No dia 3 de Abril de 1808 foi aberta a Barra de Aveiro. Naquele dia, as águas do oceano foram convidadas a entrar na laguna aveirense para a purificar. E também se abriram as janelas para um futuro melhor de toda a região. Depois veio o Porto de Aveiro.
O responsável pela empreitada final foi o Eng. Luís Gomes de Carvalho, genro do Eng. Oudinot, um dos responsáveis por estudos e trabalhos sobre a futura porta de entrada e saída de navios. Entre muitos outros, obviamente. Depois, é bem conhecida a história do "segundo dia da criação" para a nossa terra, no dizer poético de Luís Gomes de Carvalho, em carta que dirigiu ao regente e futuro rei D. João VI.
De «um simples regueirão — como disse o ministro Mário Lino, em “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim — consolidou-se a BARRA. As maiúsculas significam, aqui, o denodo de todos os que, ao longo de mais de dois séculos, souberam vencer as forças da natureza, impondo a férrea determinação humana aos ventos que impeliam ao fechamento.»
A barra e o porto mostram a sua importância estratégica, ao permitir a entrada de trinta e oito navios, em 13 de Maio de 1809, protegidos pelo brigue de guerra “Port Mahon”, que transportavam alimentos e forragens para o Exército Inglês que operava na zona e se dirigia para o Porto, como se lê em “Aveiro 2009 — Recordando Efemérides”, de João Gonçalves Gaspar.
Fernando Martins