sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Aeroporto em Alcochete



E OS PORTUGUESES À ESPERA
DE VEZ NOS HOSPITAIS?


Tenho para mim que, se não fosse o Presidente Cavaco Silva a apelar à calma, aconselhando uma reflexão mais profunda sobre outras hipóteses possíveis para a loca-lização do novo aeroporto, ainda agora estaríamos na teimosa discussão sobre qual seria o melhor sítio. Com o seu apelo, o Governo deixou a teimosia, tornou-se mais humilde e aceitou a análise de outras sugestões.
Agora decidiu com base em estudos do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), entidade cuja credibilidade é sobejamente conhecida. Em 2017, Portugal terá um grande aeroporto, com capacidade para responder a necessidades de toda a Ibéria. E até lá, estão garantidos entre 40 e 60 mil postos de trabalho, directa ou indirectamente ligados ao novo aeroporto.
Aqui está, mais uma vez, a importância do magistério de influência do Presidente da República.
Um problema muito grave fica, no entanto, por resolver: Durão Barroso declarou há tempos que não haveria nenhum novo aeroporto em Portugal, enquanto houvesse crianças em lista de espera para poderem ser intervencionadas cirurgicamente nos hospitais portugueses. Que eu saiba, crianças e idosos, portugueses de todas as idades, sobretudo os mais pobres, continuam e continuarão à espera de serem atendidos, atempadamente, nos nossos hospitais. Aqui é que está outro grande e grave problema. Ou não é verdade?

FM

ESTADOS MODERNOS NÃO RESPEITAM A FAMÍLIA



Uma análise feita e publicada há meses, na Inglaterra, denunciava o Estado por estar em guerra contra a família, ser elemento perturbador da vida conjugal e familiar e se ter tornado o maior inimigo das famílias que o querem ser, sempre e em todas as circunstâncias. Isto tudo em virtude das políticas sociais que favorecem a separação, a instabilidade e formas estranhas de ser família, que se vão multiplicando com os favores da lei. Tudo isto atinge profundamente as famílias assentes em valores humanos e morais, a que, displicentemente, chamam “famílias tradicionais”, como se a tradição fosse sempre um conjunto de velharias incómodas e para deitar fora.
Não passou despercebida a grande manifestação em Madrid, no dia 30 de Dezembro, com mais de um milhão de pessoas na rua a denunciar o Estado pelo atropelo contínuo às famílias, nomeadamente às famílias cristãs. Apesar da campanha negativa das leis e dos meios de comunicação social, todos quanto fizeram e fazem uma experiência rica e enriquecedora, no seio da sua família, resistem, denunciam e clamam pela justiça que lhes é negada. O Cardeal de Madrid encabeçou a manifestação, porque o tema era sério.
A dissolução e destruição da família, todos o sabemos, não resulta de grupos espontâneos, mas é, essencialmente, fruto de políticas governamentais, traduzidas em leis e em favores sociais a uns, que a outros se negam ou dificultam. Assim, a pretexto de modernidade, se vai, pressurosamente, ao encontro de poucos e de suas apetências, com efeitos destrutivos do património social e instituições básicas da sociedade civil.
Trata-se de uma manifesta contra cultura que é preciso denunciar e contrariar com coragem, acompanhada de propostas alternativas válidas, claras e praticáveis.
Não se trata de um caminho impossível, e muitos assim o têm manifestado pela sua lucidez, luta organizada e contínua, choque numa sociedade que se deixa anestesiar ou embarca sonolenta nas palavras bonitas de quem parece procurar mais simpatias e êxitos, que soluções válidas para os problemas humanos e sociais do país.
Não digo que o Estado descuide a obrigação de procurar, para as minorias, respostas enquadradas no contexto social em que vivemos, respeitando e não agredindo as maiorias que, por sê-lo, não terão de ceder dos seus direitos e valores.
Não se pode aceitar, no caso da família, que o conjunto da população, constituído por famílias normais, fieis à lei fundamental do país e respeitando o património cultural e religioso que o sustenta, seja um conjunto descriminado e depreciado, ante as investidas de quem incarna a ditadura do efémero e do vazio moral e não respeita ninguém.
Todos sabemos como é difícil, por vezes impossível, proteger a estabilidade da família, quando o exemplo da não estabilidade vem, ostensivamente, de cima, de quem tem o poder mas também o dever de servir a comunidade nacional, como ela é e quer ser, e com o testemunho da sua vida e a demonstração pública dos valores que a norteiam.
As leis do divórcio, entre nós cada vez mais facilitado e agilizado, o embuste programado que levou muitos incautos a votar a facilitação do aborto, as crescentes dificuldades sociais para muitos casais que desejam procriar, mas não vislumbram como concretizar esse desejo normal, a maneira de resolver problemas graves que fazem de crianças objecto de discussões, lutas e trocas, as distorções da chamada educação social obrigatória, o hedonismo reinante acessível a todos, o retirar aos pais tarefas que lhes são próprias por parte do Estado que se arvora em dono e pai dos filhos dos outros, a morosidade de leis sociais que protejam e acautelam direitos e deveres familiares… Tudo isto, e não se esgota a lista dos problemas, mostra que não se respeita nem aprecia a família, nem se está disposto a promovê-la, se ela teima em ser família normal, onde o amor é lei, a vida e a relação familiar escola de valores, o lar, espaço e ambiente de humanização e capacitação para se agir em sociedade, de modo digno e responsável.


António Marcelino

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia




A TRIAGEM DAS IDEIAS


1. No mundo da liberdade de mil e uma opiniões, visões, perspectivas, sugestões, convites, publicitações, é a cada pessoa que cabe a determinante opção. Péssimo seria o tempo, já ido, em que não existisse liberdade de opinião e de manifestação de suas ideias. Todavia, o reverso da medalha da liberdade exigirá uma capacidade de triagem que se afirme como valor fundamental na formação humana, onde existam razões conscientes que verdadeiramente iluminem as opções. É diante dos mundos-e-fundos de ideias, que se vêm na televisão ou se escrevem nos jornais e revistas, que importa não acreditar em tudo, mas possuir uma visão crítica do que nos entra pela porta dentro…e ajudar os novos nesta tarefa.
2. Pelo panorama da recente quadra festiva, neste particular, não estamos muito bem. Num país com dificuldades sócio-económicas, somos dos primeiros do mundo no embarque das novidades das comunicações móveis e no envio desmesurado de milhões e milhões de mensagens. Bom, sejam elas sempre manifestação dos melhores sentimentos para todo o ano!... Mas, confrontando com os países europeus, uma generalizada sedução fácil pelas “últimas modas” diz-nos que “algo” está por ajustar, um sentido crítico do essencial continua por apurar, uma capacidade de triagem de tudo o que se publicita (ferreamente, Lipovetsky) vai faltando, estando as novas gerações na encruzilhada de uma necessária (mas difícil) mudança de mentalidade.
3. Quer no âmbito, muitas vezes, dos debates políticos onde um contraditório discursivo vem à luz do dia, dependendo do lado em que se está (oposições versus governos), quer nos mediáticos colunistas de opinião dos variados órgãos de informação (daqueles que muitos criticam porque falam sobre tudo… mas se falarem só da sua especialidade são na mesma criticados que mais nada sabem além de sua área…!), será às pessoas, aos cidadãos, que cabe a essencial missão de discernir entre todo o alarido confuso aquilo que se afirmará como “o caminho” a seguir. Tarefa esta tanto mais difícil quando, muitas vezes, às próprias instâncias de comunicação, falta uma isenção informativa que forme na autocrítica as pessoas da opinião pública social.
4. Talvez, numa sociedade adulta, este seja um dos valores fundamentais: a capacidade de, com espírito crítico, discernir para diferenciar o prato certo no meio de tantas ementas que nos querem servir... Não falamos do criticismo descomprometido; e numa visão superior de liberdade social como acolhimento da opinião de cada pessoa, nada haverá a obstar para essa visão personalizada… Destaque-se é que “a faca e o queijo” está do lado dos cidadãos; se estes vão (vamos) pelo último grito da moda quase imposto pela publicidade é porque falta (re)formarmos as virtudes pessoais para o essencial de cada dia que não deixará naufragar o Ser em tantos supérfluo que atrapalham um saudável sentido de vida com os outros. É verdade, cada vez será mais difícil ser pessoa, e ao mesmo tempo mais fascinante. O que é preciso é fazer opções na triagem do essencial.


Alexandre Cruz

Pensões de reforma miseráveis



A propósito das pensões de reforma miseráveis, que muitos compatriotas nossos recebem mês a mês, já nem sei o que hei-de dizer, tal é o sentimento de revolta que me domina. O Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou, na sua Mensagem de Ano Novo, que é inconcebível a relação entre o que recebem certos gestores e alguns trabalhadores de muitas empresas. O mesmo se pode dizer das pensões de reforma: uns com milhares e milhares de euros por mês, outros com duas ou três centenas de euros. Entretanto, o Governo decretou alguns aumentos, ao mesmo tempo que decidiu pagar os retroactivos em dívida, cabendo, por mês, a cada um, 68 cêntimos. Agora, pressionado, e bem, pela oposição, resolveu pagar tudo duma só vez. Não estava para falar no assunto, mas não posso conter a indignação. Sei que o Governo não pode fazer filhós d’água, mas a sociedade, nomeadamente os políticos, tem de repensar a questão dos salários e das pensões de reforma.
Há dias, soube que uma idosa, que sofre imenso, não pôde ir para a Fisioterapia por falta de dinheiro para pagar a parte que lhe cabe. A sua pensão é tão baixa que nem para os mediamentos dá. E tem de sofrer.
Um comentador político, António Vitorino, disse que é verdade que os gestores ganham muito, mas, mesmo que lhe reduzam os vencimentos e as regalias, nada se resolveria. Tudo ficaria na mesma. É verdade, concordo eu. Mas ao menos ganharíamos em dignidade. O que choca e escandaliza é essa diferença abissal entre uns portugueses e outros. Todos filhos da mesma Pátria. Todos com família para sustentar. Todos com direito a viver os últimos anos de vida sem precisarem de esmolas.
Se não há dinheiro para aumentar os simples trabalhadores e reformados por que motivo há sempre para os grandes salários e para as grandes reformas?

FM

MAIS PRÉMIOS DO TURISMO

Museu Marítimo de Ílhavo



A Região de Turismo Rota da Luz distinguiu agentes ligados ao crescimento de oferta turística regional. O Museu Marítimo de Ílhavo e as Câmaras Municipais de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, a Fábrica de Ciência Viva, o Projecto BioRia e o Porto de Aveiro estão entre os galardoados. A entrega dos prémios está marcada para hoje, às 18 horas, no Mélia Ria Hotel & SPA.

SÃO GONÇALINHO, EM AVEIRO

Ilustração de Jeremias Bandarra para a capa do livro "Confraria de S. Gonçalo"


Um exemplo para muitas comissões de festas

Em torno da veneração que o São Gonçalinho suscita, em Aveiro, sinto vontade de partilhar com os meus leitores o bem que pode ser feito com as festas em honra dos santos.
Sendo certo que as festas que se vivem pelas nossas paróquias, na sua maioria, se ficam muito pelo banal, sem inovações significativas, acho que São Gonçalinho está a dar um mote de mudança.
Ao olhar para o programa, vejo que, entre a tradição das cavacas, atiradas do cimo da igreja em cumprimento de promessas, há acções que alinham noutro sentido: Lançamento de um CD-Rom, “São Gonçalinho contado às Crianças”; Exposição de Fotografia, na Galeria dos Paços do Concelho, dedicada ao santo da Beira-Mar, patente até 3 de Fevereiro; e uma Oficina Didáctica, de 15 de Janeiro a 7 de Fevereiro, no Museu da Cidade de Aveiro, denominada “São Gonçalinho Pés de Barro”, promovida pela Câmara Municipal, contando com a colaboração da artesã Alberta.Cultura, arte, movimentação de pessoas de todas as idades, história, tradição e devoção, tudo à volta de São Gonçalinho. Exemplo, afinal, para muitas comunidades, que se ficam, quase sempre, por banalidades.
FM

Prémio “Entidade Pública” para o Porto de Aveiro




O Porto de Aveiro recebe hoje, quinta-feira, dia 10 de Janeiro, pelas 18 horas, no Meliá Ria Hotel & Spa, em Aveiro, o Prémio “ENTIDADE PÚBLICA” que lhe foi atribuído pela Região de Turismo Rota da Luz. O galardão é justificado pela or-ganização como o “reconhecimento do mérito da actividade desenvolvida pelo PORTO DE AVEIRO ao longo de 2007 em prol do Turismo da Região”.
A atribuição dos prémios preten-de “manifestar público apreço a quem se distingue, anualmente, na valorização do Turismo na Região”.

Fonte: Porto de Aveiro
Foto: Paquete Athena

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