sábado, 30 de agosto de 2014

O PAPA DAS ENTREVISTAS

Crónica semanal de Anselmo Borges 
no DN de hoje

Antes do Concílio Vaticano II, o papa despachava com o secretário de Estado, cardeal, de joelhos diante dele. Nessa altura, o povo católico ainda via no papa uma espécie de Vice-Deus na terra ou, pelo menos, o seu Plenipotenciário. Juridicamente, ainda hoje é um monarca absoluto. Confesso que não foi indiferente para mim ter sido recebido por João Paulo II nos seus aposentos privados, ter-lhe estendido respeitosamente a mão e, aí, dizer no mais íntimo de mim: é apenas um homem.

COM SAUDADES DOS NOSSOS ARES

Pôr do sol na Figueira

O mês de agosto foi vivido, este ano, com algumas saídas, que me proporcionaram excelentes momentos de descontração,  reflexão e  lazer, de que guardo memórias felizes. Um pouco afastado das paisagens que me são familiares, as saudades não tardaram. Mas antes de regressar, o que aconteceu ao fim do dia de ontem, ainda pude registar esta imagem da Figueira da Foz à tardinha. É claro que será igual a tantas outras captadas nesta terra de ria e mar que nos viu nascer e nos acalenta com ternura.

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SABER SOFRER, O EXEMPLO DE PEDRO


Uma reflexão semanal Georgino Rocha

«A cruz da vida faz parte da nossa condição humana. Querer evitá-la a todo o custo é pretender o impossível e renunciar a ser pessoa no desabrochar das suas potencialidades. Tantas árvores ficam raquíticas porque não tiveram um vento temperado que as fustigasse para lançarem raízes profundas, engrossarem o tronco e expandirem a ramagem!
Há sofrimentos que representam a medida de uma vida verdadeiramente humana; constituem o companheiro incómodo do nosso caminhar. Há cruzes que surgem também quando damos as mãos em acções e projectos que pretendem defender a vida e promover a sua qualidade para todos.»

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

FIGUEIRA DA FOZ: Uma cidade aberta ao turismo

CAE 
As marcas da Figueira antiga, das épocas mais diversas, encontram-se em cada esquina. Torna-se por isso muito interessante calcorrear as ruas e ruelas, sobretudo as das zonas mais velhas. E esses sinais da antiguidade podem ser apreciadas nas 18 freguesias do concelho que se estendem por 380 quilómetros quadrados. 
Podemos testemunhar que o concelho da Figueira goza de uma situação privilegiada quanto a paisagens, que vão dos areais que lhe dão fama e proveito, graças ao turismo, até ao interior, onde é fácil encontrar as belezas naturais com agricultura próspera. Junto ao oceano, há ainda a exploração do "ouro branco", o sal, que tem sofrido um incremento valioso com uma nova exploração de produtos salinos, nomeadamente a flor de sal e um vegetal denominado salicórnia. 
Da Figueira, permitam-me que destaque a Serra da Boa Viagem, de onde se contempla um panorama de rara beleza, com o mar a emoldurar os nossos horizontes.
Lê-se no livro "Figueira da Foz - Rotas do Concelho" que a proximidade do mar e a exposição solar "animam de simpatia e afabilidade os seus habitantes, acostumados, desde sempre, a receber e a conviver com outras culturas", onde também se sublinha a riqueza que representam as suas festas e romarias em torno dos padroeiros das freguesias deste bonito e apreciado concelho do centro litoral de Portugal.
No mesmo livro, que apresenta uma excelente síntese histórica e turística para quem visita de passagem ou em férias a Figueira da Foz, pode ler-se: "A partir de 1850 e até meados do século XX, o ímpeto empreendedor que impulsionou o crescimento da Figueira foi verdadeiramente notável." Por isso, não será de estranhar que ao longo dos tempos tenham surgido associações culturais, nomeadamente, o CAE (Centro de Artes e Espetáculos) o Museu Municipal (1894), o Casino (1884), que é o primeiro do país, o Coliseu (1895), afinal uma praça de toiros ainda em atividade, sobretudo no verão, entre muitas outras coletividades. 

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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

MAIS UMA VEZ NA FIGUEIRA DA FOZ



De novo na Figueira da Foz com a minha Lita, para cumprirmos a missão de avós. Com prazer, diga-se de passagem. Com infantário encerrado para férias e descanso do pessoal, é preciso ficar com o Dinis, não como guardas, mas como avós e, ainda, como educadores atentos e disponíveis para o ajudar a crescer, tanto física como mental e espiritualmente, indicando-lhe caminhos assentes em valores que fazem parte da nossa matriz.
O ar que por aqui se respira é muito semelhante ao da nossa Gafanha da Nazaré, com mar à vista, vento quanto baste para nos lembrar por vezes as habituais nortadas dos nossos lados, mas também com a luminosidade que nos torna mais alegres.
Reli agora algumas passagens do livro "As Praias de Portugal" de Ramalho Ortigão, recentemente reeditado e com data da primeira edição de 1876, debruçando-me sobre o que diz respeito à Figueira, e cujo retrato feito pelo escritor é bem diferente do que hoje podemos constatar, como é natural. Diz Ramalho que "O passeio predilecto dos banhistas é a Palheiros, pequena povoação de pescadores, a meio caminho de Buarcos, onde se recolhem as redes da sardinha". E acrescenta: "A população dos banhistas na Figueira consta de duas camadas diferentes. No fim de Setembro retiram-se as famílias de Coimbra e algumas de Lisboa, e sucedem-se as dos lavradores da Beira, que vêm para esta praia, depois das colheitas, repousar dos trabalhos do campo." Depois sublinha que "As primeiras destas duas camadas não parece serem muito particularmente simpáticas à população indígena".
Ramalho garante que a população fixa frequenta a Assembleia Figueirense, enquanto a flutuante frequenta a Assembleia Recreativa, não havendo hostilidade, "mas existe uma forte emulação provinciana, que se descarrega muitas vezes em pequenos episódios dignos de Dickens ou de Balzac".
Estas notas de Ramalho fizeram-me lembrar que nas nossas praias da Barra e da Costa Nova havia algo de inédito. Os bairradinos vinham para ares, mar e sol depois das vindimas. E quanto à frequência das praias, a Barra era mais frequentada pelas gentes de Aveiro e a Costa Nova pelas de Ílhavo. Da Assembleia da Barra lembro que estava mais aberta à alta sociedade de Aveiro.

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VIAGEM À TAILÂNDIA: O NORTE DA TRIBOS EXÓTICAS

CRÓNICA DE VIAGEM DE MARIA DONZÍLIA ALMEIDA
Dia 9 de agosto, sábado


Partimos, de manhã, em direção ao norte da Tailândia conhecido pelas tribos exóticas que vivem nas montanhas com visita à aldeia das tribo Yao e Akha. O WaYao, ou Yao, é um dos principais grupos étnicos e linguísticos com base no extremo sul do lago Malawi, que desempenhou um papel importante na história da África Oriental durante os anos de 1800. Os Yaos são predominantemente um grupo de povos muçulmanos de cerca de 2 milhões espalhados por três países, Malawi, Moçambique e Tanzânia e são um dos grupos mais pobres do mundo. O povo Yao tem uma forte identidade cultural, que transcende as fronteiras nacionais.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

JOANA SOEIRO NA ALTA-RODA DO BASQUETEBOL



É preciso acreditar inteiramente 
nos nossos próprios sonhos

Não é todos os dias que nos chega a notícia de uma atleta da nossa terra que salta para a alta-roda do desporto, precisamente nos EUA. Pois foi isso o que aconteceu, há umas semanas, quando nos alertaram para o facto de uma jovem gafanhoa, Joana Soeiro, ter ingressado numa universidade americana para estudar gestão e jogar basquetebol, nos campeonatos universitários.
Na entrevista que nos concedeu, para além de se mostrar realista quanto ao futuro, a nossa conterrânea sublinhou, com sentido de oportunidade, que «Sonhar todos sonham, fazer acontecer é mesmo só para quem acredita inteiramente nos seus próprios sonhos». Daqui lhe enviamos os nossos votos dos melhores êxitos pessoais, académicos e desportivos. Entrevista conduzida, via e-mail, por Fernando Martins.

Como surgiu em ti o gosto pelo desporto, em especial pelo basquetebol?
Comecei a gostar do basquetebol porque o meu irmão se inscreveu para jogar pelo Gafanha e eu como quis seguir as pegadas dele em tudo o que fazia, pedi à minha mãe para jogar basquetebol também.

Como foi o teu percurso de atleta até à tua partida para os EUA?
Felizmente, recordo muito mais os momentos positivos do que os negativos. O meu primeiro título, inesquecível, foi o campeonato distrital contra a ADSanjoanense, ao serviço do Gafanha, há anos atrás; depois, a integração nos CNTs (Centros Nacionais de Treino; um deles no Colégio de Calvão) e consequentes convocatórias à seleção nacional. A estes, junto as subidas e manutenções na divisão A nos campeonatos da Europa (três medalhas de bronze) e, claro, a minha primeira época na Liga Feminina, onde adquiri, a favor do Algés, todos os títulos possíveis à exceção da taça da federação.

Começaste, ao que suponho, no GDG. Foi neste clube que sonhaste chegar ao mais alto possível?
Sim. Tive a sorte de passar pelas mãos de grandes treinadores, incluindo os meus dois anos de centro de treino. Juntando isto ao empenho e dedicação, treino após treino, o sucesso foi chegando e a vontade de ir mais longe também.



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