Uma reflexão de Georgino Rocha
para esta semana
Jesus proporciona aos seus amigos mais íntimos uma experiência surpreendente e gratificante. “Que bom estarmos aqui” – diz Pedro em nome do grupo. A experiência inicia-se quando Jesus os toma consigo e, na sua companhia, sobe à montanha. Que terão pensado no percurso, eles que não se haviam refeito do susto do anúncio da paixão e permaneciam abatidos perante o desabar das suas encantadas ilusões! Confiam mais uma vez no Mestre, acolhem o convite/apelo e lançam-se na aventura. Acontece algo de extraordinário que lhes provoca tal satisfação que Pedro se propõe “armar” tendas para assim continuarem indefinidamente. Da desilusão ao encantamento!
Era o coração humano a falar, a expressar o desejo intenso de felicidade, a antecipar o sonho de estar sempre com o Senhor. Era a voz da consciência a libertar as aspirações mais profundas que, tantas vezes, permanecem caladas ou são mesmo silenciadas. Santo Agostinho salienta esta marca indelével do ser humano que vive inquieto e peregrino enquanto não encontra Deus e se senta no seu colo de Pai.