Mais de 500 mil pessoas morrem anualmente no mundo vítimas de armas ligeiras, segundo números da Amnistia Internacional apresentados hoje numa audição pública sobre a proliferação de armas organizada pela Comissão Nacional Justiça e Paz.
Actualmente, estima-se que existam a nível mundial 639 milhões de armas ligeiras como pistolas, revólveres, espingardas e metralhadoras, o que corresponde aproximadamente a uma por dez pessoas."Na prática, as armas ligeiras matam mais do que as armas de destruição maciça", afirmou Teresa Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, no âmbito da primeira de cinco sessões públicas intituladas "Por uma sociedade segura e livre de armas", realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Mil e cem empresas em 98 países produzem todos os anos mais oito milhões de armas ligeiras e de baixo calibre, num negócio que envolve 22 mil milhões de dólares, uma verba que daria para atingir os Objectivos de Desenvolvimento para o Milénio traçados pelas Nações Unidas ao nível da Educação Básica e da Mortalidade Infantil.
Para travar a proliferação e o tráfico ilegal de armamento, a Amnistia Internacional defende que todos os governos devem cooperar com a ONU para tornar vinculativo o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas já a partir de Julho do próximo ano - altura em que será revisto o documento.
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