domingo, 30 de abril de 2006

Educação Moral e Religiosa Católica

Documento da Conferência Episcopal Portuguesa
Um valioso contributo
para a formação
da personalidade
Introdução
1. A Educação é uma tarefa fundamental da sociedade. Dela depende, decisivamente, o desenvolvimento harmonioso e integral das crianças, dos adolescentes e dos jovens, e a qualidade do progresso da sociedade.
Porque está em causa a pessoa humana, razão de ser e objecto central da missão da Igreja, a Conferência Episcopal Portuguesa pronunciou-se sobre a Educação, num passado relativamente próximo, através de uma carta Pastoral, em que expôs o seu pensamento e convidou todos os parceiros educativos a conjugarem esforços para melhorar a Educação em Portugal1 .
A Igreja Católica está presente nas múltiplas instâncias promotoras da Educação, onde, na fidelidade à sua missão específica, procura “proporcionar à pessoa a visão cristã do mundo, do homem e de Deus, e não se demitirá de continuar a oferecer, com total liberdade, propostas educativas”2 .
A sua acção educativa reveste-se de múltiplas formas e realiza-se, em primeiro lugar junto da família, comunidade educativa por excelência. Além disso, realiza-se através das suas próprias instituições educativas, particularmente as escolas católicas, mas também, no empenhamento em instituições estatais e privadas.
Assume especial importância a presença institucional que a Igreja Católica tem oferecido à Escola, nomeadamente no plano do Ensino Religioso Escolar, que usufrui, entre nós, de uma longa e relevante tradição. Essa intervenção consubstancia-se na disciplina/área curricular disciplinar de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), de carácter facultativo, que abrange os ensinos básico e secundário (do 1º ao 12º ano de escolaridade).
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Um texto de Anselmo Borges, no DN

Maria Madalena nos textos apócrifos
As mulheres têm motivos para uma boa relação com Jesus. Ele, durante a vida, com escândalo de muitos, teve para com elas uma atitude e comportamento de muita simpatia e ternura. Se a Igreja histórica nem sempre lhe seguiu o exemplo, havendo mesmo um forte contencioso das mulheres com a Igreja oficial, isso deve-se a muitas razões, como heresias que desprezavam o corpo, o sexo e o feminino, questões ligadas ao poder e ao machismo.
Para lá dos textos canónicos - aqueles que a Igreja aceitou como regra de fé -, há também os apócrifos, que a Igreja não recebeu, não significando isso que não possam ter importância. Entre eles encontram-se os textos gnósticos, de que tanto se tem falado e acessíveis sobretudo com a descoberta, em 1945, da biblioteca de Nag Hammadi, no Egipto (o Evangelho de Judas insere-se nesta tradição).
Ora, o que dizem os apócrifos sobre Maria Madalena?
A tradição apócrifa, sobretudo gnóstica, tem textos muito controversos sobre a relação entre Jesus e Maria Madalena. Assim, no Evangelho de Filipe, pode ler-se: "A companheira do Salvador é Maria Madalena. O Salvador amava-a mais do que a todos os discípulos e beijava-a frequentemente na boca. Os outros discípulos disseram-lhe: 'Porque a amas mais do que a nós?' O Salvador respondeu-lhes, dizendo: 'Porque não vos amo a vós como a ela?'"
No Evangelho de Maria, Pedro, com animosidade, reconhece que o Mestre a apreciava mais do que às outras mulheres, perguntando inclusivamente: "Falou com uma mulher sem que o soubéssemos, e não manifestamente, de modo que todos devemos escutá-la? Será que a preferiu mais do que a nós?"
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Um texto de Georgino Rocha

Vida em arco-íris O arco-íris da vida está imbuído de beleza e cor, de cadência, harmonia e interpelação. É símbolo do presente e apelo do futuro, da vida em seus tons, da memória em seu sons. A vida em arco-íris tem um sentido que surge, de mil formas, como: Vitral do grande Mistério que, de tantas maneiras, se desvenda na natureza e irrompe no tempo, oferecendo-me uma oportunidade de encontro. Vibração intensa e calorosa dos sentidos, “janelas do espírito”, antenas de comunicação e sintonia com o universo. Prazer de ser eu mesmo, de me sentir bem “na própria pele” e de me relacionar com os humanos, meus semelhantes. Eternidade que me invade, me possui e me anima em cada momento a ser consistente e a caminhar com determinação. Centelha divina que enobrece a dignidade de todo o meu ser, abrindo-me as dimensões do Infinito. Oportunidade única de rasgar horizontes que desafiam o Céu, de deixar marcas que humanizam a terra. Vocação a um sentido mais pleno que, de mil maneiras, vou plasmando a meu jeito, em cada instante. Força de Jesus ressuscitado que se dá a conhecer no “repartir do pão”, na fraternidade universal, em ritmos de festa e dinamismos de intervenção. A vida em arco-íris é dom a acolher, tarefa a realizar, mistério a desvendar. É o eu germinal que desabrocha, à luz da primavera pascal, e se expande em criatividade fecunda, alargando-se até à plenitude amadurecida da comunhão.

Gotas do Arco-Íris - 15

...E A COR
DO TEMPO,
QUAL SERÁ?... Caríssimo/a: Andava a navegar nos trinta anos da Revolução dos Cravos quando minha Mulher me presenteou com a sua última iguaria. Depois de a provar: - De onde veio esta maravilha? - Usei uma receita de 1939, da D. Alzira da Costa Valente, de Avanca. É antiga e diz assim: “6 ovos inteiros; 350 g de açúcar; 50 g de manteiga; 1 kg de farinha flor; sal, q.b.; água, q.b. Faz-se o fermento, num dia à noite. Ao outro dia de manhã, amassa-se a massa e deixa-se estar junta mais ou menos quatro horas. Fazem-se as roscas e deixam-se descansar até ao outro dia. Estando o tempo frio, vão para o forno à noite e estando calor já podem ir ao meio dia. Quando saírem do forno passa-se-lhes manteiga.” Como se vê, uma delícia... de receita e de prova... E faz contas aos dias que eram necessários para que as regueifas ficassem prontas!... Simplesmente fora de tempo... Bem, já agora, para que não digas que sou amigo da onça, deixo-te outra maravilha dos dias que foram correndo, mas que ainda podes recuperar amassando e cozendo os folares com a receita da Gafanha: “5 kg de farinha; 1,25 l de leite; 250 g de fermento; 2 kg de açúcar; 500 g de manteiga; 15 ovos; raspa de casca de 3 limões; sal e água, q. b.” Desejo-te uma boa fornada, se não este ano, ... para o próximo, tempo é coisa que não falta!... Manuel

sábado, 29 de abril de 2006

"Fraternitas" reunido em Fátima

“Fraternitas”
quer ser uma
consciência crítica
da Igreja “Queremos ser uma consciência crítica de tudo o que nós fazemos e em Igreja se faz” mas “não uma consciência contestatária” – disse à Agência ECCLESIA Vasco Fernandes, presidente do movimento “Fraternitas”, reunido em Fátima até ao próximo dia 1 de Maio. O XIII encontro deste movimento de padres dispensados do ministério pretende ajudar os participantes (cerca de seis dezenas) a reflectir sobre a “relação entre “Fraternitas” e Igreja institucional” e “Que movimento queremos ser?” – sublinhou este responsável. E adianta: “sem agressividade queremos assumir um papel crítico sobre aquilo que nós e os nossos irmãos fazemos”. Fundado há 10 anos pelo Con. Filipe Figueiredo, o presidente do “Fraternitas” referiu que “muitos de nós não nos sentimos desaproveitados”. Apesar de alguns “não estarem bem inseridos” porque “temos bispos que estão mais reticentes quanto ao nosso papel” – adiantou. Com cerca de 100 sócios, Vasco Fernandes esclareceu que existem cerca de 600 padres dispensados do ministério mas “não temos os ficheiros actualizados”. Os encontros nacionais realizam-se em Fátima mas o responsável do “Fraternitas”, natural da diocese do Porto e foi padre jesuíta, quer implantar os encontros regionais para facilitar a comunicação entre os membros. : Fonte: Ecclesia

Um artigo de Laurinda Alves, no Correio do Vouga

Os ramos
da cerejeira “Tenho saudades do meu avô. Às vezes, sonho com ele e vejo-me sentada ao seu lado, na cadeira rente ao chão, que os netos disputavam para ficar mais perto dele a ouvir as histórias que contava como ninguém. Vejo-o enorme, sentado no seu cadeirão de braços, com as pernas cruzadas e os óculos de meia-lua sobre a ponta do nariz, a ler o jornal concentrado e, ao mesmo tempo, muito atento a tudo à sua volta. Vejo-o com todo o tempo do mundo a ter tempo para todos. Lembro-me da sua voz, das suas cores e da maneira como os olhos riam. Era um homem alto, lindo, cabelo imaculadamente branco, olhos azul-escuro que acinzentavam conforme a luz dos dias, andar compassado e tranquilo. Um andar de quem conhece a terra que pisa. (...) O tempo em que o meu avô e a minha avó eram vivos foi o tempo mais feliz da nossa família. Amados pelos filhos e netos, eram igualmente venerados pelas noras e genros. O dia do piquenique anual, feito à sombra da cerejeira mais antiga e perfumada das terras do meu avô, era um dia inesquecível. Vinham homens para assar o borrego e mulheres para ajudar a estender as toalhas na terra inclinada sobre a vinha. Nós divertíamo-nos uns com os outros, divididos entre o prazer dos assados, as anedotas do tio Guilherme e os saltos para o tanque que todos os anos era limpo e cheio de água fresca. Alguns desses dias foram filmados e ficaram gravados para sempre. As imagens estão gastas e não têm som mas, de cada vez que as vejo ou me lembro delas, oiço as vozes com uma estranha nitidez. (...) Um dia, o meu avô deitou-se, adormeceu e não voltou a acordar. Morreu exactamente como viveu.” Se deixo aqui aquilo que escrevi há alguns anos, é porque todas estas memórias e sentimentos continuam muito presentes e não sei dizer as mesmas coisas por outras palavras. Por outro lado, se recordo parte do que então escrevi, é justamente por ter referido a velha cerejeira. Foi por causa desta árvore e de tudo o que vivemos à sombra dos seus ramos que o gesto de alguém, que eu só conhecia de nome mas era íntimo da minha família, me tocou de uma forma tão profunda. Manuel Vieira, o padre “Manel”, de quem tanto ouvi falar, mas com quem nunca me tinha cruzado por vivermos vidas diferentes, em lugares distantes, foi ter comigo à entrada de um encontro onde participei recentemente e ao qual cheguei em cima da hora, cheia de nervos e sobressaltos. Manuel Vieira apresentou-se, abriu um sorriso enorme e estendeu a mão com uma carta para mim. O envelope continha qualquer coisa invulgar e, mesmo atrasada, não resisti a abri-lo logo ali. Tinha três ramos de árvore e um papel escrito dos dois lados. Os pequenos ramos estavam unidos por um elástico e tinham sido cuidadosamente embrulhados num saquinho de plástico para os proteger melhor. Olhei com ar interrogativo, enquanto alguém me puxava pelo braço para descer as escadas do enorme auditório, onde já estavam sentadas centenas de pessoas à minha espera. Não resisti a ler o papel enquanto me apresentavam à plateia. E o que o papel dizia era muito simples e muito poético: “Passei em Aldeia Velha na manhã do dia 16 e parei à sombra da cerejeira, ao lado da casa de campo. Subi à parede e colhi um raminho desta cerejeira já velhinha mas ainda conhecida por ser a cerejeira do seu avô. Agora fala à neta. Penso que as coisas, mesmo insignificantes, quandos nos ligam à vida passada ou presente, deixam de ser insignificantes, para se tornarem importantes e mensageiras.” Pode crer, querido padre Manuel Vieira.

Vagos por estes dias

Vagos, com os seus recantos e encantos (Para ver melhor, clique nas fotos)

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