicada ao relato evangélico do Lava-pés.