E OS PORTUGUESES À ESPERA
DE VEZ NOS HOSPITAIS?
Tenho para mim que, se não fosse o Presidente Cavaco Silva a apelar à calma, aconselhando uma reflexão mais profunda sobre outras hipóteses possíveis para a loca-lização do novo aeroporto, ainda agora estaríamos na teimosa discussão sobre qual seria o melhor sítio. Com o seu apelo, o Governo deixou a teimosia, tornou-se mais humilde e aceitou a análise de outras sugestões.
Agora decidiu com base em estudos do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), entidade cuja credibilidade é sobejamente conhecida. Em 2017, Portugal terá um grande aeroporto, com capacidade para responder a necessidades de toda a Ibéria. E até lá, estão garantidos entre 40 e 60 mil postos de trabalho, directa ou indirectamente ligados ao novo aeroporto.
Aqui está, mais uma vez, a importância do magistério de influência do Presidente da República.
Um problema muito grave fica, no entanto, por resolver: Durão Barroso declarou há tempos que não haveria nenhum novo aeroporto em Portugal, enquanto houvesse crianças em lista de espera para poderem ser intervencionadas cirurgicamente nos hospitais portugueses. Que eu saiba, crianças e idosos, portugueses de todas as idades, sobretudo os mais pobres, continuam e continuarão à espera de serem atendidos, atempadamente, nos nossos hospitais. Aqui é que está outro grande e grave problema. Ou não é verdade?
FM