terça-feira, 14 de junho de 2005

AVEIRO: Jardins vão ficar mais belos

De 15 de Julho a 22 de Setembro, os jardins de Aveiro vão ficar mais belos. Mais belos e com mais vida, por iniciativa da Câmara Municipal de Aveiro, que aposta em proporcionar melhores condições para que as pessoas passem mais tempo nos espaços verdes. O projecto “Jardins com Vida”, assim se chama o programa idealizado e que vai ser levado à prática pelo Pelouro do Ambiente da autarquia aveirense, vai oferecer motivos para as gentes da cidade dos canais, e não só, usufruírem das zonas verdes, atraídas por iniciativas diversas. Leitura de livros, revistas e jornais, entre outras propostas, serão bons motivos para todos frequentarem, em especial, o Parque da Fonte Nova e os jardins da Baixa de Santo António, cheios de ar puro.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Morreu ÁLVARO CUNHAL

Aos 91 anos de idade, morreu hoje Álvaro Cunhal, provavelmente o mais mítico político português dos últimos 50 anos. Comunista desde os 17 anos, cedo assumiu a luta pelo socialismo radical, numa perspectiva de o implantar, em Portugal, como única forma, em seu entender, de promover a justiça social entre nós. Independentemente das suas ideias de um projecto político que não aceitava a diversidade partidária (tal como se verificava na ex-União Soviética que fielmente seguia), num plano democrático que mais se coadunava e coaduna com as tradições de respeito pelas convicções dos povos ocidentais, não posso deixar de reconhecer que Álvaro Cunhal foi, sem dúvida, o mais coerente dos dirigentes políticos das últimas décadas, pela maneira intransigente como sempre defendeu os seus ideais, mesmo depois da implosão do comunismo e da queda do muro de Berlim. Foi preso, torturado, perseguido, viveu na clandestinidade e lutou pela liberdade em Portugal e por uma justiça social, a seu modo, merecendo-me, por isso, todo o respeito, apesar de não ser seu seguidor. Pessoalmente, estou convencido de que Álvaro Cunhal não deixou de reconhecer que o comunismo, como sempre o viu e procurou implantar, deixou de fazer sentido nas sociedades ocidentais e até no mundo, por força da incapacidade ou dificuldade de alguns partidos defensores do socialismo extremista em se adaptarem à democracia pluralista. Mas nem assim defraudou os seus seguidores e os que nele viam um “profeta” da justiça social e da igualdade entre todos os homens, numa sociedade sem classes e sob a liderança do proletariado. Foi uma figura carismática, um líder com capacidade para arrastar multidões, um intelectual de grande cultura, um artista (desenhador e escritor) muito sensível, um político com enorme capacidade de adaptação às circunstâncias, um homem coerente até ao fim da vida, face às ideias que desde a juventude aceitou e assumiu, apoiadas num marxismo-leninismo inflexível, que o povo português, na sua grande maioria, nunca aceitou. Fernando Martins

PORTUGAL IMIGRANTE, PORTUGAL TOLERANTE

O já conhecido slogan “Portugal Imigrante, Portugal Tolerante” tem sido muito recordado, entre nós, fundamentalmente para nos dizer que temos de respeitar os imigrantes que trabalham e vivem no nosso País. Respeitá-los, como gostaríamos e gostamos que respeitem os nossos emigrantes, que desde sempre procuraram noutros países e no seio de muitas e variadas gentes melhores condições de vida, é uma obrigação de todos nós. Há muito a ideia, entre certos compatriotas nossos, de que os imigrantes estão a prejudicar Portugal e os portugueses, quando, no fundo, eles só estão a beneficiar-nos a todos. E isto mesmo foi mostrado, no domingo, numa revista que acompanhou o “PÚBLICO”, intitulada “Imigração – os mitos e os factos”. Nela se diz, claramente, que os imigrantes não “vêm ‘roubar’ empregos e fazer baixar os salários”, nem “desgastar a nossa Segurança Social”, vivendo de subsídios. Também não estão associados ao crime, não nos trazem doenças, não são perigosos, não rejeitam Portugal e os portugueses e nem colocam em risco a nossa cultura e as nossas tradições. Por isso, importa respeitá-los e ajudá-los, à medida das nossas capacidades pessoais e colectivas. E se nos lembrarmos de que há 4,5 milhões de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, então temos, realmente, de os apoiar. É que, curiosamente, por cada imigrante que trabalha ou vive no nosso País, há dez emigrantes portugueses no estrangeiro. F.M.

G8 perdoa dívida a países pobres

O G8 (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá, Japão e Rússia), o grupo dos oito países mais ricos do mundo, resolveu perdoar a dívida dos países mais pobres, estimada em muitos biliões de euros. Com esta medida, poderão ser beneficiados, com cerca de 33 mil milhões de euros, 20 países, 14 dos quais são africanos. Destes, há quatro PALOP (Países Africanos e Língua Oficial Portuguesa), nomeadamente Moçambique, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe e Angola. Para além dos agora contemplados, há mais 24 na lista de espera. Não se julgue, porém, que esta oferta vai ser feita sem critérios. Os países a beneficiar terão de provar que são capazes de combater a corrupção, de seguir uma boa governação e de assumir projectos de desenvolvimento. Não será fácil, para alguns, fazer prova do que se lhe exige. No entanto, esta foi, em minha opinião, uma medida de largo alcance social e político, se os países pobres passarem a ser estimulados e ajudados. Não há tanta gente pobre a quem tanto se dá e que nunca consegue sair da situação de miséria? Aqui aplica-se o velho ditado do provérbio chinês, de que mais vale dar ao pobre uma cana para pescar, em vez de se lhe dar o peixe. Contudo, de nada servirá a cana, se não se souber pescar e se não houver hábitos de trabalho. F.M.

domingo, 12 de junho de 2005

Ausente, mas sempre presente

Apesar de ausente, por uns dias, voltarei a este meu espaço, sempre que puder, mesmo sem o apoio dos meios técnicos habituais.
Boa semana para todos.

EUROPA FICOU CONNOSCO, no JN

Foi no Mosteiro dos Jerónimos, a 12 de Junho de 1985, que ficou escrito que Portugal iria passar a fazer parte da Comunidade Económica Europeia (CEE), organização que, na época, começava a ganhar balanço para passar de uma estrutura organizativa essencialmente económica para uma comunidade política de países com interesses comuns. Um percurso longo de uma União que atravessa agora uma fase crucial de incertezas quanto ao modelo a seguir. A integração efectiva foi a 1 de Janeiro de 1986.
A Europa estava finalmente connosco, nove anos depois de o PS ter ganho as eleições com o slogan "Europa connosco".
"Foi a maior vitória diplomática do regime democrático". A frase é de Medeiros Ferreira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do I Governo constitucional chefiado por Mário Soares, que a 28 de Março de 1977 apresentou o pedido de adesão.
"A estratégia foi centrada na rapidez no pedido e mais tempo para negociação", recorda, ao JN, Medeiros Ferreira, que já não era ministro em 1985. Seria Jaime Gama a assinar o documento, juntamente com o socialista Mário Soares, o chefe do Governo, e o social-democrata Rui Machete, o vice-primeiro-ministro. O ministro da Economia era Ernâni Lopes. Vivia-se então o final do governo de coligação entre o PS e o PSD. Cavaco Silva ganhara a liderança do PSD e a aliança terminara. Quinze dias depois da cerimónia, o presidente da República, Ramalho Eanes, dissolvia o Parlamento e marcaria eleições para Outubro, que ditaram a primeira vitória de Cavaco. Eanes garantira a adesão apesar da crise. E se o novo líder do PSD viria a conduzir o país com as ajudas comunitárias cruciais para o desenvolvimento, Soares ficou na História, como símbolo da europeização.
(Para ler mais, clique JN)

Um artigo de Helena Sacadura Cabral, no DN

A vida para além do défice...
nosso país está a assemelhar-se às velhas famílias de antigamente que, tendo empobrecido, tudo fazem, por pudor, para esconder as dificuldades e dar a impressão de que nada se alterou no seu nível de vida. Com efeito, a classe média - sempre ela, a tal família - perdeu mais de 15% de poder de compra nos últimos quatro anos e nada garante que, nos próximos quatro, a situação não se agrave, tendo em conta o acréscimo do IVA e o aviso prévio de subida média de 2% nos salários da função pública.
Apesar de vários economistas terem chamado a atenção para a cadeia de aumentos nos preços que a adesão ao euro veio provocar, parece que só agora existe clima para se "assumir" o facto. À época, os poucos que se atreveram a dizê-lo foram olhados com desconfiança. Hoje, a média desse aumento estima-se entre 2% e 3%. É claro que também houve benefícios e que eles devem ser contabilizados. Mas tal não justifica que se esconda o Sol com a peneira!
(Para ler o artigo todo, clique DN)

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